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quinta-feira, 29 de março de 2018

Sacroileíte


A sacroileíte é uma inflamação de uma ou ambas as articulações entre o osso do sacro e os ossos ilíacos, local de união entre a pelve e o sacro, ou seja, na parte onde a coluna vertebral e a pelve se conectam.

A sacroileíte pode ser causada por um processo inflamatório imunológico, no qual o organismo produz anticorpo contra a cartilagem da articulação. Pode, também, dever-se a acidentes, artrite ou osteoartrite da coluna e sobrecargas na coluna vertebral, como a gravidez, por exemplo, que pode causar inflamação como resultado do alongamento forçado das articulações sacroilíacas. Mais raramente, as sacroileítes podem ser devidas a processos infecciosos do intestino ou do trato urinário, que se propagam até estas articulações sacroilíacas.

A inflamação da articulação sacroilíaca provoca dor e desconforto nas nádegas ou parte inferior das costas, que pode prolongar-se para baixo em uma ou ambas as pernas (coxas, virilhas, panturrilhas) e pés, além da sensação de rigidez na coluna. Essa dor piora ao realizar-se movimentos como mudar de posição ou ficar numa só posição por muito tempo, caminhar por longas distâncias, correr, subir escadas, dar passos largos, rolar na cama, etc., mas é sentida mesmo com a pessoa parada ou sentada.

Ela pode, inicialmente, atingir somente um lado e, com o passar do tempo, afetar os dois lados. Após algum tempo o indivíduo começa a sentir dores na coluna e, posteriormente, também nos joelhos e ombros. Em alguns pacientes, além do comprometimento articular, podem surgir dores em certos pontos musculares, nos ligamentos e nos tendões próximos às áreas afetadas.

A doença atinge mais homens do que mulheres e é mais frequente à medida que a idade avança.

A sacroileíte pode ser difícil de diagnosticar, pois seus sintomas também são comuns a outras causas de dor lombar. Além dos sintomas, um exame físico minucioso, com a realização de manobras específicas, podem consubstanciar uma suspeita bem fundamentada. As radiografias e as tomografias são os exames mais eficazes para caracterizar a doença.

A sacroileíte é uma doença de tratamento reumatológico. Um médico reumatologista deve ser o encarregado de tratar esta condição. Em muitos casos, ele recomendará a prática de esportes de baixo impacto (como natação e hidroginástica, por exemplo) e o uso de alguns medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios. O tratamento deve ser complementado por fisioterapia, que pode diminuir a dor, alongar e fortalecer os músculos da região e combater a má postura.

Tal como em qualquer outra condição que cause dor crônica, a sacroileíte pode levar à depressão e à insônia.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Mídias sociais podem prejudicar o bem-estar de adolescentes, principalmente do sexo feminino


Adolescentes estão entre os maiores consumidores de mídia social, enquanto as pesquisas mostram que o seu bem-estar diminui com a idade. A relação temporal entre interação com mídia social e bem-estar não está bem estabelecida.

O objetivo deste estudo foi examinar se as mudanças na interação com mídias sociais e duas medidas de bem-estar estão relacionadas através de idades usando modelos de crescimento paralelo.

Os dados provêm de cinco ondas do questionário para jovens de 10 a 15 anos, da "Understanding Society", do estudo "UK Household Longitudinal Study".

A interação nas redes sociais foi avaliada através da frequência diária de conversas em sites sociais. O bem-estar foi medido pela felicidade com seis domínios da vida e pelo questionário "Strengths and Difficulties Questionnaire".

Os resultados sugerem diferenças de gênero na relação entre a interação nas mídias sociais e o bem-estar. Houve correlações significativas entre a interação em mídias sociais e interceptos de bem-estar e entre interação de mídias sociais e declives de bem-estar entre mulheres.

Além disso, uma interação mais alta na mídia social aos 10 anos de idade foi associada ao declínio no bem-estar para as mulheres, mas não para os homens. Os resultados foram semelhantes para ambas as medidas de bem-estar.

Concluiu-se que altos níveis de interação nas mídias sociais no início da adolescência têm implicações para o bem-estar na adolescência tardia, particularmente para as mulheres.

A falta de associação entre os homens sugere que outros fatores podem estar associados à redução do bem-estar com a idade. Essas descobertas contribuem para o debate sobre a causalidade e podem informar políticas e intervenções futuras.

terça-feira, 27 de março de 2018

Hipertensão na Infância


A hipertensão arterial essencial de adultos é a doença crônica de maior prevalência em todo o mundo e um importante fator de risco para doenças graves, cardiovasculares, renais e acidentes vasculares cerebrais.

Contudo, apenas nos últimos anos a hipertensão arterial passou a ter a devida atenção da pediatria. A mudança desfavorável dos hábitos de vida da criança (alimentação rica em gordura e pobre em fibras, grandes períodos de tempo frente à televisão e ao computador, impossibilidade de sair de casa por causa da violência, etc.) está tornando a obesidade na infância (uma das causas da hipertensão na infância) uma verdadeira epidemia.

A Sociedade Brasileira de Hipertensão estima que 5% da população com até 18 anos tem níveis pressóricos elevados. A incidência de pressão arterial alta em crianças varia de 1 a 11% em diversas estatísticas, dependendo dos critérios usados na pesquisa. Hoje sabemos que muitas hipertensões arteriais em crianças são secundárias a alguma outra doença, mas podem também ser o início precoce da hipertensão essencial do adulto.

A hipertensão arterial na infância parece ter causas tanto genéticas como ambientais e essa concorrência de fatores genéticos e ambientais inicia-se muito precocemente, ainda no período pré-natal. Os fatores genéticos resultam de anormalidades em um conjunto de sistemas orgânicos, como o transporte de eletrólitos e os mecanismos de controle endócrino e simpático e contribuem com pelo menos 20 a 50% da variação da pressão arterial.

Entre os fatores ambientais pode-se apontar uma dieta rica em sódio e/ou pobre em potássio, a obesidade, o estresse e o sedentarismo. Algumas hipertensões infantis são essenciais ou iatrogênicas, mas outras são secundárias a doenças renais, vasculares ou a algumas enfermidades endócrinas. A hipertensão constatada no primeiro ano de vida deve ser vista como potencialmente secundária, mas já na idade escolar e, em particular, nos adolescentes, a hipertensão pode ser primária ou essencial.

A medida da pressão arterial deve ser tomada em toda consulta pediátrica, pelo menos a partir dos três anos de idade e mesmo ainda antes. Níveis elevados e permanentes da pressão arterial advertem quanto ao diagnóstico, que muitas vezes é sugerido por sintomas como cefaleia, vômitos, escotomas ou outros, mas por vezes ficam assintomáticos por muito tempo.

Uma vez constatados os aumentos dos níveis tensionais, o médico deve procurar determinar as causas dessa elevação. Para isso contribuirão uma história clínica detalhada e um exame físico cuidadoso que procurem detectar sinais e sintomas das enfermidades que possam causar hipertensão arterial na infância.

É importante que o diagnóstico não seja fechado com apenas uma medida da pressão arterial. Os pacientes devem ser avaliados pelo menos em três ocasiões diferentes, com a pressão arterial medida por um aparelho devidamente calibrado e adequado ao tamanho do braço da criança.

O tratamento da hipertensão arterial na infância objetiva diminuir os níveis tensionais e prevenir eventuais complicações tardias da hipertensão, envolvendo medidas medicamentosas e não medicamentosas. Uma dificuldade e incerteza quanto ao tratamento farmacológico é que as medicações utilizadas geralmente não foram testadas especificamente em crianças e suas doses são extrapoladas do conhecimento que se tem sobre o uso delas em adultos. Se há uma enfermidade causal reconhecida, os medicamentos devem envolver as drogas necessárias para tratá-la.

Não há também um consenso sobre a idade em que se deve começar o tratamento medicamentoso numa criança com hipertensão essencial. Os tratamentos não medicamentosos envolvem a prevenção da obesidade, a redução da ingestão do sal, a prática regular de exercícios físicos e a não utilização de medicamentos que elevam a pressão arterial, tais como descongestionantes nasais, corticoides e anticoncepcionais. Além do aumento do consumo de frutas, verduras, fibras e a redução da ingestão de gorduras.

Hoje se sabe que a pressão arterial elevada do adulto começa já na idade infantil.

A aterosclerose (alteração típica dos adultos) pode iniciar-se precocemente, em crianças hipertensas.

Outra complicação da hipertensão arterial na infância é a hipertrofia ventricular esquerda, com aumento do tamanho do coração e suas consequências.

Surgimento tardio de doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio, derrame cerebral etc.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Síndrome de Berdon


A síndrome de Berdon é uma doença rara que pode surgir logo após o nascimento e que envolve uma série de malformações do trato digestivo (megacistos, microcólon e hipoperistaltismo intestinal), do trato urinário (alterações da forma e função da bexiga e hidronefrose) e, por vezes, do sistema cardiovascular. O médico Walter Berdon foi o primeiro a descrever essa condição em crianças recém-nascidas, duas das quais eram irmãs.

As causas da síndrome de Berdon ainda não são inteiramente conhecidas, mas pode haver problemas genéticos (herança autossômica recessiva) ou hormonais. Ela pode acometer os dois sexos, mas incide principalmente em meninas.

Os principais sinais e sintomas da síndrome de Berdon são: prisão de ventre, retenção de urina, inchaço e dilatação da bexiga, músculos flácidos do abdome, vômitos, inchaço renal e obstrução intestinal. Associado a isso, a criança apresenta dificuldade de urinar e de evacuar e necessita ser alimentada por meio de uma sonda.

O diagnóstico da síndrome de Berdon pode ser feito por meio da avaliação clínica dos sintomas e corroborado por meio de exames como a ultrassonografia, por exemplo. Muitas vezes o diagnóstico pode ser feito já durante a gestação em uma ultrassonografia de rotina. A doença não deve ser confundida com casos de pseudo-obstrução intestinal idiopática.

A Síndrome de Berdon não tem cura, mas existem algumas intervenções cirúrgicas paliativas que visam desobstruir o estômago e os intestinos para melhorar os sintomas. Frequentemente pode ser realizada uma cirurgia na bexiga que permita à criança drenar a urina retida.

Estes procedimentos costumam ter pouco efeito na melhoria dos sintomas e os pacientes acabam por morrer devido à má nutrição, insuficiência de múltiplos órgãos e infecção generalizada.

Em se tratando de uma síndrome genética, não há como preveni-la.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Alto nível de aptidão física cardiovascular na meia-idade diminuiu em cerca de 90% o risco de demência na velhice


Um estudo populacional longitudinal, publicado pelo periódico Neurology, mostrou que um alto nível de aptidão física cardiovascular em mulheres de meia-idade está associado a uma redução próxima de 90% no risco de demência na velhice. As mulheres foram acompanhadas ao longo de 44 anos.

Uma amostra populacional de 1.462 mulheres, de 38 a 60 anos de idade, foi examinada em 1968. Destas, um subconjunto sistemático composto por 191 mulheres completou um teste de ciclismo ergométrico máximo escalonado para avaliar a aptidão cardiovascular. Os exames subsequentes da incidência de demência foram realizados em 1974, 1980, 1992, 2000, 2005 e 2009.

A demência foi diagnosticada de acordo com os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 3ª edição (DSM-III-R) com base em informações de exames neuropsiquiátricos, entrevistas com informantes, registros hospitalares e dados de registros até 2012. Regressões de Cox foram realizadas com ajustes para fatores socioeconômicos, estilo de vida e fatores médicos de confusão.

Em comparação com a aptidão física média, a taxa de risco ajustada para demência por todas as causas, durante os 44 anos de acompanhamento, foi de 0,12 (intervalo de confiança de 95% [IC] 0,03-0,54) entre aquelas com alta aptidão física e 1,41 (IC 95% 0,72- 2,79) entre aquelas com baixa aptidão.

Isto significa que em comparação com mulheres que estavam moderadamente em forma na meia-idade, aquelas com altos níveis de aptidão física apresentavam um risco 88% menor de desenvolver demência. Além disso, o tempo médio para o início da demência foi de 5 anos a mais para aquelas com uma alta aptidão física, e quando estas mulheres desenvolviam demência, a alta aptidão física também retardou a idade de início da doença em cerca de 11 anos, o que surpreendeu até mesmo Ingmar Skoog e Helena Hörder, autores do estudo e pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.

Concluiu-se neste trabalho que entre as mulheres suecas de meia-idade estudadas, um alto nível de aptidão física cardiovascular foi associado à diminuição do risco de demência subsequente. A promoção de uma alta capacidade cardiovascular pode ser incluída em estratégias para a prevenção da demência. As descobertas não são causais e pesquisas futuras precisam se concentrar em saber se a melhoria da aptidão física pode ter efeitos positivos no risco de demência e quando, durante a vida, uma aptidão cardiovascular alta é mais importante para a prevenção desta condição de saúde.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Dieta "Low Carb"


Uma dieta “low carb” é aquela que busca reduzir a quantidade de carboidratos normalmente ingeridos em cada dia (50 a 55% do total de alimentos ingeridos num dia) e enfatiza a presença de alimentos ricos em proteínas e gorduras. Existem muitos tipos de dietas com baixo teor de carboidratos e cada uma delas tem diferentes restrições sobre os tipos e quantidades de carboidratos que se pode comer. No entanto, uma redução extrema de carboidratos não é saudável e pode ter consequências graves para a saúde.

A dieta “low carb” geralmente é usada para perder peso, mas também pode beneficiar as pessoas com a redução dos fatores de risco para o diabetes tipo 2 e para a síndrome metabólica. O nome da dieta é uma abreviatura da expressão em inglês “low carbohydrate” (carboidrato baixo).

A dieta “low carb” procura restringir os carboidratos de maior valor glicêmico. No organismo os carboidratos se transformam em glicose e se esta ficar muito elevada, é armazenada no fígado e nos músculos sob a forma de gordura. Para que o organismo consiga fazer uma queima rápida de glicose, ele precisa liberar glucagon. Se a dieta for rica em alimentos com índice glicêmico elevado ocorrem paralelamente diversos picos de insulina, o que faz com que o glucagon não seja liberado e a gordura não seja queimada.

Ao contrário, se os alimentos tiverem baixo índice glicêmico, haverá menor alteração na insulina e o glucagon pode ser normalmente liberado. Adicionalmente, se a dieta contiver muita proteína e fibras, ainda mais glucagon é colocado na corrente sanguínea e a pessoa consegue perder peso e se reeducar em seus hábitos alimentares.

Os carboidratos existem em praticamente todos os alimentos: em alguns deles em baixa proporção, em outros em proporções maiores, ditos “alimentos ricos em carboidratos”. Há três tipos principais de carboidratos:

1.Os monossacarídeos, também conhecidos como “oses”, ou seja, açúcares que incluem o açúcar das frutas (frutose), a glicose e a galactose.

2.Os oligossacarídeos, resultantes da união de duas a dez moléculas de monossacarídeos. Quando formados por dois monossacarídeos eles são conhecidos como dissacarídeos (maltose, lactose, sacarose). Como não são carboidratos simples como os monossacarídeos, necessitam ser “quebrados” no processo digestivo para que sejam aproveitados pelo organismo.

3.Os polissacarídeos, carboidratos de cadeias químicas grandes, são formados pela união de mais de dez monossacarídeos.

Os carboidratos são a principal fonte de energia para o organismo e quando são escassos na dieta o corpo lança mão das gorduras acumuladas como fonte de energia. Disso decorre o papel importante que a dieta “low carb” tem nas tentativas de emagrecer.

São alimentos ricos em carboidratos simples (monossacarídeos): açúcar refinado, pão francês, mel, geleia de frutas, melancia, uva passa, cereais, arroz branco, macarrão, pipoca e refrigerantes. Eles são digeridos e absorvidos muito rapidamente pelo organismo, produzindo um pico de açúcar no sangue e uma sensação mais rápida de fome. Só devem, pois, estar presentes numa dieta de emagrecimento em quantidades muito reduzidas.

Os alimentos ricos em carboidratos complexos são alimentos como o arroz integral, o macarrão integral, cereais integrais, lentilhas, grão de bico, cenoura ou amendoim. Eles têm uma digestão mais complexa, chegam até o sangue mais lentamente, geram uma curva glicêmica mais baixa e promovem a saciedade por um período maior. São alimentos que podem ser consumidos pelos diabéticos e também durante o regime de emagrecimento, embora moderadamente. Além disso, são mais ricos em vitaminas do complexo B, ferro, fibras e minerais.

Se a pessoa optar por fazer uma dieta “low carb”, deve organizar sua alimentação com frutas, verduras, legumes, carne, frango, peixes, queijos, ovos, azeite, óleo de coco, manteiga, nozes, amêndoas, avelãs, castanha-do-pará, chia, linhaça, girassol, gergelim, café e chás sem açúcar.

Devem ser evitados alimentos como salsichas, embutidos, conservas, além de carnes com muita gordura. De forma nenhuma faça uso de açúcares, mel, farinhas brancas, massas, leite, arroz, feijão, beterraba, batatas, pão, bolos, chocolate e bebidas alcoólicas.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Asma


A asma é uma doença respiratória crônica que afeta 10% da população brasileira, sendo responsável por cerca de 400.000 internações hospitalares por ano e incontáveis atendimentos ambulatoriais principalmente nas emergências. Tem levado a um grande absenteísmo no trabalho e na escola. A asma leva à constrição e inflamação das vias aéreas por hiper-responsividade a uma variedade de estímulos e liberação de mediadores inflamatórios. Ocorre por uma interação de fatores ambientais e hereditários.

Uma grande causa da alta morbidade e mortalidade da asma é a falta de informações sobre a doença e um grande índice de rejeição à medicação inalada, chamada pejorativamente de "bombinha".

As crises de asma são geralmente recorrentes e caracterizadas por chieira, falta de ar, tosse seca e desconforto torácico ("aperto no peito"), podendo causar grande sofrimento. Elas predominam à noite e no início da manhã.

Considera-se que 80% dos asmáticos tenham rinite e 50% dos pacientes com rinite tenham asma. Uma associação da asma com eczema (doença alérgica da pele) confere maior gravidade à asma.

Quais os agentes ambientais intra-domiciliares relacionados ao desenvolvimento da asma?

•Ácaros, pelos de cães e gatos, alérgenos de baratas e os fungos (mofo). Estes alérgenos se acumulam no travesseiro, na cama (uma cama pode conter cerca de dois milhões de ácaros), no cobertor, na cortina, no carpete, em bichinhos de pelúcia e em qualquer lugar que acumule poeira.
•Aquecedores e fogões a gás.
•Fumaça de cigarro.
•Queima de madeira para aquecimento de lareiras.
•Odores fortes (perfumes, produtos de limpeza, frituras, tinturas).


Quais os fatores que desencadeiam uma crise de asma?

•Alérgenos e irritantes.
•Infecções de vias aéreas.
•Exercício físico (asma desencadeada por exercício).
•Refluxo gastro-esofágico.
•Certas medicações e alimentos.
•Causas emocionais: os fatores emocionais isolados não provocam a asma, entretanto, a ansiedade e o estresse podem causar a fadiga, que pode também aumentar os sintomas da asma e agravar uma crise.


Quais os cuidados a serem tomados para prevenção?

•Encapar colchões e travesseiros.
•Lavar semanalmente as roupas de cama.
•Retirar cortinas, tapetes, carpetes.
•Evitar animais domésticos.
•Promover a ventilação do ambiente.


O tratamento da asma é feito basicamente por medicamentos anti-inflamatórios (geralmente, esteroides inalatórios) para manutenção e por broncodilatadores (geralmente, beta-2-adrenérgicos inalatórios de efeito rápido) para as crises. Outros medicamentos como os antileucotrienos são usados para o tratamento da asma crônica.

A maior vantagem da utilização de medicamentos por via inalatória (nebulizadores, aerossóis dosimetrados ou sprays - popularmente conhecido como "bombinhas" e inaladores em pó) no tratamento de asma é a possibilidade de se obter maior efeito terapêutico associado a menores repercussões sistêmicas. Pois o medicamento atua diretamente sobre a mucosa respiratória, permitindo o uso de doses relativamente pequenas. Outra vantagem é o início de ação mais rápido.

Além dos medicamentos, os pacientes devem procurar descansar, manter-se bem nutridos e participar de atividades físicas regulares e apropriadas para o seu bem-estar. Todos estes fatores colaboram para o controle desta doença.


A imunoterapia consiste em administrar repetidamente (geralmente por via subcutânea) extratos de alérgenos específicos com o objetivo de induzir proteção no paciente contra os sintomas alérgicos desencadeados por tais alérgenos. O seu maior benefício tem sido demonstrado no tratamento da rinite alérgica.

Em relação à asma, revisão recente da literatura realizada pelo grupo Cochrane demonstrou benefício da imunoterapia no seu tratamento. No entanto, importantes questionamentos ainda permanecem, principalmente a respeito de qual paciente se beneficiaria de tal estratégia e qual seria a sua eficácia a longo prazo. Além disso, os seus benefícios são modestos quando comparados com o corticoide inalatório. Assim, a postura mais aceita atualmente é de considerar a imunoterapia para aqueles pacientes em que o controle ambiental e o uso de medicamentos (incluído o corticoide inalatório) falharam em controlar a doença.

terça-feira, 20 de março de 2018

Aftas


Aftas (ou estomatite aftosa) são áreas de pequenas ulcerações da mucosa da cavidade da boca que acontecem por um rompimento do seu epitélio e exposição do tecido conjuntivo.

As aftas são erosões dolorosas, com fundo claro-amarelado e circundado por uma aréola avermelhada. Elas geralmente desaparecem em um intervalo de sete a dez dias sem deixar sequelas podendo, em alguns casos, durar mais tempo. Afetam a parte interior dos lábios e das bochechas, a língua e, mais raramente, a garganta. Variam em número e intensidade, mas costumam aparecer reunidas em pequenos grupos, o que faz com que as áreas afetadas sejam mais delimitadas. Podem raramente estar generalizadas.

Não se sabe bem o que causa as aftas. Elas podem ser uma manifestação de diversas doenças, sobretudo imunológicas. Certos alimentos, frutas ácidas ou temperos picantes podem funcionar como indutores da formação de aftas. Outros fatores que podem causar ou contribuir para a eclosão delas são:

•Traumatismos ou mordeduras nos lábios ou bochechas.
•Uso de aparelhos de ortodontia.
•Algumas doenças sistêmicas.
•Imunopatias.
•Deficiências nutricionais.
•Alergias.
•Estresse.
•Reações a determinados tipos de medicamentos.


Os sintomas das aftas são benignos, embora muito incomodativos. As lesões ocasionam reações inflamatórias leves ou moderadas, associadas à ardência e à dor e levam a dificuldades na alimentação. Em alguns casos mais raros podem ser acompanhadas de febre baixa e crescimento ganglionar localizado.

O diagnóstico é feito pelo aspecto das lesões e os sintomas clínicos. As lesões são circulares ou ovais, como pequenas crateras, com fundo esbranquiçado ou amarelado e vermelhidão ao redor.

As aftas devem ser examinadas por um dermatologista ou por um dentista, caso estejam incomodando o paciente.

O aparecimento de qualquer lesão na boca, principalmente aquelas que não cicatrizam por um tempo prolongado, deve sempre ser avaliado por um médico.

O tratamento das aftas visa aliviar os sintomas, prevenir o aparecimento de novas lesões e diminuir a gravidade do surto. Antissépticos, anti-inflamatórios, anestésicos e protetores de mucosa são alguns dos medicamentos usados.

O raio laser é utilizado para amenizar a dor de forma imediata. Ele é aplicado em consultórios e não apresenta contraindicações.

Como minorar o efeito das aftas?

•Manter uma higiene bucal adequada (não agressiva).
•Manter uma alimentação suave, fria ou morna. Alimentos quentes geram dor.
•Evitar lesões na mucosa da boca. Por exemplo, não morder os lábios ou bochechas, pois elas podem dar origem a aftas.
•Usar analgésicos, como a xilocaína viscosa ou algum medicamento tópico.
•Enxaguar a boca com uma colher de água oxigenada a 10% diluída em um copo de água.
•Consultar o dentista ou o dermatologista para que este possa investigar a etiologia do problema.

A maioria das aftas desaparece espontaneamente, ou após algum tratamento, sem deixar sequelas. Algumas aftas mais sérias podem deixar uma mancha sobre a mucosa, que desaparece com o tempo. De qualquer forma, é impossível evitar-se o aparecimento de novas aftas. Os episódios recorrentes e muito frequentes exigem uma investigação clínica.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Síndrome da boca ardente



A síndrome da boca ardente, também chamada de síndrome da ardência bucal, é um distúrbio crônico com ou sem infecção, caracterizado por queimação, picadas e/ou comichão na cavidade oral, na ausência de lesões específicas ou qualquer doença orgânica. Envolve mais frequentemente a língua e menos frequentemente os lábios e a mucosa oral. A síndrome da boca ardente tem uma clara predisposição por mulheres na peri/pós menopausa.

A etiologia da boca ardente parece ser multifatorial, envolvendo fatores psiquiátricos, endócrinos, imunológicos, nutricionais, infecciosos e iatrogênicos. De uma forma mais descritiva, a síndrome da boca ardente pode ter como causa a boca seca, o uso de antissépticos orais e certos tipos de pasta de dente, hábitos como uso de goma de mascar, fumo e bebida alcoólica, uso de aparelho dentário, prótese ou comportamentos como bruxismo, compressão da língua contra os dentes, etc, alterações do humor ou de hábitos dietéticos, procedimentos dentários, deficiências nutricionais e medicamentos.

Existem, também, evidências de etiologia imunológica. As reações alérgicas também têm sido imputadas como possíveis causas. O lauril sulfato de sódio, um detergente de cremes dentais conhecidos por causar boca seca, pode estar implicado. Mais recentemente, a deficiência de zinco mostrou ser uma possível causa da síndrome, bem como determinadas infecções, particularmente candidíase. Algumas drogas usadas para hipertensão arterial podem igualmente desencadear o desenvolvimento da síndrome da boca ardente. Outras medicações como a levodopa e o topiramato também causam sintomas tipo queimação oral.

Os fatores de risco para o seu desenvolvimento são sexo feminino, peri-menopausa, depressão e ansiedade, doença de Parkinson e doenças crônicas, incluindo doenças gastrointestinais e urogenitais. As mulheres na peri-menopausa são mais afetadas em decorrência da redução dos níveis de hormônios femininos relacionada à idade.

Quais são as principais características clínicas da síndrome da boca ardente?

A tríade clássica da síndrome da boca ardente é:
1.Dor na boca.
2.Alterações do paladar, com sabor metálico ou amargo.
3.Alterações da salivação.

A dor é do tipo queimação, de intensidade moderada a acentuada, acometendo principalmente as bordas laterais e ponta da língua. Pode haver sensação dolorosa em gengivas, lábios e mucosa bucal. Em mais da metade dos casos, a dor surge espontaneamente, sem que haja um fator precipitante. Cerca de um terço dos indivíduos acometidos relatam o início dela a partir de um tratamento dentário, doença ou uso de algum medicamento. A dor piora no decorrer do dia, em estados de tensão ou fadiga, ao falar muito e com a ingestão de alimentos picantes e quentes. Além dessa tríade pode haver formigamento ou sensação de dormência na boca ou na língua e aumento da sede.

O diagnóstico da síndrome da boca ardente deve ser baseado nas queixas clínicas, no exame físico cuidadoso e em exames laboratoriais para afastar alguma causa orgânica que possa justificar os sintomas. Idealmente, o diagnóstico deve comportar uma avaliação do dentista para melhor conduta nas questões odontológicas.

A cura da síndrome da boca ardente primária permanece indefinida, mas o tratamento da síndrome secundária a uma condição médica ou odontológica subjacente depende da natureza dela. Além de aliviar os sintomas, a meta do tratamento deve ser dirigida para o tratamento do fator causal e, quando possível, ser feita a suspensão de medicamentos suspeitos.

Em suma, os tratamentos implicam, conforme o caso, em tratamento de doenças pré-existentes, suplementação nutricional, ajuste ou substituição de próteses dentárias, troca ou suspensão de medicamentos e uso de alguns fármacos.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Mutismo seletivo


Mutismo seletivo ou mutismo eletivo é um transtorno psicológico raro (mais ou menos 0,7%) que afeta o desempenho comportamental da criança, caracterizado pela recusa de falar em determinadas situações, mas capaz de falar normalmente em outras, caracterizando assim que não se trata de uma incapacidade motora de emitir a voz.

O quadro foi descrito pela primeira vez em 1877 por Kussmaul como uma afasia voluntária. Em 1934, Tramer usou o termo mutismo eletivo.

O mutismo seletivo tem causa obscura e parece ter origem multifatorial. Geralmente o mutismo envolve crianças tímidas, introvertidas e ansiosas que falam apenas com os pais, com outras crianças muito próximas e com animais, no entanto se recusam a falar com adultos “estranhos” (professores, médicos, dentistas, etc.) e mesmo com outras crianças desconhecidas.

A frequência do mutismo seletivo não varia muito com o gênero, mas é um pouco mais comum em meninas. Pode também acontecer na esquizofrenia, histeria e autismo. A ausência da fala também pode dever-se à presença de um transtorno de comunicação, como tartamudez, dificuldade auditiva, transtorno de aprendizagem, transtorno de adaptação ou de separação ou depressão nervosa.

Também pode estar ligado a um trauma psicológico, violência física ou verbal ou uma grande decepção. Possivelmente há também uma influência genética, porque as estatísticas mostram que muitas crianças afetadas pelo transtorno têm um parente próximo com transtornos emocionais e a patologia é mais encontrada nos filhos de pais tímidos ou distantes.

Este transtorno se inicia na faixa etária entre 1 e 3 anos de idade, quando a criança já tem a fala adquirida. Geralmente é um quadro já plenamente estabelecido aos 8 anos. Pode ter origem genética e habitualmente está relacionado com a existência de um nível elevado de ansiedade, o qual pode estar associado com a atividade mais intensa da amígdala cerebelar e a traumas físicos ou emocionais.

As pessoas com este tipo de distúrbio conseguem falar e compreender a linguagem, mas só o fazem em situações específicas, decididas por eles. Em outras áreas da personalidade, o desenvolvimento da pessoa costuma ser normal. Apesar disso, as crianças com mutismo seletivo apresentam dificuldades em manter contato visual, não costumam sorrir em público, movimentam-se de forma rígida, não são capazes de lidar com situações como saudações, despedidas ou agradecimentos, se preocupam exageradamente com todas as coisas, são mais sensíveis ao ruído que o comum e apresentam dificuldade em falar sobre si ou expressar sentimentos.

As crianças que aparentam esse distúrbio costumam falar em casa e brincar normalmente com os irmãos, mas se mantêm caladas na presença de estranhos, mesmo se forem outras crianças. Às vezes, essas crianças são tão tímidas que nem conseguem fazer solicitações básicas como pedir para usar o banheiro na escola. Contudo, apresentam maior sensibilidade aos pensamentos e emoções alheias, maior inteligência e percepção superior aos demais.

Os pais acreditam, durante meses ou anos de mudez, tratar-se apenas de timidez normal, até que as demais manifestações clínicas se tornam evidentes. A atuação em conjunto com um psiquiatra da infância e adolescência é de extrema importância para se estabelecer um diagnóstico diferencial e tratar o caso de maneira adequada.

Um dos diferenciais mais importantes deve ser feito com a timidez, com o que é geralmente confundido, mas outros também se impõem: retardo mental, autismo, síndrome de Asperger, transtornos de expressão da linguagem, fobia social, depressão, transtorno de ajustamento e condições orgânicas (drogas, transtornos neurológicos, etc).

É comum usar fármacos para combater a ansiedade, a depressão e para aliviar os sintomas concomitantes. A terapia cognitivo-comportamental apresenta bons resultados. É importante que a criança tenha um acompanhamento psicológico, com envolvimento da família e participação da escola.

O início ocorre entre 3 e 8 anos e pode ser insidioso ou abrupto após um trauma. A duração é variável, podendo se arrastar por meses ou anos. Em geral, o mutismo seletivo não está associado com a dificuldade de aprendizagem.

Uma criança que tenha tido o problema de mutismo seletivo e conseguido superá-lo pode voltar a tê-lo. Como esse distúrbio muitas vezes é provocado por um trauma, nada impede que a pessoa volte a desenvolvê-lo, em qualquer idade, diante de uma nova situação traumática.

As complicações e dificuldades geradas pelo mutismo seletivo são muitas. Às vezes, essas crianças não conseguem nem mesmo pedir para ir ao banheiro ou beber água na escola.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Síndrome de Rendu-Osler-Weber


A Telangiectasia Hemorrágica Hereditária, também chamada Síndrome de Rendu-Osler-Weber, é uma doença caracterizada por uma deficiência estrutural da parede dos vasos sanguíneos, tornando-os mais vulneráveis a traumatismos e rupturas espontâneas e causando hemorragias. A doença foi primeiramente relatada por Henri J. L. M. Rendu em 1886. Mais tarde, William Osler e Frederick Parkes Weber descreveram as manifestações viscerais e o caráter hereditário da doença.

A Síndrome de Rendu-Osler-Weber é uma rara condição herdada de forma autossômica dominante, com alta penetrância (1-2/100.000 nascimentos) e idêntica distribuição entre os sexos. Apesar dessa forma de transmissão, em 15 a 23% dos casos não há história familiar da doença e a ocorrência dela parece dever-se a mutações esporádicas. Pessoas do grupo sanguíneo O são as mais atingidas.

A síndrome de Rendu-Osler-Weber é caracterizada por lesões angiodisplásicas que promovem a comunicação entre artérias e veias, sem a interposição de uma rede capilar. As manifestações clínicas da doença são causadas por essas anomalias da vasculatura nas áreas afetadas, representadas por telangiectasias e aneurismas. Esses aneurismas são causados pela perda da camada muscular e distúrbios da lâmina elástica das paredes dos vasos.

Os grandes vasos sanguíneos apresentam-se aumentados de volume, com irregularidades e paredes finas, mas a patogênese deles ainda não foi totalmente estabelecida. Nas áreas não afetadas, a arquitetura dos vasos é normal.

Os principais sintomas da Síndrome de Rendu-Osler-Weber são telangiectasias cutaneomucosas e epistaxes recorrentes. Esses são também os sintomas mais frequentes, presentes na quase totalidade dos pacientes, mas a doença pode afetar várias outras regiões do organismo, como olhos, pulmões, cérebro, sistema nervoso central, trato gastrointestinal e genitourinário.

As manifestações da síndrome não estão presentes no momento do nascimento e vão se desenvolvendo gradativamente ao longo da vida. A epistaxe costuma ser a primeira queixa e pode ocorrer ainda na infância. Geralmente, até os 40 anos os adultos já apresentaram algum sangramento.

É comum haver uma hemorragia digestiva, devido a telangiectasias que ocorrem no trato gastrointestinal. Os pacientes com envolvimento pulmonar não apresentam sintomas respiratórios. Mais raramente, cerca de 10% dos pacientes apresentam comprometimento cerebral. As frequentes hemorragias podem levar à anemia grave por deficiência de ferro, a ponto de requerer transfusão de sangue.

Como as principais manifestações são nasais, o otorrinolaringologista costuma ser o especialista primeiramente consultado e, por isso, deve estar habilitado a fazer precocemente o diagnóstico. Habitualmente, o diagnóstico clínico é feito com base em quatro sintomas:

(1) epistaxes recorrentes (sangramentos nasais);
(2) telangiectasias;
(3) lesões viscerais e
(4) história familiar positiva.

Além desses sinais clínicos, podem ser necessárias endoscopia e/ou angiografia e, algumas vezes, testes alérgicos e cromossômicos em pacientes atípicos ou para triagem de familiares.

O tratamento da Síndrome de Rendu-Osler-Weber é de suporte e visa limitar ou suprimir as hemorragias, quer através de terapêuticas medicamentosas ou cirúrgicas, além de minimizar as sequelas.

Dependendo das características de cada caso, as terapêuticas podem variar muito e incluírem ablação a laser, ressecção cirúrgica, embolização das telangiectasias, tratamento da anemia com suplementação de ferro ou possíveis transfusões de sangue e, às vezes, drogas antifibrinolíticas. Em virtude da necessidade de repetidas transfusões sanguíneas é importante fazer a imunização do paciente com vacina de hepatite B.

A evolução da doença depende da gravidade dos sintomas, mas geralmente é boa, desde que os sangramentos sejam prontamente reconhecidos e adequadamente controlados. No entanto, as malformações arteriovenosas são uma fonte potencial de morbidades sérias e de mortalidade.

As complicações possíveis da Síndrome de Rendu-Osler-Weber incluem abscesso cerebral, acidente vascular cerebral hemorrágico, insuficiência cardíaca congestiva, hemorragias e anemia, hipertensão portal com varizes esofágicas, hemorragia pulmonar e cirrose hepática.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Epilepsia abdominal


A enxaqueca abdominal é caracterizada por dor abdominal paroxística, abrupta e intensa, comumente acompanhada de náuseas e vômitos. A enxaqueca abdominal foi reconhecida como uma variante da enxaqueca tradicional durante a década de 1990.

Tal como nas enxaquecas tradicionais, é muito difícil estabelecer as causas precisas da enxaqueca abdominal. Uma teoria não comprovada alega que as mudanças nos níveis fisiológicos de histamina e serotonina seriam responsáveis por ela.

Ela afeta cerca de 2 em cada 100 crianças com enxaqueca e são muito raras em adultos. Mais meninas que meninos são acometidas por ela.

No entanto, alguns disparadores das crises podem ser reconhecidos: estar aborrecido ou preocupado; certos alimentos como chocolate, comida (chinesa) com glutamato monossódico e carnes processadas com nitritos. A ingestão de muito ar também pode desencadeá-las.

Como o nome sugere, a enxaqueca abdominal é um tipo de enxaqueca sem os sintomas característicos da dor de cabeça tradicional. O sintoma mais comum da doença é dor abdominal, o que explica a denominação da doença.

A enxaqueca abdominal afeta mais as crianças de 5 a 9 anos, mas adultos também podem ser acometidos. Ela é caracterizada por dor abdominal, náuseas e vômitos.

Como dores abdominais podem ser devidas a uma ampla gama de condições, é muito difícil caracterizar a enxaqueca abdominal. No entanto, a Sociedade Internacional de Cefaleia estabeleceu alguns critérios para diagnosticá-la:

1.Há uma história familiar de enxaquecas entre parentes do paciente (frequentemente uma criança).
2.A maioria das crianças que sofrem de enxaqueca abdominal desenvolve dores de cabeça enxaquecosas ao atingir a puberdade.
3.As meninas são mais afetadas que os meninos.
4.A criança deve ter passado por um mínimo de cinco ataques no período de alguns dias.
5.A dor abdominal pode ser de moderada ou grave e estar localizada ao longo da linha média do abdômen. Geralmente tem uma qualidade maçante ou de ferida e forte intensidade.
6.A dor geralmente vem acompanhada com pelo menos dois dos seguintes sintomas: anorexia, náuseas, vômitos e palidez.
7.Os sintomas não devem ser atribuíveis a qualquer outro distúrbio.

Outros sintomas da enxaqueca abdominal incluem hipersensibilidade à luz e ao som (como na enxaqueca clássica) e tonturas.

Algumas crianças experimentam irritabilidade, diarreia, perda de apetite e dores de cabeça.

Sombras arroxeadas também podem aparecer ao redor dos olhos da criança afetada.

Como a dor abdominal pode ser atribuída a uma ampla gama de doenças, é muito difícil diagnosticar a enxaqueca abdominal.

Não existem exames específicos para o diagnóstico desta patologia. Um estudo detalhado dos sintomas, bem como do histórico familiar médico do paciente ajuda na avaliação dessa condição.

A observação mais comum em pacientes com enxaqueca abdominal é uma dor abdominal recorrente, acompanhada por outros problemas gastrointestinais (anorexia, náuseas, vômitos, etc). A presença de tais sintomas alerta os médicos para o diagnóstico da enxaqueca abdominal.

Além destes sintomas, a eletroencefalografia também pode ajudar a fazer um diagnóstico correto.

Não há um padrão definido de tratamento para a enxaqueca abdominal. Atualmente, os medicamentos usados para enxaqueca abdominal são os mesmos administrados para crianças afetadas pela enxaqueca tradicional e incluem analgésicos, drogas anti-náuseas e sedativos.

O fator mais importante, que ajuda a aliviar os sintomas, é o repouso. A criança deve descansar e dormir em um quarto calmo e escuro.

Tal como no caso das enxaquecas tradicionais, a enxaqueca abdominal em crianças também pode ser prevenida pela evitação dos alimentos que podem desencadear os sintomas.

O estresse também é considerado como um agente causal de enxaquecas abdominais. No caso de estresse, o aconselhamento psicológico e os cuidados para a promoção de um ambiente tranquilo para que a criança viva em paz e harmonia podem ser benéficos.

terça-feira, 13 de março de 2018

Epífora


A epífora é um sinal clínico ou condição dada pelo excesso de produção de lágrimas ou uma drenagem insuficiente delas, o que faz com que elas escorram por um ou ambos os lados do rosto, ao invés de pelo sistema nasolacrimal, como normalmente acontece. A epífora pode ocorrer de modo contínuo ou intermitente.

As causas da epífora são todas aquelas que levam a uma superprodução de lágrimas ou a uma diminuição da drenagem das lágrimas. Isso pode ser devido a uma irritação e/ou inflamação que obstrua o canal lacrimal (canal que comunica a superfície ocular à cavidade nasal), o que pode acontecer como consequência de uma rinite e, em neonatos e lactentes, devido a um processo em que o ducto nasolacrimal não se torne permeável. Os recém-nascidos geralmente têm olhos lacrimejantes que evoluem em algumas semanas para o normal, à medida que os ductos lacrimais se desenvolvem.

Outra causa pode ser uma reconstrução defeituosa do duto nasolacrimal após um traumatismo (fraturas faciais, traumas do nariz ou pálpebra). Muitas vezes, esse trato é obstruído devido a um processo involutivo; no envelhecimento, por exemplo. A produção excessiva de lágrimas ocorre quando os olhos são irritados por alguma causa, irritação essa que pode ocorrer, por exemplo, por fumaça, cebola, conjuntivite alérgica ou infecciosa, lesão ou cisco no olho, triquíase (pestanas crescidas para dentro), entrópio ou ectrópio (pálpebra inferior virada para dentro ou para fora, respectivamente).

Existem ainda muitas outras causas que fazem aumentar a produção de lágrimas. Entre elas estão a infecção e a úlcera da córnea, caroços que podem crescer na borda da pálpebra, problema com glândulas de Meibomian (glândulas nas pálpebras) e uso de certos medicamentos.

Vejamos que caminhos percorrem normalmente as lágrimas. Elas são produzidas pelas glândulas lacrimais, que ficam no ângulo externo superior dos olhos e escoadas para os olhos, para cumprir suas finalidades. Depois de ter realizado sua função, elas precisam ser escoadas para algum local. Normalmente, elas fazem isso pelos canais lacrimais, um pertuito que liga os espaços oculares às fossas nasais. Quando essa via está obstruída, as lágrimas transbordam as pálpebras e rolam pelo rosto. Isso é a epífora.

A epífora pode desenvolver-se em qualquer idade, mas é mais comum nos bebês com menos de 12 meses ou nos idosos com mais de 60 anos. Ela pode afetar um ou ambos os olhos ao mesmo tempo. As lágrimas estagnadas no espaço ocular aumentam o risco de infecções e o olho então produzirá um líquido pegajoso, tornando o problema ainda pior. A infecção também pode levar à inflamação no lado correspondente do nariz.

O diagnóstico de epífora é eminentemente clínico e se baseia na história médica do paciente e na observação das pálpebras. O corante de fluoresceína pode ser usado para detectar o refluxo de lágrimas pressionando o canalículo de escoamento.

Como regra geral, o problema pode ser tratado de forma eficaz. Se a epífora é causada por ectrópio ou entrópio, deve ser feito o reparo cirúrgico da pálpebra. Também é necessário fazer irrigação e lavagem do ducto lacrimal. Em lactentes, quando há defeitos do ducto nasolacrimal, pode ser utilizada uma sonda temporária ou permanente. Há ainda a possibilidade de um procedimento cirúrgico (dacriocistorrinostomia) para ligar o saco lacrimal à mucosa nasal para, assim, restaurar a drenagem lacrimal.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Tomar água em jejum faz bem, mesmo?


Há uma crença popular de que beber alguns copos de água imediatamente após acordar, em jejum, é bom para a saúde. Esse é um hábito popular no Japão, onde acredita-se que esta prática pode tratar várias doenças, como dores de cabeça, dores no corpo, melhoria do sistema cardiovascular, artrite, taquicardias, epilepsia, excesso de gordura, bronquite, asma, tuberculose, meningite, doenças nos rins e urina, vômitos, gastrite, diarreia, diabetes, constipação, todas as doenças oculares, do útero, câncer, distúrbios menstruais, doenças do ouvido, nariz e garganta.

Considedrada assim, com abrangência tão ampla, beber água em jejum parece ser uma panaceia sem sentido. No entanto, a água produz vários benefícios ao organismo:

1.Uma hidratação adequada é importante para o funcionamento correto de todo o organismo, principalmente o cérebro.
2.O consumo adequado de água ajuda a eliminar os resíduos e nutrientes desnecessários, através da urina, e ajuda na dissolução dos nutrientes a serem absorvidos e transportados pelo sangue para as células do corpo.
3.A água ajuda a manter a elasticidade e a tonicidade da pele e também atua como um lubrificante para os músculos e articulações.
4.Mas ingerir água em excesso também pode ser prejudicial! A pessoa urina mais e, ao urinar, também perde sais minerais, cujo equilíbrio é necessário para o bom funcionamento do organismo.
5.Não se deve beber mais de três litros de água por dia, pois isso faz os rins trabalharem mais e sem necessidade.

Apesar de não haver estudos que comprovem a eficácia deste hábito, a Associação Médica do Japão aconselha que a “terapia da água” deva ser feita da seguinte maneira:

•Ao acordar, antes até de escovar os dentes, deve-se beber quatro copos de água.
•Não beber ou comer mais nada nos 45 minutos seguintes. Passado este tempo, a pessoa pode comer e beber normalmente.
•Não comer nem beber nada até duas horas depois do café da manhã.
•Preferivelmente, a água deve estar na temperatura ambiente ou morna e não deve conter flúor ou outros químicos.

A princípio pode ser difícil tomar água pela manhã, mas com o tempo esse hábito ficará mais fácil e mesmo automatizado e o próprio organismo vai começar a solicitar essa ingestão naturalmente. Para que a pessoa se acostume com o consumo de água, ela deve começar com pequenas quantidades. Inicie tomando um copo de água, vá aumentando progressivamente para 2, 3 e 4 copos. Para algumas pessoas, é útil complementar os benefícios da água com um pouco de suco do limão.

Quais "seriam" os benefícios de tomar água em jejum?

1.Beber água em jejum pela manhã ajuda na produção de novas células musculares e sanguíneas e depura o corpo de toxinas indesejadas.
2.Tomar água em jejum auxilia no equilíbrio do sistema linfático do corpo, ou seja, facilita a drenagem da linfa.
3.Beber água em jejum ao acordar limpa o intestino, fazendo com que os nutrientes sejam absorvidos mais facilmente ao longo do dia.
4.A ingestão de água ao acordar contribui para o tratamento de várias doenças, como as relacionadas anteriormente.
5.Beber água em jejum ao acordar acelera o metabolismo em até 25%, aumentando a queima calórica durante todo o dia e provendo uma inibição do apetite, sendo uma boa tática para ajudar a emagrecer.
6.A água é um importante combustível para o cérebro, 75% do qual é feito de água. A hidratação tem grande influência sobre ele.
7.Beber água em jejum evita a constipação, já que a principal causa da constipação é a desidratação.

As bebidas alcoólicas, ao contrário, desidratam muito o corpo e podem anular os benefícios de tomar água.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Alimentação infantil: orientações práticas para o primeiro ano de vida


Como deve ser o aleitamento materno?

O aleitamento materno é ideal para a criança no seu primeiro ano de vida. Ele deve ser exclusivo (sem adição de água ou chás) até os primeiros seis meses de vida. No segundo semestre, o leite materno continua sendo importante, mas devem ser introduzidos progressivamente novos alimentos.

A alimentação ao seio fortalece o vínculo mãe-filho e deve ser estimulada para todos os bebês, sempre levando em consideração a vontade, a disponibilidade e a dedicação maternas.



Quando dar vitaminas e ferro para o meu filho?

Crianças saudáveis precisam de complementos vitamínicos e de ferro profilático a partir de seis meses de idade, quando são introduzidos novos alimentos além do leite materno. Isto evita a anemia ferropriva (por deficiência de ferro) tão comum nesta faixa etária.

Bebês prematuros e recém-nascidos de baixo peso devem iniciar estes complementos vitamínicos a partir do sétimo dia de vida e de ferro em torno de um mês de vida.



Qual o melhor leite para o bebê que não amamenta ao seio?

Nos casos em que amamentar seja impossível, os pediatras devem orientar o desmame dando suporte às mães e ao bebê. Deve-se dar preferência às fórmulas lácteas enriquecidas como Nan 1 e 2, Nestogeno 1 e 2, dentre outros.

O leite de vaca não é o alimento mais adequado para a criança no primeiro ano de vida, pois apresenta baixo teor de ferro e baixa biodisponibilidade, provoca perdas de sangue nas fezes, apresenta alto teor de eletrólitos e de proteínas, podendo sobrecarregar o funcionamento dos rins. Além de ter quantidades inadequadas de algumas vitaminas e de ácido linoleico.



E naqueles casos em que o leite de vaca é usado. O que fazer?

É necessário adicionar 5% de açúcar e 3% de óleo de milho. Após os três meses de vida, pode-se adicionar 3% de farinhas.



Quando iniciar os sucos de frutas?

Sucos de frutas naturais e preparados na hora da administração podem ser introduzidos a partir de dois meses de idade para aqueles bebês que não estão em aleitamento materno exclusivo, ou seja, aqueles que estão recebendo aleitamento artificial.

Deve ser oferecido durante o banho de sol, pela manhã, com pouca ou nenhuma adição de açúcar, cerca de 100 ml no máximo. Eles não substituem uma mamadeira com leite.



E as papas de frutas?

As papas de frutas são introduzidas a partir dos quatro meses nas crianças em aleitamento artificial e a partir dos seis meses naquelas em aleitamento materno exclusivo. Sempre introduzir cada fruta separadamente. Depois elas podem ser misturadas. Pode-se começar com banana amassada, seguida de maçã raspada, pêra, mamão, abacate, etc. e depois ir juntando duas ou mais por vez.

Nas papas de frutas podem ser colocados carboidratos após a introdução das frutas sozinhas.

As papas devem ser oferecidas na colher. Os bebês têm um movimento de projeção da língua, parece que estão cuspindo o alimento, mas isto não significa que eles estejam recusando as frutas oferecidas. Aos poucos este movimento vai sumindo.

Esta fase treina a criança para deglutir alimentos sólidos e semi-sólidos.



Papas salgadas. Como devem ser preparadas?

Esta refeição deve ser consistente e incluir um ou mais dos grupos de alimentos citados abaixo. Eles devem ser introduzidos gradativamente.

Grupos de alimentos ricos em determinados nutrientes:
•Proteínas de origem animal: carne bovina, carne de frango (dar preferência para o frango caipira), fígado ou outras vísceras, peixes.
•Proteínas vegetais: feijão, lentilha, soja, grão de bico, leguminosas em geral.
•Carboidratos: batata, batata baroa, mandioca, abóbora, abobrinha, batata doce, macarrão, arroz, farinha de trigo, polvilho, etc.
•Alimentos ricos em vitaminas e sais minerais: agrião, couve, alface, almeirão, repolho, espinafre, vagem, couve-flor, brócolis, rúcula, salsa, cebola, cebolinha, tomate, etc.

Deve-se dar preferência aos temperos naturais como salsinha, cebolinha, ervas finas, alho e cebola para reduzir a quantidade de sal nos alimentos oferecidos à criança. Pode-se usar o sal, mas sem exageros.



Como é o modo de preparo da sopa salgada?

Levar ao fogo a água com os ingredientes já picados e os temperos. A quantidade de água não deve ser excessiva, apenas o necessário para cozinhar os alimentos sem sobrar muito líquido, assim os nutrientes são preservados.

Quando estiver bem cozida, de consistência mais ou menos espessa, amassar com um garfo, refogar em pequena quantidade de óleo ou azeite e colocar uma pitada de sal.

Os alimentos também podem ser cozidos no vapor para preservar seus nutrientes.



Quando oferecer ovo a uma criança?

A partir dos seis meses, pode-se acrescentar à papa salgada um quarto de gema de ovo cozido, aumentando a quantidade gradativamente até completar uma gema inteira mais ou menos três vezes na semana. Após o primeiro ano de vida, oferecer também a clara de ovo cozida.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Exames preventivos que toda mulher deve fazer


As mulheres a partir dos 40 anos devem fazer um checkup clínico e ginecológico

A maioria das mulheres têm a vantagem de serem acompanhadas desde cedo por um ginecologista, seja para o uso de métodos anticoncepcionais, para acompanhamento pré-natal ou para o tratamento de doenças típicas da mulher.

Numa consulta anual, o clínico deve examinar minuciosamente a paciente, aferir sua pressão arterial e solicitar exames complementares tais como hemograma completo, dosagem dos hormônios da tireoide, exame de urina e de fezes, exames de glicose e colesterol, exame oftalmológico, eletrocardiograma e exame dermatológico.

O ginecologista, por sua vez, deve, após exame clínico completo, pedir uma ultrassonografia pélvica e/ou transvaginal, exame de Papanicolau (coleta de material do colo do útero para ser analisado quanto à presença de vírus, fungos, bactérias e células cancerígenas), colposcopia, solicitada quando há alguma alteração no Papanicolau, e também uma mamografia, que pode ser complementada pela realização de uma ultrassonografia das mamas, em caso de mamas densas.

Além disso, é importante manter em dia a vacinação contra doenças vacináveis, como a vacina contra o HPV e contra as hepatites A e B. Com um bom acompanhamento geral, em muitos casos os fatores de risco para doenças podem ser eliminados ou terem sua influência minimizada.

Segundo a Preventive Services Task Force, dos Estados Unidos, os exames preventivos da mulher devem ser:

A triagem do câncer do colo do útero deve ser feita anualmente, por mulheres a partir de 21 anos ou a partir de um ano após o início da atividade sexual, pelo exame de Papanicolau, a partir de esfregaço do colo do útero, similarmente ao que se faz para testar para a presença do vírus HPV (papiloma vírus humano). Ambos os testes buscam alterações nas células anormais que podem indicar a necessidade de novos testes, como uma biópsia, por exemplo, que estabeleça precocemente um diagnóstico certeiro.

O exame para detecção do câncer colorretal deve ser feito por meio de uma colonoscopia, a partir dos 50 anos. A colonoscopia é a melhor ferramenta que se tem para detectar o câncer de cólon, pólipos pré-cancerosos ou outras lesões. O câncer de cólon é o terceiro câncer mais comum para as mulheres, só ultrapassado pelo câncer de mama e câncer de pulmão. Se a mulher tiver uma história familiar de câncer colorretal, a triagem deve ser feita mais cedo e com menor intervalo de tempo, o que deve ser orientado e acompanhado de preferência por um médico coloproctologista.

A triagem do câncer de mama deve ser feita pela mamografia, uma vez por ano, nas mulheres a partir dos 40 anos. Se a mulher tiver uma história familiar de câncer de mama ou de ovário, o médico pode recomendar mamografias mais precoces e mais frequentes. A mamografia é a ferramenta mais efetiva que se tem para detectar o câncer de mama. O autoexame é uma excelente ferramenta para a detecção precoce do câncer de mama e deve ser feito por todas as mulheres a partir dos 20 anos, 7 dias após o término da menstruação. Ele consiste em apalpar minuciosamente os próprios seios, denunciando novos nódulos ou endurecimentos que apareçam. O autoexame, no entanto, não deve substituir o exame clínico realizado por um profissional de saúde.

A pressão sanguínea deve ser medida e controlada com o manguito comum (“aparelho de pressão”) uma vez por ano, a partir dos 18 anos de idade. Isso é muito importante porque as doenças cardíacas estão cada vez mais presentes na vida das mulheres, e a pressão arterial elevada é um importante fator de risco para elas. Se a pessoa tiver uma pressão arterial elevada, a medição deve ser feita com mais frequência. Devido ao seu vínculo com um risco aumentado de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e declínio cognitivo é muito importante garantir que a pressão arterial esteja bem controlada.

As dosagens do colesterol total e suas frações (o "bom" colesterol e o “mau” colesterol), bem como de triglicerídeos no sangue, devem ser tomadas pelo menos uma vez por ano, em mulheres maiores de 20 anos. O exame do colesterol exige um jejum antes do teste de 8 a 12 horas e o de triglicerídeos de 4 a 6 horas.

Taxas altas desses lipídios aumentam o risco de doenças cardíacas. O colesterol e os triglicerídeos altos estão ligados a doenças cardíacas, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. Três frações do colesterol são muito importantes: HDL (high density lipoprotein), chamado bom colesterol, que aparentemente protege o indivíduo contra o infarto do miocárdio, LDL (low density lipoprotein), dito colesterol ruim, e VLDL (very low density lipoprotein). O colesterol total saudável deve ser inferior a 190 mg/dL; o HDL deve ficar acima de 40 mg/dL; o LDL abaixo de 130 mg/dL e o VLDL deve ficar abaixo de 30mg/dL.

Um teste de glicose no sangue e na urina geralmente faz parte dos exames de rotina e deve ser feito pelo menos uma vez por ano, a partir dos 40 anos, por mulheres que estejam acima do peso ou obesas, para evitar ou controlar o diabetes tipo 2. Ele pode ser feito com mais frequência se os níveis apurados de glicose colocam a mulher na categoria de pré-diabética. O diabetes tipo 2 é um dos importantes fatores de risco para doenças cardíacas, depressão e distúrbios alimentares.

A triagem da osteoporose pode ser feita por um exame anual de densidade óssea, feito a partir da menopausa. As mulheres com história familiar de osteoporose ou história de fraturas anteriores, devem ser recomendadas a fazer isso a cada ano. Se não estiver em risco, pode ser suficiente fazer o exame a cada 2 ou 3 anos. Isso serve para advertir para maiores cuidados quanto à possibilidade de fraturas ósseas. Além disso, o exame pode levantar a possibilidade do uso de medicações que, no mínimo, reduzem a progressão da osteoporose.

A depressão, muito mais frequente nas mulheres do que nos homens (cerca de duas vezes mais), é a principal causa de deficiências e queda de produtividade em todo o mundo. Muitas vezes, as mulheres não a reconhecem ou procuram esconder esse mal. No entanto, o médico deve considerar essa possibilidade, porque há evidências de que ela ocorre quase regularmente. Em muitos casos, os sintomas com aparência de serem sintomas físicos podem se dever à depressão. Se o médico tiver uma conversa franca com a paciente, poderá ajudar a identificar o melhor tratamento e indicar o profissional mais adequado para tratá-la.

Um exame de sangue deve excluir também o vírus da hepatite C. As mulheres usuárias de drogas injetáveis, as sexualmente menos seletivas e as que tenham recebido transfusões de sangue estão em maior risco e precisam ser testadas com mais frequência. Mesmo se a mulher não tiver sintomas, o vírus pode estar desgastando o sistema imunológico e pode levar à cirrose ou ao câncer de fígado.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Nova classificação do diabetes


Uma nova classificação do diabetes pode inaugurar outra era no tratamento da doença, tornando-o mais personalizado e evitando as suas complicações.

Proposta por pesquisadores da Suécia e da Finlândia, a divisão, publicada no periódico The Lancet - Diabetes & Endocrinology, estabelece cinco tipos de diabetes.

Atualmente, a doença tem apenas duas classificações: tipo 1 e tipo 2.

O primeiro é uma doença autoimune provocada por uma falha no organismo - que produz pouca ou nenhuma insulina - e começa a aparecer entre a infância e a adolescência.

Já o segundo, que afeta 90% da população com a doença, tende a surgir por volta dos 40 anos e é causado em decorrência dos maus hábitos como alimentação desregrada e sedentarismo. No entanto, os pesquisadores entendem que dividir em mais tipos pode individualizar o tratamento e identificar os indivíduos mais predispostos a complicações logo no diagnóstico.

Essa nova categorização sugerida pelos pesquisadores do Lund University Diabetes Centre, da Suécia, e do Institute for Molecular Medicine Finland, da Finlândia, foi feita após uma análise de mais de 14,7 mil pacientes. De acordo com os achados, o diabetes poderia ser classificado da seguinte forma:

Grupo 1 - pessoas jovens com a doença autoimune, como no diabetes tipo 1.

Grupo 2 (diabetes com severa deficiência de insulina, ou SIDD, na sigla em inglês)- indivíduos jovens como no tipo 1, sem problemas relacionados ao peso, mas insuficiência de insulina sem origem autoimune.

Grupo 3 (diabetes com severa resistência à insulina, ou SIRD, da sigla em inglês)- pacientes que apresentam maior resistência à insulina e com risco maior de doença renal.

Grupo 4 (diabetes ligeiramente associada à obesidade, ou MOD, na sigla em inglês) - pessoas com leve diabetes associada à obesidade.

Grupo 5 (diabetes de meia idade, MARD, na sigla em inglês) - indivíduos de meia idade que desenvolvem sintomas mais velhos. A doença tende a ser mais amena.


Tanto a SIDD quanto a SIRD são as formas mais graves da doença e que, atualmente, estão escondidas atrás do tipo 2. A SIDD aumenta o risco de retinopatia diabética - doença que afeta os vasos sanguíneos dos olhos, podendo levar a uma perda parcial ou total da visão. A SIRD, por sua vez, amplia os riscos de complicações renais.

Crescendo em ritmo acelerado em todo o mundo, o diabetes não tem cura, apenas controle. Estima-se que no Brasil há 14,3 milhões de diabéticos, conforme levantamento da International Diabetes Federation publicado em 2015.

terça-feira, 6 de março de 2018

Dieta para Síndrome do Intestino Irritável



DIETA FODMAP

O que significa FODMAP?
FODMAP é uma sigla para:
Fermentable
Oligosaccharides
Disaccharides
Monosaccharides
e
Polyols

Mas o que são exatamente?

“Fodmaps” são hidratos de carbono de cadeia curta, que se encontram numa grande variedade de alimentos, tais como;

De Frutose: Um açúcar simples encontrado em muitas frutas, legumes e açúcares adicionados. Em que há um excesso de frutose, como por ex: em pêras, maçãs.
De Lactose: Um carbohidrato encontrado em produtos lácteos, como o leite e iogurte.
De Frutanos: Encontrado em muitos alimentos, incluindo grãos de glúten, como trigo, centeio e cevada, ou ainda na alcachofra, alho e cebola.
De Galactanos: Encontrado em grandes quantidades em leguminosas.
E Polióis: Os álcoois de açúcar como xilitol, sorbitol, maltitol, isomalte e manitol. Eles são também encontrados em algumas frutas e legumes, e muitas vezes usados como adoçantes.
Em muitos casos, todos estes compostos podem ser mal digeridos, permitindo que as bactérias intestinais façam uma fermentação anormal e causem uma série de sintomas – inchaço, dor, flatulência, obstipação/diarreia.

Quais os alimentos que têm FODMAPs?

Mais uma vez, FODMAP é um termo usado para descrever a família de “açúcares mal digeridos” que contribuem para os sintomas do trato gastrointestinal e encontram-se:

Frutose:
Encontrado em frutas como maçãs, peras, manga, melancia, frutas secas e conservas de frutas e no sumo de fruta natural. A frutose está também no mel, agave e xarope de milho.

Frutanos:
Estes são cadeias de moléculas de frutose, é encontrado no alho, cebola, espargos, alcachofra, brócolos, couve de bruxelas, repolho, berinjela, erva-doce e alho-poró. Os frutanos estão também presentes no trigo e de centeio, e são também adicionados aos alimentos processados, como cereais, barras de granola e iogurtes.

Lactose:
Encontrado no leite de vaca, cabra ou ovelha. A lactose é também encontrada no queijo creme, queijo de pasta mole, como ricota e queijo cottage, sobremesas com leite, leite condensado, gelados e iogurte.

Galactanos:
Estes são cadeias de açúcares encontrados em leguminosas (feijão, ervilhas, feijão de soja, grão de bico e lentilhas).

Polióis:
Os álcoois de açúcar incluindo sorbitol, xilitol, manitol e maltitol. Estes são frequentemente encontrados em gomas e doces adoçados artificialmente. Mas também se encontram no abacate, cereja, maçã, pera, ameixas, cogumelos, e isomalte como ingrediente em produtos industrializados.

Em que consiste a dieta FODMAP ?
Deve-se limitar durante 6 a 8 semanas os alimentos que possam ser ricos em Fodmaps. Numa fase posterior, de acordo com as melhorias e os sintomas emergentes, pode-se ir introduzindo alimentos que possam conter mais Fodmaps.

O que se pode então comer?
Tenha em mente que o objetivo não é eliminar completamente todos os alimentos ricos em FODMAPs, porque isso é extremamente difícil.

Simplesmente minimizando-los é considerado suficiente para reduzir os sintomas digestivos.

fodmaps food

Fontes alternativas adequadas de alimentos de baixa FODMAP
Alternativas na frutose e frutanos e / ou galactanos
Frutas: banana, mirtilo, carambola, toranja, uva, melão, kiwi, limão, lima, tangerina, laranja, maracujá, papaia, kiwi, meloa, morango, tangerina.
Sucedâneos do mel: xarope de ácer, xarope de cana de àçucar (xarope de açúcar invertido).
Adoçantes: stevia e melaço.

Nozes e sementes: Amêndoas, castanha de caju, amendoim, nozes de macadâmia, nozes, sementes de gergelim (excepto pistáchio e cajús, que são ricos em FODMAPs).

Alternativas na lactose e oligossacarídeos
Leite: sem lactose, “leite” de arroz, aveia, amêndoa.
Queijo: queijos “duros”, incluindo brie, camembert.
Iogurte: sem lactose
Manteiga

A gordura utilizada durante a fase de eliminação de Fodmaps deve ser, como sempre saudável. Deve dar-se preferência ao azeite e em alternativa utilizar para temperar óleos de linhaça, sésamo, amêndoa ou outros que não sejam de girassol ou milho.

A gordura praticamente não tem Fodmaps e o mesmo se passa com a carne/peixe/ovos. Também com este grupo, as recomendações são as gerais – preferir carnes magras, comer peixe várias vezes por semana e variar com os ovos.

Alternativas nos polióis
vegetais: brotos de bambu, couve chinesa, cenoura, aipo, pimentos, pimentão, chuchu, soma choy (couve chinesa), curgete berinjela, feijão verde, alfafa, alface, cebolinha, pastinaca, abóbora, couve acelga, cebolinha (somente verde), tomate, espinafres, nabos, batata, inhame, batata doce, azeitonas., castanhas, rabanetes.
Cereais: pão de espelta / produtos de cereais sem glúten, milho, aveia, arroz, millet, quinoa, sorgo, tapioca.

A maioria das ervas e especiarias.

Bebidas: água, café , chá.

Quem deve fazer a dieta FODMAP
A dieta FODMAP tem sido amplamente estuda em doentes com problemas gastrointestinais, tais como síndrome do intestino irritável (IBS ou SII).

A síndrome do intestino irritável (SII) é um distúrbio gastrointestinal caracterizado por dor abdominal e alterações do trânsito intestinal, sem que haja qualquer causa orgânica identificável

Condição que é caracterizada por sintomas intestinais, incluindo dor abdominal, gases, ventre inchado e alterações nas evacuações (variando entre diarreia de prisão de ventre).

Os sintomas podem muitas vezes ser debilitantes e levam a uma reduzida qualidade de vida.



Nos países desenvolvidos, estima-se que, aproximadamente, 10 a 20% da população sofra desta doença. As mulheres são duas vezes mais afectadas do que os homens e pode ocorrer antes dos 45 anos.

Objetivo da dieta baixa em FODMAP:
A dieta pobre em FODMAP é uma nova abordagem alimentar que tem por objectivo melhorar os sintomas da SII e melhorar sua qualidade de vida de quem sofre de distúrbios gastrointestinais.

Está sendo utilizada com o intuito de controlar os sintomas associados à SII.

Como já referido deve-se limitar durante 6 a 8 semanas os alimentos que possam ser ricos em Fodmaps, após o desaparecimento dos sintomas, há uma re-introdução sistemática de alimentos.

A dieta com baixo teor de FODMAP deve se tornar mundialmente aceito como a principal estratégia de gestão dos sintomas da SII, bem como de outros distúrbios gastrointestinais.

Ainda se conhece pouco sobre o efeito desta redução de Fodmaps a longo prazo, uma vez que decorrem alterações na flora intestinal que ainda não foram convenientemente estudadas.

Seria minimizar demais pensar que só mudando os hidratos de carbono resolveria o problema, há muitos outros pontos a que deve ter atenção e é para esse fim que existem profissionais de saúde que o podem aconselhar. Cada caso é único!

segunda-feira, 5 de março de 2018

Endometrite


O útero é um órgão constituído por um corpo muscular e um colo e revestido internamente por uma camada mucosa chamada endométrio. A endometrite é uma inflamação aguda ou crônica do endométrio, que é a camada de células mais interna do útero.

A endometrite pode dever-se a causas de diversas naturezas:

1.Infecciosas, como gonorreia, sífilis, clamídia, etc.
2.Mecânicas, como abortos, partos, procedimentos ginecológicos e outros.
3.Tóxicas, como gota, diabetes, obesidade, etc.
4.Circulatórias, como tempo excessivo na posição ereta, esforços físicos e sexuais intensos, práticas contraceptivas inadequadas, doenças circulatórias e respiratórias.
5.Procedimentos médicos que envolvam manipulação do útero, como cesarianas, histeroscopia, colocação de um dispositivo intrauterino (DIU), dilatação e curetagem, etc. também podem provocar endometrite.

A endometrite pode ainda estar associada a infecções de órgãos vizinhos, como trompas de Falópio, ovários e peritônio pélvico. As mulheres que estão em maior risco são as que passaram por um aborto ou parto, por anestesia geral ou que sofrem de anemia.

Os principais sintomas da endometrite aguda são: corrimento vaginal com cheiro fétido, com ou sem sangramento; dor durante a menstruação; hemorragias vaginais anormais; dor nas relações sexuais; distensão abdominal; irritação uterina e febre alta.

A descrição dos sintomas e da sua variação dá uma primeira suspeita. O recolhimento de células uterinas pode detectar a existência de agentes infeciosos. Os exames laboratoriais de sangue, urina e corrimento vaginal, associados com ecografia endovaginal, tomografia computorizada e histeroscopia dão uma ajuda valiosa para consolidar o diagnóstico. Uma biópsia da lesão ajuda a confirmar o diagnóstico.

O tratamento da endometrite deve constar do uso de antibióticos e anti-inflamatórios, que controlam a infecção, a inflamação e a dor. Dependendo de certas características do caso clínico, o médico pode recorrer a uma histerectomia, procedimento que consiste na remoção total ou parcial do útero, para retirar o tecido inflamado.

Uma laparoscopia pode ser feita para resolver o problema criado por eventuais aderências que estejam, por exemplo, obstruindo as trompas de Falópio. Se a infecção for resultado de doença sexualmente transmissível (DST), o parceiro sexual da paciente também deve ser tratado.

Nem todo procedimento ginecológico é asséptico, inclusive o próprio parto vaginal. Por isso, uma das formas de evitar a endometrite é pelo uso profilático de antibióticos.

A endometrite leve pode se recuperar espontaneamente, mas o não tratamento pode levar à infertilidade e/ou a infeções como peritonite pélvica, abscessos pélvicos e/ou uterinos ou outras infecções mais graves. A septicemia e o choque séptico requerem hospitalização, pois representam perigo de vida.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Os perigos da automedicação



O acompanhamento médico é fundamental na hora de usar um medicamento, mesmo este sendo vendido sem obrigatoriedade de uma prescrição médica.

O médico é a única pessoa com as condições adequadas para avaliar as necessidades de um paciente, seu histórico de saúde, possíveis interações medicamentosas e possibilidades de alergias, prescrevendo de forma adequada um tratamento.

Todos devem estar atentos aos perigos do uso indiscriminado de medicamentos:

• A automedicação pode levar a erros de diagnósticos, à escolha de uma terapia inadequada e pode retardar o reconhecimento de uma doença, com a possibilidade de agravá-la.
•Os medicamentos que já foram anteriormente prescritos podem não ser mais efetivos para uma reincidência da doença. A não ser que o médico já tenha orientado desta forma.
•Sintomas iguais podem ter causas diferentes. Os sintomas são apenas um dos indicativos de problemas de saúde. Antes da prescrição, a consulta médica, o exame clínico e a realização de exames complementares são fundamentais.
•Interações medicamentosas podem ter consequências graves para a saúde. O médico tem competência para avaliar que tipos de medicamentos podem ser tomados em conjunto.
•Os médicos devem ser cautelosos ao fazer suas prescrições, usando letras legíveis ou prescrições impressas, além de orientar sobre o uso correto e os cuidados quanto à substituição dos medicamentos prescritos.
•Com o fracionamento das doses de medicamentos o Ministério da Saúde está ajudando a evitar a automedicação e os riscos de intoxicação, pois desta maneira o paciente leva para casa apenas a quantidade necessária para seu tratamento.
•Cada um deve fazer a sua parte para evitar as complicações do uso indiscriminado de medicamentos. Evite o uso abusivo de qualquer medicação.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Por que as pessoas são mais ansiosas hoje em dia do que antigamente?


A ansiedade é um sentimento peculiar, impossível de definir, mas que todo mundo sabe o que é porque já o experimentou em mais de uma ocasião. Os estados de ansiedade se fazem acompanhar de várias manifestações físicas que podem ser consideradas como estados de “alerta” ou de "alta excitação".

Como tal, são de ocorrência normal, quando experimentados ante estímulos qualitativamente adequados e quantitativamente proporcionais a eles.

Esse sentimento surge ante qualquer ameaça ou situação estressante e na maioria das vezes preparam a pessoa para a luta ou fuga. Os estados anormais de ansiedade podem surgir na ausência de motivos aparentes (constitucionais?) ou quantitativamente desproporcionais a eles e normalmente mais intensos que o “normal”.

A psicofisiologia da ansiedade é o estudo de medidas das reações fisiológicas no ser humano que acompanham o sentimento de ansiedade. As medidas utilizadas incluem, entre outras, frequência cardíaca, pressão sanguínea, sudação palmar, salivação, tamanho da pupila, eletromiograma, frequência e profundidade respiratórias e eletroencefalograma.

Tais medidas são úteis para monitorar as mudanças tanto durante a indução quanto durante o alívio da ansiedade. Finalmente, a psicofisiologia fornece algumas ideias sobre a natureza complexa da ansiedade e sua relação com os mecanismos cerebrais.

As pessoas de hoje vivem num mundo de maiores e mais constantes ameaças, implícitas ou explícitas, atuais ou potenciais. Vivem constantemente ameaçadas pela degradação (e destruição) do planeta, pelas guerras, pelas doenças, pela violência, pelos acidentes, pelas crises econômicas, pelas manipulações inconvenientes da sua imagem, etc. Dessa forma, têm de estar sempre em estado de “alerta”, preparadas para lutar ou fugir.

Por outro lado, o mundo de hoje muda muito rapidamente e exige adaptações mais frequentes e rápidas, fazendo as pessoas terem de enfrentar e se adaptar a contínuas transformações. As pessoas de hoje estão sempre apressadas e passam superficialmente por coisas e situações sem poder desfrutá-las calmamente. Se um conselho pudesse ser dado a elas, numa palavra, seria: desacelerem.

É de se imaginar que os correlatos físicos da ansiedade comprometem o desempenho de várias funções e órgãos corporais. Se tais desempenhos comprometidos perdurarem por muito tempo podem, além dos problemas psicológicos decorrentes, dar margem às chamadas enfermidades psicossomáticas, doenças que afetam a saúde física a partir do psíquico, algumas das quais são gastrite, úlceras, colites, taquicardia, hipertensão, cefaleia e alergias.

Embora a ansiedade não seja a causa dessas enfermidades, ela certamente contribui muito no desencadeamento e manutenção delas. Uma coisa é sentir uma ansiedade intensa por umas poucas horas; uma outra coisa, mais deletéria, é experimentar uma ansiedade, ainda que moderada, por anos a fio.

Além de doenças físicas, a ansiedade está associada a quadros psiquiátricos, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), o transtorno do pânico, as fobias, o estresse pós-traumático e vários outros. Ela prejudica muito também os desempenhos laborativos, de estudo e social da pessoa, rebaixando muito a produtividade de que ela é capaz.

Atualmente existem medicamentos que aliviam a ansiedade, mas não a curam. É possível controlá-la. Os ansiolíticos estão entre os medicamentos mais prescritos em todo o mundo, com essa finalidade. Outra forma imprescindível de buscar controle sobre a ansiedade é a psicoterapia. Além desses tratamentos convencionais, pequenas tarefas diárias podem ajudar a conviver de uma forma mais fácil com a ansiedade:

1.Pesquisar e aprender o máximo que puder sobre a ansiedade.
2.Seguir sempre os cuidados e orientações do seu psicólogo e/ou psiquiatra.
3.Tomar a medicação necessária regularmente.
4.Tentar descobrir o que desencadeia sua ansiedade para evitar este “gatilho”.
5.Procurar vencer a tendência a se isolar.
6.Estar com amigos, familiares e companheiros de quem goste.
7.Gerenciar o tempo de modo a estar a maior parte dele ocupado com coisas agradáveis.
8.Sair da rotina, fazendo algo diferente do habitual, sempre que puder.
9.Evitar o álcool, o cigarro e outras drogas.
10.Reduzir o consumo de cafeína.
11.Dormir o suficiente, tentando manter uma rotina de sono que ajude a melhorar a qualidade do tempo de dormir.
12.Manter uma alimentação saudável.
13.Praticar atividades físicas, principalmente aeróbicas, regularmente.
14.Dedicar-se a um hobby ou a alguma atividade prazerosa.
15.Fazer serviços comunitários e voluntários.