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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Ultrassonografia fetal


Em medicina, o ultrassom, também chamado de ultrassonografia ou ecografia, é um exame que usa ondas de som de alta frequência, superior àquela que nós somos capazes de ouvir, para criar uma imagem da região interior do corpo para onde elas sejam dirigidas. Uma fonte especializada emite ondas sonoras cujos ecos são captados por um receptor apropriado. Como esses ecos são diferenciados segundo a densidade do tecido que encontram no seu trajeto, eles podem formar imagens dos órgãos internos. O exame é simples e indolor e pode ser feito em ambulatório ou no próprio consultório. O médico aplica um gel sobre a pele, na região a ser examinada e depois apenas desliza um aparelhinho emissor das ondas sonoras sobre o gel e estuda num monitor as imagens produzidas.

Nas grávidas, quando dirigido para o útero, o ultrassom produz imagens muito nítidas do bebê, da placenta, do próprio útero e de outros órgãos. O computador traduz os ecos que são recebidos de volta em imagens de vídeo, que revelam então o formato do bebê, sua posição e seus movimentos. Assim, o médico pode ter acesso a informações sobre o progresso da gravidez e sobre a saúde e conformação do bebê, inclusive seu sexo. Vários estudos demonstram que a ultrassonografia não é prejudicial para o bebê e não envolve radiação, como é o caso dos raios X. Contudo, não se deve exagerar nesse tipo de exame, já que ultrassons são uma forma de energia e pode ser que afetem o bebê, mesmo que ainda não se saiba como. O cuidado deve ser maior principalmente no primeiro trimestre, quando o bebê é mais vulnerável à influência de fatores externos.

É razoável fazer-se pelo menos três ultrassonografias durante a gravidez. A primeira por volta da 13ª semana, outra por volta da 20ª semana e uma terceira entre a 34ª e 37ª semanas de gestação. Porém não há regra sobre o número total de ultrassons e numa gravidez complicada esse número pode ser bem maior. Cada uma dessas ultrassonografias visa avaliar um aspecto particular da gestação, mas se houver suspeita de anormalidades, elas podem visar objetivos particulares. Assim, se houver suspeita de gestação ectópica, por exemplo, o exame pode ser feito bem no comecinho da gravidez, para comprovar ou descartar essa possibilidade.

Geralmente, o ultrassom do primeiro trimestre de gravidez visa principalmente descartar um aborto espontâneo ou uma gravidez ectópica, determinar a idade gestacional correta e verificar se há um só ou mais bebês. Nesse primeiro ultrassom já é possível ver os batimentos cardíacos do bebê e isso fornece 97% de probabilidade de que a gravidez será normal.

No segundo trimestre já é possível estudar os aspectos morfológicos do bebê, inclusive seu sexo. Nessa ultrassonografia, mais detalhada, o médico vai verificar o coração, a formação do cérebro, os órgãos digestivos e outros sistemas e avaliar se o crescimento do bebê está dentro da média esperada.

Na ultrassonografia do terceiro trimestre, o médico avalia se o crescimento do bebê foi normal e determina a posição do bebê e da placenta. Se o ultrassom acusar eventuais problemas, alguns deles podem ser tratados ainda no útero, como problemas cardíacos ou urinários por exemplo. Saber com antecedência de eventuais problemas, ajuda os médicos a terem tudo organizado para dar o melhor atendimento ao bebê logo depois que ele nascer. Uma ultrassonografia 3D e 4D (3 ou 4 dimensões), por volta da 32ª semana de gestação, permite aos pais conhecerem mais detalhes do rostinho do bebê.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Clamídia: sabe o que é?



Clamídia é a doença sexualmente transmissível (DST) de maior prevalência no mundo. Ela é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar homens e mulheres e ser transmitida da mãe para o feto na passagem pelo canal do parto.

A infecção atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas pode acometer a região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares.

A clamídia é uma das causas da infertilidade masculina e feminina.


Nos homens, a bactéria pode causar inflamações nos epidídimos (epididimite) e nos testículos (orquite), capazes de promover obstruções que impedem a passagem dos espermatozoides. Nas mulheres, o risco é a bactéria atravessar o colo uterino, atingir as tubas uterinas provocar a doença inflamatória pélvica (DIP).

Esse processo infeccioso pode ser responsável pela obstrução das tubas e impedir o encontro do óvulo com o espermatozoide, ou então dar origem à gravidez tubária (ectópica), se o ovo fecundado não conseguir alcançar o útero.

Mulher infectada pela Chlamyda trachomatis durante a gestação está mais sujeita a partos prematuros e a abortos. Nos casos de transmissão vertical na hora do parto, o recém-nascido corre o risco de desenvolver um tipo de conjuntivite (oftalmia neonatal) e pneumonia.

O período de incubação é de aproximadamente 15 dias, fase em que é possível o contágio.

A infecção pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, são parecidos nos dois sexos: dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções, presença de secreção fluida. As mulheres podem apresentar, ainda, perda de sangue nos intervalos do período menstrual e dor no baixo ventre.


Os sinais e sintomas da clamídia podem ser isolados e pouco aparentes o que dificulta o diagnóstico precoce. Em geral, as pessoas procuram o médico, quando surgem as complicações. O exame de urina, da secreção uretral e do material obtido por esfregaço na uretra (nas mulheres, também o material colhido no colo do útero) e o exame para detectar os anticorpos anticlamídia (IgM) são de extrema importância.



Não existe vacina contra a clamídia. A única forma de prevenir a transmissão da bactéria é o sexo seguro com o uso de preservativos.

Uma vez instalada a infecção, o tratamento consiste no uso antibióticos específicos (azitromicina, doxiciclina, eritromicina, minociclina, por exemplo) e deve incluir o/a parceiro/a para evitar a reinfecção. É recomendável suspender as relações sexuais nesse período.

Recomendações

* Pratique sexo seguro;

* Procure o médico, assim que manifestar algum sintoma que possa sugerir uma doença sexualmente transmissível. Clamídia e gonorreia são infecções que, com frequência, estão associadas;

* Evite o contato sexual com múltiplos parceiros;

* Siga criteriosamente a orientação do médico sobre a duração do tratamento e as doses dos medicamentos

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Língua presa


A língua presa, também chamada de anquiloglossia ou anciloglossia, é uma situação que acontece quando o frênulo, pequena membrana que prende a língua ao assoalho da boca, conhecida popularmente como “freio da língua”, é menor do que o normal, prendendo a língua ao assoalho da boca e impedindo que ela se movimente livremente.

O problema é congênito, mas não se conhece as razões porque alguns bebês nascem com esse problema. Ele tanto ocorre em linhagens familiares, como em bebês sem histórico de língua presa na família.

O problema atinge mais os bebês do sexo masculino que do sexo feminino. Quando o “freio” chega até muito próximo à ponta da língua, esta pode parecer bifurcada ou apresentar-se em forma de coração. No entanto, se estiver ligado à parte de trás da língua, pode deixá-la com uma aparência normal.

Cerca de 10% dos bebês nascem com algum grau de língua presa, mas somente uma metade dessas crianças apresenta comprometimento significativo da fala. Grande parte dos bebês que nascem com a língua presa não apresenta outros sinais ou sintomas, mas em alguns casos raros pode haver também outras alterações na face ou na boca, como uma fenda palatina, por exemplo.

Algumas crianças com língua presa podem apresentar problemas para sugar o leite materno, espaçamento incomum entre os dentes inferiores da frente, problemas na fala e problemas pessoais ou sociais relacionados, como o “bullying”. A língua presa gera dificuldades na pronúncia de algumas palavras, geralmente as que levam as letras "R" e "L".

Com o bebê, pode acontecer dele não conseguir abocanhar o seio materno, mordendo-o, causando dor à mãe além de não conseguir alimentar-se adequadamente. Assim, o processo de amamentação torna-se incômodo para ambos os participantes e, como consequência, leva a um déficit no desenvolvimento do bebê.

O problema da língua presa pode ser diagnosticado por meio de um exame físico. Em bebês e em crianças maiores ele pode ser constatado pela simples observação de sua aparência e pela inabilidade de movimentação adequada da língua. Um freio curto “amarra” a ponta da língua ao assoalho da boca, motivando dificuldades ou impossibilitando a colocação da língua para fora da boca, depois dos dentes da frente, ou levantá-la até os dentes superiores ou até o “céu da boca”.

Se, apesar do problema, o bebê está se alimentando bem, é possível esperar para ver se há reversão com o passar do tempo. Mas se o bebê tem dificuldade para sugar, pode ser feita uma incisão no freio da língua (frenotomia). Muitas vezes, é possível tratar a língua presa unicamente através da execução de exercícios fonoaudiólogos. Quando é necessária uma intervenção cirúrgica, trata-se de um procedimento muito simples, feito em consultório, com anestesia local e que deve ser seguido de um trabalho com o fonoaudiólogo. Muitas vezes, nem mesmo são necessários pontos.

A língua presa pode afetar a forma como o bebê come, fala e engole e pode levar a problemas de amamentação, dificuldades de fala, de higiene bucal e de realizar outras atividades orais.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Hipnose


A hipnose é um estado de consciência que envolve atenção concentrada e consciência periférica reduzida, caracterizando uma maior capacidade de atendimento às sugestões. Ela consiste na aplicação por parte de uma pessoa (o hipnotizador) a uma outra pessoa (o hipnotizado ou paciente).

A hipnose só é possível se houver aquiescência e completa entrega daquele que deseja ser hipnotizado: ninguém pode ser hipnotizado contra sua vontade e mesmo as pessoas que desejam sê-lo, mas são incapazes de seguir todos os passos necessários, não são susceptíveis a serem hipnotizadas.

O estado mental que caracteriza a hipnose precisa ser induzido, o qual deve ser produzido por uma série de instruções preliminares, técnicas especiais e sugestões. Em certos limites, a pessoa hipnotizada sente, percebe, pensa e age seguindo as sugestões que o hipnotizador lhe transmite.

O termo "hipnose" procede do grego e do latim (grego: hipnos = sono + latim: osis = ação ou processo) e deve o seu nome ao médico e pesquisador britânico James Braid (1795-1860), que o introduziu. No entanto, a pessoa originalmente associada ao uso do transe hipnótico para fins terapêuticos foi o médico austríaco Franz Mesmer (1734-1815), embora ele atribuísse isso a um “magnetismo” pessoal.

Foi Braid que reconheceu que a hipnose depende fundamentalmente de um processo de sugestão. Depois dele, Jean Marie Charcot (1825-1893), um neurologista francês, começou a usar a hipnose como forma de tratamento para uma desordem então popular entre as mulheres, conhecida como histeria. Freud, a partir dessa técnica, finalmente descobriu que ele poderia alcançar a mente inconsciente de suas pacientes através de uma associação livre de pensamentos, criando assim a psicanálise.

Na maioria dos indivíduos (mas não em todos!), é possível induzir a hipnose por diversos métodos e técnicas especiais. Quando um hipnotizador induz um transe hipnótico, estabelece um canal de comunicação muito estreito e exclusivo com o hipnotizado, com exclusão de tudo o mais. O elemento essencial da hipnose é, pois, a sugestão feita durante um estado de estreitamento do foco da atenção, com exclusão das percepções periféricas.

Isso é semelhante ao que se passa com muitas pessoas “hipnotizadas” (absorvidas) por um filme, por exemplo, que faz com que elas esqueçam todo o resto, exceto o que elas veem na tela. A própria denominação de “transe”, que se aplica ao estado hipnótico, faz lembrar os transes induzidos por drogas ou por práticas religiosas, que também geram estados mentais assemelhados. O hipnotizador usa técnicas especializadas, tornando muito mais fácil para ele substituir os pensamentos da pessoa hipnotizada pelos seus próprios, mediante sugestão.

Um elemento seguinte da hipnose é o relaxamento. Uma vez que a focalização da atenção é garantida, o hipnotizador tentará levar a pessoa a um estado de relaxamento total. Com os olhos fechados, a pessoa é convidada a se relaxar da cabeça aos pés, deixando seus músculos inteiramente flácidos. Logo em seguida, sugerirá que a pessoa está descendo algum lugar (um lance de escadas, uma escada rolante, um elevador, etc.) e vai contando regressivamente (geralmente de dez até zero) e à medida que a pessoa for chegando ao fundo estará “dormindo” progressivamente, até estar profundamente “adormecida”. Nesse estado, a pessoa é mais suceptível a sugestões.

Para muitas pessoas, isso se passa exatamente assim. Outras, no entanto, que tenham dificuldades para relaxar, não são tão facilmente hipnotizáveis ou não o são de todo modo. Quando a sessão terminar, o hipnotizador deverá levar a pessoa de volta, na ordem inversa do processo, até que ela esteja de novo no gozo de seu estado mental normal. Na maioria dos casos, a pessoa será incapaz de lembrar mais tarde o que fez, falou ou sentiu enquanto hipnotizada, mas esse estado de não lembrança nem sempre é completo.

Algumas vezes, usou-se hipnose apenas com propósitos de exibição, conhecida como "hipnose de palco". Esse uso hoje está proibido no Brasil, porque embora não seja possível o seu uso com propósitos antiéticos (a pessoa “acordaria”), a hipnose pode colocar a pessoa em situações constrangedoras ou vexatórias, com as quais ela normalmente não concordaria.

Quando a hipnose é utilizada por psicólogos ou médicos para fins terapêuticos, fala-se apropriadamente em hipnose terapêutica ou hipnoterapia. Com efeito, é possível tratar alguns problemas de comportamento, como o tabagismo, disfunções alimentares, insônia e medos superficiais, entre tantos outros problemas, com o uso adequado e competente da hipnoterapia. Esse tratamento funciona melhor com as pessoas altamente sugestionáveis. Contudo, a maioria dos psiquiatras ainda acredita que o tratamento das doenças psiquiátricas fundamentais têm melhor chance de sucesso com o paciente em estado normal de consciência.

Alguns odontólogos também usam a hipnose para diminuir o medo que alguns pacientes sentem em relação a certos procedimentos odontológicos e, consequentemente, à dor que possam experimentar.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Controle da glicemia


Pessoas com diabetes mellitus devem monitorizar os seus níveis de glicose (açúcar) no sangue.

O uso de insulina e de algumas medicações podem modificar o comportamento da glicose no sangue, mas pouco ainda se sabe sobre os outros fatores que alteram a glicemia.

A American Diabetes Association relatou alguns fatores que podem afetar o comportamento da glicemia de pacientes diabéticos. São eles:

•As comidas ingeridas pelos diabéticos.
•O quanto as pessoas se exercitam ou não se exercitam.
•Em qual local do corpo a insulina é injetada.
•O momento do dia em que a insulina é injetada.
•Estar doente ou não.
•Estar vivendo sob estresse.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Dados atualizados sobre a febre amarela no Brasil


O Brasil registrou 213 casos de febre amarela, sendo que 81 vieram a óbito, no período de 1º julho de 2017 a 30 de janeiro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 468 casos e 147 óbitos

O Ministério da Saúde atualizou nesta terça-feira (30) as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação da febre amarela no país. No período de monitoramento (de 1º de julho/2017 a 30 de janeiro de 2018), foram confirmados 213 casos de febre amarela no país, sendo que 81 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 1.080 casos suspeitos, sendo que 432 foram descartados e 435 permanecem em investigação, neste período.

No ano passado, de julho de 2016 até 30 janeiro de 2017, eram 468 casos confirmados e 147 óbitos confirmados. Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano.

CAMPANHA - A campanha de fracionamento da vacina contra a febre amarela começou na última quinta-feira (25) nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A antecipação foi adotada porque o Ministério da Saúde já repassou, a ambos os estados, os insumos que serão utilizados nas campanhas. A campanha de vacinação no estado da Bahia começa no dia 19 de fevereiro.

Para auxiliar os estados e municípios na realização da campanha, o Ministério da Saúde vai encaminhar aos estados R$ 54 milhões. Desse total, já foram repassados R$ 15,8 milhões para São Paulo; R$ 30 milhões para Rio de Janeiro, e está em trâmite a portaria que autorizará o repasse no valor de R$ 8,2 milhões para a Bahia.

A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional. A dose fracionada tem apresentado a mesma proteção que a dose padrão. Estudos em andamento já demonstraram proteção por pelo menos oito anos e novas pesquisas continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período.

O Ministério da Saúde, no ano de 2017 até o momento, encaminhou, as Unidades Federadas, o quantitativo de aproximadamente 58,9 milhões de doses da vacina. Para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia foram enviados cerca de 49,8 milhões de doses, com objetivo de intensificar as estratégias de vacinação, sendo 19,7 milhões (SP), 10,7 milhões (MG), 12 milhões (RJ), 3,7 milhões (ES) e 3,7 milhões (BA).

É importante informar que a febre amarela é transmitida por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942, e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Criança com baixo peso ao nascer


O peso considerado normal para um bebê ao nascer varia entre 2.500 a 4.200 gramas. Um bebê é dito ter baixo peso ao nascer quando pesa menos do que estes valores de referência ao nascimento, independentemente da idade gestacional, seja ele prematuro ou não. O peso ao nascer é considerado muito baixo se for inferior a 1500 gramas e extremamente baixo se inferior a 1000 gramas. Quanto menor o baixo peso ao nascer, maiores são as complicações a que o bebê está sujeito e menores as possibilidades de sobrevivência.

Nem sempre as causas de baixo peso ao nascer ficam esclarecidas, mas entre elas frequentemente estão o tabagismo materno, o uso de bebidas alcoólicas pela gestante, o uso de drogas, a desnutrição materna, infecções, pré-eclâmpsia e insuficiência placentária.

Entre os fatores de risco contam-se o baixo peso da mulher antes de engravidar (menos de 50 quilos), pouca idade materna (menor de 15 anos), trombofilia, anemia profunda, hipóxia materna, descolamento da placenta, nascimentos múltiplos, deformidades uterinas e cuidados pré-natais insuficientes. No entanto, a causa maior de baixo peso do bebê é nascer antes de 37 semanas de gestação (parto prematuro).

Ser pequeno para a idade gestacional pode ser algo constitucional, sem causa patológica subjacente, ou pode ser secundário à restrição do crescimento intrauterino, o que, por sua vez, pode ser secundário a muitos fatores possíveis. Bebês com anomalias congênitas ou anormalidades cromossômicas frequentemente nascem com baixo peso. Os problemas com a placenta podem impedir que ela forneça o oxigênio e os nutrientes adequados ao feto.

São situações diferentes se os bebês têm pouco peso por nascer prematuramente ou se são pequenos, mas nascem entre 37 semanas e 42 semanas (gestação completa).

Algumas características clínicas do bebê que tem baixo peso ao nascer:

Os bebês que nascem com baixo peso também têm uma taxa de mortalidade fetal aumentada. O baixo peso ao nascer constitui de 60 a 80% da taxa de mortalidade infantil nos países em desenvolvimento. Segundo um estudo da University of Oregon, os casos de volume cerebral reduzido em crianças também está vinculado ao baixo peso ao nascer.

Por outro lado, embora os bebês com baixo peso ao nascer pareçam muito menores do que aqueles que nascem com peso normal, a cabeça de um bebê nascido com baixo peso pode parecer maior do que o resto do corpo. Essa desproporção desaparece com o crescimento da criança, porque as dimensões corporais aumentam num ritmo maior que as dimensões cefálicas. Ele geralmente parece magro e com pouca gordura corporal.

Quase todos os bebês com baixo peso ao nascer precisarão de cuidados especializados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal até ganharem peso e por isso terão de ficar na maternidade por um tempo maior que a parturiente.

Durante a gravidez, o peso do bebê ao nascer pode ser estimado de diferentes maneiras. A medida em centímetros do fundo do útero da mãe até a extremidade superior do seu osso púbico, tomada após a 20ª semana de gestação, geralmente corresponde ao número de semanas de gravidez. Se a medição for menor que o número de semanas, o bebê pode ser de menor tamanho e peso do que o esperado.

A ultrassonografia é um método mais preciso para estimar o tamanho fetal. Medições podem ser tomadas da cabeça, abdômen e fêmur do feto e comparadas com uma tabela de crescimento para estimar o peso fetal. Ao nascer, os bebês são pesados e o peso é comparado com a idade gestacional do bebê.

Um bebê com baixo peso ao nascer está em maior risco de complicações que um bebê de peso normal. As dimensões corporais reduzidas e muitas vezes de um bebê ainda imaturo pode fazer com que ele tenha dificuldades para se alimentar, ganhar peso e combater infecções. A pouca gordura corporal faz com que os bebês com baixo peso ao nascer tenham dificuldades de se aquecerem.

Como muitos deles também são prematuros, pode ser difícil separar os problemas devido à prematuridade dos problemas advindos de ter baixo peso. Quanto menor o peso ao nascer, maiores os riscos de complicações, tais como: baixos níveis de oxigênio ao nascer, incapacidade de manter a temperatura corporal, dificuldade de se alimentar e ganhar peso, infecções, síndrome do desconforto respiratório (uma doença respiratória da prematuridade causada por pulmões imaturos), problemas neurológicos, gastrointestinais e a temida síndrome da morte súbita do lactente.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Parar de fumar


Um fato engraçado talvez dê uma boa ideia sobre a dificuldade que é parar de fumar. Um amigo disse para o outro: "Parar de fumar é muito fácil. Eu já consegui parar 19 vezes..." Realmente, muitas pessoas que de uma forma bem intencionada tentam abandonar o vício, voltam a ele. Parar definitivamente de fumar não é coisa fácil. Embora seja impossível quantificar com exatidão as recaídas, estima-se que apenas ¼ dos pacientes que se submeteram a tratamento anti-tabagístico continuam sem fumar ao cabo de um ano.

A nicotina é uma substância que cria uma dependência semelhante ao das drogas entorpecentes. Mais sério ainda é o fato de que fumar pode não gerar qualquer reação desagradável ou malefício orgânico imediato, embora mais tarde possa motivar complicações graves e até mortais. Os primeiros cigarros podem ocasionar uma leve tontura ou um ligeiro enjoo, que cedem rapidamente com a continuidade deles e o fumante pode seguir por longo tempo sem sintomas aparentes. Mas, se fizer uma análise de sangue, avaliações respiratórias, provas de esforço e exame do estado das artérias, entre outras, o fumante constatará alterações em todas elas.

O uso continuado do cigarro por um longo período de tempo pode levar a graves enfermidades pulmonares, a infarto do miocárdio, a acidente vascular cerebral e ao câncer, entre outras enfermidades.

A dependência do cigarro e a possibilidade de vencê-la tem graus diferentes de gravidade e depende também de estilos pessoais. Assim, um fumante, ao tentar acender seu cigarro, constatou que seu isqueiro não acendia e, irritado, atirou fora a peça e o restante do maço de cigarros e nunca mais voltou a fumar. Ao contrário, um segundo, já de pijamas e deitado, numa noite fria de inverno, tem de levantar, trocar de roupa, retirar o carro da garagem e dirigir até um bar para comprar o cigarro que acabara. Um terceiro deixou definitivamente de fumar ante uma dor no peito que julgou ser sinal de uma angina pectoris, enquanto outro, embora tenha interrompido os cigarros, para efeito público, após um infarte do miocárdio, continuou fumando às escondidas. É difícil julgar, em cada caso, o grau de dependência à nicotina, mas alguns dados são indicadores da grande intensidade dela: fumar ao acordar, antes do café da manhã; fumar um grande número de cigarros por dia; fumar mesmo estando doente, de cama.

Quem fuma é dependente da nicotina e a interrupção dela gera sintomas de abstinência, como irritação, mudança de humor, insônia, falta de concentração, etc. Esses sintomas podem ser minimizados por certas técnicas de interrupção e por certas medicações, mas sempre restará uma dose transitória deles, a qual deverá ser tolerada pelo abstinente.

O cigarro pode causar ou agravar vários males orgânicos, como:

•Enfisema e outras doenças pulmonares.
•Tromboembolismo arterial.
•Infarto do miocárdio.
•Acidente vascular cerebral.
•Maior tendência ao câncer.
•Impotência sexual.
•Em mulheres, fumar prejudica a gravidez.

E isso para não falar dos prejuízos sociais de fumar:

•Danos causados à limpeza pública ou doméstica pelas cinzas e tocos de cigarro.
•Incêndios em habitações e em vias públicas, causados pelos cigarros.
•Poluição que o cigarro acarreta.
•Mau hálito.
•Gastos que acarretam para si e para os poderes públicos.
•Exemplo transmitido aos filhos e netos.
•Prejuízo causado às demais pessoas pelos “fumantes passivos” à sua volta, etc.

Quais são os benefícios de parar de fumar?

•Sua pressão sanguínea e pulsação voltam rapidamente ao normal.
•Em curto espaço de tempo, desaparecem o frio de suas mãos e pés.
•Depois de algumas poucas horas a nicotina desaparece do seu sangue.
•Depois de algumas horas o oxigênio no sangue se normaliza.
•Depois de dois dias seu olfato melhora.
•Depois de algumas semanas sua respiração e sua circulação melhoram.
•A tosse e a expectoração diminuem.
•Fica mais fácil caminhar por longos percursos.
•Depois de 5 a 10 anos o risco do infarto torna-se igual ao dos não fumantes.

Muitos fumantes (a maioria, certamente) preferem não procurar programas profissionais antitabagismo e tentam parar de fumar sozinhos. De qualquer forma, seguir algumas regras é importante.

•Você deve decidir se deseja parar abruptamente ou progressivamente e fazer um planejamento para alcançar a sua meta.
•Determinar uma data para parar definitivamente.
•Nunca dê a primeira tragada. Ela inevitavelmente leva a outras.
•Não guarde maços com restos de cigarros, isqueiros ou cinzeiros.
•Mantenha suas mãos sempre ocupadas.
•Visite o dentista para retirar dos dentes todos os resíduos de cigarros.

O que eu faço quando tiver vontade de fumar?

•Procure ler coisas leves, fazer quebra-cabeça, etc.
•Faça exercícios de respiração profunda.
•Beba um copo de água.
•Coma algum alimento saudável.
•Escove os dentes.
•Masque um chiclete.
•Mude de ambiente.
•Saia para caminhar.
•Tome um banho.
•Faça exercícios físicos.

Não se preocupe com a ideia de que parar de fumar engorda. Isso de fato acontece com algumas pessoas, mas não com todas. O fato de engordar pode ser controlado por meio de dietas e exercícios, além de que, embora o ganho de peso seja danoso à saúde, o cigarro o é no mesmo nível ou ainda mais.

Pode-se tratar o tabagismo com métodos diretos e indiretos.

•Métodos diretos são os que visam pessoalmente o fumante. Envolvem a utilização de aconselhamento, técnicas pessoais, medicamentos e psicoterapia.
•Métodos indiretos são as leis e as campanhas educacionais e de saúde pública antifumo e a aplicação de altos impostos sobre o cigarro.

Os tratamentos clínicos geralmente são necessários para fumantes com alto grau de dependência, os quais, em geral, estão sob risco maior de doenças relacionadas ao tabaco.

Hoje em dia existem medicações de eficácia para quem deseja parar de fumar. Esses medicamentos são divididos em duas categorias: medicamentos nicotínicos, também chamados de Terapia de Reposição de Nicotina, e medicamentos não-nicotínicos. Os primeiros se apresentam principalmente sob a forma de adesivos. Os medicamentos não-nicotínicos são antidepressivos. Um deles, a bupropiona, é o medicamento de eleição desse grupo, por ser um medicamento que em geral não apresenta efeitos colaterais importantes.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Para saber o sexo do bebê...


O exame de sexagem fetal permite descobrir o sexo do bebê já a partir da 8ª semana de gravidez com quase 100% de certeza e não ter de esperar até mais ou menos a 17ª semana de gestação para a realização de uma ultrassonografia capaz (ou não) de revelar o sexo do bebê. O exame pode ser feito mesmo antes da 8ª semana, mas os resultados não terão o mesmo grau de certeza.

Logo que constatada a gravidez, os pais se mostram muito curiosos e ansiosos quanto ao sexo do bebê, e não é só curiosidade e ansiedade. Desde o início da gravidez existem motivos práticos para desejar saber o sexo do bebê. A preparação do enxoval, a montagem do quartinho, a escolha de um nome, etc. dependem, em certa medida pelo menos, do sexo da criança.

Alguns pais ou mães manifestam desde logo suas preferências quanto ao sexo do bebê, outros ficam no famoso “tanto faz”. Mas é de se crer que, embora recebendo o bebê de modo afetuoso, seja qual for o seu sexo, todo pai ou mãe tem uma tendência secreta por preferir que seja menina ou menino.

O exame é muito simples e não invasivo. Consiste apenas em colher uma amostra de sangue da mãe, de mais ou menos 20 ml, na qual será analisado o DNA do feto. Não exige jejum nem qualquer outra preparação para a sua realização. O cientista chinês Y. Dennis Lo descobriu que no plasma materno existe DNA do feto, transferido pela placenta, e a partir dessa descoberta conseguiu-se saber se esse DNA contém ou não o cromossomo sexual Y (masculino).

Se for detectado o cromossomo Y, o feto é masculino. Se não existir cromossomo Y, o bebê será do sexo feminino. Em caso de gêmeos, temos as seguintes possibilidades: se forem gêmeos univitelinos, idênticos, que terão o mesmo sexo, o mesmo resultado é válido para os dois bebês: se o exame mostrar cromossoma Y os dois bebês serão do sexo masculino. Se não houver cromossoma Y, os dois bebês serão do sexo feminino.

No caso de gêmeos bivitelinos, se o resultado indicar a presença do cromossoma Y, ao menos um dos gêmeos será menino. Se houver ausência do cromossomo Y, ambos serão meninas. É importante lembrar que o exame não é confiável caso a gestante já tenha recebido transfusão de sangue ou transplante de órgão de outro homem que não o pai.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Ressaca? Que "trem" é esse?


Uma ressaca é um conjunto de sinais e sintomas desagradáveis que normalmente se desenvolvem depois que uma pessoa tenha bebido muito álcool. Ressacas frequentes também estão associadas a um mau desempenho geral e a conflitos no trabalho.

Como regra, quanto mais álcool a pessoa beber, mais provável é que tenha uma ressaca no dia seguinte. Essa reação, no entanto, é variável, tanto em função de disposições individuais quanto do tipo de bebida consumida. Não existe uma fórmula mágica para predizer o quanto uma pessoa pode beber e evitar uma ressaca.

As ressacas são causadas quando a pessoa ingere uma quantidade excessiva de álcool. As doses da bebida alcoólica necessárias para desencadear uma ressaca são muito variáveis de uma pessoa para outra. Para alguns, pouca bebida já é o bastante para ter uma ressaca, enquanto outras podem beber pesadamente e escapar dela.

Qualquer pessoa pode experimentar uma ressaca, mas alguns fatores podem tornar as pessoas mais susceptíveis a tê-las:

(1) variação genética;
(2) beber com o estômago vazio;
(3) associação do álcool com o fumo ou outras drogas;
(4) não ter dormido bem;
(5) ter história familiar de alcoolismo;
(6) ingerir bebidas alcoólicas de cor mais escura.

Vários fatores podem contribuir para uma ressaca:

1.O álcool tem um efeito diurético (o corpo produz mais urina que o normal) e isso leva à desidratação, muitas vezes indicada pela boca seca, sede e tonturas.
2.O álcool desencadeia uma resposta inflamatória no sistema imunológico e isso pode produzir sintomas físicos, como incapacidade de concentração, problemas de memória, diminuição do apetite e perda de interesse nas atividades usuais.
3.O álcool irrita a mucosa do estômago, aumenta a produção de ácido estomacal e atrasa o esvaziamento do estômago. Esses fatores podem causar dor abdominal, náuseas e vômitos.
4.O álcool faz cair o açúcar no sangue e se ele for muito baixo pode experimentar fadiga, fraqueza, tremores, distúrbios do humor e convulsões.
5.O álcool faz com que os vasos sanguíneos se expandam, o que pode levar à baixa da pressão arterial e a dores de cabeça.
6.O álcool pode alterar o sono, evitando os estágios mais profundos do sono e muitas vezes causando o despertar no meio da noite.

Os sintomas da ressaca começam quando o teor de álcool no sangue cai significativamente ou fica perto de zero. Geralmente os sintomas estão presentes na manhã seguinte a uma noite em que a pessoa tenha bebido muito. Os mais comuns são uma sensação de fadiga e fraqueza, sede excessiva, boca seca, dores de cabeça e musculares, náuseas e vômitos, dores de estômago, aumento da sensibilidade à luz e ao som, tonturas, instabilidade no equilíbrio, dificuldades de concentração, distúrbios do humor e aceleração dos batimentos cardíacos.

A ressaca é "auto-evidente" (rs).

Ela é reconhecida pelos sintomas característicos em seguida à história de ingesta de bebida alcoólica.

Não há tratamento específico para as ressacas. Uma ressaca tem que seguir seu curso e isso pode ser feito melhor com o repouso, maior ingestão de água, alimentar-se bem e talvez com o uso de alguns analgésicos... e simplesmente esperar passar. Em geral, os sintomas desaparecem por conta própria dentro de, no máximo, 24 horas.

As seguintes dicas podem ajudar:

•Tome água, chás e sucos naturais ao longo de todo o dia.
•Coma alimentos sem gordura, como bolachas ou pão, que podem aumentar o nível de açúcar no sangue e são de mais fácil digestão.
•Os alimentos contendo frutose podem ajudar a metabolizar o álcool mais rapidamente.
•Algumas pessoas se beneficiam do uso de um analgésico.
•O sono pode ajudar a acelerar a recuperação.

Embora haja várias pílulas que prometam que a ressaca não vai acontecer, a única maneira garantida de preveni-la é evitar o álcool.

Se a pessoa optar por beber, deve fazer isso com moderação.

Quanto menos álcool, menos provável a ressaca.

Alguns fatores ajudam a prevenir a ressaca:

1.Comer antes e enquanto bebe.
2.Usar bebidas com menos congêneres (aditivos ao álcool), que são ligeiramente menos propensas a causar ressacas do que as bebidas com mais congêneres.
3.Tomar água juntamente com a bebida.
4.Saber reconhecer os seus limites e não se sentir pressionado pelas companhias a ingerir mais álcool do que você tolera.
5.Evitar usar mais de uma bebida alcoólica por vez.
6.Parar de beber quando atingir o seu limite.

Mas, obviamente, o melhor é não beber!

A ressaca não apresenta complicações graves, habitualmente. No entanto, o beber demais é que pode apresentar complicações e sinais e sintomas de gravidade, como confusão mental, vômitos intensos, convulsões, lentificação respiratória e respiração irregular, pele pálida ou azulada, hipotermia (baixa temperatura corporal) e perda da consciência. Essas reações podem se aprofundar e levar à morte.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Como ganhar massa muscular


Para algumas pessoas, ganhar massa muscular é apenas uma questão estética, de melhor modelagem do corpo, mas ganhar massa muscular também é útil para quem deseja emagrecer (substituindo os depósitos de gordura), além de aumentar a força muscular. A possibilidade de ganhar massa muscular depende da idade da pessoa. Nas pessoas idosas talvez seja mais adequado falar em “não perder” ou “reduzir as perdas” de massa muscular que em “ganhar massa muscular”.

A melhor maneira de ganhar massa muscular é fazer exercícios de musculação, seguindo as orientações de um profissional competente, e usar uma alimentação rica em proteínas, de preferência orientada por um nutricionista ou um nutrólogo. A musculação feita sem observância de certas regras básicas não terá sucesso.

É usual que as pessoas não observem os princípios básicos da musculação antes de começar a treinar. São muitos os que passam vários meses numa academia sem ganhos musculares, essas pessoas acreditam que só levantando pesos, como a ficha do instrutor ensina, vão gerar resultados de ganho de massa. Mera ilusão.

Além de se exercitarem adequadamente, os músculos devem ter tempo para descansar e para que possam crescer. Através da sensação de fadiga ou de um dolorimento característico os músculos enviam ao cérebro a necessidade de descansar algum tempo e é durante esse tempo que eles se recuperam e se desenvolvem. Cuidados como esses permitem que as fibras musculares lesionadas durante o exercício se recuperem. Uma alimentação adequada irá fornecer os nutrientes necessários para que elas possam aumentar de tamanho.

Ganhar massa muscular é um processo bem mais demorado e exaustivo que perdê-la. Os primeiros resultados de um treino regular e correto só aparecem com pelo menos 3 meses e só aos 6 meses é possível notar uma boa diferença no crescimento e definição musculares. A perda de massa muscular, no entanto, pode ser observada em apenas 15 dias sem treino e também pode ser notada pelo mais fraco desempenho nos exercícios. O condicionamento cardíaco, no entanto, já pode ser notado no primeiro mês.

Para obter bons resultados, a pessoa deve:

1.Começar a malhar aos poucos e ir aumentando gradativamente a intensidade e o número de repetições do esforço.
2.Procurar realizar cada exercício de forma lenta e evitar fazer compensações posturais ou mecânicas que tornem o exercício mais fácil, mas menos eficaz.
3.Treinar de 3 a 5 vezes por semana, sendo que o mesmo grupo muscular só deve ser exercitado 1 ou 2 vezes por semana.
4.Ingerir alimentos ricos em proteínas, especialmente após os exercícios.
5.Começar cada treino pela musculação e só depois fazer os exercícios aeróbicos.
6.Revisar toda a série a cada 4 ou 5 semanas, aumentando gradualmente a intensidade dos exercícios.
7.Quando atingir o objetivo pretendido, não deixar de se exercitar para não perder a forma conquistada.
8.Os suplementos de proteína ou creatina, que ajudam a ganhar massa muscular, só devem ser tomados segundo a orientação de um médico ou nutricionista. E não são todas as pessoas que podem consumi-los, existem contraindicações que devem ser avaliadas por um médico.

Também a alimentação deve ser orientada por um nutricionista ou nutrólogo para que seja feita de modo adequado:

1.A dieta para ganhar massa muscular deve ser rica em proteínas magras (principalmente proteínas animais: soro do leite, clara de ovo e albumina), carboidratos integrais (recomendado evitar os carboidratos simples ou consumir moderadamente o arroz branco, as batatas, as massas, etc.), legumes, verduras e frutas.
2.Preferencialmente, as refeições devem ser ingeridas em menores quantidades de três em três horas, para que o metabolismo se mantenha ativo.
3.As gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas (ômegas 3, 6 e 9), além de gerar energia sem pico glicêmico, ainda participam na formação dos hormônios anabólicos, como a testosterona, importante para o aumento da massa muscular. Elas podem ser encontradas em peixes, ovos, leite, carnes, chia, linhaça, azeite de oliva, azeitonas, abacate, gergelim e em algumas oleaginosas.
4.A última refeição sólida antes de um treino deve ocorrer com um intervalo de uma hora a uma hora e meia e deve ser constituída de carboidratos complexos, como batata doce, mandioca, cará, inhame, pão integral ou massa integral.
5.Após os treinos, a pessoa deve ingerir moderadamente carboidratos simples, como um pão, arroz ou batata.
6.Nos dias sem treino devem ser preferidos os carboidratos complexos e a manutenção do consumo de vitaminas e minerais.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Constipação intestinal




A constipação ou obstipação intestinal, popularmente chamada “prisão de ventre”, é uma situação em que o paciente evacua com pouca frequência (uma vez a cada três ou quatro dias ou mais) e sob grande esforço, fezes excessivamente duras e pequenas. Essa “prisão de ventre” é apenas um sintoma e não uma doença em si mesma e ocorre em virtude de outras doenças ou da diminuição do conteúdo de líquido nas fezes.

As causas da constipação intestinal em adultos podem ser alterações estruturais ou funcionais e cada uma delas pode ser aguda ou crônica. As alterações estruturais são detectáveis pelos métodos de investigação por imagens, como radiografias, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas, endoscopias, microscopias, etc.

As alterações funcionais são representadas por modificações nos movimentos intestinais que conduzem o alimento através do intestino e podem ser percebidas usualmente ao exame clínico. Na maioria das vezes, são de curta duração e ocasionadas por mudança alimentar, pós-operatórios, falta de exercícios, gravidez, obesidade, quadros febris, medicações, etc. Algumas alterações funcionais crônicas são ditas idiopáticas, porque não se consegue determinar a causa delas e correspondem àquilo que o leigo costuma chamar de “intestino preguiçoso”.

A constipação intestinal em adultos é ajudada por uma alimentação pobre em fibras, baixa ingestão de líquidos, hábitos sedentários, certas doenças (hipotireoidismo, diabetes, insuficiência renal crônica, etc.), medicamentos (antidepressivos, opiáceos, alguns anti-hipertensivos, etc.), patologias neurológicas ou musculares e situações psiquiátricas como depressões e demências.

Há pessoas que se queixam de constipação intestinal apenas quando se encontram em ambientes estranhos ou quando alteram sua rotina e alegam que ele se normaliza quando retornam às suas atividades normais.

O que uma pessoa com constipação intestinal sente varia muito de um indivíduo para outro e num mesmo indivíduo, ao longo do tempo. As pessoas podem se queixar de passar dias sem esvaziar os intestinos, dificuldades ou lentificação para evacuar, às vezes desde a infância, dores abdominais ao evacuar, sensação de evacuação insatisfatória, necessidade de ajuda manual para extrair as fezes, eventuais sangramentos ao evacuar ou proceder à higiene, em razão do rompimento de pequenos vasos sanguíneos, desconforto abdominal, eliminação de muco e/ou sangue, etc. Além disso, as pessoas se queixam de inquietude, indisposição, dor de cabeça e alterações do humor, entre outras alterações comportamentais.

Quando um paciente se queixa de constipação intestinal, o passo inicial deve ser o levantamento da história do paciente, seguido de um exame clínico minucioso, para que o médico possa determinar as causas desse sintoma. É importante conhecer o hábito evacuatório do paciente ao longo do tempo, bem como as características das fezes passadas e atuais e se há ou não a presença de muco, sangue ou pus.

O toque retal e a retoscopia são exames mandatórios. As investigações devem prosseguir com exames de sangue, que também podem ser úteis para o controle da evolução do tratamento. As radiografias contrastadas do intestino são muito úteis, mas podem ser substituídas com vantagens pela colonoscopia, sempre que ela esteja disponível. Um estudo da motilidade intestinal pode ser realizado por meios próprios (exame radiológico intervalado, manometria anorretal, eletromiografia, etc.).

Como medida mais radical, deve-se procurar tratar ou corrigir as enfermidades causais da constipação intestinal. Algumas medidas adicionais podem ser adotadas: diminuir a dose ou alterar o tipo de medicamento que possa estar causando o problema, aumentar a ingestão de fibras, ingerir alimentos com propriedades laxativas, usar laxativos orientados pelo médico, etc. Os supositórios e lavagens intestinais têm indicações precisas e só devem ser usados sob orientação médica. Meios cirúrgicos podem ser usados em casos de lesões obstrutivas ou de lesões anais dolorosas.

Um caso especial de dificuldade de evacuar é o fecaloma (acúmulo de fezes endurecidas e secas no reto), que pode ocorrer em pacientes idosos, psiquiátricos ou neurológicos. A solução demanda o uso de lavagens intestinais e supositórios, mas pode exigir uma descompactação manual das fezes, sob sedação ligeira.

Alguns conselhos são importantes para evitar a constipação intestinal:

•Procure evacuar com regularidade, em horários pré-estabelecidos, mesmo que não esteja com “vontade”. É importante criar este hábito.
•Acrescente à sua dieta a ingestão regular de alimentos contendo fibras como cereais integrais, pão integral, arroz integral, macarrão integral, legumes, verduras, frutas e sementes de linhaça.
•Aumente a ingestão de líquidos diários para pelo menos seis a oito copos de água por dia, além de sucos naturais.
•Procure tratar as enfermidades causais subjacentes.

A constipação intestinal pode levar a complicações como diverticulose, hemorroidas, fissuras anais e mesmo câncer do intestino.



sábado, 10 de fevereiro de 2018

Bexiga caída


A cistocele ou prolapso da bexiga, popularmente conhecida como “bexiga caída”, é o resultado do enfraquecimento da musculatura do períneo da mulher, principalmente entre as paredes da bexiga e da vagina, provocando a queda da bexiga na vagina. Esta condição pode também envolver o útero, que desce na vagina e pode, inclusive, ficar aparente a partir da abertura vaginal.

A razão mais comum para a ocorrência da cistocele é o parto vaginal. Para facilitar o parto as paredes da vagina se distendem, sob a ação de hormônios, mas elas podem permanecer estiradas mesmo depois, sobretudo nas mulheres que tiveram vários filhos.

A cistocele pode ter outras causas. Com o envelhecimento, após a menopausa, a diminuição nos níveis de estrogênio causa a degeneração dos músculos pélvicos e isso, por sua vez, pode levar à cistocele. A cistocele também pode estar ligada à constipação intestinal, obesidade crônica, pressão abdominal aumentada, como nas tosses crônicas ou nas cirurgias pélvicas anteriores e até mesmo à genética. Também a histerectomia (remoção do útero) pode causar cistocele. Em resumo, a cistocele ocorre por um enfraquecimento dos tecidos e fáscias (membranas) que sustentam a bexiga em sua posição normal.

Os sinais e sintomas da cistocele dependem do grau da doença. No caso de um distúrbio leve em que a bexiga cai apenas um pouco, não existem sintomas visíveis. Para os graus mais elevados da doença, os sinais e sintomas são mais graves e podem incluir pressão na pelve e na vagina, sensação de corpo estranho, dificuldade de iniciar ou interromper a micção, aumento da frequência urinária, retenção e incontinência urinárias, incidência recorrente de infecção do trato urinário, dor por ocasião das relações sexuais.

O diagnóstico da cistocele é feito pelos sinais e sintomas referidos pela paciente e pelo exame físico que o médico deve realizar.

O tratamento da cistocele leve, sem sintomas, pode ser feito com exercícios destinados a fortalecer a musculatura perineal e devem ser orientados por um fisioterapeuta. Nos casos moderados pode ser utilizado um pessário (dispositivo circular de silicone feito para cobrir o colo do útero e para impedir a fecundação ou conter o prolapso uterino), um tampão ou um diafragma como uma alternativa ou como um precedente à cirurgia. Nos casos graves, a correção tem de ser feita por cirurgia em que o médico recoloca a bexiga de volta à sua posição normal. A operação, geralmente simples, é realizada por um ginecologista ou um urologista. Por vezes, pode ser recomendada a retirada do útero, se houver conjuntamente um prolapso desse órgão. Se houver recorrência da cistocele, uma segunda cirurgia pode ser realizada. Paralelamente, é recomendável fazer a terapia com estrogênio para aquelas pacientes que já estejam na menopausa, se os músculos pélvicos se enfraqueceram devido à ausência de estrogênios.

A cistocele pode ser prevenida por meio de medidas que incluem exercícios orientados, antes e após o parto, uma dieta saudável e a manutenção de uma correta hidratação. Um parto correto e com pequena laceração de tecidos perineais também contribui muito para a prevenção da cistocele. Ela também pode ser evitada pelo controle do peso corporal e da constipação intestinal.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Perguntas e respostas sobre a vacina da febre amarela


O que é a vacina contra febre amarela?

A vacina contra a febre amarela é feita com o vírus vivo atenuado e aplicada por injeção subcutânea ou intramuscular na região deltoidea (braço).

A vacina contra febre amarela é segura?

Sim. A vacina vem sendo usada desde a década de 1930 e tem se mostrado bastante segura. São raros os casos em que pessoas tiveram complicações e mesmo chegam a morrer após a aplicação dela. Isso sempre aconteceu a pessoas que tomaram a vacina nos limites das condições recomendadas ou fora delas, tais como pessoas idosas ou sofrendo de outras doenças.

Quem deve tomar a vacina contra febre amarela?

A vacina da febre amarela deve ser aplicada de rotina a todas as pessoas que vivem em áreas com risco de transmissão do vírus ou que viajem para essas áreas. Também devem ser vacinadas as pessoas que precisem do Certificado Internacional de Vacinação para viajar a países que exigem esse documento.

Por quanto tempo a vacina protege contra a febre amarela?

A dose integral da vacina (0,5 ml) confere imunidade por toda a vida, a partir de 7 a 10 dias após a aplicação. Atualmente, descobriu-se que uma dose de apenas 0,1 ml (que passou a ser chamada “dose fracionada”, em comparação com a outra, dita “dose integral”) também confere imunidade igual à dose integral por, pelo menos, oito anos.

Mulheres grávidas podem tomar a vacina contra a febre amarela?

A vacina contra a febre amarela parece segura também durante a gravidez, mas deve-se seguir a regra geral de não administrar nesse período nenhuma medicação estranha à gravidez. No entanto, ela pode ser recomendada pelo médico assistente para aquelas grávidas expostas a um alto risco de contrair a doença. Recomenda-se também que as mulheres que tenham sido vacinadas evitem engravidar por no mínimo 30 dias.

Mulheres que estejam amamentando podem tomar a vacina contra a febre amarela?

De preferência, a vacina não deve ser aplicada a mulheres que estejam amamentando, porque o vírus pode ser eliminado através do leite e atingir o bebê. Se a lactante for inevitavelmente exposta a grande risco de contrair a doença e tiver de ser vacinada, deve suspender o aleitamento materno por dez dias após a vacinação.

A vacina contra a febre amarela pode ser tomada juntamente com outras vacinas?

Em pessoas que tenham feito uso recente de qualquer outra vacina com vírus atenuado (sarampo, rubéola, varicela, cólera, etc.) a vacina contra a febre amarela deve ser postergada por, no mínimo, quatro semanas.

O que fazer se a pessoa se esqueceu se já tomou a vacina contra a febre amarela?

Se a pessoa se esqueceu se já foi vacinada e não tem como comprovar isso e vai se expor ao risco de infectar-se, deve tomar uma nova dose da vacina.

Pessoas com outras doenças devem tomar a vacina contra a febre amarela?

Pessoas com febre devem adiar a vacina contra a febre amarela até que esta desapareça. A vacinação deve ser evitada nos casos de doenças agudas ainda sem diagnóstico. Pessoas com doenças crônicas descompensadas devem consultar um médico sobre a conveniência ou não da vacinação.

Como tomar a vacina contra a febre amarela se a pessoa vai viajar para países que exigem o Certificado Internacional de Vacinação?

Para viajar para países que exigem o Certificado Internacional de Vacinação a pessoa deve tomar a dose integral da vacina (0,5 ml) com 10 dias de antecedência do início da viagem.

Quais são os efeitos colaterais da vacina contra a febre amarela?

A vacina contra a febre amarela geralmente produz poucos (ou nenhum) efeitos colaterais. Cerca de 5% das pessoas pode desenvolver sintomas leves como febre, dor de cabeça e dor muscular. A ocorrência de reações no local de aplicação é muito infrequente. Reações de hipersensibilidade são muito raras (cerca de 8 por milhão) e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina. A ocorrência de encefalite também é raríssima (cerca de 8 por milhão) e a maioria dos casos registrados ocorreu em crianças que foram vacinadas com menos de seis meses de idade.

Se a pessoa não puder tomar a vacina como ela deve se proteger contra a febre amarela?

Se a pessoa não puder tomar a vacina contra a febre amarela, ela deve se proteger contra a picada do mosquito transmissor:

1.Evitando áreas de mata.
2.Usando roupas que cubram todo o corpo (mangas e calças compridas, golas suspensas, etc).
3.Usando repelentes.
4.Usando telas protetoras nas janelas e portas.
5.Dormindo com a proteção de mosquiteiros.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Sobre a segurança da vacina da Febre Amarela


A vacina contra a febre amarela é feita com o vírus vivo atenuado e aplicada por injeção subcutânea ou intramuscular na região deltoidea (braço). Em 95% dos casos, uma única dose confere imunidade por toda a vida, a partir de 7 a 10 dias após a aplicação (99% após um mês).

Até há algum tempo, a dose considerada ideal consistia em tomar 0,5 ml da vacina. Atualmente, descobriu-se que uma dose de apenas 0,1 ml (que passou a ser chamada “dose fracionada”, em comparação com a outra, dita “dose integral”) imuniza igualmente à dose integral por, pelo menos, 8 anos.

Algumas considerações a respeito da segurança da vacina contra a febre amarela

A vacina que vem sendo usada atualmente existe desde a década de 1930 e tem se mostrado bastante segura, mas há raros casos em que pessoas chegam a morrer após a aplicação dela. No entanto, isso sempre aconteceu a pessoas que tomaram a vacina fora das recomendações médicas: pessoas idosas ou sofrendo de outras doenças.

Os casos de adoecer de febre amarela após ter sido vacinado são excepcionalmente raros: apenas 12 casos conhecidos em mais de 600 milhões de pessoas em que a vacina foi aplicada desde 1930. Todos esses casos foram registrados dentro dos primeiros cinco anos após terem tomado a vacina, o que demonstra que isso não se deveu ao “vencimento” da vacina. De qualquer forma, é de toda conveniência desenvolver-se uma nova vacina contra a doença, com menos risco de efeitos adversos.

A vacina da febre amarela é recomendada de rotina para pessoas entre 9 e 12 meses de idade que vivem em áreas com risco de transmissão do vírus ou que viajem para elas.

Pode ser utilizada em massa para imunizar toda a população, quando há um surto da doença, como o que ocorre nesse momento no Brasil. Para poder vacinar a maior percentagem possível de pessoas, alguns estados estão aplicando a dose fracionada, advertindo às pessoas que só estão protegidas por oito anos. No entanto, as pessoas que precisem do Certificado Internacional de Vacinação para viajar a países que exigem esse documento têm de tomar a dose integral com 10 dias de antecedência com relação à viagem.

A vacina parece segura também durante a gravidez, mas deve-se seguir a regra geral de não usar nesse período nenhuma medicação estranha à gravidez. No entanto, ela é recomendada para aquelas grávidas expostas a um alto risco de contrair a doença.

Para decidir entre tomar ou não a vacina, deve-se considerar os riscos da imunização e da aquisição da doença. Como regra geral, salvo orientações médicas em contrário, a vacina não deve ser aplicada a crianças abaixo de 9 meses de idade e a mulheres que estejam amamentando, porque o vírus pode ser eliminado pelo leite.

A vacina também não deve ser aplicada a pessoas com baixa imunidade ou que estejam tomando remédios imunossupressores. Deve-se adiar a vacinação de pessoas com febre, até que esta desapareça, e nos casos de doenças agudas ainda sem diagnóstico. Pessoas com doenças crônicas descompensadas devem consultar um médico sobre a conveniência ou não de vacinar-se.

Deve-se postergar a aplicação dessa vacina em pessoas que fizeram uso recente de qualquer outra vacina com vírus atenuado (sarampo, rubéola, varicela, cólera, etc). O intervalo a ser respeitado deve ser de 4 semanas, no mínimo. Recomenda-se também que as mulheres que tenham sido vacinadas evitem a gravidez por no mínimo 30 dias.

A vacina contra a febre amarela produz poucos efeitos colaterais. Efeitos colaterais graves (incluindo óbitos) são raríssimos. Cerca de 5% das pessoas podem desenvolver sintomas leves como febre, dor de cabeça e dor muscular. A ocorrência de reações no local de aplicação é muito infrequente. Reações de hipersensibilidade são muito raras (cerca de 8 por milhão) e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina. A ocorrência de encefalite também é raríssima (cerca de 8 por milhão) e a maioria dos casos registrados ocorreu em crianças que foram vacinadas com menos de seis meses de idade.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Bexiga hiperativa


A bexiga hiperativa é caracterizada por um conjunto de sintomas urinários que denotam um funcionamento irregular do músculo detrusor da bexiga, levando-a à hiperatividade. A estimativa é de que esse mal afete cerca de 15 a 20% da população.

As causas da bexiga hiperativa não são inteiramente conhecidas. Qualquer interrupção na integração da resposta neurológica pode levar à perda do controle normal da função vesical, à urgência e à incontinência urinária.

Esse distúrbio é provocado por uma redução da capacidade da bexiga de armazenar a urina. Isso pode acontecer por lesões traumáticas de medula espinhal, hérnias de disco, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, doença de Parkinson, demências, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, infecção urinária, hiperplasia benigna da próstata e cálculos na bexiga.

Os fatores de risco associados à bexiga hiperativa ocorrem em pessoas brancas e com diabetes, indivíduos com depressão, idade acima de 75 anos, artrite, terapia de reposição hormonal e aumento do índice de massa corpórea (IMC).

A bexiga hiperativa é consequência de um mau funcionamento do músculo detrusor, que não se relaxa adequadamente, fazendo com que a pressão interna aumente, levando à vontade de urinar com frequência e tornando esse ato urgente. Muitas vezes, o músculo começa a se contrair involuntariamente, expulsando a urina. O resultado é a urgência urinária, que é uma súbita e urgente necessidade de urinar.

O envelhecimento, a diminuição da capacidade da bexiga e as alterações no tônus muscular favorecerem o desenvolvimento da bexiga hiperativa. Talvez a mudança na função vesical mais importante, relacionada com a idade, e que causa a incontinência urinária, seja o aumento do número de contrações involuntárias do músculo detrusor (músculo que durante a micção se contrai para expulsar a urina da bexiga).

O quadro da bexiga hiperativa também pode surgir sem que haja um fator desencadeante conhecido e é chamado, nestes casos, de bexiga hiperativa idiopática.

Os sintomas mais comuns da bexiga hiperativa são: urgência urinária, associada ou não à incontinência, geralmente acompanhada de aumento do número de micções noturnas. A urgência urinária (o principal sintoma) é definida como um desejo súbito e compulsivo de urinar. Uma frequência maior que oito micções por dia é considerada aumentada e a noctúria é a necessidade de urinar uma ou mais vezes a cada noite.

O diagnóstico de bexiga hiperativa é eminentemente clínico, sendo que a urgência urinária é o sintoma principal. Por isso, são necessários uma história clínica, exame físico cuidadosos, além de exame laboratorial de urina. Inicialmente, devem ser afastadas infecções urinárias, condições metabólicas ou outras doenças que podem ser confundidas com o quadro clínico de bexiga hiperativa.

Um teste de urodinâmica pode auxiliar no diagnóstico dos casos mais complexos. Assim, outras causas de aumento de urgência e incontinência urinária devem ser excluídas. Alguns procedimentos adicionais (ultrassonografia renal e um diário miccional, por exemplo) podem ser realizados com a finalidade de excluir outras doenças.

Um diferencial deve ser feito, por exemplo, com a incontinência urinária de esforço. Nessa, o paciente perde pequenas quantidades de urina quando faz algum esforço tais como tossir, evacuar, pular, espirrar ou correr, não havendo sensação de urgência. Na bexiga hiperativa perde-se grandes quantidades de urina, relacionadas a uma sensação de urgência.

O tratamento da bexiga hiperativa pode ser compreendido em três linhas:

1.Medidas comportamentais, compreendendo treinamento vesical, estratégias de controle vesical, controle da ingesta de líquidos e treinamento dos músculos do assoalho pélvico.
2.Uso de medicamentos, com ou sem associação às medidas comportamentais.
3.Injeção de toxina botulínica no músculo detrusor da bexiga ou neuromodulação sacral, para pacientes refratários aos outros dois recursos. Também se usa a estimulação periférica do nervo tibial, durante 30 minutos, uma a duas vezes por semana, durante 12 semanas.

O tratamento cirúrgico para aumentar a capacidade da bexiga ou para a remoção dela só deve ser realizado em casos graves e intensamente incomodativos, que não respondam às outras formas de tratamento.

Se não tratada adequadamente, a bexiga hiperativa pode provocar diminuição da qualidade de vida do paciente, principalmente porque não conseguem ter uma noite de sono contínua.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Estresse: o que fazer


O estresse é uma reação às pressões excessivas ou a outros tipos de demanda que o indivíduo se impõe ou que a vida coloca sobre ele. Essas pressões podem vir de muitas fontes diferentes e, quando o seu efeito combinado é excessivo, o estresse ocorre. Isso significa que ele não é bom para você. É um estado doentio do corpo, da mente ou de ambos.

A conhecida reação de “fuga ou luta” em resposta a um fator estressante é uma resposta a um desafio percebido e não é necessariamente ruim para o indivíduo. Pode até ser favorável para alertar sobre possíveis ameaças e preparar para a tomada de decisões importantes.

No entanto, permanecer neste estado por tempo prolongado significa que reações químicas estão ocorrendo continuamente no organismo e o resultado podem ser diversas doenças como, por exemplo, a formação de tumores malignos. Este é o estresse que faz mal às pessoas.

O que fazer para aliviar o estresse?

1. Aprenda a gerir o seu tempo de forma mais eficaz

Gastamos muito tempo fazendo tarefas sem importância, especialmente quando estamos estressados, por isso priorize no seu dia os trabalhos mais relevantes. Aqueles que podem esperar permitem que você tenha tempo para fazer outras atividades menos desgastantes. Além disso, é válido não adiar as tarefas desagradáveis. Procure fazê-las primeiro, quando você está mais descansado. Abandonar o que precisa ser feito provoca uma grande dose de estresse.

2. Adote um estilo de vida saudável

Dieta saudável, exercícios físicos regulares, sono adequado e descanso do corpo aumentam a capacidade de lidar com o estresse que possa vir a ocorrer. Se qualquer uma dessas áreas não está funcionando bem na sua vida, este pode ser um sinal de alerta. Não ignore, peça alguma ajuda.

3. Conheça os seus limites e não exagere

Causamos a nós mesmos um grande estresse porque gostamos que as pessoas nos aprovem e não queremos decepcioná-las. Assim, acabamos por fazer mais do que deveríamos. Aprenda a delegar eficazmente e ser assertivo para que você possa dizer não sem culpa, quando for necessário, sem prejudicar ou ofender outras pessoas.

4. Saiba o que lhe causa tensão

Dedique tempo para descobrir o que está preocupando você e tente mudar seus pensamentos e comportamentos para reduzir o mal estar. A avaliação do estresse pode ajudar a compreender as causas, as implicações desses sentimentos para a sua saúde e como gerenciar, lidar e fazer as alterações necessárias para alcançar uma vida mais plena e tranquila.

5. Evite conflitos desnecessários

O excesso de argumentação realmente vale o seu esforço? Não brigue com pessoas queridas. Não vale à pena. Procure uma solução positiva para ambas as partes envolvidas em uma discussão. O meio termo pode ajudar. Muitas vezes abrir mão em determinadas situações de vida é o melhor a fazer. Saiba qual é a causa real do problema e aprenda a lidar com isto.

6. Aceite as coisas que você não pode mudar

Mudar uma situação difícil, nem sempre é possível. Se este for o caso, reconheça e aceite as coisas como elas são. Concentre-se naquilo que pode ser modificado, empenhe-se no seu melhor e aceite suas falhas.

7. Tire um tempo para relaxar e recarregar as baterias

Um intervalo de uns 10 dias consecutivos por ano é recomendado para descansar e executar seu trabalho de maneira mais eficaz quando retornar. Mesmo uma curta pausa de 10 ou 15 minutos no meio da jornada de trabalho ajuda a relaxar e a concentrar melhor no que você está fazendo.

8. Encontre tempo para sair com os amigos

Amigos podem nos ajudar a ver as coisas de uma maneira diferente. As atividades que fazemos com eles nos ajudam a dar umas boas risadas e mudar o estado mental. Rir estimula o sistema imunológico que fica enfraquecido durante o estresse.

Se ficar estressado, procure se envolver em alguma atividade física. Ela libera substâncias químicas no seu corpo que amenizam o estresse. Práticas de relaxamento, exercícios de respiração, massagens e uma variedade de terapias complementares ajudam a re-equilibrar o corpo.

9. Tente ver as coisas de forma diferente, desenvolva um estilo de pensamento positivo

Se algo está te incomodando, fale sobre o seu problema com alguém antes que ele alcance proporções inaceitáveis. Muitas vezes uma conversa com um amigo ou um familiar ajuda a ver as coisas de uma perspectiva diferente e menos estressante. Considere também procurar a ajuda de um profissional experiente, a fim de alcançar o resultado desejado e evitar problemas de saúde. Um psicólogo, psicoterapeuta ou psiquiatra pode auxiliá-lo bastante nestes momentos.

10. Evite o álcool, a nicotina e a cafeína como mecanismos de enfrentamento do estresse

No longo prazo, esses mecanismos de enfrentamento das questões complexas que todos nós precisamos resolver na vida só fazem aumentar o problema ou criar um outro. A cafeína e a nicotina são estimulantes. O corpo reage a elas com o aumento da resposta ao estresse ou até mesmo causando ansiedade. O álcool é uma substância química depressiva! Todos eles não são uma boa opção, mesmo que a princípio pareçam causar alívio.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Cistectomia: o que é?


Cistectomia é a remoção total ou parcial da bexiga urinária, necessária para tratar o câncer invasivo de bexiga e outras raras condições mórbidas. Nos homens, a cistectomia radical para tratar o câncer requer a retida conjunta da próstata e vesículas seminais e nas mulheres do útero, trompas, partes da vagina e, eventualmente, dos ovários.

Em geral, a cirurgia faz parte do tratamento de alguns tipos de tumores malignos de bexiga, mas antes de se recorrer a ela como medida extrema existem outros procedimentos menos mutiladores para tratar o câncer de bexiga, como aplicação tópica do BCG e ressecção transuretral do tumor, por exemplo.

O tipo de cistectomia que deve ser feito (total ou parcial) depende do estágio da doença. Se o tumor é pequeno e está bem localizado, pode ser removido sem a retirada de toda a bexiga. Se o tumor é grande ou dependendo de sua localização na bexiga, deve ser realizada a cistectomia radical (remoção total da bexiga).

Nos homens, em se tratando de tumores invasivos, que acometem a camada muscular da bexiga, devem também ser removidas a próstata e as vesículas seminais. Nas mulheres, quase sempre são removidos também os ovários, as trompas de Falópio, o útero e parte da vagina. Algumas vezes, se faz necessário complementar a cistectomia com a radioterapia e/ou quimioterapia.

Mas há também outras situações em que a retirada da bexiga é necessária, tais como patologias inflamatórias e neurológicas que causem disfunção severa do órgão. Nesses casos, no entanto, normalmente é feita apenas a retirada da bexiga, sem envolver outros órgãos.

Oito dias antes do procedimento, eventuais medicamentos que o paciente esteja tomando e que interfiram com a coagulação sanguínea devem ser suspensos. Medicamentos hipoglicemiantes devem ser suspensos 48 horas antes da cirurgia. No dia do procedimento deve ser observado jejum de 8 horas antes do ato cirúrgico. Líquidos claros podem ser ingeridos até 5 horas antes da cirurgia. Realizado o procedimento, o paciente deve evitar esforços físicos durante os 30 dias seguintes e ingerir bastante líquido.

Em geral a cistectomia é realizada através de uma incisão no abdômen, sob anestesia geral. Em alguns casos, a cirurgia pode ser feita por laparoscopia, quando uma mini câmera é inserida, através de pequenas incisões, permitindo visualizar o interior da pelve. Em caso da remoção total da bexiga, é preciso construir um novo percurso para a urina chegar ao exterior ou a reconstrução de um novo recipiente para o armazenamento e eliminação da urina.

Existem diversos tipos de reconstrução possíveis, os quais devem ser escolhidos juntamente com o paciente. Por exemplo, a bexiga pode ser integralmente removida e substituída por um novo reservatório (neobexiga) feito com tecido do intestino ileal. Nesse novo reservatório são implantados os ureteres e como ele não tem a contratilidade da musculatura da bexiga, a urina deve ser periodicamente removida por cateter.

Se houver alguma contraindicação para retirada da bexiga ou para confeccionar uma nova bexiga, pode-se fazer uma extensão dos ureteres até a pele, usando retalhos do intestino. Nesse caso, faz-se um desvio da urina, sem remoção da bexiga, e o paciente terá de usar uma bolsa coletora externa, adaptada à pele, para aparar a urina que flui de maneira contínua.

Na cistectomia parcial, a bexiga restante pode não ser capaz de reter a urina e motivar uma micção muito frequente.

A cirurgia de retirada radical da bexiga nos homens remove a glândula prostática e as vesículas seminais, o que significa que ele não mais produzirá sêmen. O orgasmo ainda pode ocorrer, mas será seco, sem sêmen. As complicações são as mesmas da prostatectomia (remoção da próstata) radical, além daquelas relativas ao intestino e ao ureter na nova bexiga. Além disso, pode haver também lesões em nervos da região, o que impede a ereção.

Nas mulheres, como há a remoção de parte da vagina, o sexo pode tornar-se desconfortável. Nelas, a capacidade de ter um orgasmo também pode ser afetada.

A taxa de mortalidade dessa cirurgia é de 1%.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Dor no ombro


O ombro é uma das articulações mais complexas do corpo e a que têm maior mobilidade. Por isso, é também uma das que mais frequentemente causam problemas às pessoas.

Fazem parte da articulação do ombro a clavícula, a omoplata ou escápula e o úmero, a extremidade dos quais é coberta por cartilagens que amortecem o atrito e ampliam as possibilidades de movimento. Numa das extremidades, a clavícula se articula com o esterno e na outra com o acrômio, que se liga também à escápula. Assim, existem de fato duas articulações diferentes no ombro: a da clavícula com o acrômio e a do ombro propriamente dito com o úmero (osso do braço). Isso sem falar na falsa articulação da omoplata, que gira no tórax (costas) durante o movimento de elevação do braço.

Ademais, a articulação do ombro ainda compreende tendões musculares, que comandam os movimentos, e uma bursa (do latim: bursa = bolsa), que serve como “almofada” de amortecimento dos impactos sofridos por essa articulação e que secreta o líquido lubrificante dela.

A dor no ombro pode ser causada por alterações em qualquer uma de suas estruturas, devido a lesões, traumatismos, deslocamentos, inflamações, tendinites, etc. Ela geralmente piora com a atividade ou durante os movimentos do braço.

A bursite, uma inflamação provocada na bursa por algum problema mecânico, é uma das causas mais frequentes e típicas de dor no ombro. É comum, também, a luxação do ombro, em que o braço é separado da cavidade na qual ele está normalmente inserido. Doenças e distúrbios que afetam o tórax ou abdome (como a doença cardíaca ou da vesícula biliar, por exemplo) também podem causar dor (reflexa) no ombro.

As doenças que mais frequentemente causam dor no ombro são (1) tendinite, (2) bursite, (3) osteoartrite, (4) distensões e deslocamentos, (5) capsulite adesiva (ombro congelado), (6) problemas do manguito rotador e (7) compressão do manguito rotador.

Depois da dor na coluna, as dores no ombro talvez sejam a queixa mais frequente ouvida nos consultórios dos ortopedistas. Ela pode ocorrer indistintamente em crianças, adultos ou idosos, do sexo masculino ou feminino, esportistas ou sedentários. É mais comum em atletas que utilizam a articulação em excesso, como jogadores de tênis, nadadores e ginastas, por exemplo, e em idosos, devido ao desgaste natural da articulação.

Muitas dessas dores limitam movimentos simples, como erguer e abaixar os braços, e costumam piorar quando a pessoa se deita. Em muitos casos, as dores no ombro são sintomas de lesões provocadas por movimentos repetitivos que machucam os tendões e por processos degenerativos que ocorrem depois dos 40-50 anos de idade. Quando a dor se origina de alguma outra estrutura fora do ombro, é chamada de dor referida e não impede nem piora a movimentação do ombro. Em casos de ruptura dos ligamentos, pode ocorrer um posicionamento anormal das estruturas ósseas.

Uma situação especial é a que se refere à dor no braço esquerdo, pois ela pode estar associada a problemas cardíacos. No entanto, em muitas ocasiões, esse não é o caso e deve-se determinar quais outros sintomas estão associados à dor no braço esquerdo para melhor esclarecer a situação. Embora as pessoas com angina pectoris experimentem dor no peito, que pode se irradiar para o ombro, existem várias outras razões de dor no ombro e braço esquerdos. O médico deve sempre ser consultado para esclarecer qual é o diagnóstico correto.

O tratamento da dor no ombro pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da natureza do problema. A cirurgia feita por meio da artroscopia representa um avanço considerável, porque evita complicações inerentes ao ato cirúrgico aberto. Normalmente, se causada por uma inflamação temporária das estruturas do ombro, pode ser aliviada com a aplicação de gelo no local.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Cirurgia de varizes


As varizes dos membros inferiores, comumente chamadas apenas de “varizes”, são caracterizadas por veias superficiais dilatadas e tortuosas nas pernas e coxas. Elas estão relacionadas a dores, inchaços e desconforto estético.

Ainda hoje não existe tratamento medicamentoso para as varizes.

Os remédios usados aliviam os sintomas, mas não corrigem as anomalias das veias varicosas. A retirada delas é o tratamento mais adotado, embora ultimamente tenham surgido novas técnicas de tratamento, como o laser cirúrgico endovenoso e os cateteres de radiofrequência.

Na técnica a laser, uma fibra óptica é introduzida na veia e por meio dela é liberada uma carga de raios que causa uma lesão na parede do vaso, provocando a oclusão definitiva do mesmo.

Na radiofrequência, um cateter é implantado no interior da veia em foco e então é liberada uma energia que danifica suas paredes, também causando oclusão permanente.

Com essas técnicas, a dor pós-operatória é menor que na técnica convencional, diminuindo a necessidade do uso de analgésicos. Também o retorno ao trabalho é mais rápido que na técnica tradicional e as infecções da ferida operatória são menos frequentes.

Na técnica clássica, o cirurgião vascular começa por marcar na pele, com uma caneta especial, as veias varicosas que devem ser retiradas. Após esta marcação, ele faz uma série de pequenos cortes na pele, regularmente espaçados, próximo às veias doentes, e as extrai com o uso de agulhas cirúrgicas próprias.

Esta fase da cirurgia não ocorre apenas na técnica convencional, mas também nos métodos mais modernos para a remoção das veias menores. Em geral, tanto os resultados terapêuticos quanto os resultados estéticos da técnica clássica contam com a aprovação dos pacientes.

Se a veia safena estiver varicosa, ela também deve ser retirada, num processo mais complexo chamado safenectomia, o qual pode ser realizado por razões meramente estéticas ou em virtude de varizes que estejam comprometendo a circulação e causando estase vascular ou tromboflebites. A cirurgia para retirada da safena permite a abordagem das outras veias superficiais da virilha e reduz o risco de retorno das varizes.

A safenectomia é feita com anestesia raquidiana, com o paciente deitado em uma maca em decúbito dorsal. Depois da devida assepsia e antissepsia, é feita uma incisão da pele na prega inguinal com 3 a 5 centímetros de extensão e a dissecção de planos subjacentes, evitando lesão linfática. Outra incisão de cerca de um centímetro é feita um centímetro abaixo da região maleolar.

Com o auxílio de um fleboextrator (extrator de veias), a veia safena magna é extraída no sentido crânio-podálico (de cima para baixo) e os cotos deixados livres são convenientemente suturados.

Após a cirurgia, alguns cuidados devem ser observados. Nos primeiros dias, repouso relativo e uso de meia elástica, que deve ser retirada para dormir. Pode-se manter ampla liberdade de movimentos no leito, fazendo exercícios de flexão e extensão de tornozelos e joelhos. Na primeira semana, manter os pés da cama elevados. Nos primeiros dias, pode haver um pouco de dor. Um analgésico ou um anti-inflamatório pode ser usado. Os medicamentos habituais podem voltar a ser tomados pelas pessoas que os usam e nem mesmo precisam ser interrompidos.

Para os hematomas, pode-se usar pomadas Hialuroid ou Trombofob. Exercícios moderados são liberados após 30 dias. Deve-se evitar exposição ao sol por três meses. Com o procedimento clássico, pode-se ter algumas complicações, principalmente lesão dos nervos safeno e sural e dos vasos linfáticos que acompanham as veias safenas. A lesão do nervo safeno causa amortecimento e formigamento transitórios, mas de longa duração, na face interna da coxa e perna e a lesão do nervo sural pode levar ao amortecimento e queimação na face posterior da perna. A lesão aos vasos linfáticos pode ocasionar inchaço quase sempre reversível da perna operada.

A eficácia dos tratamentos endovasculares é idêntica à da cirurgia aberta. No entanto, os métodos convencionais já são procedimentos consagrados, com resultados muito satisfatórios e geralmente já contam com uma grande experiência dos cirurgiões. Os procedimentos mais recentes, contudo, estão se tornando cada vez mais usuais e evitam grande parte da dor e dos hematomas que são frequentemente associados ao método convencional. Esses procedimentos são minimamente invasivos e podem ser feitos com anestesia local ou regional, conforme opção do médico e do paciente.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Escleroterapia


A escleroterapia é um procedimento médico realizado para o tratamento de vasos sanguíneos dilatados (em geral veias varicosas dos mais diversos tamanhos) ou malformações vasculares (telangiectasias).

A escleroterapia pode ser feita quimicamente, por meio de injeções de substâncias químicas ou de espuma (forma mais comum), ou por métodos físicos, com o uso do laser e radiofrequência, por exemplo.

Na mente popular, a escleroterapia é conhecida como destinada unicamente ao tratamento de varizes, baseada em injetar nelas uma substância química que "esclerosa" o vaso enfocado. A escleroterapia frequentemente é feita nos membros inferiores, mas também pode ser realizada em outras áreas do corpo.

Além das varizes, a escleroterapia é aplicada como uma opção para tratamento de veias reticulares superficiais, telangiectasias e também pelos proctologistas para o tratamento de hemorroidas. Ela pode também ser aplicada em veias colaterais das safenas. Em geral, os pacientes têm objetivo estético, porém a escleroterapia pode ser o tratamento de várias doenças venosas, sobretudo varizes.

No dia anterior ao procedimento, o paciente não deve fazer depilação das pernas ou aplicar cremes. A escleroterapia química consiste na injeção de certas sustâncias dentro de um capilar venoso ou de uma veia de maior tamanho, diretamente no interior das varizes. Esse procedimento "seca" os vasos, lenta e progressivamente, impedindo que o sangue circule por eles.

É uma prática simples, mas exige perícia de quem a pratica e, por isso, só deve ser feita por alguém com experiência profissional. Pode ser realizada em consultório, sem anestesia, e cada aplicação dura cerca de uma hora.

O tratamento é feito em sessões e é preciso retornar ao consultório do médico algumas vezes após a primeira aplicação. Assim que esses medicamentos entram no vaso, eles provocam uma irritação que os faz contrair.

Com o tempo, geram um processo inflamatório no endotélio vascular (camada mais profunda dos vasos sanguíneos) que, ao cicatrizar, origina a oclusão do vaso. Dessa forma, impedem a circulação local e a formação de novas varizes naquela área.

Embora haja substâncias específicas, a mais frequentemente usada é a glicose hipertônica a 50 ou 75%, que não tem muitos efeitos colaterais e é facilmente absorvida pelo organismo. Depois de realizada a escleroterapia, o paciente deve usar meias de compressão por alguns dias, evitar exercícios físicos exaustivos e evitar expor-se ao sol forte.

Apesar de um tratamento bem feito, as varizes podem ressurgir em áreas próximas ou distantes, demandando novas aplicações.

A escleroterapia pode provocar leve dor e queimação locais, inteiramente suportáveis.

Com o uso de produtos químicos, têm sido descritos acidentes tromboembólicos graves, mas a maioria das complicações com a escleroterapia estão relacionadas a falhas técnicas e aplicação incorreta do produto.

Em geral, podem aparecer alergias, hiperpigmentação no trajeto da vênula injetada, aparecimento de uma "nuvem" de pequenos capilares, no caso de oclusão abrupta da vênula de drenagem da telangiectasia, necroses, tromboflebite superficial ou profunda e embolia pulmonar.

O uso da glicose hipertônica a 50% ou 75% para produzir a esclerose, constitui uma alternativa bastante segura para o paciente. O paciente deve procurar um profissional habilitado e experiente (geralmente um angiologista) para fazer tais aplicações.