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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Seu filho dorme bem?

O sono normalmente é regulado tanto no número de horas diárias que são necessárias para cada pessoa descansar, quanto no ritmo em que ocorre a necessidade de dormir. Essa regulação é individual, variando de pessoa a pessoa e para uma mesma pessoa, segundo a idade. Por isso, só se pode falar em média.

A média normal de sono para a maioria dos adultos é de 7 a 8 horas a cada noite. No entanto, uma pessoa que só durma 6 horas por noite ou menos ou outra que precise dormir 10 ou mais horas e sinta isso como suficiente ou necessário, não pode ser, sem mais considerações, tida como fora dos padrões normais.

Os bebês e as crianças necessitam de um tempo maior de sono. Um recém-nascido praticamente dorme o tempo todo e só acorda para mamar. A criança de um ano de idade dorme, em média, de 11 a 15 horas diárias; aos dois anos ainda dorme de 11-14 horas por dia; aos três a quatro anos o sono toma de 10 a 13 horas diárias; aos cinco anos a criança continua dormindo essa mesma quantidade de horas e aos seis anos dorme, em geral, de 9 a 11 horas.

Os adolescentes dormem muito e necessitam pelo menos de 9 horas de sono por noite. Nesta fase, o sono é muito importante pois é durante o sono que o hormônio do crescimento é liberado. Além da quantidade, é importante também a atenção com a qualidade do sono. Deve-se avaliar se o bebê e a criança têm ou não dificuldades de adormecer e se desperta ativa e de bom humor ou confusa e chorando.

Grosso modo, pode-se falar em “sono tranquilo” e “sono agitado”. Sono tranquilo é um sono silencioso em que o bebê e a criança dormem imóveis ou com poucos movimentos, uma respiração regular e calma e só desperta ao final do período de sono. O sono agitado é cheio de movimentos, despertares e gemidos, uma respiração irregular ou difícil. O sono tranquilo é um bom indicador de saúde normal, enquanto o sono agitado pode apontar para alguma anormalidade.

O ambiente de dormir deve contribuir para o relaxamento, ser silencioso e escurecido. No máximo, pode-se usar um abajur com luz fraca, de preferência com luz de cor azul. Deve também ser mantido numa temperatura agradável, sendo aquecido ou resfriado, conforme o caso. Deixe seu filho maiorzinho participar da decoração do quarto, opinando sobre as estampas que deseja nas paredes, que cores prefere para as roupas de cama, etc. Isso torna o ambiente mais familiar a ele.

Não deve ser realizada nenhuma atividade que excite a criança ou em que ela tenha vontade de participar perto da hora de dormir. O mais importante dos fatores ambientais parece ser a regularidade de procedimentos. Acostume seu filho a ir para a cama todo dia num horário pré-estabelecido, mesmo que eles digam não estarem com sono. Não demorará muito e eles estarão dormindo rapidamente após serem levados para a cama. Habitue-os também a se levantarem em horários determinados.

No caso de bebês, faça uma transição suave, mas dê preferência ao berço, em relação ao colo. Um banho morno antes de deitar ajuda a relaxar. Suspenda o uso de eletrônicos (computadores, celulares, tablets, etc.) que possam excitar a criança e aumentar seu estado de alerta pelo menos duas horas antes da criança ir para a cama. Acostume-o a dormir em diferentes locais para que ele possa dormir bem em locais diferentes do próprio berço ou cama.

Evite conservar o hábito de sempre colocá-lo para dormir na companhia de determinado objeto, pois esse hábito pode se estender vida afora. Já quando for necessário que seu filho durma em algum local que lhe seja estranho, é bom levar junto uma mantinha que lhe seja familiar. Desde bebê, deixe-o sozinho para dormir. Ele acaba acostumando e não exigindo mais a presença da mãe ou outra pessoa para dormir.

Contar histórias é um hábito saudável, mas deve ser regulado para não se tornar uma condição obrigatória, sem a qual a criança não dorme. Cantar para a criança dormir ou colocar uma música clássica de fundo pode fazer parte de uma rotina saudável de sono. Crianças um pouco maiores gostam de trazer amiguinhos para dormir em sua casa ou dormir na casa deles, esse hábito é saudável e ajuda a criança a adquirir independência.

A criança deve ser treinada em certos hábitos antes de dormir ou ao acordar: escovar os dentes, recolher os brinquedos usados, apagar as luzes, dar “boa noite” às pessoas, etc. Ela se acostumará com essas coisas e dentro de algum tempo passará a fazê-las automaticamente, sem sacrifícios.

Se apesar de todos esses cuidados o sono de seu filho apresentar distúrbios, como pesadelos e sonambulismos frequentes, terror noturno ou outros, um pediatra deve ser consultado. Fazer xixi na cama é normal até os 3 ou 4 anos e a ocorrência deve ser manejada com naturalidade, sem reprimendas à criança.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Isolamento social 


O isolamento social, também conhecido como “social withdrawal”, acontece quando uma pessoa se afasta totalmente do que a rodeia de forma involuntária, ainda que possa pensar o contrário.

Esta condição ocorre em pessoas de todas as idades e pode ser uma consequência de acontecimentos traumáticos da sua história, como ter sido vítima de bullying ou padecer de alguma condição médica, como a depressão.

Em alguns casos pode ser porque a pessoa viveu situações anormais na sua infância, como ter sido vítima de bullying, ou por ter sofrido de uma superproteção extrema que a impediu de se relacionar de forma normal com outras pessoas da sua idade,gerando uma falta de segurança e conhecimento para estabelecer novas relações enquanto adulta.

Outro caso se dá quando a pessoa tem algum tipo de condição médica que dificulta ou a impossibilita de sair. 

Nesta situação é possível encontrar pessoas que, depois de alguma vicissitude médica, se afastam completamente do resto do mundo.

Também é possível encontrar esta condição em pessoas que não sofrem de uma condição médica extrema, mas que enfrentam condições de saúde que as distanciam ou que criam estereótipos, como alguns transtornos mentais.


terça-feira, 28 de novembro de 2017

Acumuladores 


Você já ouviu falar em Acumulação Compulsiva (ou Disposofobia)? Provavelmente já deve ter visto em alguma reportagem ou mesmo em reality shows da TV que retratam casos de Acumuladores e que, normalmente, chamam muito a nossa atenção.

Mas antes de falarmos dos sinais que podem identificar um Acumulador Compulsivo, é preciso que se diga que visualizarmos apenas o problema em si, não basta. 

O que os reality shows focalizam é justamente isso, o problema. 

Uma casa totalmente entulhada de objetos ou animais, sem condições de higiene aceitáveis e que, logo à primeira vista, nos passa a impressão de: “O que faz um ser humano chegar a este ponto?”. Pois é. 

É exatamente isso que é necessário investigar com muita cautela e particularidade, sem estereótipos, já que cada caso é único e cada um demandará uma abordagem e tratamento específico. A solução não é a mesma para todos, considerando que as causas também são distintas.

Acumulação Compulsiva e Consumismo

E será que dá pra falar de Acumulação Compulsiva sem fazermos um link com o Consumismo desenfreado que estamos vivenciando? 

Acredito mesmo que não. São tantos produtos e serviços que pipocam a todo momento, por todos os lados e que são tão chamativos e convincentes! 

Parece realmente que precisamos consumir, comprar tudo o que surge como novidade. – Como serei feliz em meu grupo de amigos se apenas eu não tiver aquele celular novo com uma super câmera? –

Como meu filho poderá ser feliz se apenas ele dentre seus coleguinhas não tiver um tablet novo? – Parece que tudo isso é tão necessário! 

Sim, é claro que não dá pra viver em uma bolha e precisamos acompanhar o desenvolvimento do mundo. 

O ponto que quero tratar aqui é que o nosso foco de felicidade se voltou para tudo aquilo que podermos ter e não para o que podemos ser. 

E isso tem se manifestado cada vez mais cedo na vida de todos. 

Olhar com cuidado para nosso comportamento enquanto consumidores é, sem dúvida, uma forma de prevenção ao Acúmulo Compulsivo.

Outra forma de prevenção também seria fazermos o exercício de doar coisas, que não precisamos mais e que podem ser uteis a outras pessoas.

É fato também que outros fatores podem desencadear a Acumulação Compulsiva, como carências emocionais, isolamento social (que se agrava com a evolução da situação de Acumulador), entre outros. 

Como já foi citado, cada caso requer uma análise cuidadosa e particular. 

O foco do tratamento deve ser sempre, independente do tipo da abordagem, voltado para o cuidado do indivíduo em primeiro lugar. 

Neste sentido, uma das primeiras etapas é o restabelecimento de vínculos perdidos com a família, amigos, enfim, com o “mundo exterior”. Respeitar os limites e o ritmo de cada um é fundamental para o sucesso do tratamento.

Quais os sinais então do Acúmulo Compulsivo?

Acúmulo sem organização, utilidade ou lógica pré-estabelecidas – ao contrário do colecionismo ou mesmo do TOC, em que se observa a existência de um ritual.

Incapacidade de jogar fora objetos ou doar animais recolhidos em excesso.

Perda de controle sobre o que foi recolhido – a insalubridade passa a caracterizar uma condição de vida.

O propósito da moradia é desvirtuado – todos os ambientes são gradativamente deteriorados e ocupados para abrigar o que é acumulado.

Opção pelo isolamento, geralmente após o confronto por familiares, amigos ou vizinhos – a perda dos vínculos de convívio social é motivada por vergonha ou pela incapacidade de lidar com o problema.

Prejuízo da crítica, com falta de percepção e grande resistência para aceitar que o acúmulo seja um problema – o nível de gravidade de cada caso será determinante para definir como sensibilizar a pessoa e conseguir dar o encaminhamento adequado.


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Quantos cafés por dia?


Para avaliar as evidências existentes sobre as associações entre o consumo de café e os múltiplos resultados de saúde, foi realizada uma revisão de meta-análises de estudos observacionais e de intervenção. 

As fontes de dados utilizadas foram PubMed, Embase, CINAHL, Cochrane Database of Systematic Reviews e rastreio de referências.

Os critérios de elegibilidade para a seleção das meta-análises de estudos observacionais e de estudos de intervenção que examinaram as associações entre o consumo de café e qualquer resultado em saúde, em qualquer população adulta, incluíram todos os países e todos os parâmetros. 

A revisão identificou 201 estudos de pesquisa observacional com 67 resultados únicos de saúde e 17 estudos de pesquisa intervencionista com nove resultados únicos. 

O consumo de café foi mais frequentemente associado a benefícios do que a prejuízos em saúde, incluindo o consumo elevado versus baixo ou o consumo de qualquer vs nenhuma quantidade e também do consumo de uma xícara a mais ao dia.

Houve evidência de uma associação não linear entre o consumo e alguns resultados, com estimativas resumidas que indicam a maior redução do risco relativo à ingestão de três a quatro xícaras por dia versus nenhuma xícara ao dia, incluindo mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular e doenças cardiovasculares. 

O consumo alto versus baixo foi associado a um risco 18% menor de câncer incidente. 

O consumo também foi associado a um menor risco de vários tipos específicos de câncer e condições neurológicas, metabólicas e hepáticas.

As associações prejudiciais foram largamente anuladas por ajustes adequados para o tabagismo, exceto na gravidez, onde o consumo alto versus baixo/nenhum consumo foi associado ao baixo peso ao nascer, nascimento prematuro e perda gestacional.

Havia também uma associação entre o consumo de café e o risco de fraturas em mulheres, mas não em homens.

Concluiu-se nesta revisão que o consumo de café parece geralmente seguro dentro dos níveis habituais de ingestão, com estimativas resumidas que indicam a maior redução de risco para o consumo de três a quatro xícaras de café por dia para vários resultados de saúde, e que o consumo é mais propenso a levar a benefícios à saúde do que a prejuízos.

São necessários ensaios controlados aleatórios robustos para entender se as associações observadas são causais. 

É importante notar que, fora da gravidez, as evidências existentes sugerem que o café pode ser testado como uma intervenção sem risco significativo de causar danos. 

Mulheres com risco aumentado de fratura devem ser excluídas.

sábado, 25 de novembro de 2017

Sadismo












O sadismo é uma perversão caracterizada pela obtenção de prazer sexual com a humilhação ou sofrimento físico de outrem e, por extensão, prazer com a dor alheia em geral. De maneira mais genérica, sadismo é o ato de sentir prazer provocando sofrimento físico ou mental a outro ser vivo.

O termo foi cunhado pelo psicólogo alemão Richard von Krafft-Ebing, a partir do nome do francês Donatien Alphonse François de Sade (Marquês de Sade). Ainda que a obra literária do Marquês de Sade tenha conotações principalmente sexuais, o sadismo, como patologia, não tem um caráter exclusivamente sexual. O termo também é usado para descrever indivíduos que parecem obter prazer em humilhar e dominar outros em situações sociais.

Alguns comportamentos mais suaves de sadismo são até socialmente aceitáveis, embora mal avaliados, como o uso de sarcasmo humilhante ou referências depreciativas.

Como acontece com os demais Transtornos Psicológicos, as causas do sadismo não são inteiramente conhecidas, embora sejam tributárias de muitas teorias. Uma delas considera que os indivíduos sádicos receberam pouco afeto e atenção dos pais e isso foi reforçado ao longo da vida.

O Sadismo Sexual envolve atos reais (não simulados) em que o indivíduo sente excitação sexual infringindo sofrimento psicológico (incluindo humilhação) ou físico ao parceiro(a). O indivíduo sádico pode atar, vendar, dar palmadas, espancar, chicotear, beliscar, bater, queimar, administrar choques elétricos, estuprar, cortar, esfaquear, estrangular, torturar e até mutilar ou matar a vítima.

Alguns parceiros consentem nesses atos e até mesmo sentem excitação sexual quando submetidos a esses episódios de dor ou humilhação (masoquismo), enquanto outros são submetidos a eles sem que haja consentimento. Muitas vezes, o indivíduo sádico “precisa” do sofrimento da vítima para sentir algum prazer. É por isso, por exemplo, que muitos estupradores procuram realizar seus atos embora tenham uma vida sexual normal com outras parceiras e, inclusive, sejam casados.

O sadismo se associa ao masoquismo em que, de maneira complementar, a excitação sexual está ligada a sentir dor. Muitos indivíduos respondem com excitação em ambos os papeis (sado-masoquismo).

De uma forma mais geral, pessoas sádicas tendem a praticar agressões recorrentes e comportamentos cruéis contra outras pessoas para se satisfazerem. O sadismo também pode incluir crueldade emocional. O sádico se deleita com o sofrimento do outro e demonstra satisfação ou prazer em ouvir desgraças, tragédias e dificuldades de outras pessoas.

Nesse sentido, o sadismo é muito mais comum do que o sadismo sexual propriamente dito que, aliás, é raro. Existe um simulacro do sadismo em pessoas normais, sobretudo em crianças, o qual pode ser observado quando, por exemplo, algumas crianças executam “brincadeiras”, tais como, jogar sal em sapo, bater prego em insetos, caçar passarinho por esporte, afogar formigas, etc. O sadismo faz parte do lado mau da personalidade humana.

A violência sádica pode variar desde a infringência de dor leve e inofensiva, num jogo de amor, por exemplo, até a extrema brutalidade, às vezes causando lesões graves ou mesmo a morte do(a) parceiro(a).

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Automutilação


Automutilação é todo comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio, embora possa resultar em morte.

Normalmente, em seguida à automutilação, a pessoa procura esconder as feridas autoinfligidas com roupas ou oferece explicações alternativas para elas. 

Algumas pessoas, com o interesse de escondê-las, abandonam as situações em que seja necessária a exibição do corpo, como ir à praia ou a um clube, por exemplo.

A pessoa que se automutila não está, usualmente, querendo interromper a própria vida, mas sim usando esse comportamento como um modo de aliviar alguma dor emocional e desconforto.

Os atos automutilatórios visam o alívio de dores emocionais e, em muitos casos, estão associados ao Transtorno de Personalidade Borderline. Muitos automutiladores, contudo, não sofrem desse transtorno de personalidade.

Atualmente, esse comportamento tem sido associado também a problemas como depressão, transtorno bipolar, síndrome do pânico, bulimia, anorexia, bullying, epilepsia, problemas emocionais, transtornos alimentares dentre outros. 

Outro fator que deve ser investigado está relacionado à associação entre dor e prazer (sadismo).

A automutilação é mais comum entre jovens e adolescentes que sofrem pressão psicológica.

Geralmente a pessoa se automutila com a intenção de interromper uma dor emocional muito forte, numa espécie de troca, da dor emocional pela dor física. 

No entanto, apesar desses intensos sentimentos internos, o automutilador não experimenta muitas reações emocionais no que diz respeito a eventos externos, sendo capaz de presenciar grandes tragédias sem reações emocionais.

Deparam-se com uma sensação de vazio e tornam-se incapazes de quaisquer sentimentos comuns, como ódio, raiva, indignação, medo, insegurança, alegria, amor, etc. Sentem-se apáticos e desinteressados com relação a qualquer assunto que os rodeie.

Os automutiladores em geral sentem compaixão por outras pessoas na mesma situação. 

No mais, eles tendem a ter grandes dificuldades de expressão verbal ou emocional e não conseguem falar sobre suas angústias, nem chorar diante dos outros. 

No máximo, alguns indivíduos afirmam que escrever (textos, poemas, contos, músicas ou sua história pessoal, etc.) lhes parece de grande ajuda.

Essas pessoas não possuem amor próprio, têm muito baixa autoestima e se definem como "um lixo", “sem qualquer importância” e fracassadas. 

Não guardam qualquer expectativa futura positiva, pois se consideram incapazes de alcançar qualquer coisa realmente boa. 

Assim, procuram se afastar da família e dos amigos, com a ideia de que assim os poupam do mal que presumem ser a sua presença e passam a levar uma vida isolada.

Com frequência se descobrem buscando feridas ou cicatrizes semelhante às suas em outras pessoas, como uma forma de não se sentirem tão sós. 

O desejo de se automutilar é descrito por elas como algo incontrolável, um vício do qual, ainda que queiram, não conseguem se libertar. Muitas pessoas alegam não saberem porque fazem isso.

Após uma crise em que fere o próprio corpo, a pessoa apresenta um sentimento de culpabilidade. 

O indivíduo chora muito e a sensação de fracasso é extrema, assim como a dificuldade de falar sobre si mesmo e sobre a doença é acentuada, com medo de não ser compreendido e aceito.

A automutilação é comum entre jovens e adolescentes que sofrem pressão psicológica.

As formas mais frequentes de automutilação são esmurrar-se, chicotear-se, cortar-se com giletes, navalhas, vidros e facas, enforcar-se por alguns instantes, morder as próprias mãos, lábios, língua ou braços, apertar ou reabrir feridas, arrancar os cabelos, queimar-se, furar-se com agulhas, arames, pregos, canetas, beliscar-se, ingerir agentes corrosivos, pregos, alfinetes etc., se bater, socar paredes e outras superfícies ásperas capazes de machucar as mãos e envenenar-se, sem a intenção de suicídio.

Uma forma clássica de automutilação, comum nos serviços de emergência, envolve fazer cortes nos braços, pernas, coxas, abdômen, etc., mais nos pulsos. 

A automutilação entre indivíduos com outros distúrbios mentais (autismo, retardamento, inteligência limítrofe, etc.) costuma envolver ações relativamente simples, tais como bater a cabeça contra a parede, esmurrar superfícies duras e morder-se. 

É comum desenvolverem pica, que corresponde a um transtorno em que o afetado engole substâncias/objetos que não são comestíveis.

O tratamento da automutilação deve ser feito por uma associação entre psicoterapia e medicação. 

A psicoterapia tem como um dos objetivos ajudar o paciente a identificar outras formas de lidar com as frustrações. 

Ainda não há medicação específica para a automutilação, entretanto, a medicação pode aliviar os sintomas depressivos e ansiosos associados e também este comportamento.

É essencial identificar as causas do problema, embora isso seja difícil, e tratá-las. É importante que a iniciativa do tratamento parta do próprio paciente.

A automutilação pode causar uma variedade de complicações, como infecções, cicatrizes e desfigurações permanentes. Embora a automutilação não seja uma tentativa de suicídio, pode produzir a morte.

Ansiedade não patológica


A ansiedade é um sentimento tão peculiarmente incômodo e difícil de definir que somente quem o sente pode saber o que seja e o quão ruim ele é. 

Como todo mundo sente uma ansiedade normal em algum momento da vida, todas as pessoas sabem o que é, por experiência própria.

A maneira um pouco mais objetiva de caracterizá-la é dizer em que condições aparece, ou se exacerba, e como se manifesta. 

Muitas vezes ela emerge ou se intensifica quando se está passando por alguma pressão ou se está muito apreensivo de que alguma coisa ruim possa acontecer. 

As manifestações vem por suores, tremores, gagueiras, medos, expectativas catastróficas e demais sentimentos ruins do ser humano.

Muitas pessoas confundem a ansiedade com a depressão, embora sejam coisas totalmente distintas. 

O sentimento da ansiedade é uma resposta normal a certas situações vivenciais que todas as pessoas atravessam. 

No entanto, alguns indivíduos têm um limiar de resposta excepcionalmente baixo e sofrem de uma ansiedade crônica e permanente que independe de eventuais estímulos.

Existe uma ansiedade normal, que prepara as pessoas para reagir às ameaças da vida, e uma ansiedade crônica que surge ou se exacerba mesmo na ausência de quaisquer perigos. 

Os pesquisadores ainda não sabem exatamente o que leva a esses transtornos de ansiedade. 

Eles parecem não ser causados por um único fator, mas por uma combinação de vários deles, incluindo traços de personalidade, predisposição genética, experiências difíceis de vida e de saúde física e mental.

Pesquisas sugerem que as pessoas mais propensas a ter ansiedade são perfeccionistas, tímidas, inibidas, com pouca auto-estima ou que desejam controlar tudo. 

A ansiedade em geral se desenvolve ou se acentua em vista de eventos estressantes. A doença física crônica parece também contribuir para ela.

A ansiedade pode existir isoladamente ou ser acompanhada de múltiplas outras condições mentais alteradas. A depressão, por exemplo, quase sempre ocorre junto com a ansiedade.

A ansiedade é cada vez mais comum, a ponto de alguns a chamarem de “o mal do século”. Os principais sintomas psíquicos ou físicos são:

•Medos irracionais, como, por exemplo, de animais, de voar, de doenças ou de estar em meio a uma multidão.

•Conscienciosidade excessiva, que faz com que a pessoa se sinta incompetente para realizar coisas simples, acabando por desistir delas, ficando com tremores, com a face avermelhada e quente, suado, etc.

•Lembranças ruins insistentes que se firmam na cabeça.

•Preocupações negativas excessivas.

•Perfeccionismo, que é um desejo irracional de que tudo saia conforme tenha sido planejado ou ainda melhor.

•Perturbações do sono.

•Hábito de roer as unhas.

•Tensões musculares.

•Dores na barriga, no peito ou na cabeça.

•Problemas para dormir ou para pegar no sono no início da noite.

•Mãos ou pés frios.

•Falta de ar.

•Palpitações cardíacas.

•Boca seca.

•Náuseas.

•Tonteiras.

Esses são apenas alguns dos sinais e sintomas mais comuns. Dezenas de outros podem ser citados, como pânico, vergonha de falar em público, compulsividade e ainda muitos outros.

A ansiedade pode levar algumas pessoas ao uso de álcool ou de outras drogas que, em contrapartida, podem agravar este sentimento, criando um círculo vicioso que leva à dependência química. 

Alguns sintomas, principalmente nas crises agudas, simulam quadros clínicos orgânicos que podem tornar difícil o diagnóstico diferencial.

O tratamento mais adequado são sessões de psicoterapia com especialistas na área. Isso, no entanto, toma tempo, é dispendioso e provavelmente acabará sendo indicado um medicamento para abreviar o controle da ansiedade. 

Atualmente, existem diversos medicamentos para mitigá-la. Entretanto, todos eles oferecem riscos para a saúde quando não são tomados de forma correta e por isso só devem ser usados por orientação médica e pelo menor tempo possível.

Os ansiolíticos, conhecidos popularmente como tranquilizantes, são a melhor solução química para quem quer acalmar rapidamente a ansiedade. 

Os efeitos colaterais variam muito: desde sonolência até fraqueza emocional e física, quando usados por longo prazo. Os ansiolíticos também causam dependência se usados continuamente, por conta dos seus efeitos relaxantes.

Os antipsicóticos somente devem ser usados quando o nível de ansiedade é muito extremo e a pessoa está tendo problemas bem mais graves.

Num outro extremo do espectro, existem também algumas maneiras naturais de controlar a ansiedade leve: suco de maracujá, alface, chá de camomila, raiz de valeriana, chá de kava-kava, exercícios como pilates, natação, ioga, corridas, caminhadas, etc.

A ansiedade provoca várias alterações físicas e psíquicas no organismo e atua normalmente como um meio de preparar o indivíduo para enfrentar as ameaças do dia-a-dia. 

No entanto, se estas alterações acontecem constantemente ou sem motivação aparente, como nos casos de ansiedade crônica, podem provocar problemas sérios de saúde, como insônia, transtornos alimentares, depressão, problemas cardiovasculares e síndrome do intestino irritável.

Dermatilomania ou Skin Picking


A dermatilomania, também conhecida como desordem de escoriação da pele, Picking ou Skin Picking, é caracterizada pela escoriação compulsiva da própria pele. 

As pessoas que lutam com este transtorno espremem, coçam, esfregam, arranham, picam, futucam, mordem ou cavam a pele, tentando melhorar as imperfeições percebidas, muitas vezes resultando em danos aos tecidos, descoloração ou cicatrizes definitivas.

Esse distúrbio faz parte de um grupo de comportamentos conhecidos como comportamentos repetitivos focados no corpo, entre os quais estão espremer uma espinha ou tirar a casquinha de um ferimento, por exemplo.

Entre as dermatilomanias mais comuns estão o roer unhas (onicofagia), arrancar fios de cabelo (tricotilomania), espremer espinhas, tirar casquinhas de ferimentos e tirar pelinhas. A onicofagia e a tricotilomania são dois comportamento tão típicos que muitas vezes são considerados em separado. 

Os alvos mais visados são cutículas, acnes, cravos, descamações, sardas, pintas, calos, casquinhas de cicatrização e outras irregularidades da pele.

As pessoas que se envolvem em escarificar a pele tendem a escolher entre múltiplos locais do corpo, visando a pele previamente sadia ou danificada. Essas áreas podem mudar ao longo do tempo. Em grau leve, este é um comportamento humano muito comum.

Ainda não se conhece com precisão as causas da dermatilomania, porém, a ansiedade parece ser um fator propulsor. 

O início mais frequente na adolescência talvez se deva a que o adolescente é especialmente ansioso e inseguro em vários assuntos, além de que é nesta época que se dá o aparecimento de cravos e espinhas, principalmente no rosto. 

A dermatilomania é um transtorno obsessivo-compulsivo e o ritual executado costuma ser uma maneira encontrada pela pessoa para diminuir a ansiedade.

O comportamento da dermatilomania geralmente começa no início da adolescência, embora possa começar mais tarde. Cerca de 75% das pessoas afetadas são mulheres. Para executar a dermatilomania, a pessoa usa objetos pontiagudos, dentes e unhas. 

Após a execução do comportamento escolhido, ocorre redução do desejo, sensação de alívio ou prazer, dificuldades psicossociais, constrangimento, esconderijo dos resultados, sequelas emocionais, como ansiedade ou depressão, infecções cutâneas, cicatrizes, lesões ou desfigurações.

Muitas pessoas apresentam danos na pele visíveis, que tentam camuflar com maquiagem, roupas ou outros meios de ocultar as áreas afetadas, devido à vergonha e ao constrangimento. 

Os indivíduos também podem se envolver em comportamentos de evasão, evitando certas situações que podem levá-los a serem "descobertos".

O diagnóstico da dermatilomania é clínico. O DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais em sua 5ª Edição) exige, para o diagnóstico, os seguintes critérios:

•"Cutucação" cutânea recorrente que resulta em lesões.

•Repetidas tentativas mal sucedidas de interromper o comportamento.

•Os sintomas causam angústia ou outro comprometimento clinicamente significativo.

•Os sintomas não são causados por uma substância, condição médica ou dermatológica.

•Os sintomas não são melhor explicados por outro distúrbio psiquiátrico.

O tratamento básico da dermatilomania deve ser a psicoterapia, mas como ela pode também ser um problema psicossomático, em algumas situações necessitará ser tratada com o auxílio de medicamentos como, por exemplo, os ansiolíticos.

Algumas medidas podem ajudar a pessoa que sofre com a dermatilomania a descondicionar a mente desse comportamento, tais como o uso de luvas finas ou de esparadrapo nas pontas dos dedos, que dificultarão a prática do hábito que precisa ser desfeito. 

Além disso, o paciente necessita ser motivado a se tratar, pois quem sofre com o Skin Picking sente um grande prazer em se cutucar, arranhar, etc.

Sem interrupção do hábito ou sem tratamento, a dermatilomania tende a ser uma condição crônica, embora possa experimentar uma desaceleração ao longo do tempo.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O cão: o melhor amigo do Ser humano.


O cachorro protege seu dono, sua casa e sua saúde.

Diversos estudos tëm demonstrado uma ligação direta entre a saúde e até remissão de doenças e o convívio com estes animais que surgiram e se dividiram em diversas raças a partir do convívio com o homem. 

A presença de cães no convívio familiar pode significar mais saúde mental e física para o indivíduo e para a família.

A interação entre os cães e os homens

Os cães são os animais que mais interagem com os homens e fazem isso de uma maneira complexa e às vezes sofisticada. 

Eles parecem compreender atitudes e sentimentos humanos e muitas vezes conseguem fazer-se compreender. Um dos aspectos mais espetaculares e nem sempre notados da interação entre os cães e os homens é que mesmo animais bravios com estranhos são dóceis com seus donos. Isto é, eles “entendem” com quem estão lidando.F

Ao longo do tempo, podem mesmo vir espontaneamente a entender o que seus donos esperam deles em diversos momentos e transmitem a eles seus próprios desejos. Além disso, podem ser treinados para executar tarefas especiais incomuns, como os cães de circos, os cães farejadores, os cães vigias, etc. 

Conforme as situações se exaltam ou se deprimem, ficam calmos ou agitados, tranquilos ou ansiosos... Assim como os cães “amam” seus donos, há donos que também são “apaixonados” pelos seus cães e os tratam como pessoas ou ainda melhor.

O melhor amigo do homem

Os cães parecem ter surgido progressivamente da domesticação do lobo há cerca de 100.000 anos. 

Com o tempo, eles se tornaram animais sociáveis e passaram a adotar características que os tornaram de grande utilidade para o ser humano. 

Antes de sua domesticação, o cão vivia em matilhas, nas quais tinha obrigações a cumprir, como proteger os companheiros. Quando começou a conviver com os humanos, passou a considerar seus donos como integrantes da matilha. 

Por isso, se arrisca para defendê-los e fica alerta aos perigos que possam ameaçá-los. A partir do lobo, diversas raças foram desenvolvidas com uma diversidade incrível das mais conhecidas como o Pastor Alemão e o Rotweiller as menos conhecidas como o Cane Corso e o Terra Nova.

Quando bem tratados e/ou bem treinados os cães parecem “entender” seus donos, seguir seus comandos, transmitir a eles seus desejos e reagir emocionalmente. 

Um exemplo comum disso, facilmente constatável, é a alegria com que um cão recebe seu dono depois de um período de ausência. 

Os cães respondem e retribuem o carinho que recebem e embora possam atacar estranhos, geralmente são amáveis com seu dono.

Há muitos exemplos de cães que ajudaram ou salvaram seres humanos em situações muito difíceis. 

Às vezes, são tão unidos aos donos que se um deles adoece, o bicho fica juntinho ao pé da cama, esperando que melhore. Depois que o cão desenvolve carinho pelo dono, não consegue permanecer muito tempo longe dele e festeja com alegria a sua chegada. 

Há casos em que até fica doente se é separado dos humanos que o criaram. E se por algum motivo tem que viver em outra família, pode não conseguir ficar distante dos proprietários antigos e pode até literalmente morrer de saudade.

A célebre frase “o cão é o melhor amigo do homem” foi dita pelo advogado americano George Graham Vest, em 1870, durante um julgamento em que defendia um fazenderio local, cujo melhor cão de caça havia sido morto por um vizinho que desconfiava que o animal andava matando suas ovelhas. 

O advogado ganhou a causa.

As raças de cães

Hoje estima-se que exista cerca de 400 raças de cães. Cada uma possui padrões próprios de aparência e temperamento e pode herdar determinados problemas específicos de saúde. 

Algumas raças caninas são constituídas por exemplares de tamanho muito pequeno, que não ultrapassam 1.500 gramas, até outras de grande porte, que chegam a pesar 80 quilos ou ainda mais.

Cada raça tem um temperamento próprio que os adapta a funções mais ou menos específicas. 

Assim, há cães de caça, cães de guarda, cães de companhia, cães guias, cães de pastoreio, cães que ajudam os bombeiros em certas tarefas, cães de ataque, cães mais adaptados para viver em apartamentos ou em ambientes externos, etc. 

Algumas raças são mais adaptadas que outras para o contato com crianças, com idosos, com deficientes... Os cães de todas as raças têm um tempo médio de vida de 12 a 15 anos.

Os cães na terapia

Hipócrates, o pensador grego considerado o pai da medicina, já acreditava, acertadamente, que cavalgar trazia benefícios neurológicos. O contato com o animal seria capaz de despertar e melhorar as potencialidades do praticante.

Outro benefício estaria ligado ao movimento do cavalo, que se assemelha ao andar humano e estimula ajustes motores no corpo de quem está sobre o animal. 

Recentemente o interesse pela terapia assistida também por outros animais começou a aparecer, em meados do século passado, quando a medicina passou a dar importância aos aspectos psicológicos e sociais das enfermidades.

Hoje pensa-se que todo o meio externo e psicológico contribui para o aparecimento, desenvolvimento e cura das enfermidades.

Dentre os animais que podem participar das terapias, o cão ganhou destaque. Há diversas formas dos cães participarem do tratamento de pacientes hospitalizados. 

O simples fato de acariciar um cachorro e ser acariciado por ele já consegue melhorar o ânimo de uma pessoa. 

Atividades e brincadeiras conduzidas pelo dono do animal ou por um profissional da saúde, nas quais os pacientes hospitalizados podem se divertir, podem ser feitas para motivar pacientes e criar uma forma de entretenimento.

No caso de uma terapia, o animal ajudará diretamente no tratamento da doença, fazendo parte do processo de cura e não somente servindo para distração. 

Este tratamento deve ser feito com a supervisão de um profissional de saúde especializado e é indicado tanto para tratamentos físicos, quanto psicológicos e cognitivos. 

Idosos em lares de repouso, pessoas com deficiências mentais, hospitalizadas ou com problemas físicos, crianças ou adultos com problemas de adaptação social e pessoas com problemas psicológicos são as que mais se beneficiam. 

Embora vários animais (nem todos, devido ao comportamento e risco que podem trazer aos pacientes) possam participar dessas terapias, os cães são os preferidos e mais utilizados.

Um animal de estimação ajuda em nossa saúde?


Por mais de  25 anos, pesquisas já mostram que viver com animais de estimação fornece benefícios para a saúde. 

Animais ajudam a baixar a pressão arterial, a diminuir a ansiedade, aumentam a nossa imunidade e podem até mesmo ajudar na melhoria de nossas relações sociais.

Além de proteger sua casa, algumas raças são extremamente ligadas à família, o que promove a integração e a felicidade, naturalmente afetando a saúde. 

Em especial os cães molossos, como o Cane Corso, o Mastin Napolitano e outros, conjugam a proteção patrimonial com esta característica ímpar de integração familar.

1. Combatem alergias

Acreditava-se que se uma família tivesse um animal de estimação, as crianças eram mais propensas a se tornarem alérgicas e que se uma pessoa fizesse parte de uma família já propensa a alergias, os animais deveriam ser evitados. No entanto, um número crescente de estudos têm sugerido que crianças que crescem em uma casa com "animais peludos" - seja um gato ou um cachorro de estimação – ou em uma fazenda onde são expostas a animais de grande porte com pelos, elas terão menor risco de desenvolverem alergias e asma.

Em um estudo, o pediatra James E. Gern, da University of Wisconsin-Madison, publicou no Journal of Allergy and Clinical Immunology os resultados de sua pesquisa que analisou o sangue de bebês imediatamente após o nascimento e um ano depois. Ele estava procurando evidências de reação alérgica, mudanças de imunidade e reações a bactérias no ambiente. Se um cão vivia em casa, os bebês eram menos propensos a mostrar evidências de alergias a animais domésticos (19% contra 33%). Eles também eram menos propensos a terem eczema, uma alergia comum na pele que provoca manchas vermelhas e prurido (coceira). Além disso, eles tinham níveis mais elevados de alguns marcadores químicos do sistema imunológico - um sinal de ativação mais forte do sistema de defesa do organismo.

2. Promovem encontros sociais e amorosos

Cães são excelentes promotores de encontros sociais. Um cão é um acionador natural de conversas com outras pessoas, principalmente aquelas que também têm cães como animal de estimação. Eles colaboram muito para evitar o isolamento social ou a timidez. As pessoas perguntam sobre a raça e observam o comportamento do cão. Às vezes, a conversa não passa disso, outras vezes se torna um verdadeiro intercâmbio social e afetivo.

Um estudo realizado pela University of Warwick, da Grã-Bretanha, descobriu que 40% das pessoas relataram fazer amigos muito mais facilmente como resultado de possuir um cão.

3. Cães diminuem a ansiedade de pessoas idosas

Pesquisas têm demonstrado que pacientes com Alzheimer têm menos crise de ansiedade quando têm um animal em casa. Seus cuidadores também se sentem menos sobrecarregados quando há um animal de estimação. Além disso, fazer caminhadas com um cachorro ou apenas cuidar desse animal - para pessoas idosas que são capazes - pode proporcionar uma oportunidade de fazer exercícios físicos e com uma companhia agradável.


4. Bons para a mente e para a alma

Como qualquer atividade agradável, brincar com um cão pode elevar os níveis de serotonina e dopamina, neurotransmissores conhecidos por suas propriedades calmantes e geradoras de prazer. Pesquisas mostram que leva apenas 15 a 30 minutos com seu animal de estimação para que você se sinta mais relaxado. Psicólogos das universidades de Miami e St. Louis descobriram que os benefícios de ter um companheiro canino pode ser equivalente a ter um companheiro humano.

Existe um estudo que mostra que pacientes com AIDS que têm um cão de estimação são muito menos propensos a sofrer de depressão do que aqueles sem animais de estimação. O benefício é especialmente pronunciado quando as pessoas têm forte vínculo afetivo com seus animais.

5. Cães fazem bem ao coração

Uma outra pesquisa mostra que corretores de bolsa de valores com pressão arterial elevada (hipertensão arterial) que adotam um gato ou um cão passam a ter leituras mais baixas da pressão arterial em situações estressantes do que as pessoas sem animais de estimação.

As pessoas estressadas liberam mais cortisol e norepinefrina no organismo, essas substâncias podem afetar negativamente o sistema imunológico. Estudos mostram também uma ligação entre esses produtos químicos e o acúmulo de placa aterosclerótica em artérias, uma bandeira vermelha para doenças cardíacas.

Pacientes que apresentam ataque cardíaco e que têm animais de estimação sobrevivem mais tempo do que aqueles sem um animal para cuidar, de acordo com vários estudos4. Homens que são donos de animais de estimação têm menos sinais de doença cardíaca - níveis mais baixos de triglicérides e de colesterol - do que os não-proprietários, dizem os pesquisadores.

6. Cães o ajudam a se manter mais ativo

Um benefício adicional de ter um cão é que ele incentiva você a se exercitar mais! Proprietários de cães, principalmente de cães de grande porte, são mais ativos do que aqueles que não possuem cães. Pesquisa do The Journal of Physical Activity and Health concluiu que donos de animais de estimação que fazem caminhadas andam cerca de uma hora a mais do que as pessoas que têm o hábito de caminhar, mas que não têm cães em casa.

7. Ter um cão pode fazer de você uma pessoa melhor

Passamos muito tempo cuidando de nossos cães, mas essas criaturas peludas também nos ensinam muito. Ter um cão nos ensina a ter mais paciência, ser menos egoísta, ter mais compromisso e responsabilidade, ser uma pessoa mais desprendida. Você aprende a ser menos centrado em si mesmo e mais tolerante.

Aqui voltamos à introdução do artigo. Se o cão pode fazer, além da guarda da casa, coisas como melhorar o convívio familiar e a felicidade das pessoas, é importante que você esteja atento às raças que vão ser mais adequadas, dado que alguns cães não são tão sociáveis quanto outros. É importante também saber, por exemplo, sobre a relação de uma determinada raça com crianças, para que você tenha o melhor benefício.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Desenvolvimento Infantil


Para ter um desenvolvimento normal, a criança precisa de um ambiente acolhedor, harmonioso e rico em experiências. 

Mas os cuidados para um bom desenvolvimento começam com os cuidados com a mãe no pré-natal e devem continuar a ser promovidos após o nascimento. 

Também são essenciais a participação da família, da rede social de apoio e das políticas públicas, no sentido de dar suporte e organizar a assistência à criança.

O desenvolvimento infantil ano a ano

O desenvolvimento infantil tem um ritmo diferente em cada criança, sem que isso prejudique o resultado final. Assim, por exemplo, uma criança pode aprender a ler e a escrever mais cedo que outras, mas isso não significa necessariamente que ao final do processo estará lendo ou escrevendo melhor que aquelas que evoluíram mais lentamente.

Contudo, os primeiros anos de vida são fundamentais no desenvolvimento e é neste período que o incentivo ao ganho de autonomia, ao desenvolvimento da própria personalidade e da coragem para enfrentar e vencer os desafios da vida deve começar.

A criança de um ano

A criança de um ano de idade dorme de 11 a 15 horas diárias, à diferença do recém-nascido, que dorme quase o tempo todo e só acorda para mamar. Entre os 12 e os 14 meses, a relação da criança com seus pais atinge seu pico de intensidade e nessa fase a criança experimenta uma ansiedade de separação e medo de estranhos.

Por volta dos 12 meses de idade, ela já dá os primeiros passos e desenvolve rapidamente sua capacidade de andar. A dieta da criança está próxima a dos adultos e o bebê experimenta os primeiros sabores, adotando preferências e rejeições. 

Aos 12 meses a criança procura se comunicar com o adulto e já ri de alguma coisa que a impressiona.

Já demonstra capacidade de “dar”, ao invés de querer tomar tudo para si; compreende perguntas simples e obedece ordens simples; pode dar adeus e bater palmas; gosta de brinquedos que fazem ruído ou produzem música, já esboça alguma colaboração com o adulto que deseja vesti-la, dando a mão ou o pé; é capaz de pôr um objeto sobre o outro.

A criança de dois anos

Aos dois anos, os meninos têm uma estatura média de 91 centímetros e as meninas de 81 centímetros; o cérebro da criança já atingiu cerca de 80% do volume que terá na vida adulta; seu perímetro cefálico médio é de 48,8 cm para meninos e 47,8 cm para meninas; os meninos pesam, em média, 15 kg e as meninas 10,5 kg e dormem de 11 a 14 horas por dia.

A criança deixou de ser um bebê e se torna uma criança, cada vez mais sociável e independente, começando a interagir com as pessoas. No entanto, ao se colocarem juntas várias crianças de dois anos, elas ainda não formam um grupo e continuam a ser uma coleção de seres individuais, voltados para si mesmos. 

Preferem brincar sozinhas a partilhar as brincadeiras com outras crianças e ainda não são capazes de esperar pela sua vez. Não compreendem a impossibilidade de certas coisas e, se elas não acontecem conforme desejam, recorrem às famosas birras.

A separação dos pais ainda é motivo de alguma ansiedade e ainda demonstram algum retraimento face a estranhos. Aos dois anos, a criança já tem um vocabulário de 50 a 300 palavras. Aos poucos, vai conseguindo capacidade de concentração e sendo capaz de seguir instruções simples. Adora que leiam histórias para ela. Começa a desenvolver o pensamento abstrato. As brincadeiras de faz-de-conta são uma das suas preferidas, juntamente com as que visam imitar as profissões do pai ou da mãe.

Do ponto de vista motor, a criança aperfeiçoa sua coordenação motora e já é capaz de saltar, correr, subir nas coisas, etc.; define sua preferência por uma das mãos, direita ou esquerda; gosta de ver livros e já vira uma página de cada vez; sobe e desce escadas apoiando os dois pés no mesmo degrau.

A criança de três anos

O cérebro da criança de 3 anos está quase completamente desenvolvido e é duas vezes mais ativo do que o do adulto. Os meninos pesam, em média, 17,25 kg, tem uma estatura média de 100 cm e um perímetro cefálico (medida da circunferência da cabeça) de 49,8 cm e as meninas pesam em torno de 11,50 kg, têm uma estatura média de 88 cm e 48,9 cm de perímetro cefálico.

O sono toma de 10 a 13 horas diárias. A criança começa a diferenciar as brincadeiras conforme o gênero menino ou menina. Gosta de imitar o pai ou a mãe, conforme o caso, às vezes vestindo-se como eles. Pode assumir pequenas tarefas, como levar a roupa suja para o cesto ou colocar o prato na bancada da cozinha, por exemplo.

Aos 3 anos, a criança começa a partilhar. Começa a abandonar a linguagem de bebê e a adquirir uma linguagem mais próxima da linguagem do adulto. O tempo de atenção ainda é curto (10 a 15 minutos). Com um vocabulário de expressão de cerca de 900 palavras, compreende cerca de 1.200.

Acentua-se a fase dos “porquês”, começada anteriormente. Gosta de ouvir histórias e de vê-las repetidas inúmeras vezes. Para ela a palavra tem um sentido único e literal, ainda tem dificuldade em perceber o duplo sentido das palavras. 

Já compreende conceitos temporais, como manhã, tarde e noite, por exemplo, e é capaz de usar plurais. Também já é possível realizar sozinha algumas tarefas, como vestir-se, subir as escadas alternando os pés, fazer desenhos simples, etc. Geralmente, gosta de andar, saltar, correr, nadar, balançar o corpo, etc.

A criança de quatro anos

Aos quatro anos, o cérebro da criança tem como principal atividade o aperfeiçoamento da motricidade fina. Os meninos pesam, em média, 20 kg e, as meninas, 12,25 kg. A estatura média dos meninos chega a 109 cm e a das meninas a 94 cm. O perímetro cefálico médio dos meninos é de 50,4 cm e o das meninas, 49,6 cm. A criança dorme entre 10 e 13 horas diárias.

Nessa idade, a criança já gosta de conviver com outras crianças e as brincadeiras co-participativas são as preferidas. A criança pode ter já dois ou três “melhores amigos” e um ou outro amigo imaginário. Aos 4 anos, a criança já dá asas à imaginação e consegue dar continuidade a uma estória apenas iniciada. 

O seu vocabulário de expressão já chegou a mais de 1.500 palavras e compreende entre 2.500 e 2.800 palavras. Às vezes, surpreende as pessoas com palavras e expressões inusitadas que ela aplica de forma completamente correta, mesmo quando parece ao adulto que ninguém lhe ensinou o significado.

Já é capaz de reconhecer e nomear cerca de oito cores. Já se refere de forma detalhada a acontecimentos passados e conhece os opostos como grande/pequeno, pesado/leve, etc. Dá atenção às histórias, conversações e filmes e por vezes inventa histórias. Consegue andar de bicicleta, subir nas árvores e realizar outras atividades que exigem equilíbrio. Já desenha figuras humanas que, embora disformes, com cabeças enormes e braços e pernas em linha, mostram que a criança já percebe a unidade do corpo.

A criança de cinco anos

Aos cinco anos, o cérebro da criança já tem 90% do tamanho que terá em adulto. O peso médio dos meninos é de 22,5 kg e das meninas 14 kg e a estatura média dos meninos é de 117 cm, já a das meninas é 101 cm. Os dentes permanentes começam a empurrar os dentes de leite, que aos poucos ficam “moles”. A criança continua dormindo de 10 a 13 horas diárias.

Nessa idade a criança começa a compreender as necessidades dos outros e a ter um sentido de responsabilidade e organização e podem ser-lhe confiadas pequenas tarefas. 

Já é capaz de conceber a noção temporal em dias, semanas, meses e anos. Seu vocabulário consta de cerca de 2000 palavras e já compreende que as palavras podem ter um duplo significado.

Já consegue, também, distinguir os opostos: o certo do errado, a verdade da mentira, o justo do injusto, mais alto, mais baixo, maior, menor. Aos 5 anos, a criatividade da criança está no seu auge e ela começa a passar para o papel o que imagina. Seu vocabulário é alargado e mostra-se mais adequado às situações. As palavras são mais bem pronunciadas.

Sabe se comportar em discussões de grupo, aguardando corretamente a sua vez. É capaz de fazer muitas tarefas sozinha, como tomar banho ou vestir-se, por exemplo. Nos desenhos, usa cores mais equilibradas. Começa a gostar do esporte e de atividades físicas. Corre, pula corda, dança, joga bola, anda de bicicleta, adora nadar…

A criança de seis anos

Aos 6 anos, a criança já apresenta uma linguagem bem desenvolvida. A entrada na escola amplia ainda mais essa linguagem e aumenta sensivelmente a capacidade de adaptações à vida social. Essa entrada na escola cria novos centros de interesse e a oportunidade para se relacionar com outras crianças e interagir com novos ambientes.

A criança entra numa nova etapa do seu desenvolvimento e passa a usar as novas tecnologias nas suas tarefas escolares. É importante conceder às crianças um tempo para “não fazer nada“, para que elas possam desenvolver a criatividade e inventar coisas novas para se entreterem.

As rotinas das refeições e da hora para dormir continuam a ser fundamentais para a estruturação da vida da criança. Em geral, a criança dorme de 9 a 11 horas. Nessa idade, a criança está integrada às atividades familiares e pode-se atribuir a ela novas pequenas tarefas, o que estimula a criança a ter responsabilidades na vida.

Já suportando melhor a sua separação dos pais, pode começar a pedir para passar algum tempo na casa de amigos. Gosta de brincar em grupo e valoriza ser reconhecida e apreciada pelos adultos. Mostra que já tem opinião e vontade próprias e diz claramente o que quer e o que não quer fazer. Seu vocabulário é muito alargado e adequado às situações cotidianas.

A partir dos 6/7 anos, vai conseguindo ler sozinha. Já consegue chutar uma bola em movimento e fazer muitos outros malabarismos físicos. Participa com gosto de jogos e brincadeiras competitivas e cooperativas.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Bexiga Hiperativa


A bexiga hiperativa é caracterizada por um conjunto de sintomas urinários que denotam um funcionamento irregular do músculo detrusor da bexiga, levando-a à hiperatividade.

A estimativa é de que esse mal afete cerca de 15 a 20% da população.

As causas da bexiga hiperativa não são inteiramente conhecidas. 

Qualquer interrupção na integração da resposta neurológica pode levar à perda do controle normal da função vesical, à urgência e à incontinência urinária.

Esse distúrbio é provocado por uma redução da capacidade da bexiga de armazenar a urina. Isso pode acontecer por lesões traumáticas de medula espinhal, hérnias de disco, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, doença de Parkinson, demências, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, infecção urinária, hiperplasia benigna da próstata e cálculos na bexiga.

Os fatores de risco associados à bexiga hiperativa ocorrem em pessoas brancas e com diabetes, indivíduos com depressão, idade acima de 75 anos, artrite, terapia de reposição hormonal e aumento do índice de massa corpórea (IMC).

A bexiga hiperativa é consequência de um mau funcionamento do músculo detrusor, que não se relaxa adequadamente, fazendo com que a pressão interna aumente, levando à vontade de urinar com frequência e tornando esse ato urgente..

Muitas vezes, o músculo começa a se contrair involuntariamente, expulsando a urina. O resultado é a urgência urinária, que é uma súbita e urgente necessidade de urinar.

O envelhecimento, a diminuição da capacidade da bexiga e as alterações no tônus muscular favorecerem o desenvolvimento da bexiga hiperativa. 

Talvez a mudança na função vesical mais importante, relacionada com a idade, e que causa a incontinência urinária, seja o aumento do número de contrações involuntárias do músculo detrusor (músculo que durante a micção se contrai para expulsar a urina da bexiga).

O quadro da bexiga hiperativa também pode surgir sem que haja um fator desencadeante conhecido e é chamado, nestes casos, de bexiga hiperativa idiopática.

Os sintomas mais comuns da bexiga hiperativa são: urgência urinária, associada ou não à incontinência, geralmente acompanhada de aumento do número de micções noturnas.

A urgência urinária (o principal sintoma) é definida como um desejo súbito e compulsivo de urinar. 

Uma frequência maior que oito micções por dia é considerada aumentada e a noctúria é a necessidade de urinar uma ou mais vezes a cada noite.

O diagnóstico de bexiga hiperativa é eminentemente clínico, sendo que a urgência urinária é o sintoma principal. 

Por isso, são necessários uma história clínica, exame físico cuidadosos, além de exame laboratorial de urina. Inicialmente, devem ser afastadas infecções urinárias, condições metabólicas ou outras doenças que podem ser confundidas com o quadro clínico de bexiga hiperativa.

Um teste de urodinâmica pode auxiliar no diagnóstico dos casos mais complexos. Assim, outras causas de aumento de urgência e incontinência urinária devem ser excluídas.

Alguns procedimentos adicionais (ultrassonografia renal e um diário miccional, por exemplo) podem ser realizados com a finalidade de excluir outras doenças.

Um diferencial deve ser feito, por exemplo, com a incontinência urinária de esforço. Nessa, o paciente perde pequenas quantidades de urina quando faz algum esforço tais como tossir, evacuar, pular, espirrar ou correr, não havendo sensação de urgência. 

Na bexiga hiperativa perde-se grandes quantidades de urina, relacionadas a uma sensação de urgência.

O tratamento da bexiga hiperativa pode ser compreendido em três linhas:

1.Medidas comportamentais, compreendendo treinamento vesical, estratégias de controle vesical, controle da ingesta de líquidos e treinamento dos músculos do assoalho pélvico.

2.Uso de medicamentos, com ou sem associação às medidas comportamentais.

3.Injeção de toxina botulínica no músculo detrusor da bexiga ou neuromodulação sacral, para pacientes refratários aos outros dois recursos. Também se usa a estimulação periférica do nervo tibial, durante 30 minutos, uma a duas vezes por semana, durante 12 semanas.

O tratamento cirúrgico para aumentar a capacidade da bexiga ou para a remoção dela só deve ser realizado em casos graves e intensamente incomodativos, que não respondam às outras formas de tratamento.

Se não tratada adequadamente, a bexiga hiperativa pode provocar diminuição da qualidade de vida do paciente, principalmente porque não conseguem ter uma noite de sono contínua.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O inconsciente de Freud 


Na teoria psicanalítica da personalidade de Freud, a mente inconsciente é um reservatório de sentimentos, pensamentos, impulsos, e memórias que está fora da nossa consciência.

A maior parte dos conteúdos do inconsciente são inaceitáveis ou desagradáveis, tais como sensações de dor, ansiedade, ou conflito. 

De acordo com Freud, o inconsciente continua a influenciar o nosso comportamento e experiência, mesmo que nós não tenhamos conhecimento dessas influências subjacentes.

A mente inconsciente é freqüentemente representada como um iceberg. 

Tudo acima da água representa o consciente, enquanto tudo abaixo da água representa o inconsciente.

Freud acreditava que muitos dos nossos sentimentos, desejos e emoções são reprimidos ou mantidos fora da consciência.

Por quê? Porque, ele sugeriu, eles eram simplesmente ameaçadores. 

Freud acreditava que, por vezes, esses desejos ocultos se davam a conhecer através de sonhos e lapsos de linguagem (os atos falhos ou “lapsos freudianos“).

Freud também acreditava que ele poderia trazer esses sentimentos inconscientes à consciência através do uso de uma técnica chamada de livre associação.

Ele pediu a pacientes para relaxar e dizer o que me vinha à mente, sem qualquer consideração sobre quão trivial, irrelevante ou embaraçoso poderia ser. 

Ao traçar essas correntes de pensamento, Freud acreditava que ele poderia descobrir o conteúdo da mente inconsciente, onde desejos reprimidos e memórias dolorosas de infância estavam.



segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Anti-inflamatórios


Os anti-inflamatórios não esteroides (AINES) são substâncias não corticosteroides com ação anti-inflamatória. 

Os corticosteroides foram as primeiras substâncias que se reconheceu como tendo potente ação anti-inflamatória. No entanto, eles têm importantes e graves efeitos colaterais. 

Atualmente, os AINES são uma das classes de medicamentos mais usadas em todo o mundo no tratamento das inflamações, especialmente nas patologias osteoarticulares.

Os AINES também têm alguns efeitos colaterais indesejáveis, mas menores e mais contornáveis que os dos corticosteroides.

As principais substâncias não esteroides que funcionam como anti-inflamatórios são diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno, nimesulida, indometacina, cetoprofeno, ácido mefenâmico, piroxicam, celecoxibe e etoricoxibe. 

Todas essas substâncias apresentam mecanismos de ação semelhantes, com pequenas particularidades entre cada uma delas, e todas têm três efeitos básicos:

(1) antipirético (abaixam a febre),

(2) analgésico (reduzem a dor) e

(3) anti-inflamatório.

Os quadros inflamatórios surgem quando há um aumento de produção de uma substância chamada prostaglandina, gerada pela ação de uma enzima chamada ciclo-oxigenase (COX).

Os AINES agem inibindo a ação dessa enzima. 

Sem ela, há menor produção de prostaglandinas e menores estímulos para ocorrer o processo inflamatório. 

Como é a presença da prostaglandina que estimula o surgimento de inflamação, dor e febre, a sua inibição acaba tendo efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório.

Uma complicação é que existe mais de um tipo de prostaglandina e de COX e nem toda prostaglandina causa inflamação ou febre. 

A ação dos anti-inflamatórios, além de abortar a inflamação, pode também originar efeitos colaterais.

Os anti-inflamatórios AINES são medicamentos seguros quando usados de modo adequado. 

O problema é que esta é uma classe de fármacos muito usada na automedicação e nem sempre com indicações adequadas. Apesar de muito usados e seguros, estão longe de ser isentos de complicações. 

O seu consumo inadequado por longos períodos pode levar a consequências graves.

Entre os efeitos colaterais que devem ser levados em conta antes de tomá-los estão:

•Agravamento da hipertensão arterial pré-existente.

•Inibição da ação dos diuréticos.

•Agravamento da insuficiência cardíaca.

•Agravamento da insuficiência renal.

•Ocorrência de síndrome nefrótica e de hepatite medicamentosa.

•Interação desfavorável com a varfarina ou warfarin.

•Possibilidade de reação alérgica.

•Perda de audição nos idosos.

•Aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Em pessoas saudáveis, os anti-inflamatórios AINES não geram maiores problemas, quando usados moderadamente. 

No entanto, não devem ser tomados sem orientação médica por pessoas idosas, mulheres grávidas, pessoas com insuficiência renal, cirróticos, hipertensão descontrolada, insuficiência cardíaca, nas pessoas que consomem álcool regularmente, em pessoas medicadas com anticoagulantes ou com riscos de hemorragias e naquelas com história de úlcera péptica ou gastrite. 

Nessas pessoas podem ocorrer efeitos secundários graves.

As prostaglandinas agem no estômago inibindo a produção de ácido clorídrico e aumentando a produção do muco que protege a parede do órgão. 

Como os AINES as inibe, o estômago fica mais sujeito à ação do ácido aumentando o risco do surgimento de gastrite ou úlceras e, por consequência, das hemorragias digestivas altas.

As prostaglandinas também agem nos rins aumentando o fluxo de sangue. Em pessoas saudáveis, a ação delas é baixa e o uso de AINES por pouco tempo acaba não provocando maiores problemas. 

Porém, pessoas com problemas renais ou com insuficiência cardíaca, desidratação e cirrose, dependem muito da ação das prostaglandinas para manter os rins funcionando bem.

A COX também contribui na estimulação da agregação das plaquetas, facilitando a coagulação do sangue. Quando os AINES a inibe, reduz a capacidade de coagulação do sangue.

Em razão dos efeitos gástricos:

•Os AINES devem ser precedidos pelo uso um protetor gástrico tipo omeprazol ou similar.

•Não tome o anti-inflamatório com o estômago vazio.

•Não use bebidas alcoólicas durante o tratamento.

•Não misture anti-inflamatórios diferentes no mesmo tratamento porque eles podem potencializar os efeitos colaterais uns dos outros.

•Além disso, também é importante não usar o anti-inflamatório por mais de 10 dias seguidos.

•Nunca usar anti-inflamatórios sem prescrição e orientação de um médico.

•Sempre avisar ao seu médico assistente quando estiver usando qualquer tipo de anti-inflamatório.

Devido aos efeitos sobre a coagulação do sangue:

•Os AINES podem ser perigosos em pacientes com elevado risco de hemorragia ou que vão ser submetidos a alguma cirurgia. Em geral, os AINES devem ser suspensos dias antes de qualquer operação.

De todos os AINES, o AAS (ácido acetilsalicílico) é o que exibe maior efeito antiagregante sobre as plaquetas. Por outro lado, esse efeito colateral frequentemente é aproveitado nos pacientes com elevado risco de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Principalmente o AAS costuma ser usado como antiagregante plaquetário. Infelizmente, também com graves efeitos colaterais.

sábado, 11 de novembro de 2017

Crianças precisam de limites



Inicialmente, a criança pequena não suporta qualquer frustração e busca satisfazer prontamente seus desejos, a qualquer custo, ainda que para isso seja necessário invadir os domínios e os direitos de outras pessoas. 

Só aos poucos, e com sofrimentos, a criança vem a saber até onde pode ir e o que pode ou não fazer, coisa que aprende diretamente dos pais ou de quem cuida dela.

Pais muito permissivos têm dificuldades de impor às crianças as medidas restritivas que a ajudam a reconhecer seus limites. 

Assim, criam filhos que serão pessoas “espaçosas”, intrusivas, sem consideração com os demais e com muitas dificuldades de conviver com frustrações. 

E, consequentemente, pouco preparados para lidar com os desafios que encontrarão ao longo da vida.

Os limites começam a ser estabelecidos desde o nascimento, quando a mãe estabelece uma rotina para a criança: horários relativamente fixos de mamar, de dormir, de banhar-se, etc. 

É assim que a criança aos poucos vai aprendendo que deve obedecer a regras e não somente a “fazer as coisas quando se tem vontade”.

Normalmente, a criança, em seu egocentrismo, testa os pais ou cuidadores, explorando todas as brechas que eles deixarem. 

É muito importante, pois, que pai e mãe estejam em perfeita sintonia quanto às orientações que os filhos devem receber. 

Isso fará com que eles (os filhos) sintam uma confiança inabalável nos pais e não procurem valer-se das divergências entre eles para aí imporem suas próprias vontades. 

É importante também que sejam constantes em suas opções. 

Se numa vez os pais consentem alguma coisa e noutra vez proíbem essa mesma coisa, causam uma danosa insegurança na criança e a deixam confusa e desnorteada. 

A mesma coisa acontecerá se os pais divergem entre si, com posições opostas.

Muitas vezes, impor limites para os filhos significa dizer “não”. 

E, no entanto, isso não é traumático para eles, se é dito com calma. 

Sempre deve ser demonstrado que as regras são impostas a favor da criança e não contra ela. 

Ao contrário do que muitos imaginam, impor limites faz bem, porque a criança passa a ter clareza sobre até onde pode ou não ir. 

Muitos pais sentem mais dificuldades de dizer “não” aos filhos que esses em recebê-lo. 

As regras devem ser colocadas com equilíbrio, com autoridade mas sem autoritarismo e sem permissividade excessiva. 

Quando o “não” é dito com firmeza, mas de forma afetuosa e branda, geralmente a criança rapidamente o incorpora e passa a não ser mais necessário sua imposição externa.

O “sim” deve significar “sim” e o “não” deve ser verdadeiramente “não”, sem ambiguidades. Isso parece uma coisa simples, mas muitos pais não têm essa clareza em suas atitudes com os filhos. 

Os motivos das regras devem ser explicados para a criança com frases curtas e objetivas, mas sempre explicativas, mesmo que a criança ainda não entenda. 

Evite mentir, por mais que a mentira pareça inocente. Pois isso pode afetar o elo de confiança da criança com você.

Nem se deve tentar inibir os comportamentos indesejados da criança causando-lhe medos.

Os medos podem se generalizar e se cristalizar, dando origem a uma pessoa medrosa de modo geral. 

Os limites, tanto psíquico quanto físico, são necessários para que o desenvolvimento da criança seja saudável. 

Pode parecer que limite e autonomia sejam coisas opostas, mas não são. 

Esses conceitos trabalham juntos, num mesmo sentido. 

Uma criança que conhece claramente que limites tem de respeitar, sente-se mais segura para agir e exercer sua autonomia em toda a sua extensão.

Se os pais forem rígidos em excesso, enfrentarão a revolta dos filhos e se forem muito permissivos acabarão por gerar ansiedade neles, porque, sem limites, a criança se sente perdida. 

As regras e valores que se deseja transmitir às crianças devem estar claros para todas elas.

Os adultos (geralmente pais) devem explicitar o que a criança pode ou não fazer, cuidando  das "inovações" que ela esteja conquistando. 

Deve ser mostrado para as crianças que as decisões que tomarem, sejam boas ou ruins, gerarão consequências para elas. 

Se os pais resolvem todos os problemas da criança e a poupam disso, o aprendizado posterior da autonomia será um processo doloroso.

Uma criança sem limites sofre... e faz sofrer.

As crianças criadas sem limites não conseguem se controlar: fazem pirraças e chantagens até conseguirem o que querem, mas nunca ficam satisfeitas com nada; não sabem respeitar regras ou pessoas mais velhas. 

Tornam-se egoístas, narcisistas e assumem um sentimento de onipotência.

Crianças sem limites não se sentem amadas.

É como se os pais não se importassem com elas. 

Tornam-se inseguras afetivamente, sem saber bem o que fazer e frequentemente usam o mau comportamento como forma de chamar a atenção dos pais. 

Crianças às quais não se impõem limites serão adolescentes extremamente problemáticos e adultos frustrados e sem caráter. 

Ademais, a sua relação com as pessoas assume uma forma desagradável porque ela se torma egoísta e será considerada antipática pelos demais.

Filhos sem limites significam adultos frustrados, que nunca conseguem alcançar o que almejam.

Quando você se sentir impotente diante de seu filho, diante de sua filha, procure um psicólogo ou uma psicóloga para lhe ajudar.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Fitoterapia 


O termo fitoterapia tem origem grega, no qual fito (phyto) significa "vegetal" e terapia (therapeia) quer dizer "tratamento". 

A fitoterapia é a utilização das plantas para tratamento de doenças e recuperação da saúde. 

Pode-se considerar medicamento fitoterápico toda preparação farmacêutica (extratos, pomadas e cápsulas) utilizando como matéria-prima partes de plantas (folhas, caules, raízes, flores e sementes) com reconhecido efeito farmacológico.

A fitoterapia é considerada uma especialidade médica, que é tratada na área da medicina alopática, ao contrário da homeopatia e da acupuntura, que são terapias alternativas.

Diversas pesquisas científicas realizadas comprovam que o "tratamento vegetal" oferece soluções eficazes e mais baratas para o tratamento de doenças. 

A fitoterapia é comumente utilizada no combate doenças infecciosas, disfunções metabólicas, doenças alérgicas e traumas diversos.

Estudos apontam que o uso de plantas, com fins medicinais, é anterior a 2000 a.C. 

O uso terapêutico de plantas é, provavelmente, tão antigo quanto a própria humanidade. 

Algumas antigas civilizações acreditam no "efeito místico" produzido pelas plantas utilizando-as em rituais religiosos.

Os nativos da ilha de Fiji, a mais de três mil anos, utilizam a planta kava kava (Piper methysticum) como calmante. 

Cientistas alemães realizaram estudos sobre as propriedades da kava kava, e comprovou-se que seu extrato tem efeito no combate à ansiedade.

Contudo, é necessário cautela na utilização de plantas. 

Conceitos populares de que as plantas não fazem mal ou o que vem da natureza não faz mal, não é verdade como um todo. 

Plantas como, por exemplo, a "comigo ninguém pode" é extremamente tóxica e pode matar. 

Assim como, estricnina, morfina e cocaína que também são produtos naturais.

Qualquer medicamento, incluindo os fitoterápicos, só deve ser consumido seguindo orientação médica. 

Dificilmente chega-se a uma overdose de chá de erva-cidreira, mas ainda existem muitas plantas cujos efeitos não são bem conhecidos e seu uso indiscriminado pode prejudicar a saúde.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Algumas considerações para ajudar a emagrecer


Não há como “emagrecer” em apenas uma parte do corpo. 

O que pode ser feito é eliminar a gordura como um todo e, consequentemente, eliminar gordura também na área desejada. 

Contudo, os exercícios abdominais são uma opção a mais para quem deseja uma barriguinha menos protuberante. 

Eles ajudam na definição do abdômen e podem também definir toda a região da barriga.

Nenhum regime para emagrecer será bem sucedido se não for acompanhado por atividades físicas regulares. 

Elas proporcionam a aceleração do metabolismo e a queima mais rápida de calorias. Além disso, são benéficas para sua saúde geral.

Beba bastante água, porque a água aumenta a sensação de saciedade e, assim, ajuda a comer menos. 

Além disso, ela potencializa as ações do sistema digestivo e favorece o emagrecimento.

Mantenha horários certos de comer, dormir, descansar… 

Seu organismo e seu metabolismo trabalham melhor com ritmos pré-establecidos. Também a sensação de “estar com fome” se reduzirá com um ritmo regular de alimentação. 

Coma devagar e com moderação, saboreando os alimentos, e somente nas horas definidas de cada dia.

Nunca espere sentir fome para, só então, alimentar-se. Isso faz a pessoa comer mais do que necessita. 

Procure comer alguma coisa de três em três horas, mesmo que não esteja sentindo fome.

Evite as frituras. Elas não são saudáveis e são ricas em calorias, o que atrapalha a perda de peso.

Fuja dos refrigerantes, eles são extremamente calóricos, causam retenção de gases e ainda retêm líquidos. Mesmo os refrigerantes "zero"... 😐 

Não ingira líquidos durante as refeições porque eles diluem o bolo alimentar e dificultam a sua digestão.

Coma muitas frutas, verduras e legumes. Elas possuem excelentes proteínas e nutrientes e não são calóricos. 

Procure fazer disso um hábito permanente e não uma simples prática passageira.

Evite doces e açúcares. Os doces são grande fonte de açúcar e isso é muito ruim para quem deseja emagrecer. 

O açúcar ingerido vira gordura e tende a acumular-se na região abdominal. Procure tomar café, sucos e chás sem adicionar açúcares ou adoçantes. 

Se você se acostumar, passará a achá-los de melhor sabor do que quando adoçados.

Evite os alimentos ricos em carboidratos, já que eles viram açúcar quando não são totalmente absorvidos pelo corpo. 

Mesmo os carboidratos integrais, embora sejam um pouco melhores que os comuns, devem ser ingeridos com moderação. 

Evite também o glúten, porque ele faz com que o corpo produza um hormônio responsável pelo acúmulo de gordura na região abdominal

Além disso, o metabolismo fica mais lento e, assim, a pessoa queima calorias mais lentamente.

Coma devagar, porque comer muito depressa e não mastigar bem os alimentos faz com que a pessoa não aproveite bem os nutrientes e as proteínas dos alimentos. 

Em consequência, a pessoa tem de comer mais porque não deu ao organismo o tempo que devia para ele absorver o que foi ingerido.

Comer menos também é importante. 

Não se trata de passar fome; trata-se de abster-se daquilo que habitualmente você come além do necessário. 

Procure não “comer com os olhos”, simplesmente porque o alimento está à sua frente.

Beba bastante suco, mas faça sempre um suco natural da fruta e sempre sem adicionar açúcar. Normalmente, o açúcar da fruta já é suficiente.

Dê preferência a alimentos que consomem mais calorias do que aos ditos alimentos com calorias negativas. 

Boas escolhas são: melancia, abobrinha, damasco, berinjela, beterraba, alho, agrião, cebola, couve-flor, mamão, limão, pimentão, abacaxi, brócolis, amora, jabuticaba, framboesa, alface, pepino, couve, maçã, mexerica, morango, ameixa, cenoura, laranja, manga, melão, repolho, pimentão, pêssego e goiaba. 

Também os legumes e as verduras, em geral, que são alimentos ricos em fibras. 

As fibras são um dos alimentos mais poderosos no emagrecimento. 

Elas se agarram às moléculas de gordura e não deixam que o corpo as absorva, também oferecem mais rapidamente a sensação de saciedade.

Com tudo isso, a pessoa pode dispensar os remédios para emagrecer, os quais são pouco efetivos, se usados sozinhos, além de produzirem efeitos colaterais indesejáveis.

Uso de anorexígenos


Anorexígenos, anoréticos ou moderadores de apetite são medicamentos à base de anfetamina ou metanfetamina, drogas da mesma classe da cocaína e do crack, usadas com a finalidade de induzir a falta de apetite e, consequentemente, levar a pessoa a comer menos. 

Ou seja, são os famosos “remédios para emagrecer”.

Quase sempre esses moderadores de apetite trazem, além da anfetamina e metanfetamina, que são estimulantes do sistema nervoso central, um outro composto químico para reduzir a ansiedade, como um tranquilizante ou a fluoxetina, por exemplo, o que torna ainda mais complexo o seu uso.

Quase sempre o anorexígeno é uma anfetamina ou um derivado da anfetamina, cuja função é inibir a fome. 

Essa substância química envia uma mensagem para o cérebro de que o organismo está saciado e o cérebro, dessa maneira, “engana” o corpo, enviando-lhe uma mensagem de saciedade.

Assim, na falta de uma alimentação adequada, o organismo passa a utilizar as calorias armazenadas no corpo e pode, de fato, gerar a perda de alguns quilos, embora a um alto custo para a saúde geral do indivíduo.

As anfetaminas e seus derivdos são estimulantes do sistema nervoso central que, além de cortarem o apetite, aumentam a vigília e a atividade autônoma dos indivíduos.

Algumas delas atuam no sistema serotoninérgico, aumentando a liberação de noradrenalina e dopamina, dois importantes neurotransmissores cuja biodisponibilidade aumentada, além da fome, reduz o sono e provoca um estado de agitação psicomotora.

Apesar dos possíveis efeitos colaterais e da dependência, os anorexígenos podem produzir uma perda de peso temporária, pois logo que o organismo se acostuma com a medicação começa a não responder mais aos impulsos da mesma. 

A fome retorna ainda maior, a pessoa volta a ganhar peso e acontece o conhecido “efeito sanfona”. 

Muitas pessoas voltam a um peso maior do que o que tinham antes. 

Por isso, muitos médicos, nutricionistas e psicólogos desaconselham o uso de anorexígenos.

Dependendo do tempo de uso e das doses empregadas, os anorexígenos invariavelmente causam efeitos colaterais graves, como humor instável, dor de cabeça, depressão nervosa, taquicardia, arritmias, insônia, agitação psicomotora, aumento da ansiedade, sudorese, irritabilidade, dentre outros.

Cerca de 87% dos usuários de anfetaminas experimentam síndrome de abstinência quando da retirada da droga, caracterizada por fissura interna pela droga, ansiedade, agitação, pesadelos, redução da energia, lentificação psicomotora e humor depressivo.

Devido ao potencial que têm para causar dependência e de seus efeitos colaterais graves, os anorexígenos são banidos em diversos países.

De um modo geral, os anorexígenos só devem ser tomados em casos muito especiais e sob estrita vigilância médica.

De maneira mais absoluta, os anorexígenos não devem ser tomados por pacientes com antecedentes psicóticos, porque podem reativar a psicose; por pessoas com transtornos de ansiedade; por epilépticos não tratados; por pessoas com hipertensão arterial descompensada; por crianças ou idosos; por pacientes com história anterior de abuso de drogas; na gravidez ou suspeita de gravidez; na lactação, porque a substância é eliminada pelo leite materno; no hipertireoidismo, cujos sintomas têm as mesmas características do uso dos anorexígenos; nas cardiopatias severas; porfirias e glaucomas.

Além disso, existem importantes interações medicamentosas que precisam ser observadas, tais como:

•A interação de anorexígenos com antidiabéticos orais pode alterar significativamente a taxa de glicose sanguínea.

•Eles podem diminuir o efeito hipotensor de alguns anti-hipertensivos.

•Quando usados juntamente com hormônios tireoidianos, aumentam a estimulação do sistema nervoso central.

•Com a fenotiazina ou clorpromazina (amplictil) produz efeito antagônico, anulando o efeito anorexígeno.

•O álcool pode interagir com todas as classes de anorexígenos provocando tonturas, vertigens, confusão mental e sonolência.

•Os anorexígenos podem reforçar o efeito central dos estimulantes do sistema nervoso central.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Deficiência Auditiva


Deficiência auditiva é a perda parcial ou total da audição e faz com que a pessoa tenha dificuldade de ouvir diálogos e outros sons.

Quanto à intensidade, a deficiência auditiva pode ser moderada, severa ou profunda e quanto à sua natureza pode ser sensorioneural, condutiva e mista. 

A perda auditiva parcial ou total (surdez) pode ser também unilateral ou bilateral, súbita ou progressiva.

A deficiência auditiva pode ser causada por malformação genética ou lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo.

Contudo, as causas mais comuns da deficiência auditiva são os ruídos excessivos duradouros e o envelhecimento.

Sofrer perda de audição com a idade é uma ocorrência natural. 

A capacidade auditiva diminui a partir dos 30 a 40 anos de idade e aos 80 anos de idade mais da metade das pessoas sofre significativamente de deficiência auditiva.

Outros fatores causadores podem ser algumas doenças e infecções, certos tipos de síndromes congênitas (de nascimento), alguns medicamentos e fármacos, danos no ouvido, lesões na cabeça, malformações congênitas do ouvido, fatores genéticos, tumores na cabeça, alcoolismo, tabagismo, dentre outros.

A perda auditiva em crianças pequenas normalmente é causada por fatores genéticos, anomalias físicas no ouvido ou enfermidades.

Nas crianças mais velhas e adolescentes, os problemas auditivos podem, com frequência, estar relacionados com a exposição a ruídos.

A audição normal depende de que os sons captados pelos pavilhões auriculares sejam corretamente conduzidos até o ouvido interno, de onde passam para o nervo auditivo sob a forma de ondas sonoras, que as leva ao córtex cerebral do lobo temporal, onde se encontra a área da audição. 

Aí esses estímulos elétricos são decodificados e se transmutam em percepção dos sons.

Basicamente, então, a audição normal depende de dois fatores: 

(1) condução do estímulo sonoro até o cérebro e 

(2) elaboração do estímulo sonoro em nível cerebral. 

A deficiência auditiva pode ocorrer por problemas em qualquer um desses dois sistemas ou em ambos ao mesmo tempo e é chamada, respectivamente, de deficiência auditiva de condução, deficiência auditiva sensorial e deficiência auditiva mista.

Geralmente, a perda auditiva desenvolve-se gradualmente e seus sintomas são difíceis de serem reconhecidos. 

Quase sempre os primeiros sinais só são detectados na escola ou em um teste auditivo.

Na deficiência auditiva moderada, a pessoa é incapaz de ouvir sons com intensidades menores que 50 decibeis. 

A pessoa com deficiência auditiva severa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibeis.

Fala-se de deficiência auditiva profunda quando a pessoa não consegue ouvir sons com intensidade menor que 91 decibeis.

Nessa condição, os aparelhos e órteses podem ajudar parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura labial são recomendados. 

Acima desses níveis as perdas são consideradas casos de surdez total.

Quanto maior o grau da perda auditiva, maior a dificuldade de aquisição da língua oral.

Na perda auditiva condutiva existe alguma dificuldade ou impossibilidade de conduzir o estímulo sonoro até o ouvido interno. 

A perda auditiva sensorial é devida a danos ocorridos nas células receptoras no ouvido interno. 

A presbiacusia (perda auditiva relacionada à idade) é um exemplo de perda auditiva sensorioneural.

As escolas regulares que tenham alunos com deficiência auditiva têm o direito de receber um intérprete de Libras e material de “Atendimento Educacional Especializado”.

Afora isso, algumas providências simples por parte do professor podem facilitar o aprendizado do aluno surdo: trazê-lo para sentar-se nas primeiras carteiras, falar com clareza e nunca cobrir a boca ou virar de costas para a turma, permitindo, assim, a leitura orofacial. 

As aulas devem fazer usos predominantemente de recursos visuais.

Para alunos com perda severa ou total (surdez), o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais é muito importante para a comunicação com as demais pessoas e para o processo de alfabetização.

A deficiência auditiva pode ser tratada com o uso de aparelho auditivo, mas não se consegue restaurar a audição a não ser em raros casos, específicos. 

A perda auditiva sensorioneural pode ser minimizada por meio do uso de aparelho auditivo. 

A perda auditiva condutiva pode ser tratada pela remoção do entupimento auditivo ou por meio de procedimento cirúrgico para implantação de dispositivo para transmissão óssea ou implante coclear. 

A perda auditiva súbita, ligada a uma enfermidade de base, pode ser tratada com medicação.

As pessoas devem evitar a exposição a ruídos altos continuados. 

Se for necessário estar exposto a ruídos altos, recomenda-se usar tampões de ouvido.

As consequências da deficiência auditiva variam de pessoa para pessoa. 

Na maioria delas há alguns tipos de problemas sociais, psicológicos e físicos.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Doenças e o pensamento 


A expressão “mente sã, corpo são”, deve ser levada totalmente em consideração, pois a mente e o corpo estão intimamente ligados.

Diria que o corpo sadio é fruto da mente sadia.

Para muitos, tal ligação não parece evidente, então tratam de cuidar só do corpo ou só da mente, vivendo, então, um enorme equívoco.

Percebemos a conexão facilmente, quando paramos para pensar em como nosso corpo reage à ansiedade. 

Nosso coração começa a bater mais forte e mais rápido do que o habitual, nossas mãos podem começar a tremer e facilmente começamos a suar. 

Todos estes sintomas aparecem porque a partir da nossa mente estamos colocando o nosso corpo em funcionamento, alterando as nossas constantes de uma forma muito parecida como quando começamos a fazer exercício.

A mente é extremamente poderosa, não?

Quando a nossa mente está desequilibrada, estamos mais propensos a contrair doenças.

Ou seja, a ansiedade ou a depressão são perturbações mentais que podem contribuir para o aparecimento de sintomas físicos indesejados.

Quando a nossa mente não está funcionando bem é habitual que se vire contra o próprio corpo e potencie internamente qualquer ataque que tenha origem no exterior.

Para que possamos alcançar uma vida saudável, é essencial o cuidado com a mente.

Afaste os pensamentos ruins, busque ajuda para diminuir a ansiedade, porque ignorar problemas psicológicos é deixar que problemas físicos venham se manifestar.

domingo, 5 de novembro de 2017

Perda de memória 


A perda de memória é um dos motivos mais comuns para que as pessoas, especialmente mais idosas, procurem um médico. 

Muitas vezes, familiares notam e relatam a perda de memória. 

A principal preocupação para o indivíduo, familiares e médicos é se a perda de memória é o primeiro sinal da doença de Alzheimer, uma forma progressiva e incurável da demência (tipo de distúrbio cerebral). 

Pessoas com demência perdem a capacidade de pensar com clareza. 

Em geral, se a pessoa estiver ciente da perda de memória a ponto de se preocupar com ela, a pessoa não tem demência precoce.

As lembranças podem ser armazenadas na memória de curto prazo ou de longo prazo, dependendo de quais são e quão importantes são essas lembranças para a pessoa. 

A memória de curto prazo reserva algumas informações de que o indivíduo precisa temporariamente, como uma lista de compras do mercado. 

A memória de longo prazo, como o nome sugere, armazena lembranças (como o nome da escola em que o indivíduo estudou) por mais tempo. 

A memória de curto prazo e a memória de longo prazo são armazenadas em partes diferentes do cérebro. 

A memória de longo prazo é armazenada em muitas partes do cérebro. 

Uma parte específica do cérebro (hipocampo) ajuda a classificar informações novas e associá-las a informações semelhantes já armazenadas no cérebro. 

Esse processo torna memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. 

Quanto mais as memórias de curto prazo são lembradas ou repetidas, mais provável é que se tornem memórias de longo prazo.

Causas comuns

As causas mais comuns de perda de memória são:

Alterações relacionadas com a idade (mais comuns)

Comprometimento cognitivo leve

Demência

Depressão


As alterações relacionadas à idade na memória referem-se ao declínio normal e leve do funcionamento do cérebro que ocorre conforme envelhecemos. 

A maioria das pessoas idosas apresenta alguns problemas de memória. 

Lembrar-se de coisas novas, como o nome de um vizinho novo ou como usar um novo programa de computador, demora mais.

Pessoas idosas também precisam repetir novas lembranças com mais frequência para que elas sejam guardadas. 

Pessoas com esse tipo de perda de memória ocasionalmente esquecem-se de coisas, como onde deixaram as chaves do carro. 

Mas para eles, ao contrário de pessoas com demência, a capacidade de executar as atividades diárias ou de pensar não está comprometida. 

Dado tempo suficiente, essas pessoas geralmente se lembram, embora, às vezes, mais tarde do que seria conveniente. 

Esse tipo de perda de memória não é um sinal de demência nem o início da doença de Alzheimer.

Deterioração cognitiva leve é um termo impreciso usado para descrever comprometimentos do funcionamento mental que são mais graves do que as alterações relacionadas à idade, mas menos grave do que alterações causadas por demência. 

A perda de memória é muitas vezes o sintoma mais óbvio. 

Pessoas com deficiência cognitiva leve têm dificuldade em lembrar de conversas recentes e podem esquecer compromissos ou eventos sociais importantes, mas eles normalmente se lembram de eventos passados. 

A atenção e a capacidade de executar tarefas diárias não são afetadas. 

Contudo, metade das pessoas com deficiência cognitiva leve desenvolvem demência em 3 anos.

Demência é um declínio muito mais grave do funcionamento mental ( Demência). 

A perda de memória, especialmente de informações adquiridas recentemente, é muitas vezes o primeiro sintoma e piora com o passar do tempo. 

Pessoas com demência podem esquecer eventos completos, não apenas detalhes. 

Elas têm dificuldade em lembrar como fazer coisas que já fizeram diversas vezes antes, e como chegar a lugares que já visitaram frequentemente. 

Elas já não conseguem fazer coisas que exigem muitas etapas, como seguir uma receita. 

Elas podem esquecer de pagar contas ou manter compromissos agendados. 

Elas podem esquecer de apagar o fogão, trancar a casa onde moram ou cuidar de uma criança que esteja sob sua responsabilidade. 

Elas não têm consciência sobre a perda de memória e muitas vezes negam que tenham esse problema. 

Encontrar a palavra certa, nomear objetos, compreender a linguagem e executar, planejar e organizar atividades diárias são tarefas cada vez mais difíceis. 

Pessoas com demência acabam ficando desorientadas, sem saber a data (mesmo o ano) em que estão, ou onde estão. 

Sua personalidade pode sofrer alterações. Elas podem ficar mais irritadas, ansiosas, paranoicas, inflexíveis ou perturbadas.

Há muitas formas de demência. A doença de Alzheimer é a mais comum ( Doença de Alzheimer). 

Muitas formas de demência pioram progressivamente até a morte da pessoa.

Alguns quadros clínicos que aumentam o risco de doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos (como pressão arterial alta, níveis altos de colesterol e diabetes) parecem elevar o risco de demência.

A depressão pode causar um tipo de perda de memória (chamada pseudodemência) que se assemelha à perda de memória causada por demência. 

Além disso, a demência comumente causa depressão. 

Assim, é difícil definir se a causa da perda de memória é demência ou depressão. 

No entanto, pessoas com perda de memória causada por depressão, diferente daqueles com demência, estão cientes da perda de sua memória e reclamam disso. 

Elas também raramente se esquecem de eventos atuais ou questões pessoais importantes, e geralmente apresentam outros sintomas, como tristeza intensa, problemas de sono (dormem demais ou pouco), lentidão ou perda de apetite.

O estresse pode interferir na formação de uma memória e na tarefa de lembrar, em parte por preocupar as pessoas e, assim, desviar a atenção delas para outras coisas. 

Contudo, em certas circunstâncias, especialmente quando o estresse é leve a moderado e não dura muito, ele pode aprimorar a memória.

Causas menos comuns

Muitos distúrbios podem causar uma deterioração do funcionamento mental que se assemelha a demência.

Alguns desses distúrbios podem ser resolvidos com tratamento. 

Entre estes distúrbios estão a hidrocefalia de pressão normal (devido ao líquido em excesso ao redor do cérebro), hematoma subdural (bolsas de sangue sob a camada externa das membranas que revestem o cérebro), hipotireoidismo (glândula tireoide hipoativa) e deficiência de vitamina B12.

Outros distúrbios são apenas parcialmente reversíveis. 

Eles incluem distúrbios que interferem no suprimento de sangue ou nutrientes ao cérebro, como parada cardíaca, alguns tipos de acidente vascular cerebral, convulsões de longa duração, lesões na cabeça, uma infecção cerebral, infecção por HIV, tumores cerebrais e excesso de uso de algumas drogas (incluindo álcool). 

Em pessoas com esses distúrbios, o tratamento pode melhorar a memória e o funcionamento mental. 

Se o dano for mais extenso, o tratamento pode não melhorar o funcionamento mental, mas pode muitas vezes evitar mais deterioração.

No delirium ( Demência), a memória é afetada, mas a perda de memória não é o sintoma mais perceptível. 

Pessoas com delirium são muito confusas, desorientadas e incoerentes. 

A abstinência severa do álcool (delirium tremens), infecção grave da circulação sanguínea (sepse), falta de oxigênio (como em caso de pneumonia) e muitos outros distúrbios podem causar delirium, assim como o uso de drogas ilegais.