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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Contratura muscular 


A contratura muscular é uma contração involuntária, constante e dolorosa de uma parte ou de todo o músculo. O músculo envolvido fica duro, apresenta hipertonia das fibras musculares e limita o movimento das articulações ligadas. A contratura provoca uma dor muscular que pode ser leve ou forte e pode limitar as atividades diárias.lesão,alongamento,espasmo

Há muitas causas diferentes para este distúrbio, por isso às vezes é difícil fazer o diagnóstico.

Uma contratura muscular é diferente de um alongamento ou do espasmo.

Espasmo muscular é uma forte contração involuntária do músculo, é um movimento incontrolado de uma pequena parte do músculo que pode ser vista por baixo da pele.

A distensão do músculo é um alongamento excessivo das fibras do músculo que não causa lesão, rasgos ou lacerações do tecido.

Os grupos musculares mais afetados são:

A panturrilha (gastrocnêmio e sóleo)

A parte de trás da coxa (isquiotibiais e outros flexores da perna)

Adutor e glácil (interno da coxa, especialmente em jogadores)

Área frontal da coxa (quadríceps)

Parte de trás do pescoço (músculo trapézio)

Área lombar e dorsal da coluna

Pés, mãos, braços, abdômen e nádegas, mas neste último caso é muitas vezes confundida com a síndrome do piriforme.

Raramente se observam contraturas nos músculos adutores (virilha ou parte interna da coxa) ou nos peitorais.


Causas da contratura no músculo

Existem muitas causas possíveis de contratura muscular e cada uma depende das factores predisponentes, da parte do corpo onde ocorrem e do ambiente em que o organismo está trabalhando.

As contraturas ocorrem principalmente quando um músculo está cansado.

Quando a célula muscular fica sem energia, desenvolve uma forte contração.

A contratura pode envolver parcialmente ou totalmente o músculo, em certos casos, também afeta os músculos adjacentes.

A sobrecarga é a causa mais comum de contratura dos músculos esqueléticos e muitas vezes ocorre em atletas que estão fazendo exercícios intensos em um ambiente quente ou quem faz um trabalho pesado em altas temperaturas.

A contração do músculo do pescoço, ombros, coluna ou abdome também pode ocorrer durante as atividades diárias de rotina, tais como cortar a grama.

contratura,músculos,posterior,coxaAs mulheres grávidas podem ter contraturas lombares ou abdominais pelo peso da criança e a postura anormal.

Mesmo a execução de uma nova atividade pode causar esse distúrbio, as contrações abdominais podem ocorrer quando uma pessoa decide iniciar ou aprimorar seus músculos abdominais fazendo os exercícios muito rapidamente.

Da mesma forma, as cãibras do escritor são causadas pelo uso prolongado dos pequenos músculos da mão.

Normalmente pensamos que a desidratação e a falta de magnésio e potássio provocam contraturas musculares e cãibras. As células musculares exigem bastante água, glicose, sódio, potássio, cálcio e magnésio para permitir as proteínas ao interno de interagir e desenvolver uma contração organizada. A falta desses elementos pode irritar o músculo e desenvolver uma contratura.

Contraturas causadas por outras doenças

Mesmo aterosclerose ou estenose das artérias (doença arterial periférica) pode causar uma contratura ou cãibras porque os nutrientes e o fornecimento de sangue não são capazes de atingir o músculo.

A doença arterial periférica pode diminuir o fluxo sanguíneo para as pernas, causando dor com a atividade.

As contraturas das pernas são frequentemente relacionadas com o exercício, mas as cãibras podem ocorrer durante a noite especialmente nos músculos da panturrilha e do pé.

As cãibras noturnas nas pernas e a síndrome das pernas inquietas são considerados um tipo de distúrbio do sono.

Doenças sistêmicas como diabetes, anemia, doença renal, da tireoide e outros problemas hormonais são outras causas potenciais.

As patologias do sistema nervoso, tais como a esclerose múltipla ou a lesão da medula espinal, pode ajudar a provocar uma contratura.

Até mesmo o músculo liso pode ser afetado por este distúrbio.

Por exemplo, o músculo liso da parede intestinal pode ter uma contratura causando dor intensa chamada cólica.

Cólicas são rítmicas (vão e vêm) e também podem ocorrer no ducto biliar que esvazia a vesícula biliar.

A distonia é uma desordem do movimento na qual um grupo de músculos se contraem involuntariamente com força e causam a incapacidade de manter uma postura normal, causando contraturas por má postura, especialmente ao nível lombar.

Inicialmente, os sintomas podem ser muito leves, mas gradualmente podem progredir para tornar mais frequentes e agressivos.

Raramente não há uma progressão. Um exemplo desse tipo de contratura muscular é torcicolo em que os músculos da cervical obrigam a manter a cabeça em rotação para um lado.

As contraturas dos músculos da cabeça (occipital) podem causar dor de cabeça e confusão mental.

A cefaleia tensional pode ser causada pela tensão dos músculos do rosto, por exemplo, aqueles que apertam seus dentes.

Quando as pedras nos rins tentam passar, os músculos lisos da parede da uretra que ligam os rins à bexiga podem ter um espasmo e causar dor latejante.

Este tipo de dor é frequentemente associada com náusea e vômitos.

Os músculos que rodeiam o esôfago podem ter um espasmo quando a irritação ocorre com esofagite de refluxo.

Mesmo a diarreia pode estar associada a dor da cólica porque os músculos da parede do cólon tëm um espasmo pouco antes da evacuação intestinal.



Fibromialgia juvenil



O reconhecimento das doenças que se manifestam com dor na infância é importante no sentido de se tentar melhorar o desempenho e a qualidade de vida da criança. Dentre essas condições dolorosas destaca-se a fibromialgia que manifesta-se com dor musculoesquelética difusa crônica sem acometimento inflamatório ou envolvimento articular. Na infância a fibromialgia tem sido descrita desde 1985 por Yunus & Masi, sendo que, desde então, diversos autores têm se interessado pelo tema.

As manifestações da fibromialgia tendem a ter início na vida adulta, no entanto 25% dos pacientes referem apresentar sintomas dolorosos desde a infância.

De fato, as queixas musculoesqueléticas são muito comuns na infância e adolescência. Em escolares a prevalência de dores musculoesqueléticas é de 1,2 a 7%, com idade média de 10 anos. Esse diagnóstico torna-se progressivamente mais freqüente com o aumento na faixa etária de 8 a 21 anos. A presença de dores em alguma parte do corpo nos últimos três meses ocorre em 70% das crianças, ao menos uma vez por mês, em 32%, ao menos uma vez por semana, sendo mais rara a queixa de dor diária. Um levantamento mexicano observou que 1/3 de crianças pré-escolares apresenta queixas dolorosas musculoesqueléticas e 1,3% destas preenchem critérios para fibromialgia.

Em ambulatórios de Reumatologia Pediátrica a freqüência de dores musculoesqueléticas pode chegar a 55% dos atendimentos. Um estudo realizado por um período de 8 anos, com 81 adolescentes atendidos ambulatorialmente, demonstrou que 50% destes apresentavam dores difusas e 50% dores localizadas. Dos que apresentavam dores difusas, 81% dos casos preenchiam critérios para fibromialgia, sendo que 10% dos pacientes com dores localizadas evoluíram com queixas dolorosas difusas.

Quanto ao sexo, a fibromialgia juvenil é mais freqüente em meninas, em torno de 75% dos casos. Por outro lado, um estudo de 60 atendimentos consecutivos de adolescentes do sexo feminino em um ambulatório de Reumatologia demonstrou que 32% das pacientes preenchiam critérios para fibromialgia.

As manifestações dolorosas crônicas tendem a agrupar-se em famílias ditas “dolorosas”. A presença das queixas dolorosas entre os membros de uma família e ao longo de gerações pode relacionar-se a mecanismos genéticos, ambientais ou comportamentais. Até já foi sugerida uma transmissão genética, no entanto estudos subsequentes não confirmaram esta hipótese, demonstrando que a freqüência de fibromialgia em filhos de pacientes com fibromialgia é de apenas 28%. Inversamente, estudando crianças com fibromialgia, a probabilidade destas apresentarem mães com o mesmo diagnóstico é de 71%.

Parentes de pacientes com fibromialgia apresentam mais freqüentemente piora da qualidade de vida, grande número de pontos dolorosos e o diagnóstico de fibromialgia está presente em 25% destes. Deve-se considerar ainda que crianças com fibromialgia e seus pais apresentam maior freqüência de fadiga quando comparados a crianças com artrite reumatoide juvenil.

Apesar de não se saber o que causa a fibromialgia juvenil, diversos fatores estão envolvidos em suas manifestações, fazendo que a criança fique mais sensível frente a processos dolorosos, a esforços repetitivos, à artrite crônica, a situações estressantes como cirurgias ou traumas, processos infecciosos e distúrbios psicológicos Acredita-se que exista uma interação de fatores genéticos, neuroendócrinos, psicológicos e distúrbios do sono predispondo o indivíduo à fibromialgia.

O diagnóstico de fibromialgia se baseia na pesquisa de pontos de dor de acordo com o que é padronizado pelo Colégio Americano de Reumatologia desde 1990. Assim, é necessária a presença de queixas dolorosas musculoesqueléticas difusas, na vigência de 11 dos 18 pontos padronizados, que são pesquisados por meio de "digitopressão". Os pontos dolorosos correspondem a inserções de tendões ao osso ou a músculos.

A dificuldade em se avaliar as queixas dolorosas em crianças ocorre devido à certa disparidade entre as queixas da criança e o que é referido pelos pais. Soma-se a isso a credibilidade da informação obtida da criança. Portanto, a pesquisa dos pontos de dor deve ser feita de forma cautelosa e, às vezes, torna-se necessária mais de uma consulta, em intervalos de tempo de uma semana a um mês para a confirmação dos achados. Quanto mais nova a criança, mais difícil se torna firmar o diagnóstico de fibromialgia.

Além disso, comparando-se crianças com fibromialgia e com artrite reumatoide juvenil, as com fibromialgia apresentam maior fadiga, queixas dolorosas mais proeminentes e maior número de pontos dolorosos. Assim como no adulto, na fibromialgia juvenil queixas de sono não restaurador, ansiedade, cefaleia, parestesias e sensação subjetiva de edema de extremidades estão presentes. Nos casos de síndrome da fadiga crônica descritos em crianças, quase 30% dos pacientes preenchem critérios para fibromialgia.

Na fibromialgia primária não foram observadas alterações nas provas laboratoriais, exame radiológico, eletromiográfico ou histopatológico. A polissonografia pode apresentar alterações como a redução da quantidade do sono de ondas lentas ou a intrusão de ondas alfa nesses estágios do sono onde predominam as ondas delta e aumento no número de despertares.

O diagnóstico de fibromialgia não exclui a presença de outras doenças, como a artrite crônica juvenil, hipermobilidade ou a associação com o hipotireoidismo, tendo sido descritos casos em zonas endêmicas para a doença de Lyme, que é causada pela mordedura de carrapatos.

A hipermobilidade e as dores musculoesqueléticas são freqüentes em pré-adolescentes, mas a primeira não parece ser um fator determinante para as manifestações dolorosas. Da mesma forma a associação entre fibromialgia e hipermobilidade é controversa, sendo necessários estudos a longo prazo.

Apesar de estar muitas vezes associada a distúrbios emocionais, a fibromialgia não é uma condição psicogênica. Crianças com fibromialgia orientadas quanto à forma de lidar com a sua sintomatologia não apresentam diferença significante no ajustamento psicológico e relacionamento familiar quando comparadas a outras crianças. Por outro lado, as dificuldades familiares e a vida estressante podem estar presentes na história de crianças com condições dolorosas crônicas sem que uma relação causa-efeito possa ser estabelecida.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Paratireóides



O termo paratireoides – literalmente, “junto à tireoide” – é uma denominação adequada, mas leva a confusões. O indivíduo menos avisado pode confundir a tireoide, a grande glândula localizada no pescoço e encarregada da manutenção do ritmo de trabalho de todas as células do organismo (controla o metabolismo), com as paratireoides, órgãos endócrinos que têm uma função completamente diferente.

Foi somente nos últimos anos do século XIX que se conseguiu diferenciar as funções das paratireoides da atividade da glândula tireoide. Do ponto de vista anatômico a denominação é absolutamente correta, pois as paratireoides são realmente vizinhas da tireoide A rigor, essa localização peculiar teve grande importância na identificação dessas glândulas.

Como esporadicamente chega a ocorrer ainda hoje, verificou-se que as paratireoides eram, às vezes, removidas inadvertidamente durante uma intervenção cirúrgica na glândula tireoide. A extração dessas pequenas glândulas era seguida do aparecimento de graves alterações orgânicas, como a ocorrência de contrações musculares tetânicas.


Localização

Localizadas atrás da tireoide. De maneira diversa das demais glândulas endócrinas, no entanto, o número de paratireoides é bastante variável. Cerca de 25% dos indivíduos têm um maior número de paratireoides, pois apresentam três pares.

Em alguns casos, mais raros, o indivíduo possui apenas um par de paratireoides. Esta última característica impõe um cuidado fundamental na cirurgia da tireoide: identificá-las cuidadosamente, para evitar sua remoção involuntária.

A identificação exige certa prática, porque a localização, de maneira semelhante à quantidade, também é variável. Assim, em lugar de estarem localizadas na região mediana do pescoço, atrás da tireoide, as paratireoides podem até mesmo localizar-se em pleno tórax, no mediastino, espaço central entre os pulmões, onde se aloja o coração.

Tamanho e cor das paratireoides

As paratireoides podem ser comparadas a pequenos tremoços (6 mm x 4 mm x 2 mm, em média) de cor mais escura (castanho. amarelado); cada uma delas pesa somente 30 miligramas. (Para se poder fazer uma comparação: um comprimido de aspirina pesa 500 miligramas.)

Os dois pares paratireoideanos, portanto, têm um peso global pouco superior a um décimo de grama. Apesar de terem sido realizados exaustivos estudos com o microscópio eletrônico, paralelamente a estudos com modernos testes bioquímicos ultra-sensíveis, ainda não se sabe com certeza quais as células paratireoidianas que segregam hormônio. Foram identificados três tipos celulares diferentes; e as que aparecem em maior quantidade foram denominadas células principais.

Secreção das paratireoides

Admite-se que são as células principais as secretoras do hormônio paratireoideano, apesar de não terem sido encontrados grânulos secretários em seu interior. Por outro lado, também não foi possível estabelecer a função das células oxifilicas.

Já quanto às características químicas do hormônio paratireoideano, foram obtidos progressos consideráveis nos últimos anos. Até recentemente, sabia-se apenas que o hormônio era um polipeptídio, ou seja, um composto semelhante-às-proteínas, mas de molécula muito menor.

Hoje, o hormônio é obtido em forma pura; porém, até há pouco, era disponível somente na Forma de extratos glandulares purificados. Verificou-se também que a cadeia de aminoácidos que forma a molécula de hormônio paratireoideano (cadela polipeptidica) é retilínea.

Por outro lado, a identificação química do hormônio paratireoideano solucionou dúvida antiga. Como já se sabia há muito tempo, o paratormônio tem duas atividades: mobiliza o cálcio dos ossos e força a eliminação de fosfato através da urina. Chegou-se até a admitir que as paratireoides produziam dois hormônios, cada um encarregado-de uma dessas funções. Atualmente sabe-se que o hormônio segregado pelas paratireoides exerce ambas as funções, conforme atue sobre o esqueleto ou sobre os rins.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Síndrome compartimental


Estruturas anatômicas formadas por músculos, nervos e vasos sanguíneos, principalmente nos braços, pernas, mãos, pés e nádegas, são encerradas em “compartimentos” fechados por um envoltório fibroso muito pouco distensível, chamado fáscia. A síndrome compartimental (ou síndrome do compartimento) ocorre quando há o aumento de pressão no interior desses compartimentos.

A síndrome compartimental se deve a fraturas, compressão do membro por talas, gessos ou faixas, traumatismos, esmagamentos ou isquemia de perfusão após uma lesão, queimaduras, hemorragias e infusão de medicação ou punção arterial.

O quadro crônico decorre do copioso esforço realizado por atletas, assim como por pessoas que regularmente fazem determinados esportes, como natação, tênis ou corrida, e que apresentam risco maior de desenvolver este quadro na sua forma crônica. Exercícios físicos intensos, mesmo que episódicos, também aumentam o risco da síndrome compartimental.

Quando há, por exemplo, um inchaço ou sangramento dentro de um desses compartimentos, a fáscia não consegue se expandir e isso resulta em um aumento de pressão sobre os vasos capilares, nervos e músculos do compartimento, prejudicando o fluxo sanguíneo para as células musculares e nervosas, o que as danifica e gera sintomas.

Embora seja mais frequente em pessoas com menos de 40 anos de idade, essa condição pode se desenvolver em qualquer idade. A síndrome compartimental ocorre com maior frequência na panturrilha, mas também pode afetar mãos, pés, braços, pernas e nádegas. Ela pode ser aguda ou crônica.

O quadro agudo representa uma emergência médica e deve ser resolvido com prontidão. O não tratamento imediato pode resultar em lesões musculares permanentes. Seus principais sintomas são aumento de pressão intracompartimental, dor progressiva do compartimento, câimbras, parestesia, palidez, paralisia e inchaço localizado.

O diagnóstico da síndrome compartimental aguda deve ser feito a partir dos sintomas e do exame físico (por exemplo, pressionar a área lesada para determinar a intensidade da dor), mas o médico pode também medir a pressão compartimental, determinando se o indivíduo apresenta ou não essa condição.

Já no caso da síndrome compartimental crônica é necessário excluir outras condições que também podem levar a um quadro clínico semelhante, o que pode ser feito por meio de exame físico e exames de imagem. Para a confirmação, deve-se medir a pressão intracompartimental antes e após o exercício físico. Caso a pressão continue elevada após o exercício, indica a presença de síndrome compartimental crônica.

Exames de imagens podem ser necessários para descartar a presença de outras doenças que possam ser confundidas com esta patologia.

O tratamento da forma aguda da síndrome compartimental necessita de uma fasciotomia imediata para permitir o retorno da pressão intracompartimental ao normal.

No caso da forma crônica, o tratamento pode ser não cirúrgico, por meio de fisioterapia, uso de palmilhas e de anti-inflamatórios. Se as medidas conservadoras não forem suficientes para controlar o problema, a cirurgia pode ser uma opção. Nesses casos, contudo, a cirurgia é um procedimento eletivo e não de emergência.

Evitar a atividade causadora costuma fazer os sintomas desaparecerem. Quando esse quadro surge devido ao uso de bandagens ou gesso muito apertado, esse dispositivo deve ser afrouxado ou retirado.

Como a síndrome compartimental prejudica o fluxo sanguíneo para as células musculares e nervosas, danificando-as, ela pode causar invalidez permanente do local afetado e necrose tecidual. Após 12 a 24 horas do seu início, a síndrome compartimental aguda não tratada pode desenvolver danos permanentes aos músculos e nervos.

sábado, 26 de agosto de 2017

Demência senil



Demência senil é caracterizada por uma perda progressiva e irreversível das funções intelectuais, como alteração de memória, raciocínio e linguagem, perda da capacidade de realizar movimentos e de reconhecer ou identificar objetos. 

Todos esses sintomas irão interferir nas atividades profissionais e sociais da vida diária do indivíduo, ocorrendo com mais frequência a partir dos 65 anos de idade.

A demência senil é uma das principais causas de incapacidade em idosos. A perda da memória significa que o idoso vai se tornando cada vez menos capaz de entender o que se passa ao seu redor, tornando-os mais ansiosos e agressivos. 

Já não conseguem orientar-se no tempo e no espaço, perdem-se facilmente e passam por grandes confusões, podendo não reconhecer as pessoas mais próximas.

Os sintomas da demência senil são muito variados, a depender da causa e podem até demorar anos para se manifestarem. 

Os sintomas mais comuns são os seguintes:

- Perda da memória, confusão e desorientação;

- Dificuldade em compreender comunicação escrita ou verbal;

- Dificuldade em tomar decisões;

- Dificuldade em encontrar as palavras;

- Dificuldade em reconhecer familiares e amigos;

- Esquecimento de fatos comuns, como por exemplo, o dia em que estão;

- Alteração da personalidade e do senso crítico;

- Depressão, ansiedade, insônia, desconfiança, delírios e alucinações;

- Agitação e caminhadas durante a noite;

- Falta de apetite, perda de peso, incontinência urinária e fecal;

- Dificuldade em dirigir;

- Passa a ser comum se perder em ambientes conhecidos;

- Movimentos e fala repetitiva;

- Dificuldade em cozinhar e nos cuidados pessoais;

- Dificuldade em fazer compras sozinho;

- Dependência progressiva.

Causas da demência senil

Doença de Alzheimer: possui um início lento, com perdas de memória frequentes, tornando a vida independente perigosa, necessitando de supervisão. As causas ainda não estão conhecidas, mas estudos sugerem um fator hereditário, especialmente quando começa na meia idade;

Demência com origem vascular: tem um início mais rápido, ocorrendo após múltiplos infartos cerebrais, geralmente acompanhados de pressão alta e derrames;

Outras causas: demência com corpos de Lewy, Síndrome de Korsakoff, doença de Creutzfeldt-Jacob, Doença de Pick, Doença de Parkinson e tumores cerebrais;

- Demência causada por uso persistente de remédios.

Diagnóstico da demência senil

O diagnóstico da doença senil se faz geralmente com hemograma, teste de função renal, hepática e tiroidiana, dosagem sérica de vitamina B12 e ácido fólico, sorologia para sífilis, glicemia de jejum, tomografia computadorizada de crânio ou ressonância magnética.

O médico deve realizar também uma história clínica completa, testes para avaliar a memória e o estado mental (o teste mais simples é o "mini mental"), avaliação do grau de atenção e concentração e das habilidades em resolver problemas e nível de comunicação.

O diagnóstico da demência senil é feito por exclusão de outras doenças que apresentam sintomas parecidos.

Tratamento para demência senil

O tratamento para demência senil numa fase inicial inclui medicamentos, como inibidores da acetilcolinesterase, antidepressivos, estabilizadores de humor ou neurolépticos, e tratamentos de fisioterapia e terapia ocupacional, assim como a realização de orientação adequada da família e cuidadores.

Atualmente, o mais indicado é manter o portador de demência senil num meio que lhe seja favorável e familiar, fazendo com que ele se mantenha ativo, participando o máximo possível nas atividades diárias e de comunicação, a fim de preservar as capacidades do indivíduo. 

  

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Hipertensão resistente X refratária


O termo hipertensão arterial sistêmica (HAS) resistente é usado desde o início da década de 60 para identificar pacientes com dificuldade para tratar hipertensão. 

Atualmente o termo tem sido utilizado para definir a falência do controle pressórico apesar do uso de ≥ 3 agentes anti-hipertensivos de diferentes classes, incluindo um diurético. 

Em 2008, a AHA estendeu a definição a pacientes cuja PA não está controlada com 3 medicações, mas controlada com ≥ 4 drogas, definido assim como sendo HAS resistente controlada. 

Frequentemente, o termo hipertensão refratária tem sido usado de forma semelhante à HAS resistente referindo-se a pacientes com dificuldade para tratar a hipertensão. 

Alguns centros utilizam o termo aparente HAS resistente baseado no número de medicações sem levar em consideração causas comuns de pseudoresistência como medida inadequada da PA, HAS do jaleco branco e má aderência.

Recentemente, o termo HAS refratária vem sendo utilizado em um pequeno grupo de pacientes que são realmente considerados refratários ao tratamento, definido como falência para se obter controle pressórico em vigência da terapia anti-hipertensiva máxima.

Alguns centros definem como sendo falência no tratamento após 3 meses de cuidados com especialista em hipertensão, estando com PA não controlada apesar do uso de ≥5 diferentes classes de anti-hipertensivos, ou mais rigorosamente, falência de ≥5 diferentes classes de anti-hipertensivos incluindo clortalidona e espironolactona.

A prevalência da HAS resistente é, aproximadamente, 10 a 20% de todos os pacientes portadores de HAS, sendo ainda mais elevada em paciente de origem africana, em portadores de sobrepeso ou obesidade, idosos e portadores de doença renal crônica, apresentando pior prognóstico em relação aos hipertensos.

A HAS refratária tem prevalência de aproximadamente, 3% dos pacientes com HAS resistente e 0,5% de todos os hipertensos. Alguns estudos evidenciaram maior HAS do jaleco branco assim como maiores níveis de PA ambulatorial quando comparados a HAS resistente, porém, a prevalência de pseudoresistência nessa população ainda não foi totalmente avaliada.

Quando comparado aos portadores de HAS resistente, são mais jovens e mulheres.

Nenhum estudo avaliou o prognóstico em HAS refratária, porém estima-se que apresente risco cardiovascular mais elevado.

Interessante notar que, embora a causa da HAS resistente seja multifatorial, diversos estudos atribuem a retenção de liquido como um fator primordial. 

Assim, o sucesso no controle da PA nos pacientes com HAS resistente requerem intensificação na terapia diurética. Já a HAS refratária parece ser menos dependente de volume. 

Foi observado que a FC em repouso está mais elevada nessa população. Além disso, o aumento da excreção de metanefrinas na urina de 24 horas, o aumento da resistência vascular e a redução da variabilidade cardíaca sugerem um componente da atividade simpática envolvida na sua patogênese.

Resumo

HAS resistente – falência do controle pressórico apesar do uso de ≥ 3 agentes anti-hipertensivos de diferentes classes, incluindo um diurético.

HAS refratária – falência de ≥5 diferentes classes de anti-hipertensivos incluindo clortalidona e espironolactona.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Síndrome eosinofílica idiopática 


A síndrome hipereosinofílica idiopática é um distúrbio incomum no qual o número de eosinófilos aumenta para mais de 1.500 células por microlitro de sangue por mais de seis meses sem causa evidente.

Pessoas de qualquer idade podem desenvolver síndrome hipereosinofílica idiopática, mas ela é mais comum em homens com mais de cinquenta anos de idade. 

O número elevado de eosinófilos pode danificar o coração, os pulmões, o fígado, a pele e o sistema nervoso. 

O coração, por exemplo, pode se inflamar em um quadro clínico chamado endocardite de Löffler, que leva à formação de coágulos sanguíneos, insuficiência cardíaca, infartos do miocárdio ou mau funcionamento das válvulas cardíacas.

Os sintomas podem incluir perda de peso, febres, suores noturnos, fadiga, tosse, dor no peito, inchaço, dor de estômago, erupções cutâneas, dor, fraqueza, confusão e coma.

Alguns sintomas adicionais dessa síndrome dependem de quais órgãos são danificados. 

Suspeita-se dessa síndrome quando exames de sangue repetidos revelam que o número de eosinófilos está persistentemente elevado em pessoas com esses sintomas. 

O diagnóstico é confirmado quando os médicos determinam que a eosinofilia não é causada por infecção parasitária, reação alérgica ou outro distúrbio diagnosticável.

Sem tratamento, geralmente mais de 80% das pessoas que sofrem dessa síndrome morrem em menos de dois anos; com tratamento, mais de 80% sobrevivem. 

Lesão cardíaca é a principal causa de morte. Algumas pessoas não precisam de nenhum tratamento além de observação cuidadosa por três a seis meses, mas a maioria precisa de tratamento medicamentoso com prednisona ou hidroxiureia. 

Algumas pessoas com síndrome hipereosinofílica idiopática têm uma anomalia adquirida em um gene que regula o crescimento celular. 

Esse tipo de hipereosinofilia pode responder a tratamento com imatinibe, um fármaco usado no tratamento do câncer. 

Se esses medicamentos falharem, podem ser utilizados vários outros fármacos que podem ser combinados com um procedimento para eliminar eosinófilos do sangue (aférese).

terça-feira, 22 de agosto de 2017

O luto e as suas fases


O luto é um conjunto de reações fisiológicas e emocionais à uma perda significativa, geralmente a morte de um ser querido, mas que também pode ser reação à perda de outra pessoa, animal, fase da vida, status social, objeto de estimação, etc. Um grupo social, um povo ou um país também pode entrar em luto, sendo comum a decretação de luto oficial em diversos países.

Quanto maior o apego ao objeto perdido, maior o sofrimento e as manifestações do luto. O fenômeno do luto sofre uma grande influência do meio e, por isso, tem diferentes formas de expressão em culturas distintas.

Quais são as expressões do luto?

Em termos subjetivos, o luto habitualmente causa uma profusão de emoções dirigidas aos mais diversos alvos: raiva, tristeza, alívio, culpa, medo, impotência, revolta. Num sentido objetivo, normalmente, as pessoas procuram manifestar umas às outras o fato de estarem sentindo pesar (luto) por alguma perda e costumam fazer isso através das cores ou de algum ato simbólico.

O luto pode ser expresso sob a forma de diversas cores, que variam de país para país, sendo o preto e o branco as mais usuais. Na maior parte da cultura ocidental a cor do luto é o preto, mas há exceções. Na África do Sul, por exemplo, a cor habitual é o vermelho; no Egito, o amarelo; na Índia, o castanho ou o branco; na Tailândia, o roxo; no Irã, o azul; na China e no Japão, o branco. Os reis da França costumavam colocar véus brancos no período de luto.

Entre os atos que expressam luto, os países que se sentem enlutados costumam astear suas bandeiras a meio mastro. Nas pequenas cidades do interior é comum que os sinos das igrejas tenham repiques especiais para anunciar a morte de alguém e o período imediatamente posterior à morte é um período se silêncio e constrição. As festividades ou eventos alegres geralmente são cancelados ou adiados.

Quais são as fases do luto?

Essas fases dependem se a perda da pessoa querida se deu inopinadamente e de forma inesperada ou se a perda já era esperada, como a que ocorre depois de um doença prolongada.

Imediatamente após uma perda inesperada, há uma fase de choque em que a pessoa chora, grita e às vezes até desmaia. Depois, vem um processo de lembranças da perda, aliadas ao sentimento de tristeza e choro. Esse processo evolui para outro em que as lembranças são intercaladas com cenas agradáveis e desagradáveis sem, necessariamente, serem acompanhadas de tristeza e choro.

Além dessas reações iniciais, são comuns os sentimento de raiva, de solidão, de agitação, de ansiedade e fadiga e sensações físicas como "vazio no estômago" e "aperto no peito". A duração deste processo é variável e seguido de uma notável falta de interesse pelo mundo exterior.

Com o passar do tempo, o choro e a tristeza vão diminuindo e é esperado que a pessoa vá se reorganizando, porém este é um processo a longo prazo e os episódios de recaída são comuns. Caso alguém continue em intenso sofrimento e não consiga se reorganizar por mais de 6 meses, o luto é considerado luto patológico. Além disso, o luto provoca uma crise leve ou grave na família e no grupo social a que a pessoa falecida pertencia, pois outras pessoas precisam assumir os papeis que eram executados pela pessoa faltosa. Ademais, a morte de uma pessoa pode implicar em graves consequências práticas para a família e para o grupo social ao qual ela pertencia, que têm de se rearranjar para suprir a falta.

De uma maneira mais sistemática, a psiquiatra suiça Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004) descreveu cinco fases do luto:

1. Negação e choque, em que é difícil entender e aceitar o que aconteceu. A pessoa nega não o fato da morte, mas as consequências dele. Por exemplo: “não é verdade”, “não consigo acreditar que não vamos mais nos ver”. Fica-se bloqueado, “fingindo” que nada aconteceu, procura-se levar a vida normalmente, distraindo-se com o máximo de atividades possíveis, etc. No entanto, esse período não costuma durar muito tempo.

2. Raiva do ente querido por ter nos deixado, do médico que não o salvou, de si mesmo por não ter feito as coisas de modo diferente, etc. Uma revolta mais genérica pode ser dirigida ao “destino” ou à “vida”, levando a reformulações das visões de mundo.

3. A “negociação” é uma tentativa de fazer a vida voltar a ser o que era antes. É quando pensamos que poderíamos ter agido de modo diferente, não deixado “ele” sair de casa naquele dia ou ter prestado mais atenção e tido mais cuidado com algum detalhe relacionado à morte, etc. Mesmo antes da morte esperada podemos começar essa “negociação” como, por exemplo, prometendo algo para que Deus poupe a pessoa.

4. Na fase da depressão a pessoa passa a se sentir cansada e desconectada de outras pessoas. É uma fase mais profunda do luto, na qual se experimenta muita tristeza ou uma certa dormência emocional. Curiosamente essa fase mais depressiva pode ocorrer algum tempo depois da perda, depois que “caiu a ficha” e não imediatamente após ela.

5. Na fase da aceitação ainda se pode sentir tristeza ou saudade, mas passa-se a sentir que algo novo irá aparecer em nossas vidas.

Nem sempre todas essas fases se sucedem com regularidade umas às outras e algumas podem até mesmo faltar.

Como "tratar" o luto?

Como forma de ajudar uma pessoa enlutada a encarar melhor a morte, pode-se ressaltar o caráter de "fim de sofrimento" de algumas mortes ou mesmo estimular certas crenças espirituais positivas, independentemente da religião do indivíduo. Outra possibilidade é associar a morte a um descanso, tranquilidade, paz, retorno para a natureza, parte natural do ciclo da vida e continuidade da pessoa através de seus descendentes.

Mas as pessoas não devem fugir a seus sentimentos. Não há como escolher não sofrer. Chorar é o melhor remédio. É importante falar sobre o luto, porque ele será o principal assunto que estará no pensamento por algum tempo. Deve-se dar tempo ao tempo; nunca se deve estimular alguém a "sair" apressadamente do seu luto. Cada um precisa de um tempo variável para lidar com essa difícil situação que a vida nos impõe e este intervalo deve ser respeitado pelos que estão próximos a quem está sentindo essa falta.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Doença do neurônio motor


Dois tipos de neurônios motores são afetados na ELA (esclerose lateral amiotrófica): neurônios motores superiores (NMS) ou primeiro neurônio (células de Betz), os quais estão localizados na área motora no cérebro (giro pré-central); neurônios motores inferiores (NMI), ou segundo neurônio, que estão localizados no tronco cerebral e na porção anterior da medula espinhal. 

Os NMS regulam a atividade dos NMI, através do envio de mensagens químicas (neurotransmissores). 

A ativação dos NMI permite a contração dos músculos voluntários do corpo. Os NMI no tronco cerebral ativam músculos da face, boca, garganta e língua. 

Os NMI na medula espinhal ativam todos os outros músculos voluntários do corpo, tais como aqueles dos membros (superiores e inferiores), tronco, pescoço, bem como do diafragma.

O diagnóstico clínico é baseado nos sítios topográficos iniciais de comprometimento no sistema nervoso (neurônios motores superiores, neurônios motores no tronco cerebral, e neurônios motores espinhais). 

O comprometimento de cada um dos sítios topográficos é caracterizado pela presença de sinais e sintomas característicos:


Disfunção do neurônio motor superior

• fraqueza

• reflexos tendíneos vivos

• presença de reflexos anormais (sinal de Babinski e outros)


 Disfunção do neurônio motor inferior

• fraqueza

• fasciculações

• atrofia

• atonia


Disfunção dos neurônios motores do tronco cerebral

• disfagia

• disartria


A classificação das DNM depende de vários critérios, incluindo síndrome clínica, com predominância de envolvimento dos tipos de neurônios motores, alterações morfológicas, padrão de herança, achados eletrofisiológicos, e anormalidades bioquímicas e imunológicas.

Atrofia Muscular Progressiva (AMP)

A AMP, doença pura do NMI, é incomum, representando cerca de 5% a 10% dos casos de DNM. Manifesta-se clinicamente com fraqueza, atrofia e fasciculações, geralmente de início nos membros superiores, envolvendo, progressivamente, membros inferiores e região bulbar. Não há indícios de liberação piramidal. Os reflexos  profundos são abolidos. O principal diagnóstico diferencial deve ser feito com neuropatia motora pura. Os dois grupos de doenças são difíceis de distinguir sob critérios puramente clínicos ou até de eletroneuromiografia (ENMG). A única forma de distinção é no post-mortem através da demonstração da perda de células do corno anterior da medula.

Esclerose Lateral Primária (ELP)

A ELP, doença pura do NMS, caracteriza-se por surto insidioso, de evolução lenta, sem história ou evidência de envolvimento de qualquer outra parte do sistema nervoso exceto os tratos córtico-bulbar e córtico-espinhal. Não há evidência, pelo menos nas etapas iniciais da doença, de comprometimento, tanto clínico quanto eletroneuromiográfico, do NMI. Clinicamente manifesta-se com quadriparesia espástica, reflexos tendíneos profundos exaltados, sinal de Babinski bilateral, disartria espástica e labilidade emocional (quadro pseudobulbar).

Paralisia Bulbar Progressiva (PBP)

A PBP, relacionada a comprometimento dos neurônios do tronco cerebral, caracteriza-se por envolvimento predominante da musculatura de inervação bulbar, com ou sem lesão do NMS. Disartria e disfagia são os sintomas predominantes, acompanhando-se fraqueza, atrofia e fasciculações de língua. Envolvimento moderado da musculatura do pescoço pode ser encontrado. Associadamente, sinais de comprometimento do NMS ou labilidade emocional não são infrequentes.

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

A ELA se caracteriza por paralisia progressiva marcada por sinais de comprometimento do NMS (clônus e sinal de Babinski) e do NMI (atrofia e fasciculações). É a forma mais comum das doenças do neurônio motor e, por isso, frequentemente, o termo ELA é utilizado indistintamente para as outras formas de DNM. O envolvimento predominante é da musculatura dos membros (membros superiores mais que os inferiores), seguindo-se comprometimento bulbar, geralmente de caráter assimétrico. Muitas vezes, precedendo ou seguindo-se a instalação dos sintomas, os pacientes queixam-se de cãibras. Fraqueza, atrofia e fasciculações nos membros são os sinais clínicos mais proeminentes. Mais tarde, são afetadas as funções vocais e respiratórias. Os nervos cranianos, que controlam a visão e os movimentos oculares, e os seguimentos sacros inferiores da medula espinhal, que controlam os esfíncteres, não são usualmente afetados.

domingo, 20 de agosto de 2017

Hipotireoidismo


Hipotireoidismo significa que você tem muito pouco hormônio tireoidiano. Outro termo usado é "tireoide hipoativa." 

O hipotireoidismo é a doença mais comum da tireoide, ocorre mais frequentemente em mulheres e pessoas com mais de 60 anos de idade e tende a se repetir entre os membros da família.

Os sintomas de hipotiroidismo podem incluir:


cansaço / lentidão

depressão mental

sensação de frio

pequeno ganho de peso (apenas 2 a 4 kg)

pele e cabelo secos

constipação

irregularidades menstruais

Esses sintomas não são exclusivos do hipotireoidismo. 

Um simples exame de sangue pode mostrar se os sintomas são devidos ao hipotireoidismo ou de alguma outra causa. 

Pessoas com hipotireoidismo leve podem não ter qualquer sintoma.

Em adultos, a doença de Hashimoto é a causa mais comum de hipotireoidismo. Nessa condição, o sistema imunológico ataca e danifica sua tireoide, que não consegue produzir hormônio da tireoide suficiente.

O hipotiroidismo pode também ser causado pelo tratamento com iodo radioativo ou por cirurgia da tireoide, que são realizados para tratar outros tipos de distúrbios da tireoide. Problemas com a hipófise são outras causas raras.

O hipotiroidismo pode também estar presente desde o nascimento, caso a tiróide não se desenvolva adequadamente.

Em adultos, o hipotireoidismo não tratado leva ao desempenho físico e mental pobres. Ele também pode causar aumento nos níveis do colesterol e levar a doenças cardíacas. Uma condição que pode representar risco de vida é o coma mixedematoso, que pode aparecer se o hipotireoidismo for grave e não tratado.

O diagnóstico de hipotiroidismo é especialmente importante durante a gravidez. O hipotireoidismo materno não tratado pode afetar o crescimento e o desenvolvimento do cérebro do bebê.

Todos os bebês devem ser testados para o hipotireoidismo logo após o nascimento. Se não for tratado prontamente, a criança com hipotireoidismo congênito pode ter atraso no desenvolvimento mental e não crescer normalmente.

Os exames de sangue podem medir seus níveis do hormônio estimulador da tireoide (TSH) e do hormônio da tireoide (T4). Você tem hipotireoidismo quando tem TSH elevado e níveis baixos de T4 em seu sangue. No hipotireoidismo inicial ou na forma leve, o TSH estará alto mas o T4 pode estar normal. Neste caso, o seu médico vai avaliar os níveis de TSH para fazer o diagnóstico.

Quando a causa do hipotiroidismo é a doença de Hashimoto, os exames podem detectar os anticorpos que atacam a tireoide.

O hipotireoidismo é tratado com uma medicação que contém o hormônio da tireoide, na forma de comprimido. A levotiroxina é a droga de escolha e é um medicamento sintético (industrializado) de T4 idêntico ao T4 que a tireoide produz. A levotiroxina é encontrada em nomes de marcas e em versões genéricas.

Os diferentes genéricos podem apresentar composições diferentes e essas diferenças podem alterar a maneira como seu corpo absorve a levotiroxina.Para asseguar que você recebe a mesma dose, procure usar um produto de marca se possível. Se a sua receita for para um produto genérico, procure obter a levotiroxina genérica sempre do mesmo fabricante.

A maioria das pessoas precisa de reposição de hormônio da tireoide por toda a vida. Se a marca ou a dosagem precisarem ser mudados, você deve refazer os exames do TSH. A dose será ajustada com base em seu TSH testes. Ao longo do tempo, doses elevadas de hormônios tireoideanos podem levar à perda de massa óssea, à função cardíaca anormal e a arritmias cardíacas. Doses muito baixas podem não aliviar seus sintomas.

Ajustes de dose podem ser necessários ao longo de sua vida, incluindo no período da gravidez. Você pode conversar sobre mudanças de dose durante suas consultas médicas regulares.

Os médicos também podem recomendar exames para mulheres com idade superior a 60 anos, mesmo que eles não tem sintomas.

Se você for diagnosticado com hipotireoidismo, precisará de tratamento.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Hepatite C


Hepatite C é uma doença viral que leva à inflamação do fígado e raramente desperta sintomas. 

Na verdade, a maioria das pessoas não sabe que tem hepatite C, muitas vezes descobre através de uma doação de sangue ou pela realização de exames de rotina, ou quando aparecem os sintomas de doença avançada do fígado, o que geralmente acontece décadas depois.

Hepatite C é um dos três tipos mais comuns de hepatite e é considerado o pior deles.

De acordo com o Fundo Mundial para a Hepatite da Organização das Nações Unidas, cerca de 500 milhões de pessoas no mundo está infectada com os vírus para hepatite B e C, e apenas 5% delas sabem que tem a doença. 

No Brasil, existem cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas pela hepatite C, doença responsável por 70% das hepatites crônicas e 40% dos casos de cirrose, segundo dados do Ministério da Saúde.

Causas

A hepatite C é causada pelo vírus C, sua transmissão ocorre por meio do contato com sangue contaminado, seja por transfusão de sangue, acidentes com material contaminado, no caso de trabalhadores na área da saúde, ou por meio de drogas injetáveis. 

A transmissão de mãe para filho é rara, cerca de 5%, ocorre no momento do parto. A maioria dos estudos não conseguiu comprovar a transmissão da hepatite C por contato sexual.

Fatores de risco

Alguns fatores contribuem para a contaminação por hepatite C. Estão dentro do grupo de risco para a doença as pessoas que:

- Estiveram em diálise renal por muito tempo

- Têm contato regular com sangue no trabalho (por exemplo, profissionais da área de saúde)

- Injetam drogas ilícitas e compartilham agulhas com alguém que tem hepatite C

- Receberam transfusão de sangue antes de julho de 1992

- Fizeram uma tatuagem ou acupuntura com instrumentos contaminados

- Receberam sangue ou órgãos de um doador que tem hepatite C.

Sintomas de Hepatite C

Hepatite C tem formas aguda e crônica. A maioria das pessoas que está infectada com o vírus tem hepatite C crônica, pois a doença geralmente não manifesta sintomas em sua fase inicial.

Os seguintes sintomas podem ocorrer com a infecção por hepatite C, e são decorrentes da doença do fígado avançada:

Dor abdominal

Inchaço abdominal

Sangramento no esôfago ou no estômago

Urina escura

Fadiga

Febre

Coceira

Icterícia

Perda de apetite

Náusea e vômitos.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Ponte miocárdica 



A ponte miocárdica é uma anomalia congênita onde um segmento de uma artéria coronária é envolvido por feixes de miocárdio (músculo cardíaco), levando a compressão do trecho acometido durante a fase de contração cardíaca.

A maioria dos casos é assintomática. 

Dentre os sintomas apresentados, a dor torácica é o principal, podendo apresentar as mesmas características do infarto agudo do miocárdio. 

Isquemia miocárdica (baixa oxigenação te ideal), bloqueios cardíacos transitórios, taquicardia ventricular induzida ao exercício e morte súbita também podem ser as apresentações dessa patologia. 

Devemos suspeitar desse diagnóstico para todo paciente jovem sem fatores de risco para doenças cardiovasculares, com quadro de dor torácica sugestiva. 

Muitos desses pacientes procuram um pronto socorro com dor típica anginosa e até mesmo alteração no eletrocardiograma, sendo realizado toda investigação / tratamento para infarto agudo do miocárdio e durante investigação, descobre que se trata de uma ponte miocárdica.

Dentre os exames diagnósticos podemos citar a cineangiocoronariografia (cateterismo cardíaco), sendo considerado um exame de padrão ouro. 

A tomografia de coronárias também é um dos principais exames de auxilio no diagnostico, sendo um método confiável e com uma vantagem por não ser invasivo.

Nos pacientes com sintomas de angina (dor torácica) recorrente, está indicado o uso de medicamentos que podem ser os betabloqueadores ou antagonistas dos canais de cálcio. 

Os pacientes com essa patologia geralmente apresentam boa evolução a longo prazo.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Transtorno de Personalidade Narcisista 


O Transtorno de Personalidade Narcisista, ou simplesmente narcisismo, é classificado pelo DSM-5, o catálogo de transtornos mentais, como¹:

Um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:

1. Tem uma sensação grandiosa da própria importância (p. ex., exagera conquistas e talentos, espera ser reconhecido como superior sem que tenha as conquistas correspondentes).

2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal.

3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por, ou associado a outras pessoas (ou instituições) especiais ou com condição elevada.

4. Demanda admiração excessiva.

5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (i.e., expectativas irracionais de tratamento especialmente favorável ou que estejam automaticamente de acordo com as próprias expectativas).

6. É explorador em relações interpessoais (i.e., tira vantagem de outros para atingir os próprios fins).

7. Carece de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e as necessidades dos outros.

8. É frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o invejam.

9. Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes.

O narcisista, então, tem como característica principal esse sentimento de ser muito importante, especial, fora de série. Entretanto, isso não permanece apenas no seu pensamento. Suas atitudes cotidianas demonstram essa concepção, pois ele exige que os outros o admirem, reconhecendo o brilhantismo, as qualidades e o talento que ele acredita ter e que o diferencia dos outros. O narcisista reage muito mal quando ele não é colocado nesse patamar de superioridade, quando ele é tratado como uma pessoa “comum” e quando suas necessidades não são atendidas. A maior parte dos narcisistas são do sexo masculino.

Na verdade, por trás de toda essa aparência de superioridade, o narcisista tem, geralmente, uma autoestima incrivelmente baixa. É justamente por essa concepção extremamente negativa de si que ele busca uma compensação exagerada e é muito sensível às críticas ou à rejeição. Para o narcisista, é muito difícil aceitar a derrota e a tendência é que ele coloque sempre a responsabilidade pelos seus problemas nos outros.

Justamente pelo narcisista se achar superior, raramente ele reconhece que tem um problema, e é menos provável ainda que ele procure alguma forma de tratamento. Quanto ele procura, geralmente seu foco são os outros, e ele usa a terapia como um local de desabafo para dizer o quanto o mundo não está dando a ele tudo aquilo que ele merece.

Como qualquer transtorno de personalidade, o tratamento do narcisismo é difícil. O nível de consciência que a pessoa tem sobre o problema, a auto-observação e o questionamento de seus próprios padrões de pensamento e comportamento são fatores que podem favorecer uma melhor administração do quadro.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Você tem "inteligência emocional"?



 Algumas características pessoais indicam que a pessoa é portadora de inteligência emocional.

O que torna algumas pessoas mais bem-sucedidas que outras no trabalho e na vida? 

Inteligência e ética são importantes, mas não é tudo. 

Nossa inteligência emocional - o modo como gerenciamos as emoções, tanto as nossas como as dos outros - pode ter um papel crítico para determinar nossa felicidade e nosso sucesso.

Platão disse que todo aprendizado tem uma base emocional, e talvez ele tenha razão. 

O modo como interagimos com nossas emoções e as regulamos tem repercussões em quase todos os aspectos de nossa vida.

Para colocar em termos coloquiais, a inteligência emocional (IE) é como a "sabedoria da rua", em oposição à "sabedoria dos livros", e é responsável por grande parte da capacidade de uma pessoa de navegar com eficiência pela vida.

Quem tem inteligência emocional geralmente é confiante, sabe trabalhar na direção de suas metas, é adaptável e flexível.

Você se recupera rapidamente do estresse e é resistente se você é portador desta capacidade.

A vida corre muito mais suavemente se você tiver boa inteligência emocional.

Os cinco componentes da IE, como definidos por Daniel Goleman, são autoconsciência, autorregulação, motivação, habilidades sociais e empatia

Podemos ser fortes em algumas dessas áreas e deficitários em outras, mas todos temos o poder de melhorar em qualquer uma delas.

Não tem certeza de qual é seu nível de inteligência emocional? 

Aqui estão 14 sinais de que você pode ter uma IE alta.

1. Você sente curiosidade sobre pessoas que não conhece.

2. Você é um bom líder.

3. Você reconhece suas forças e suas fraquezas.

4. Você sabe prestar atenção.

5. Quando você está chateado, sabe exatamente por quê.

6. Você se dá bem com a maioria das pessoas.

7. Você se importa profundamente em ser uma pessoa boa e moral.

8. Você se dá um tempo para desacelerar e ajudar os outros.

9. Você é bom em ler as expressões faciais das pessoas.

10. Depois de cair você se levanta rapidamente.

11. Você é um bom juiz de caráter.

12. Você confia em seu instinto.

13. Você sempre foi automotivado.

14. Você sabe dizer não.

Evidentemente há muito o que dizer sobre cada ítem, mas não é o escopo deste artigo. De qualquer modo você pode abstrair cada um deles e fazer uma autocrítica!

Que tal?

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Ansiedade x Inteligência 


O alto grau de #Ansiedade sempre foi visto pela sociedade como um ponto negativo na personalidade do ser humano. 

Com foco na inquietude, aflição, impaciência e estresse que essas pessoas estão constantemente submetidas, ser ansioso foi - por muito tempo - considerado um distúrbio que só carrega malefícios.

No entanto, recentemente, estudos científicos na área da Psicologia demonstraram que ser ansioso não é necessariamente um problema e que pode ter seu lado positivo, uma vez que as pessoas com níveis elevados de preocupação e nervosismo, que participaram da pesquisa, possuíam maior capacidade empática e, nos testes de inteligência (QI), apresentaram excelentes resultados.

Os pesquisadores alertam para o fato de que as pessoas que sofrem com os transtornos de ansiedade têm mais facilidade para entender, enxergar de forma concreta e até sentir as emoções do outro indivíduo.

Observou-se que, quanto maior a capacidade sentimental e emocional do ser humano, maior será sua aptidão para reconhecer e compreender as necessidades alheias. 

Sendo assim, aqueles que possuem transtorno de ansiedade podem ser ótimos amigos, colegas de trabalho e pessoas com as quais os outros possam sempre contar para compartilhar os mais diversos momentos de suas vidas.

No quesito inteligência, os ansiosos demonstraram uma capacidade fora do comum nos testes de verbalização, além do reconhecimento extremamente rápido das situações de ameaça, na agilidade em encontrar a solução para sair delas e, ao mesmo tempo, avisar ao máximo de pessoas sobre os riscos. 

Destaca-se, deste modo, que a ansiedade não deva ser vista apenas como uma característica negativa na formação da individualidade humana, mas que também precisa-se considerar a importância de tal particularidade nas relações socioculturais atualmente estabelecidas. #Inteligencia

domingo, 13 de agosto de 2017

Salmonelose 


Também conhecida como Gastrenterite por Salmonelas (imagem acima), a Salmonelose é uma doença infecciosa causada por diversos e diferentes tipos de bactérias, todas da família Enterobacteriaceae

A Salmonelose é o tipo mais comum de intoxicação alimentar em todo o mundo e as bactérias contaminam o organismo da ingestão de alimentos crus ou mal cozidos. 

Carnes em geral, aves, ovos, leite não pasteurizado e seus derivados, além da água são os alimentos mais propícios a estarem contaminados com as fezes da bactéria causadora da Salmonelose.

A salmonela é uma bactéria que possui extrema capacidade de se reproduzir no organismo e quando alcança a corrente sanguínea consegue atingir diversos órgãos vitais do corpo humano. 

Normalmente ela se aloja e se reproduz no intestino do acometido, mas com a sua reprodução logo alcança outro órgãos de maneira severa.

Os principais sintomas da Salmonelose são febre, dor de cabeça, náuseas, enjoo, vômitos, falta de apetite, cólica e diarreia. 

O paciente pode apresentar ainda fortes dores abdominais, sensação de calafrios, desidratação e sangue nas fezes.

Eventualmente pode apresentar urinária.

Quando a bactéria causadora alcança a corrente sanguínea do paciente, o quadro é considerado mais grave, pois a partir daí ela começa a atingir outros órgão vitais do corpo humano. 

A doença pode ser fatal em pacientes na fase infantil e em idosos.

Além do histórico do paciente, da análise dos sintomas apresentados e dos hábitos e histórico alimentar do acometido, o exame de análise da amostra de fezes do paciente também são essenciais no diagnóstico seguro da doença. 

A análise do resultados do exame de fezes do paciente consegue detectar com segurança a presença ou não da bactéria que causa a Salmonelose. 

Em casos mai evoluídos, pode ser necessário também a coleta e o exame de sangue do paciente para identificar e verificar se a bactéria está presente na corrente sanguínea do acometido.

É importante que o diagnóstico seja feito rapidamente para o início imediato do tratamento, já que a reprodução da bactéria no organismo pode causar problemas bastante graves para o acometido.

As dicas que ajudam a se prevenir da Salmonelose são bastante fáceis e simples de serem seguidas. 

Dicas e hábitos básico de higiene, como o correto manuseio, armazenamento, limpeza e feitura do alimentos são atitudes simples que reduzem bastante o risco de contaminação pela salmonela.

Lavar as mãos após utilizar o banheiro e antes das refeições, ferver bem o leite não pasteurizado, e evitar o consumo de alimentos, principalmente carnes, crus também ajudam na prevenção.

Beber somente água filtrada ou fervida e armazenar os alimentos sempre sob refrigeração também ajudam a reduzir os riscos da presença da salmonela.

O tratamento para a Salmonelose é feito basicamente para garantir a redução e a diminuição do sintoma do paciente. 

Portanto, o tratamento deve ser feito com a hidratação do paciente, feita com base na ingestão de soros fisiológicos, e, em casos mais graves, com a utilização e a ingestão de medicamento antibióticos. 

A tomada de antibióticos é indicada em casos específicos.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Freud e Charcot 


Jean-Martin Charcot (1825-1893) teve uma influência notável sobre o jovem Freud, na medida em que até deu o nome de seu primeiro filho por causa dele. 

A estadia de Freud com Charcot por quatro meses entre 1885-1886 deixou uma impressão que levou algum tempo para desaparecer. Fortemente interessado em hipnose na época, Freud tinha abordado o grande mestre, com o objetivo de melhorar a sua própria técnica.

De origem parisiense, Charcot era o protótipo do grande mestre da medicina da época, o tema de todas as conversas.

É na Salpêtrière, onde se estabeleceu em 1862, que a sua gloriosa carreira verdadeiramente começou, deixando fortes marcas na neurologia e psiquiatria moderna.

Acumulando títulos de prestígio, Charcot se tornou uma celebridade reconhecida universalmente, chamada em todo o mundo à beira do leito de aristocratas e pessoas endinheiradas.

Mesmo que Charcot tenha concebido uma obra de autoridade em vários campos da medicina, é por seu trabalho sobre a histeria que ele é especialmente reconhecido hoje.

Aplicando à histeria o método de observação e descrição metódica emprestado da neurologia, o objetivo de Charcot era estabelecer as regras universais do grande ataque histérico.

Por meio de hipnose, Charcot induzia um ataque histérico em seus pacientes encontrando seus padrões. 

O problema era que seus pacientes, assim como seus colaboradores, estavam mais inclinados para confirmar as ideias dele, o que comprometia a verdadeira pesquisa científica.

Ao final de sua vida, o próprio Charcot questionou seu próprio trabalho sobre a histeria, o que não impediu uma controvérsia longa e animada com a escola de Nancy, sob a liderança de Liebeault e Bernheim .

Toda a história preserva Freud sendo impressionado com uma conversa privada com Charcot, revelando-lhe que há sempre um segredo íntimo subjacente à histeria.


Freud e Charcot

No outono de 1885, impaciente com o que ele poderia aprender em Viena, Freud viajou para Paris. Ele tinha ganhado uma bolsa para estudar com o renomado médico Jean Charcot, um dos maiores neurologistas da época. No auge de sua fama, Jean Charcot foi chamado de “Napoleão das neuroses.” Charcot, Freud escreveu à Martha, é “um homem cujo senso comum beira a genialidade.”

“Charcot era este homem atraente, carismático e Freud sempre foi atraído por homens convincentes , carismáticos. O ponto de viragem para Freud era realmente seu ano em Paris e o trabalho com Charcot.

– Elisabeth Young-Bruehl

Muitos dos pacientes de Charcot sofriam de uma variedade bizarra de problemas físicos e emocionais, os sintomas de uma intrigante aflição médica chamado de “histeria”. Freud se tornou profundamente interessado na situação dos pacientes, geralmente mulheres, que sofriam de histeria. 

Através do estudo da histeria, Charcot iria introduzir o jovem Freud para o mistério que ele passaria o resto de sua vida tentando entender – o poder das forças mentais escondidas da percepção consciente.

Doença autoimune 


A doença autoimune ocorre quando o sistema de defesa perde a capacidade de reconhecer o que é “original de fábrica”, levando à produção de anticorpos contra células, tecidos ou órgãos do próprio corpo.

– Exemplo 1: no diabetes tipo 1 ocorre uma produção inapropriada de anticorpos contra as células do pâncreas que produzem insulina, levando a sua destruição e ao aparecimento do diabetes.

– Exemplo 2: na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a produzir anticorpos contra componentes dos neurônios, causando destruição dos mesmos e graves problemas neurológicos.

– Exemplo 3: na tireoidite de Hashimoto, o corpo passa a produzir anticorpos contra a nossa própria glândula tireoide, destruindo-a, levando o paciente a desenvolver hipotireoidismo.

Existem dezenas de doenças autoimunes...

– Diabetes tipo 1

– Lúpus

– Artrite reumatoide 

– Doença de Crohn 

– Esclerose múltipla 

– Vitiligo 

– Tireoidite de Hashimoto 

– Doença de Graves 

– Psoríase 

– Púrpura trombocitopênica idiopática 

– Hepatite autoimune 

– Síndrome de Guillain-Barré

– Granulomatose de Wegener 

– Vasculites 

– Miastenia gravis 

– Doença celíaca 

– Esclerodermia 

A lista de doenças autoimunes é bem extensa, podemos citar também:

– Doença de Behçet.

– Anemia hemolítica autoimune.

– Cirrose biliar primária.

– Espondilite anquilosante.

A gravidade de uma doença autoimune depende dos órgãos afetados. 

Por exemplo, a tireoidite de Hashimoto é uma doença praticamente restrita à glândula tireoide, que é um órgão importante, mas não é vital. 

Os pacientes com essa doença autoimune conseguem levar uma vida normal apenas tomando um comprimido por dia de hormônio tireoidiano. 

Outras doenças autoimune, porém, são mais graves, principalmente aquelas que atacam órgãos e estruturas nobres do corpo, como o sistema nervoso central, coração, pulmões e/ou os vasos sanguíneos.


Fonte MD SAÚDE 

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Cacosmia 


O cacosmia é uma condição que pode causar sintomas muito específicos, as causas podem ser diferentes: por este motivo, é importante seguir o mais rápido possível, a terapia correta. 

O olfato é o sentido que lhe permite sentir o cheiro: nem todas as substâncias que podem se espalhar no ar tem um cheiro, por exemplo, alguns tipos de gás inodoro. O cacosmia é uma condição que tem a ver com a percepção de cheiros.

O que é cacosmia? 

Como mencionado antes, o sentido do olfato é um sentido de que permite a cheirar. Nem todas as substâncias, embora - aqueles que se espalhou no ar - são fornecidos com um cheiro, por exemplo, não todo o gás, como alguns são inodoras. 

O cacosmia é uma condição que tem a ver com a percepção de odores: é, de fato, uma condição ligada à percepção de um odor desagradável, que pode ser tanto imaginário do que real.

Os sintomas incluem cacosmia - precisamente - a percepção de um odor desagradável, que pode ser real ou imaginado: no primeiro caso, é cacosmia objetivo, ou um sentimento conectado com um estímulo olfativo real; enquanto no segundo caso, é chamado cacosmia subjetiva, isto é uma falsa sensação.

As causas da cacosmia pode ser diferente, dependendo do tipo de doença.

No caso de cacosmia real, isto pode ser devido a infecção nasal - tais como rinite, amigdalite ou sinusite, para os quais existem remédios - a um tumor das passagens nasais ou na presença de um corpo estranho. No caso do cacosmia subjectivo, a condição pode ser devida a lesões das vias olfactivos - por exemplo, nervo olfactivo infecciosa ou neurites tóxicos - gravidez ou desordens neurológicas, tumores cerebrais - meningiomas, cujas causas podem ser diferentes - ou trauma. 

Em outros casos, cacosmia subjetiva pode ser um sintoma de algumas formas de epilepsia, ou alguma doença psiquiátrica: nestes casos, pode ser percebido cheiro de ovos podres ou carne fogo e enxofre.

No início dos sinais e sintomas, deve contactar o seu médico que - através de uma série de testes e exames - irá estabelecer o diagnóstico correto e, portanto, o cuidado mais apropriado, dependendo do caso específico e a causa subjacente. 

Além do exame médico, o estudo dos sintomas e testes de sangue, pode ser necessário ensaios adicionais.

Quais são os remédios contra cacosmia? 

O tratamento depende da causa subjacente: no caso, por exemplo, infecções nasais, certos medicamentos podem ser prescritos; enquanto que no caso de tumores, eles podem ser obrigados a cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Finalmente, o prognóstico depende de vários fatores: a causa subjacente, a intervenção imediata e da gravidade da situação, bem como idade e estado de saúde do paciente.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Psicanálise de Freud e Jung 


Um homem caminha por uma estrada e encontra dois outros homens. O primeiro lhe pergunta de onde ele vem, o segundo, para onde ele vai. Esses dois homens são Freud e Jung.

Sigmund Freud (6 de Maio de 1856 – 23 de Setembro de 1939) foi o fundador da psicanálise. Ele criou sua teoria após e por causa de seus estudos sobre uma interessante “doença” muito difundida naqueles tempos: a histeria. 

Carl Gustav Jung (26 de Julho de 1875 - 6 de Junho de 1961), que Freud havia inicialmente proclamado seu “herdeiro”, foi adiante a partir da experiência de outra doença psicológica: a esquizofrenia. 

Ambos os pioneiros trabalharam essencialmente com mulheres, seu principal objeto de pesquisa. 

Ele se depararam estupefatos diantes das atividades do inconsciente, que como eles perceberam podia tão profundamente subverter e conturbar a vida de uma pessoa. Entretanto os dois também chegaram a conclusões muito diferentes.

O pano de fundo sócio-cultural de cada um era bastante diverso um do outro. Freud era um judeu e sua vida em Vienna (Áustria) sofreu o preconceito racial. 

Quando jovem, Sigmund testemunhou a fraqueza do pai quando um homem passando pela rua lhe jogou o chapéu no chão num gesto de desdém ao qual o pai de Freud não reagiu. 

Jung, de outro lado, cresceu na pacífica e eternamente neutra Suíça, filho de um pastor cristão que havia perdido sua fé interior. 

Do lado da mãe, Jung contava com o grande Goethe entre seus ancestrais. 

Assim, enquanto Freud experimentava insegurança do ponto de vista social, Jung vivia a insegurança interna de uma alma consciente dos limites de instituições e valores coletivos. 

Enquanto o primeiro lidava com questões de poder e instabilidade, os quais iriam logo levar a Europa e o mundo ocidental para a catástrofe da segunda guerra mundial, o último estava mergulhado em referênciais culturais e religiosas relacionadas a batalha interior entre bem e mal, e à jornada individual através dos opostos, que iria definir o século e o seguinte, o nosso atual.

Consequente às suas diferentes origens sociais e culturais, Freud e Jung tiveram caminhos acadêmicos diversos. 

A filosofia positivista de fundo de Freud, em conformidade com seu tempo, está espelhada em suas opções universitárias. Ele se graduou como neurologista. 

Estudante diligente, Freud procurou os melhores professores para aprender mais e foi assim que chegou a Paris para estudar com um dos mais renomados neurologistas daqueles tempos, Jean Martin Charcot. 

Esta experiência o fez voltar-se para a psicopatologia, pois ele se sentiu atraído pelos estudos de Charcot acerca da histeria e sua susceptibilidade à hipnóse. De volta a Vienna, Freud usou a hipnóse com suas pacientes, logo abandonando-a para desenvolver seu método da livre associação e da interpretação dos sonhos, que iria dar origem à psicanálise.

Na nova era científica dos fins do século XIX, Freud foi o primeiro que levou os sonhos a sério e os estudou. 

Ele descobriu que os sonhos são o resultado de material psicológico camuflado que foi guardado no quarto escuro do inconsciente pessoal. 

O que uma pessoa entende como proibido ou desagradável é imediatamente reprimido e enterrado dentro. 

Entretanto, os conteúdos banidos vêm à tona todas as vezes em que os eventos da vida e a problemática interior se encontram, tornando impossível ao indivíduo fugir deles. 

Periodica ou cronicamente, esses conteúdos incomodam a consciência da pessoa e se manifestam através dos sonhos.  

Após décadas de pesquisa, Freud achava que há duas principais correntes psíquicas que lutam pela supremacia: Thánatos (em grego antigo, “Morte”) e Eros (em grego antigo, “Amor”). 

A vida humana se desenrola entre a tendência para a destrução e o fim, e aquela que vai na direção da vida e da continuação da mesma. Apesar do rebelde Eros criar frequentes problemas, sendo o maior de todos representado pelo Complexo de Édipo, Freud finaliza seu pensamento afirmando que Thánatos é o que, no final, vence.

A impulsão inconsciente sexual que ele incialmente acreditou ser concretista, de modo que o filho sentiría-se sexualmente atraído pela mãe e a filha pelo pai (no Complexo de Electra) que Jung irá criar depois), mais tarde ele admitiu tratar-se de um impulso predominantemente simbólico, aproximando-se assim da visão de Jung.

O inconsciente que Freud teorizou é identificado como o resultado do acumulo do que foi descartado durante toda uma vida, cujo conteúdos são oriundos sobretudo da infância. 

A matéria desse “quarto escuro” luta constantemente para vir à superfície, perturbando o ego consciente. 

Freud acreditava que este era o inevitável preço que o gênero humano paga pela civilização (“O futuro de uma ilusão”, 1927). 

 Enquanto Freud estava publicando seu revolucionário “Interpretação dos Sonhos” em 1900, Jung estava começando seu trabalho como jovem psiquiatra no Burgholzi,m hospital psiquiatrico em Zurique. 

De lá em diante, ele estudou os trabalhos de Freud e os aplicou ao tratamento de seus pacientes. Entretanto, os resultados o supreenderam, pois a mente esquizofrénica recusava algumas das afirmações de Feud

O problema principal era a respeito do sentido literal e simbólico dos sintomas e fantasias.

Logo tornou-se claro que a abordagem freudiana era concreta demais e não se adaptava a alguns dos aspectos da psique com os quais Jung estava lidando. 

Através do método da associação de palavras, Jung identificou relações entre idéias que das quais os pacientes não podiam ter conhecimento prévio, nem por ter ouvido ou lido a respeito. 

Indo adiante em suas pesquisas, ele encontrou paralelos entre as tramas e os símbolos dos sonhos de todo tipo de pessoas: desde seus pacientes até prisoneiros nas cadeias americanas e indígenas no meio da África. 

Não somente, ele se deu conta que havia temas recorrentes na história da cultura humana, expressos tanto na mitologia como na literatura. 

A conclusão de Jung foi que o inconsciente não podia ser somente pessoal. Há um nível mais profundo que é coletivo, pertencente a todo indivíduo do planeta.

A primeiro grande trabalho de Jung, “Símbolos da transformação” (1913), consistia numa longa interpretação dos sonhos e fantasias de uma mulher. 

Esse material apresentava evidentes aspectos simbólicos que Jung demonstrou estarem relacionados à simbologia universal humana. 

Ao publicar o livro, ele recebeu em cheio a reprovação de Freud e o inevitável rompimento da relação. 

Por causa da análise simbólica e da vasta bagagem de conhecimentos de mitologia, cultura e literatura que Jung usou ao longo das centenas de páginas de seu trabalho, Freud sentiu-se confrontado. 

Acima de tudo, Jung negava que o impulso sexual do qual Freud falava fosse um concreto. 

Para ele, se tratava de uma energia psíquica de proporções maiores que podia se minifestar como impulso sexual mas que era muito mais do que isso, apresentando aspectos simbólicos relacionados a etapas mais profundas e importantes do desenvolvimento humano.

Daquele momento em diante, os caminhos de Jung e Freud divergiram. 

Jung foi dasapossado do título de herdeiro, também porque ele estava mais interessado na pesquisa do que em administrar a crescente associação psicanalítica internacional, e Freud tornou-se sempre mais preocupado em segurar firme sua teoria, que estava lidando com uma série de modificações todas as vezes que um novo membro se vinculava a ela. 

Jung passou o resto de seus quase 50 anos de vida trabalhando, pesquisando e escrevendo. 

Seu legado recolhe uma enorme quantidade de idéias, material e perspectivas. 

Parte do seu trabalho ainda está para ser publicado. 

Ele nunca se considerou o fundador de uma teoria, nem gostava de ter “discípulos” seguindo suas pegadas, pois a essência da visão psicológica de Jung é a jornada individual na direção da unidade interna. 

Para ele, os indivíduos são levados por forças interiores na direção de um si mesmo superior (ao ego). 

Isso é chamado de Processo de Individuação. 

A unicidade de cada pessoa está em jogo nas escolhas de todos os dias. 

Como acontece aos heróis de sonhos, mitos, filmes e contos de fada, uma pessoa há de lutar contra obstáculos externos e internos que a aprisionam. 

O fim da história não pode ser contado em poucas linhas, até porque não há fim...

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Proctalgia fugaz


Proctalgia fugaz é uma doença funcional do reto ou ânus cujo principal sintoma é uma dor anal que pode ser muito intensa, semelhante a uma cãibra. Proctalgia significa literalmente "dor no ânus" e fugaz indica que a dor é rápida, durando geralmente alguns minutos.

A dor pode surgir a qualquer hora do dia mas é mais frequente à noite, acordando muitas vezes o paciente durante a madrugada. O que provoca a dor são os espasmos violentos dos músculos elevadores do ânus, assim como acontece nas cãibras.

Não se sabe a causa da proctalgia fugaz, mas trata-se de uma condição benigna que afeta mais as mulheres. Ao exame, o ânus não apresenta qualquer alteração.

Alguns pacientes sentem uma vontade urgente de evacuar após os espasmos, embora a doença não tenha relação com as evacuações.

É importante lembrar que algumas doenças graves podem causar os mesmos sintomas da proctalgia fugaz, entre elas câncer de intestino e tumores da coluna. 

Por isso, Em caso de dor anal tipo cãibra, consulte um médico proctologista para receber um diagnóstico adequado.


domingo, 6 de agosto de 2017

Queimaduras superficiais 


👆Acima, queimadura de primeiro grau na mão.

A maioria das pessoas pensa que uma queimadura leve (ou queimadura simples) é algo como aquelas pequenas queimaduras que ocorrem ao se encostar em uma panela quente ou após um dia de sol sem protetor solar. 

Na verdade, consideramos queimaduras leves aquelas que não cursam com risco de morte nem causam alterações metabólicas no organismo que necessitem de tratamento intra-hospitalar.

Dentro deste conceito podem estar incluídas queimaduras profundas e com risco de cicatrização deformante, daquelas que o senso comum nunca chamaria de queimadura simples. 

A classificação de gravidade da queimadura depende do grau, da causa, do potencial para haver complicações e, principalmente, da extensão da lesão.

Portanto, consideramos uma queimadura leve quando:


Queimadura de 1º grau da mão

Queimadura de 1º grau da mão

Existem apenas queimaduras de 1º grau.

A queimadura de 2º grau acomete menos de 10% da superfície corporal de um adulto (em torno de 7,5 cm no maior diâmetro).

A queimadura de 2º grau acomete menos de 5% da superfície corporal de uma criança ou idoso.

A queimadura de 3º grau acomete menos de 2% da superfície corporal e não há outras lesões traumáticas associadas.

Além dos requisitos acima, para ser considerada uma queimadura simples também são necessários que:

A queimadura seja isolada.

Não acometa olhos ou grandes áreas da face, mãos, períneo ou pés.

Não envolva completamente grandes articulações como joelhos ou ombros, por exemplo.

Não envolva uma área do corpo de forma circunferencial (em forma de pulseira, colar ou anel). Áreas queimadas ficam inchadas e queimaduras circunferenciais podem obstruir o fluxo de sangue para determinada região.

Os critérios acima servem para avaliar a necessidade ou não de internação hospitalar. Entretanto, o fato de uma queimadura não ser considerada moderada ou grave não obrigatoriamente elimina a necessidade de uma avaliação médica. 

Qualquer queimadura que destrua a camada superficial da pele ou envolva uma extensão maior que 1% do corpo (equivalente ao tamanho de uma palma da mão) deve ser avaliada por um médico. O mesmo vale para qualquer queimadura elétrica ou por produtos químicos.

TRATAMENTO DAS QUEIMADURAS SIMPLES

As primeiras providências após uma queimadura são esfriá-la e limpá-la. Comece com água corrente fria na lesão por até 15 minutos. Atenção: a água deve ser fria, não gelada; nunca coloque gelo nas lesões, pois o mesmo também pode queimar a pele.

Inicialmente não é preciso nenhum produto de limpeza específico, basta água e sabão simples. NÃO APLIQUE NENHUMA SUBSTÂNCIA SOBRE A LESÃO, principalmente manteiga, óleos, pasta de dente, café, etc. Essas receitas caseiras para tratar queimaduras não funcionam, podem agravar a lesão e ainda aumentam o risco de infecção da ferida.

Retire qualquer tipo de roupa ou objeto que esteja sobre a lesão. Se os mesmos estiverem aderidos, não force para não lesionar ainda mais a pele; deixe que um médico resolva o problema.

Se a pele estiver danificada, envolva a lesão com compressas ou gazes úmidas (estéreis de preferência). Não use materiais que possam ficar aderidos à pele, como algodão, por exemplo. Se precisar usar ataduras tome cuidado para que ela não faça compressão sobre a queimadura. Sempre procure protejer a pele sem pressioná-la.

Se houver bolhas, nunca as estoure; se houver pele pendurada, não a arranque. Se houver sinais de pele carbonizada ou morta, deixe o médico decidir como proceder. Tenha cuidado na hora de limpar a ferida.

Se não houver contra-indicações, o paciente pode tomar um analgésico, como paracetamol ou dipirona para o controle da dor. Queimaduras de 1º grau ou 2º grau superficial são muito dolorosas. Se a queimadura for grande, muitas vezes é necessário um analgésico opioide para alívio da dor, como tramadol, por exemplo.

Mais uma vez, se a lesão for extensa ou houver dano da camada superficial da pele, procure atendimento médico.

Todo paciente com queimaduras que deixem expostas camadas mais profundas da pele deve receber vacina contra tétano (se necessário de acordo com o seu estado vacinal).

Se a queimadura for simples, pequena e superficial, pode não ser preciso atendimento médico e após o devido resfriamento e limpeza da ferida, pode-se aplicar um hidratante a base de Aloe Vera (babosa ou aloés) ou vaselina.

Se a pele não estiver intacta, não aplique nenhuma substância sem indicação médica, pois as mesmas aumentam os riscos de infecção da ferida.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Constelação familiar 


O nome já seduz: constelação é o coletivo de estrelas. 

Mas na constelação familiar, a semelhança para na ideia de um sistema, de um grupo de elementos. 

Essa ferramenta terapêutica tem feito sucesso no Brasil nos últimos anos, e em parte se explica pelo perfil - é uma terapia breve, focada em um tema escolhido por quem está fazendo e dura apenas uma sessão. 

A terapia não é exatamente nova: se desenvolveu na década de 1970, e chegou no Brasil há cerca de dez anos. 

Mas começou a crescer mesmo de cinco anos para cá. 

O principal teórico, Bert Hellinger tem vindo ao Brasil ao longo desses últimos cinco anos, e formando muitos terapeutas.

É um trabalho filosófico que tem efeito terapêutico.

A constelação familiar lida mais com a intuição e as emoções do que com o racional.

Os trabalhos geralmente são em grupo, preferencialmente em que os participantes não se conheçam. 

Em turnos, é feita a constelação de cada participante – na prática, isso significa que cada pessoa do grupo passa a representar alguém ou alguma situação familiar da pessoa que está na berlinda. 

O cliente apresenta um tema: pode ser uma doença, um problema familiar, financeiro ou pessoal.

São feitas algumas perguntas, e a partir das respostas e da percepção do constelador, ele pede para o cliente e para pessoas participantes representarem determinados papéis. 

O cliente pode ser representado por outra pessoa, e há representantes para membros da família que sejam importantes no sistema daquela pessoa.

 Há também papéis subjetivos, como uma Doença, a Dor, o Dinheiro. Acontece uma dinâmica. Em grupo, é ideal que as pessoas não se conheçam. 

A terapia pode ser individual também: aí, o terapeuta assume os outros papéis durante a constelação.

Não é necessário uma entrevista longa com o participante. 

Quanto menos você souber como terapeuta, melhor, para ele não se perder em detalhes.

A sessão pode durar entre 20 minutos e duas horas. Varia em função da complexidade do sistema de cada cliente, da abertura para a terapia. 

Diferente de um psicodrama, os representantes não podem “atuar” um personagem, mas devem ser levados pela emoção ou intuição do momento.

De acordo com os terapeutas, geralmente surgem resultados inesperados até para os clientes, de situações familiares traumáticas com repercussões no presente. 

O cliente é visto dentro do sistema em que ele se origina, que pode ser de base, incluindo o núcleo familiar atual, com marido, esposa e filhos, e o de origem, com pais, tios, e avós, além do sistema expandido, com os outros elos e gerações da família.

A ideia é que, quando alguém exclui ou lesa alguém do sistema, as pessoas lesadas ou excluídas passam a ser importantes. 

É como se você ficasse “pagando a conta” de erros que alguém cometeu, e a conta é infinita, porque não é sua. 

Pode-se dar exemplo numa situação hipotética em que uma filha briga compulsivamente com o pai e não sabe por quê, ou que só tem problemas com os homens na sua vida, e pode estar tentando “compensar” o comportamento de um pai que abandonou a primeira noiva no altar, por exemplo. 

É comum o cliente descobrir histórias que ele comprova que são reais depois, conversando com a família.

A explicação para esse tipo de acontecimento vir à tona nas constelações ainda é obscura. 

A orientação é sempre pela queixa do cliente. Mas essa relação surge na dinâmica, não é algo que a gente vai buscar. 

Existem ligações entre os membros que compõem uma estrutura familiar e que podem ser delineados durante a constelação. 

O grupo que é montado com pessoas que representam seus familiares, que entram no papel deles e vão reproduzir através da percepção desse campo morfogenético os ancestrais, e assim revelar situações.

A ideia é que, por tocar em temas traumáticos e dolorosos, a constelação já ajude a pessoa a se reorientar e se conciliar com sua própria história e identidade. 

Eu, particularmente, não gosto...😐 


Aditivos...

Constelação Familiar, técnica criada por Bert Hellinger (psicoterapeuta alemão), onde se cria “esculturas vivas” reconstruindo a árvore genealógica, o que permite localizar e remover bloqueios do fluxo amoroso de qualquer geração ou membro da família.

Muitas das dificuldades pessoais, assim como problemas de relacionamento são resultados de confusões nos sistemas familiares. Esta confusão ocorre quando incorporamos em nossa vida o destino de outra pessoa viva ou que viveu no passado, de nossa própria família sem estar consciente disto e sem querer. Isto nos faz repetir o destino dos membros familiares que foram excluídos, esquecidos ou não reconhecidos no lugar que pertencia a eles.

A Constelação Familiar ou Sistêmica olha para as diversas consciências as quais somos tomados. Sabendo ou não, querendo ou não, gostando ou não, pertencemos à um grupo, a um sistema, a uma família, funcionamos assim.

Nosso corpo físico funciona num sistema, nossa sociedade, a natureza, as empresas, o planeta, as estrelas. Fazemos parte de uma constelação, por isso, o alemão Bert Hellinger chamou essa forma de interpretarmos essas relações de: Constelação. Cada encontro com ele é um movimento grandioso em direção às infinitas possibilidades de amadurecimento de alma.

Através do método de percepção do “Campo Mórfico” desenvolvido por por Sheldrake e por vários terapeutas importantes do século passado e desse, Bert foi corajoso em desenvolver um método claro e preciso na qual a pessoa traz um problema e o “campo” nos mostra o que não conseguimos perceber com nossa razão e olhos físicos.

Ele percebeu que em várias gerações, assim como somos tomados pela aparência dos nossos familiares, seus dons, etc, também se repetiam situações de perdas, sofrimentos, doenças e outras situações as quais as pessoas nem percebiam estar envolvidas devido à consciência familiar atuando e não a consciência individual.

 

Como pode ser aplicada a Técnica?

Atendimentos individuais

Atendimento de Casal

Em grupos – questões pessoais

Grupos terapêuticos, encontros mensais – trabalhamos aspectos gerais das 5 principais áreas de nossa vida: Relacionamento Familiar, Relacionamento Afetivo, Saúde, Profissão e Finanças

O que pode ser tratado:

 Problemas de relacionamento entre os membros da família;

 Comportamentos como, tais como: angustia, agressividade, culpa, medo, tristeza, ansiedade, depressão;

 Relacionamento entre casais, namorados, casados, amante, parceiros anteriores – tratar questões de conflitos, separação, divorcio, amor;

 Situações ocultas de relacionamento amoroso;

 Abuso sexual, incesto;

 Vícios, transtornos

 Compartilha de filhos na separação;

 Herança;

 Vida profissional;

 Conflitos e questões empresariais;

 Pessoas rejeitadas ou excluídas da família;

 Dificuldades para engravidar, adoção e abortos;

 Transplante de órgãos, consequências psicológicas e espirituais;

Saúde em geral.

"Resultados"

A capacidade do método de ver a origem da questão, e poder ressignificar a história, transformando-a em soluções e harmonizando as causas em questões.

O sistema familiar busca equilíbrio e o fluir do amor, da prosperidade, do respeito, do pertencer, da hierarquia. Se, de alguma forma, algum membro do nosso sistema, sai dessas estruturas, alguém da próxima geração busca compensar isso, mesmo que inconscientemente. Por isso, a constelação é um método de diagnóstico, um processo de reorganização e equilíbrio dentro dos sistemas as quais pertencemos.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Psicodrama 


O Psicodrama é um método de ação profunda e transformadora, que trabalha tanto as relações interpessoais como as ideologias particulares e coletivas que as sustentam. Sua aplicação é uma das mais eficientes e criativas nos campos da saúde, da educação, das organizações e dos projetos sociais.

É orientado pela emoção, pelo grupo e pela co-criação, pois busca promover estados espontâneos, discriminar e integrar, com certa harmonia, o individual com o coletivo, o mundo interno com a realidade compartilhada. Produz catarse emocional e insights cognitivos. Para isso, usa tanto a comunicação verbal como a não verbal.

Nasceu do Teatro de Improviso. Foi criado por Jacob Levy Moreno (1889-1974) um psiquiatra romeno que viveu na Áustria e nos Estados Unidos. Em 1925 ele fundou o Teatro da Espontaneidade, no qual, ousadamente, convidava o público a criar sua própria história, teatralizando-a de forma espontânea, no melhor estilo dos espetáculos da Commedia dell’Arte realizado, no séc. XVII, nas ruas da Itália multifacetada e rica em dialetos da época.

Como funciona?

Opera em um palco ou cenário (o lugar da ação dramática) com um protagonista, (indivíduo ou grupo), que catalisa o foco da ação. O coordenador dos trabalhos e diretor da ação dramática pode ser auxiliado por outros profissionais, chamados egos auxiliares, que têm por principais funções: encarnar pessoas ausentes importantes na estruturação dos conflitos, assumir o lugar do cliente, explicitar sentimentos ocultos, criar novas ressonâncias e contrapontos às experiências causadoras de sofrimento.

Tal método de ação encena histórias, encarna personagens internos ou míticos, desenvolve enredos, cria realidades suplementares. No aqui e agora são representadas cenas que podem retratar lembranças do passado, situações vividas de maneira incompleta, conflitos, sonhos, e até, formas de lidar adequadamente com acontecimentos futuros. 

Ficam evidentes modos singulares de ser, sentidos sociais e culturais do vivido, que podem ser transformados.

Os termos protagonista, solilóquio, cena, cenário, diretor, papel mostram não só a origem teatral do Psicodrama, como também a permanência intrínseca da possibilidade revolucionária e popular das Artes Cênicas no centro da intervenção psicodramática. Com a diferença que no Psicodrama o resultado estético pode ser bom, mas não deve orientar o processo, como acontece no teatro convencional. 

Como se tornar psicodramatista?

A pesquisa em Psicodrama ocorre em seu próprio fazer, pois o referencial teórico-metodológico-prático Moreniano apóia-se no aqui e agora dos indivíduos e do grupo.

Por liberar a espontaneidade-criatividade do Ser Humano, esse locus de co-criação pede dois movimentos complementares: o primeiro permite o fluir da intuição e da ação espontânea; o segundo persegue um pensar que permite a compreensão do que ocorre no jogo intersubjetivo.

Neste sentido, não só o Diretor de Psicodrama é um investigador participante como todos os envolvidos acabam tendo o estatuto de pesquisador. A pesquisa psicodramática é precursora da Pesquisa-Ação, pois é uma modalidade de pesquisa humana, para e com a população.

Para realizar seus objetivos, o método apóia-se em sólido campo teórico e em um poderoso arsenal de técnicas, que são percorridos no Curso de Formação em Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae, que forma profissionais para a atuação nos focos Psicoterápico e Sócio-Educacional.