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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Coceira e dor são a mesma coisa?



Essa pergunta pode parecer idiota (é claro que dor e coceira são sensações diferentes, embora quem tenha tido uma coceira muito forte e torturante possa discordar), mas se você tivesse a feito alguns anos atrás, os neurocientistas teriam coçado suas cabeças e encolhido seus ombros.

A sensação de dor e de coceira estão tão estreitamente ligadas em seu cérebro que era quase impossível dizer onde começava uma e terminava a outra. Agora, um novo estudo publicado no periódico PLoS One mudou isso.

Um grupo de neurocientistas liderado por Chih-Hung Lee e Takashi Sugiyama usou uma técnica sofisticada de imagem para ver o que acontece com o fluxo de sangue no cérebro quando os indivíduos sentem dor, e o que acontece quando sentem coceira.

Estudos anteriores haviam usado imageamento de ressonância magnética funcional, que apenas revelou que as duas sensações pareciam vir da mesma região do córtex pré-frontal.

Distinta da dor, a coceira é uma percepção desagradável que evoca o desejo de se arranhar. Embora haja diferenças entre os seus processamentos, a dor e a coceira são provavelmente relacionadas; a coceira ativa nociceptores fracos, enquanto que a ativação forte dos mesmos receptores resulta em dor fraca.

Além disso, existe uma ampla sobreposição de neuromediadores da dor e da coceira. Curiosamente, induzir dor ao realizar o ato de coçar pode abolir a coceira, sugerindo que existe um controle recíproco de ambas.

Ou seja, os pesquisadores já sabiam que dor e coceira eram subjetivamente similares, e imagens do cérebro mostravam por que: alguns dos mesmos receptores no sistema nervoso estão envolvidos no processamento das duas sensações.

Mas será que coceira e dor são basicamente variações do mesmo fenômeno neurológico?

Isso é o que eles queriam entender. Então, usaram sete cobaias e mediram sua atividade cerebral com uma nova técnica de imageamento: espectroscopia de infravermelho (NIRS, na sigla em inglês), o que lhes permitiu ver como o fluxo de sangue em seus cérebros se alterou em tempo real.

Os cientistas observaram dois padrões de ativação distintos no córtex frontal para dor aguda e para coceira induzida por histamina. Mas uma análise de correlação cruzada de sinais NIRS entre cada canal mostrou que havia um “acordo global” no que diz respeito ao envolvimento da área pré-frontal.

Então, sim, as sensações vêm da mesma área, mas as respostas do fluxo sanguíneo relacionadas com a dor e com a coceira são claramente diferentes: a da dor é medida em “τ = 18,7 seg”, e a da coceira em “τ = 0,63 seg”. Ou seja, o sangue flui para as regiões em um ritmo diferente, dependendo se você está sentindo coceira ou dor.

A descoberta pode permitir que cientistas desenvolvam tratamentos mais eficazes para distúrbios que envolvem esses efeitos, como dor crônica ou alergias.

Este é o primeiro estudo que demonstrou a separação espacial e temporal de fluxos de sangue induzidos pela dor e pela coceira durante o processamento da informação no córtex cerebral.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Neurite óptica 



A neurite óptica é uma inflamação do nervo óptico. O nervo óptico é o responsável por levar a informação do olho até o cérebro. A inflamação causa desmielinização, uma alteração na camada mais externa do nervo, impedindo que a informação seja transmitida de maneira eficaz. 

A Neurite Óptica tem cura, e o diagnóstico precoce pode evitar perda de visão.

Ela é menos frequente em comparação com outras doenças oculares, como Catarata ou Conjuntivite, mas é uma das mais graves.

As causas de Neurite Óptica nem sempre são identificadas (estas são chamadas idiopáticas), outras causas incluem esclerose múltipla, infeções virais (como varicela, caxumba, mononucleose e herpes) e outras doenças inflamatórias (sífilis, tuberculose, sarcoidose).

O paciente, geralmente jovem, com idade entre 18 e 45 anos, percebe piora da visão em um olho.

Além da baixa de visão o paciente costuma sentir dor com a movimentação do olho, mas não apresenta olho vermelho. 

O exame do fundo de olho do paciente pode mostrar edema (inchaço) do nervo ou ser normal (no caso da região do nervo afetado ser mais posterior, longe do olho. Esta forma é chamada retro-bulbar).

Diagnósticos diferenciais (outras causas para o mesmo sintoma do paciente): Neuropatia óptica isquêmica, papiledema (edema do nervo causado por aumento da pressão intracraniana), hipertensão sistêmica maligna (apresenta edema de disco bilateral e hipertensão arterial).

Os defeitos de campo visual podem estar presentes na neurite óptica, não existindo nenhuma alteração típica descrita. É sempre indicada a realização do exame Campo de Visão.

Os pacientes devem ser submetidos à um exame oftalmológicos completo e, no caso de suspeita de neuropatia óptica pode ser necessário realizar uma ressonância nuclear magnética do cérebro. A ressonância ajuda a investigar sinais de doença desmielinizante no cérebro e nos ajuda a prever a probabilidade do paciente desenvolver esclerose múltipla no futuro.

O tratamento é realizado com uso de corticóide para diminuir a inflamação, acelerar a recuperação visual e, no caso de alteração na ressonância magnética, diminuir a chance de outras crises no futuro. Há maior benefício no tratamento precoce, até sete dias do início dos sintomas.

A recuperação costuma ser boa e a visão retorna a valores quase normais depois de alguns meses.

Em alguns casos pode haver benefício no tratamento da esclerose múltipla com interferon.

O exame de Retinografia, auxilia na documentação da anatomia do fundo de olho do paciente, e também pode-se digitalizar a imagem do nervo óptico em 3D: Estero Foto de Papila Nervo Óptico.

O exame de Campo Visual, auxilia na documentação da visão periférica do paciente, e tem a função de detectar e quantificar anormalidades no campo visual, causadas, principalmente, por patologias Retinianas, Neurológicas ou Glaucoma.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Surto psicótico


Surto quer dizer “impulso arranco”, algo que surge de maneira súbita, mudando o status quo de uma situação. Falamos por exemplo em surto de dengue quando começamos a ter, em pouco tempo, um grande aumento do número de casos da doença.

A palavra psicótico vem de psicose, termo que tem raízes históricas. O seu sentido sofreu algumas alterações ao longo do tempo. Em meados do século XIX, quando foi pela primeira vez empregada na literatura psiquiátrica, psicose servia para enfatizar as manifestações psíquicas das doenças cerebrais. 

Ela já foi empregada como sinônimo de doença mental e de insanidade, também para referir-se às doenças mentais com alterações do cérebro, e hoje em dia é usado, como adjetivo, para qualificar os sintomas de delírios e alucinações.

Então, surto psicótico é quando a pessoa passa a apresentar, de maneira súbita, o quadro clínico  com delírios e alucinações.

Não confundir a palavra psicótico com psicopata, pois, apesar de serem foneticamente parecidas, significam coisas bastante diferentes.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Fascite plantar 



Dor sob o calcâneo e  planta do pé conseqüente a pequenos traumas repetitivos e alterações degenerativas na origem da fáscia plantar, levando à inflamação local. A fáscia é uma banda fibrosa e firme que sustenta e mantém o arco plantar de pé. 

Dor embaixo do calcâneo, piora pela manhã ao iniciar a marcha, melhora após os primeiros passos. Além disto, pode estar associado com inchaço local.

Excesso de peso, ocupacional (ficar em pé por longo período), pés planos, esporão de calcâneo, corrida excessiva, encurtamento do tendão de Aquiles. 


Como prevenir a fasciíte plantar? 

 - Alongar os músculos da panturrilha antes e após a corrida. 

 - Utilizar um calçado adequado para o seu tipo de pé e/ou utilização de palmilhas feitas sob medida.

Como tratar a fasciíte plantar? 

Temos os seguintes tipos de tratamento:

a) Tratamento não farmacológico:

     - Repouso: evitar atividades que agravam a dor

     - Uso de calçado adequado e de palmilhar: evitar andar descalço em superfícies rígidas, evitar calçados planos, de preferência usar tênis novo com bom sistema de amortecimento no calcanhar, considerar o uso de palmilhas à Avaliar o tipo de pé (pé plano = palmilha com apoio para o arco plantar longitudinal medial; hiperpronação = palmilha com cunha medial).

b) Fisioterapia:

     - Aquecimento da fáscia plantar antes dos primeiros passos do dia com massagem de fricção horizontal

     - Alongamento da fáscia plantar = Flexão dorsal dos dedos do pé, rolamento do pé sobre uma bola de tênis

     - Corrigir fatores de risco funcionais à Avaliar alterações anatômicas: (encurtamento Alongamento do gastrocnêmio e do solear = exercício de inclinação para a parede, alongamento sobre degraus (cuidado em pacientes idosos); fraqueza da musculatura intrínseca do pé = exercícios com toalha. 

c) Órteses: 

     - Talas noturnas; tornozeleiras para uso diurno. 

d) Tratamento farmacológico:

     - Antiinflamatórios não-esteroidais (usar precocemente apenas como sintomático para alívio da dor); infiltração com corticosteróides (evitar ao máximo devido à possibilidade de complicações como ruptura da fáscia; resposta apenas a curto prazo. 

e) Tratamento cirúrgico:

     - Fasciotomia plantar parcial (considerar apenas após falha do tratamento conservador por 12 meses; 70-90% de taxa de sucesso; recuperação após semanas a meses).  

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Diarreia funcional


Diarreia funcional merece destaque por ser um achado frequente na população, acometendo homens quanto mulheres.

Clinicamente, a diarreia é definida com aumento do número de evacuações em um mesmo dia e em curtos períodos de tempo. Em geral, a frequência evacuatória varia de três vezes por semana a três vezes ao dia. Porém, a melhor definição para diarreia é um volume aumentado de fezes líquidas ou pastosas a qual o organismo não consegue reter. A diarreia é considerada crônica quando ela persiste por mais de três semanas. Diarreia funcional merece destaque por ser um achado frequente na população, acometendo homens quanto mulheres, entretanto sem uma doença orgânica associada, como doença celíaca ou doença inflamatória intestinal. A presença do dor abdominal associada a alteração do hábito intestinal pode preencher outro critério diagnóstico de doença funcional gastrointestinal, como síndrome do intestino irritável.


Em resumo:


• Os pacientes que apresentam diarreia com dor abdominal são um subtipo da síndrome do intestino irritável.


• Estes pacientes com esta síndrome pode ter um hábito alternante, como períodos de constipação e de diarreia. Em geral, sintomas associados além da dor abdominal são inchaço abdominal, flatulência, borborigmo, urgência para evacuar e sensação de evacuação incompleta.


• Muitos desses sintomas aparecem naqueles que possuem diarreia funcional, porém, eles não se queixam de dores abdominais.


Em que se baseia o diagnóstico de diarreia funcional?


• História clínica 


• Uso de medicamentos


• Dieta


• Exame clínico


• Exame de sangue


• Exame de fezes


Em casos selecionados é necessário exame de endoscopia e/ou colonoscopia. Estes exames avaliam as paredes estômago, intestino delgado e grosso (cólon) para excluir qualquer tipo de problema crônico, por exemplo, doença celíaca, inflamação do intestino grosso e outras doenças intestinais.


Por que os medicamentos e a dieta diária do paciente são importantes?


O diagnóstico dessa doença é feito somente após seu médico analisar todo seu histórico. 


• Medicamentos e alimentação devem analisados para que o especialista verifique se nenhum deles é o responsável pela sua diarreia.


• A lista de remédios que causam diarreia é grande – antibióticos, medicamentos para diabetes, antiácidos, remédios para pressão alta e medicamentos para arritmia cardíaca.


Todo medicamento deve ser informado a seu médico.


Apesar de vários pacientes serem intolerantes à lactose, frutose e glúten, toda restrição deve ser orientada por um profissional para que evite problemas nutricionais.


O que acontece quando não digerimos por completo certos alimentos?


A má absorção de certos alimentos pode causar diarreia. O leite e seus derivados, por exemplo, provocam diarreia nas pessoas que não conseguem absorver lactose. Pacientes com intolerância à lactose produzem menos lactase (enzima que digere a lactose) em seu organismo. Para esses pacientes os médicos recomendam uma dieta sem lactose e/ou suplementos com enzimas digestivas. 


Outros carboidratos como frutose, sorbitol, xilitol também podem causar gases e diarreia, dependendo da quantidade que chega até intestino grosso.


Existe algum teste que pode diagnosticar a intolerância aos carboidratos?


Há exames laboratoriais que mede de forma indireta a presença de intolerância á lactose, porém o método mais sensível para este diagnóstico é o teste respiratório com hidrogênio expirado que mede além da má absorção, a tolerância à sobrecarga do carboidrato.


Da mesma forma, outros carboidratos podem ser testados, especialmente a frutose e sorbitol.


O que fazer quando se confirma a presença de intolerância alimentar?


• Restrições dietéticas específicas, orientadas pelo médico ou nutricionista.


• Uso orientado de suplementos com enzimas digestivas, especialmente na intolerância à lactose. A lactase (Lactosil®), enzima que digere a lactose, pode ser utilizada para auxiliar a digestão.


• Paciente com intolerância à frutose devem conhecer os alimentos e produtos industrializados que contém este carboidrato e evitá-los.


• Alguns pacientes são intolerantes ao sorbitol, carboidrato encontrado na maça, pera, ameixa e em chicletes sem açúcar.


E o café?


A cafeína, presente neste alimento, interfere no funcionamento intestinal aumentando o peristaltismo (movimento do intestino). É bom lembrar que refrigerantes e chás também contém esta substância e evitar o excesso é importante.


Há outras situações que desencadeiam a diarreia funcional?


Algumas pessoas desenvolvem a diarreia depois de passar por algum tipo de cirurgia no estômago, vesícula biliar ou intestino grosso. O mecanismo exato ainda é incerto, mas, certamente está relacionando com o transporte de bile a nível do intestino grosso.


Quais são as causas da diarreia funcional?


Não existe um consenso entre os especialistas, o único ponto em comum é que essa doença está relacionada com o mal funcionamento do aparelho digestivo. A causa da diarreia não é completamente conhecida pelos médicos.


Qual o tratamento mais adequado para os pacientes com diarreia funcional?


O foco do tratamento são os sintomas. 


Quais alimentos em geral devo evitar?


• Lactose


• Frutose


• Sorbitol

• Cafeína

• Outros carboidratos (massas, feijão e vagem).

E pacientes que têm diarreia e constipação de forma alternante?

Normalmente o uso de fibra suplementar contínuo pode ser necessário. Somente um profissional é capaz de indicar o produto e a quantidade necessária.

E para aqueles pacientes que as dietas não funcionam?

Para essas pessoas podem receber medicamentos que combatem a diarreia, como a loperamida (Imosec®), porém o uso deve ser realizado estritamente com ajuda profissional.

Quais outros cuidados?

Na diarreia, seja aguda ou crônica, não deixe descuide da hidratação especialmente com açúcar e eletrólitos (ex: bebidas isotônicas), mas não restrinja apenas a líquidos e não deixe de comer alimentos com fibras. Nas fases de maior intensidade da diarreia, intensifique estas medidas. Se você tem diarreia crônica vá tirando da sua dieta, gradativamente, alguns alimentos para que você tente identificar a origem do problema.

Lembre-se! Alimentos mais associados à piora da diarreia:

• Mel, sucos e frutas ricos em frutose

• Leite e derivados

• Cafeína – café, chás e refrigerantes

• Bebidas alcóolicas

• Alimentos apimentados

• Alimentos gordurosos

• Doces muito concentrados

• Figo, tâmara, uva passas e ameixa

• Chicletes sem açúcar e balas que contém sorbitol, manitol e xilitol

• Fibras em excesso

Quais atitudes, suplementos e medicamentos que também podem ajudar?

É preferível que você coma várias vezes, em menor quantidade e de maneira tranquila, mastigando bem os alimentos. Se possível, tente relaxar após as refeições, inclusive a famosa “siesta” pode diminuir os movimentos peristálticos.

Identifique quais alimentos e bebidas estão piorando seus sintomas. Inclua alimentos ricos em sódio e potássio na sua dieta diariamente. A dieta é sempre individualizada.

Suplementos de fibras com psyllium, pectina ou sintéticas e probióticos (especialmente Lactobacilos) exigem orientação especializada. 

As fibras, algumas vezes associadas à medicação antiespasmódicos, podem evitar a urgência evacuatória.

A diarreia funcional é uma condição benigna e apresenta períodos de melhora dos sintomas, porém mesmo assim, exige uma reavaliação médica intermitente. Qualquer novo sinal ou sintoma como emagrecimento, sangue nas fezes, anemia, ou febre deve ser imediatamente comunicado a seu médico e novos exames serão necessários.  

Desatenção



A atenção é a capacidade de manter o foco em um estímulo ou atividade particular e assim, corresponde a um conjunto de processos que leva à seleção ou priorização no processamento de certas categorias de informação. Assim, a desatenção é a capacidade limitada de permanecer atento por um tempo necessário para realizar ou compreender determinada tarefa.

Esse não é um sintoma exclusivo do TDAH, mas ele pode ocorrer também em outras doenças ou transtornos. Além disso, todos nós podemos estar mais desatentos em determinados momentos de nossas vidas por inúmeros motivos, como por exemplo o estresse. Por isso, é importante reforçar que para considerarmos a falta de atenção como um sintoma de TDAH deve-se observar sua frequência, persistência e duração, e essas manifestações devem necessariamente trazer prejuízos para a vida do indivíduo.

No TDAH, a desatenção pode manifestar-se em situações escolares, profissionais ou sociais. É comum a mudança de foco com muita facilidade, pois há uma sensibilidade excessiva aos estímulos. Por isso, a pessoa com desatenção muitas vezes é considerada “avoada” ou “no mundo da lua”.

Os sintomas de desatenção podem ser identificados pelas seguintes manifestações: dificuldade de prestar atenção a detalhes; errar por descuido em atividades escolares; dificuldade de manter atenção em atividades lúdicas; a pessoa parece não escutar quando falam com ela; não seguir instruções; não terminar tarefas escolares e/ou domésticas; dificuldade de organização; evitar envolver-se em atividades que exijam esforço mental constante; distrair-se facilmente por estímulos alheios ao que está executando; apresentar esquecimentos em suas atividades diárias; entre outras.

sábado, 24 de junho de 2017

Memorias


Existem três tipos de memória: sensorial, a curto prazo e a longo prazo.

Memória sensorial: a memória sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos sensitivos. As informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço de tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada perde-se se for passa para a memória a curto prazo.

Memória de curto prazo: este tipo de memória retêm informação durante um período limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória de longo prazo. Na memória a curto prazo pode-se distinguir duas memórias: memória imediata e memória de trabalho.
Memória imediata: a informação recebida fica retida durante um curto período de tempo (cerca de 30 segundos). Investigações efetuadas vieram mostrar que podemos conservar sete elementos (letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e nove unidades.

Memória de trabalho: neste tipo de memória mantemos a informação enquanto ela nos e útil. A memória de trabalho reporta-se as atividades mentais em que o objetivo não é a sua memorização, mas que, não obstante disso, implicam uma certa memorização para se poderem aplicar de modo eficaz. Este tipo de memória é utilizada por exemplo quando o patrão pede que no dia seguinte cheguemos uma hora mais cedo, manterás na memória esta informação, que irá ser esquecida depois de a teres cumprido o pedido, ou seja, depois de teres chegado uma hora mais cedo. Chama-se memória de trabalho à atividade de armazenamento e de utilização de informação ligada especificamente à realização de uma tarefa: refere-se, portanto, a um tipo de memória que trabalha.

Qualquer informação que tenha estado na memória a curto prazo e que se perca, estará perdida para sempre, só se mantendo se passar para a memória de longo prazo.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Caspa na barba


Assim como acontece com o couro cabeludo, cílios e sobrancelhas, a caspa na barba incomoda pelo aspecto e aparência que causam, muitas vezes dando um ar de desleixo e até de falta de higiene — o que, convenhamos, não é sua causa.

Normalmente, a caspa na barba pode surgir por três motivos básicos:

- Predisposição genética

Não existe uma explicação científica que afirme os reais fatores que determinam se uma pessoa terá ou não caspa. Acredita-se, no entanto, que as dermatites seborreias estejam ligadas a fatores genéticos. Geralmente, para quem possui essa predisposição, as caspas aparecem ou pioram dependendo do seu estado emocional — em períodos de grande estresse ou estafa emocional, a caspa piora.

Por isso, se esse for seu caso, é essencial que você tenha uma atenção redobrada aos cuidados diários com a sua barba. Em alguns casos, a pele pode ficar tão irritada e com excesso de descamação que a única alternativa é raspar a barba e manter-se sem os pelos até a pele se recuperar totalmente — por isso, vamos tentar evitar que isso ocorra com as dicas abaixo.

- Pele seca

Uma pele seca ou ressecada costuma descamar com mais facilidade; acrescente a isso o excesso de pelo concentrado em uma determinada área — o resultado? Caspa. Por esse motivo, se você quer se manter barbado é fundamental hidratar bem a pele do rosto.

O uso de sabonetes faciais específicos e óleo para barba deve fazer parte da sua rotina diária. Somente dessa maneira você conseguirá manter a pele equilibrada, evitando, assim, a descamação e a caspa na barba.

- Desidratação dos pelos

Se dissemos, no tópico anterior, que é fundamental hidratar a pele, o mesmo vale para os pelos da barba. Eles são mais grossos e secos do que os fios do cabelo, logo, se você pretende manter uma barba longa e cheia precisa começar a hidratar esses fios.

Você precisa equilibrar e mantê-los igualmente hidratados: pelos e pele. Dessa forma, sua barba não apenas ficará longe de caspa e demais dermatites, mas também ficará mais macia e sedosa.

Como prevenir a capa na barba?

Como vimos, o primeiro passo é a hidratação, tanto da pele quanto dos pelos da barba — isso deve ser feito de uma à duas vezes ao dia. Além disso, é essencial que você procure usar produtos como shampoo e óleos específicos para barba.

Procure também fazer uma esfoliação na pele duas vezes por semana. Ela ajuda a remover as células mortas com mais eficácia, e garante a prevenção e remoção de pelos encravados.

Lave sempre a barba após as refeições para evitar que restos de alimentos se acumulem nos pelos — mantê-la higienizada é essencial. Enxágue bem a barba para remover todo o resíduo do produto usado na higienização. Por fim, nunca deixe a barba molhada ou úmida: isso facilita a proliferação de fungos e bactérias, podendo causar dermatites que provocam caspas.

O que é preciso evitar?

Evite o uso de produtos para cabelo na sua barba. O couro cabeludo é muito mais oleoso do que a pele do rosto e geralmente os produtos para cabelo são desenvolvidos para combater agressivamente esta oleosidade, portanto se utilizar produtos para o cabelo no rosto pode acabar com a pele e fios ressecados.

Também procure evitar passar as mãos o tempo todo na barba — as mãos são os maiores meios de transporte de fungos e bactérias. Por fim, não compartilhe produtos de higiene e aparelhos de barbear com outras pessoas, para evitar mas microrganismos que possam causar dermatites e outras doenças.

Se você já fez tudo o que indicamos acima e o problema ainda persiste, recomendamos procurar um dermatologista que poderá ajudar a identificar a causa e um tratamento mais específico para o seu caso.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Unha encravada 



A unha encravada, chamada em medicina de onicocriptose, é uma inflamação causada pelo crescimento de parte da unha em direção à pele, provocando lesão da mesma. A unha encravada costuma surgir no primeiro dedo, conhecido como dedão do pé.

A onicocriptose surge toda vez que a unha não cresce de forma correta, permitindo que a extremidade lateral cresça em direção à pele, causando feridas, inflamação e eventualmente, infecção do dedo.

A unha normal deve crescer de forma vertical em relação ao dedo. A unha com forma normal não deve roçar, ferir ou empurrar a pele ao seu redor.

Alguns fatores facilitam o surgimento da unha encravada, entre os mais comuns podemos citar:

– Uso de sapatos apertados, fazendo com que os dedos dos pés fiquem se espremendo.

– Cortar as unhas de forma errada. O erro mais comum é deixar as extremidades laterais arrendondadas.

– Cortar a unha em excesso, mantendo-as muito pequenas, a ponto de ferir a pele.

– Variações anatômicas da unha, como no caso de unhas curvadas.

– Lesões traumáticas da unha.

– Infecção fúngica da unha (onicomicose)

Na maioria dos casos, a unha encravada ocorre no primeiro dedo do pé, o chamado dedão. Os sintomas iniciais da unha encravada são leve dor, vermelhidão e inchaço no canto do dedo. Conforme a unha vai crescendo, a pele ao redor se expande e pode cobrir totalmente o canto da unha que está a feri-la. Com o tempo, a ferida provocada se torna mais intensa, havendo agravamento dos sintomas e drenagem de pus. A presença de secreção purulenta não indica necessariamente uma infecção em curso, ela pode ser apenas uma reação do organismo contra a agressão da unha sobre a pele. Todavia, se não tratada adequadamente, quanto mais tempo a unha encravada permanece ferindo a pele, maior o risco de uma infecção surgir no local.

A unha encravada não costuma causar maiores problemas além do desconforto e da dor. Porém, em alguns indivíduos ela pode ser o gatilho para infecções mais graves, como nos casos dos pacientes com diabetes, problemas circulatórios ou imunossuprimidos. Estes paciente têm dificuldades de cicatrização e possuem o sistema imunológico mais fraco que o habitual. Neles, a unha encravada pode provocar úlceras, celulites ou erisipelas.

O tratamento para unha encravada depende da gravidade da lesão. O ideal é tratar antes de uma grande inflamação surgir, pois sem dor é mais fácil manusear a unha. Nos casos leves, o tratamento pode ser feito em casa pelo próprio paciente, sendo fácil curar a unha encravada sem a necessidade de remédios, pomadas ou cirurgias.

Uma opção simples é usar um cotonete fino, pinça ou fio dental para tentar levantar cuidadosamente a parte lateral da unha de forma a retirá-la debaixo da pele, desencravando-a. Para evitar que a unha volte a encravar, tente colocar uma pequena bolinha de algodão por baixo do canto da unha para ajudá-la a crescer na direção correta. Se esse tratamento for feito bem no início do quadro, como ainda não há inflamação importante ao redor, o processo é praticamente indolor.

Se a inflamação da unha estiver sendo muito incômoda, outra opção é mergulhar o pé em água morna por 10 minutos enquanto se tentar puxar suavemente com os dedos a pele úmida e amolecida no canto do dedão, de forma a libertar a unha. Esse processo deve ser feito 3 vezes por dia por pelo menos 1 semana. Do mesmo modo, após secar o dedo, coloque um pedacinho de algodão por baixo da unha para ajudar a direcionar o seu crescimento. Troque o algodão a cada vez que ele ficar molhado.

Em ambos os tratamentos, a unha costuma desencravar após 1 ou 2 semanas, conseguindo crescer sem causar lesão à pele. Neste meio tempo, se não houver grande inflamação, não corte a unha, permita que ela cresça o suficiente para ultrapassar a região da pele que estava sendo ferida. Por outro lado, se já houver alguma inflamação e dor, após levantar a ponta da unha, você pode cortá-la, para interromper o processo de lesão da pele. Dias depois, quando a pele já não estiver mais inflamada, use as dicas acima para impedir que a unha cresça novamente em direção à pele, voltando a encravar.

Nos casos mais severos, com intensa inflamação e secreção purulenta, a dor costuma ser muito forte, dificultado a manipulação da pele e da unha. Se você não suporta a dor, esse processo pode ser feito no consultório médico com anestesia local. Se houver suspeita de infecção ou se o paciente tiver fatores de risco para complicações, o ideal é remover cirurgicamente a parte lateral da unha que está encravada. A cirurgia para unha encravada é muito simples e pode ser feita em alguns minutos no próprio consultório. No pós-operatório, aconselha-se o paciente a usar pomadas com antibióticos, geralmente à base de mupirocina.

Se a unha encrava com alguma frequência, o tratamento cirúrgico pode ser um pouco mais abrangente, removendo toda a parte lateral da unha, de forma a obrigá-la a crescer verticalmente, sem encostar na pele ao lado. Nos casos mais graves, indica-se a destruição química, por Laser ou cauterização de parte da unha e seu leito para evitar que a mesma volta a crescer.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Má digestão - causas



Principais causas da má digestão:


Comer muito de uma só vez;

Beber líquido durante a refeição;

Consumir frituras e outros alimentos ricos em gordura;

Álcool, cafeína, chocolate e refrigerantes em excesso;

Incluir muitos alimentos ricos em fibra em uma mesma refeição;

Obesidade (os quilos a mais aumentam a pressão no estômago);

Comer rápido demais, não mastigando bem os alimentos;

Estresse;

Exagerar nos alimentos picantes (pimenta, molho de mostarda, açafrão, pimentão);

Cigarro;

Medicamentos (como antibióticos, anti-inflamatórios não esteroides e o nitrato utilizado para dilatar os vasos sanguíneos);

Suplementos de ferro.

Outros fatores

Causas menos comuns da indigestão: câncer de estômago, úlceras estomacais, refluxo gastroesofágico, pedras na vesícula, gastrite, pancreatite, prisão de ventre e infecção pela bactéria H. pylori.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Alcoolismo 



A dependência alcoólica (alcoolismo) tem quatro sintomas:


Fissura: uma forte necessidade ou compulsão, à bebida. 

Perda de controle: a incapacidade para controlar a ingestão de bebida em qualquer ocasião.

Dependência física: sintomas de abstinência, tais como náuseas, suores, tremedeiras e ansiedade, acontecem quando o consumo de álcool é interrompido depois de um período de consumo excessivo.

Uma dependência séria pode levar a pessoa a apresentar sintomas de abstinência que colocam sua vida em perigo, que começam de 8 a 12 horas após a última bebida. O delirium tremens começa de 3 a 4 dias depois, e a pessoa fica extremamente agitada, treme, alucina e desliga-se da realidade.

Tolerância: grandes quantidades de álcool são necessárias para que a pessoa tenha uma euforia.

Um alcoólatra frequentemente dirá que pode parar de beber quando quiser a qualquer momento, mas ele nunca “decide” parar. 

O alcoolismo não é um destino, mas sim uma progressão, um longo caminho de deterioração durante o qual a vida piora cada vez mais.

domingo, 18 de junho de 2017

Úlceras varicosas - tratamento 


As úlceras varicosas, em sua grande maioria, surgem como consequência do agravamento de moléstias vasculares venosas. Podem iniciar de forma espontânea, desencadeadas por picadas de insetos, apresentando pruridos. Surgem então pequenas lesões, principalmente nas regiões próximas ao tornozelo, que se agravam gerando úlceras que freqüentemente cronificam pela falta de cuidados. O seu tratamento, mesmo quando realizado de modo adequado, costuma ser prolongado e requer acompanhamento médico, curativos diários, dieta saudável e muito repouso. 

Tratamento das Úlceras Varicosas 

Este conjunto de orientações tem por objetivo auxiliar a todas as pessoas interessadas em prestar assistência a seus familiares portadores ou amigos portadores de úlceras varicosas na troca do curativo diário desde que tenham autorização do médico assistente e tenham noção de medidas básicas de higiene para que possam manter a limpeza da úlcera e não se exponham aos materiais contaminadaos como secreções purulentas e ao sangue dos ferimentos.

Orientações básicas 

Avaliação. A primeira iniciativa diante de um paciente portador de úlcera na perna deverá concentrar-se em obter a indicação de uma avaliação médica especializada - realizada por um Angiologista - o mais rápido possível. Estabelecido o diagnóstico de úlcera varicosa e determinadas as condutas do tratamento, caberá aos agentes de saúde incentivar e ajudar o portador desta enfermidade a seguir rigorosamente as orientações médicas e higiênicas prescritas. 

Repouso 

É fundamental, em se tratando de úlcera varicosa, observar o repouso prolongado com pernas elevadas. Deverão ser usadas compressas de gase, ataduras de crepom (algodão), elásticas ou meias elásticas sobre o curativo desde que tenham indicação , principalmente para os pacientes que levam uma vida mais ativa e naqueles em que a úlcera está em fase de cicatrização. Este procedimento reduz o acúmulo de sangue venoso na região, ajudando a acelerar o processo de cura. 

Alimentação 

O portador de úlceras varicosas deverá alimentar-se de forma mais natural (frutas, verduras e legumes), incluir em sua dieta as carnes magras, evitando ao máximo o consumo de alimentos gordurosos, diminuir a ingestão de salgados evitando ao máximo os doces e adoçantes , não fumar e nem fazer uso de bebidas alcoólicas. Mantendo-se sempre muito bem hidratado com água, nada de refrigerantes ou sucos industrializados.

Curativo diário 

Os curativos devem ser feitos diariamente, considerando as condições de higiene como imprescindíveis antes, durante e após o procedimento. Sempre que perceber alguma mudança no aspecto da úlcera, retorne ou leve o paciente imediatamente ao médico.

Importante: Mesmo com boa aparente evolução favorável, não deixe de retornar ao médico assistente periódicamente, para que ele possa fazer a devida reavaliação do caso.

Seqüência prática de curativo simples residencial 

Recomendamos fazer o curativo sempre com cuidados de higiene geral, mantendo o material a ser usado limpo e guardado separadamente. O lixo deve ser ensacado e rapidamente eliminado. 

Curativo de úlcera varicosa - Orientação Prática 

1. Como organizar o material a ser utilizado 

Observe e separe com cuidado os materiais que serão utilizados no curativo: 

• Gaze cortada em compressas

• Soro fisiológico ou na sua falta água filtrada 

• Luvas descartáveis de preferência (existem aquelas feitas de plástico poliuretano, bem acessíveis) 

• Recipiente para apoio da perna ou pé, coberto com plástico e toalha de papel descartável. Uma sugestão é utilizar sacos plásticos ou bolsas de plástico de supermercado que podem recobrir uma bacia plástica. Terminado o curativo é só fechar o saco plástico e o lixo já estará ensacado e pronto para ser eliminado, evitando assim a permanência de insetos no local e prevenindo contaminações. 

2. Como fazer a troca do curativo diário 

Prepare o material básico descrito acima num local tranqüilo, bem iluminado e arejado.

Proceda da seguinte forma: 

• Lave as mãos e coloque as luvas 

• Prepare o paciente colocando abaixo do membro afetado o recipiente coberto por saco plástico e papel toalha 

• Retire o curativo anterior com cuidado para não ferir a pele próxima à úlcera. Use soro fisiológico ou água filtrada para ajudar a umidecer esoltar as gazes que estiverem muito aderidas ao ferimento. 

Importante: observe com atenção a quantidade e o tipo de secreção, pois estas informações são muito importantes e deverão ser repassadas ao médico sempre que este estiver reavaliando o paciente. 

• Lave o local da úlcera com soro fisiológico ou água filtrada, passando suavemente gazes embebidas nestas soluções sobre o ferimento tentando remover as secreções. Caso encontre secreção em grande quantidade, repita o procedimento de limpeza trocando sempre a gaze até deixar o interior da ferida bem limpo. Não proceda à limpeza de maneira brusca e forçada, para não provocar sangramentos ou agredir células novas em granulação, principalmente na fase de cicatrização. 

• Utilize, sobre a úlcera, somente a medicação indicada pelo médico, evitando emplastar com muita pomada ou creme. Poderão ser associados vários anti-sépticos, aplicados sempre sob especificações corretas e com conhecimento médico. Evite improvisar ou misturar com soluções caseiras, que podem provocar reações alérgicas no local do ferimento, retardando, assim, o processo de cura. 

obs.: Em nossa experiência com as úlceras varicosas procuramos usar o mínimo possível de pomadas. A cicatrização na grande maioria dos casos costuma ser facilitada, no entanto, siga as orientações do seu médico.

• Coloque a gaze sobre o ferimento em quantidade suficiente para protegê-lo bem e enrole com atadura de crepom prendendo-a com fita adesiva ou esparadrapo. Evite amarrar ou colocar qualquer adesivo em contato direto com a pele. 

• Oriente o paciente para permanecer a maior parte do tempo possível com as pernas elevadas acima do nível da cintura, pois quanto mais tempo permanecer nesta posição, no caso de úlcera por estase venosa, mais será facilitada a cicatrização. 

• Finalmente, oriente o paciente a não interromper a medicação sem o conhecimento do médico e sempre que tiver alguma dúvida, sensações dolorosas ou aspecto de agravamento do ferimento, com coloração e odores fortes, antecipar a revisão médica para não correr risco de complicações. 

• Uma vez curada a úlcera, é fundamental manter as condutas preventivas com uma boa hidratação e alimentação natural EVITANDO O AÇÚCAR E O GLÚTEM para diminuir as chances de processos inflamatórios e consequentemente a ocorrêcia de recidivas de novas úlceras.

FUNDAMENTAL - As revisões médicas periódicas são extremamente importantes para avaliar o sistema circulatório e controlar quaisquer desvios que possam retardar a cicatrização.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Dermatite atópica



A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica da pele que apresenta uma evolução cíclica com períodos de melhora e piora. A etiologia não é exatamente conhecida, sendo multifatorial. Observa-se um caráter familiar e freqüentemente está associada à asma ou bronquite e rinite alérgica. 

Não é uma doença contagiosa e a sua freqüência na população vem aumentando gradativamente, principalmente nas áreas urbanas, chegando até 20% em algumas localidades.   

O eczema atópico, termo utilizado como sinônimo da dermatite atópica, é sua manifestação mais comum e caracteriza-se por lesões inflamadas da pele, avermelhadas, que coçam, descamam e, às vezes, ficam úmidas. Inicia-se no primeiro ano de vida, na maioria dos casos, tem uma evolução crônica e cerca de 60% das crianças apresentam redução ou desaparecimento das lesões antes da adolescência. No bebê as lesões predominam na face e nas superfícies externas dos braços e pernas. 

Nas crianças maiores e nos adultos as lesões acometem principalmente as dobras do corpo, como as dos joelhos, cotovelos e pescoço. Nos casos mais graves, pode acometer grande parte da superfície corporal. Portadores de dermatite atópica apresentam uma incidência maior de infecções bacterianas, fúngicas ou virais da pele. Apesar da melhora gradativa da doença com a progressão da idade, o paciente com dermatite atópica tende a manter, durante toda a sua vida, uma pele ressecada que se irrita facilmente.  

 A dermatite atópica tende a aparecer ou a piorar quando a pessoa é exposta a certas substâncias ou condições. São fatores desencadeantes:   

- pele seca; 

- poeira; 

- detergentes e produtos de limpeza em geral; 

- roupas de lã e de tecido sintético; 

- baixa umidade do ar; 

- frio intenso; 

- calor e transpiração; 

- infecções; 

- estresse emocional; 

- certos alimentos.   

A ação desses fatores desencadeantes varia de indivíduo a indivíduo. Alguns fazem uma relação nítida de piora com alguns fatores desencadeantes e outros não. O papel do alimento na dermatite atópica é controverso. O paciente com atopia apresenta uma incidência maior de alergia alimentar quando comparado com o paciente sem atopia. Cerca de 30% dos pacientes com dermatite atópica podem apresentar alergia a algum alimento, sendo mais freqüente nas crianças abaixo de 2 anos de idade e nos casos mais extensos e graves. Nos quadros clínicos mais leves, assim como em crianças maiores e adultos, a presença da alergia alimentar é muito rara. Os principais alimentos envolvidos são os leites de vaca e de cabra, ovos, peixes, crustáceos, milho e amendoim. A retirada do alimento suspeito contribui para a melhora do quadro clínico, mas não cura a doença. 

Os testes de laboratório para a pesquisa de alergia alimentar devem ser interpretados de maneira muito cautelosa. O prick test é feito na pele e o RAST no sangue. Ambos detectam a IgE específica para o alimento suspeito. Um teste negativo exclui em 90% dos casos uma alergia alimentar. Já um teste positivo pode ser um falso positivo em uma porcentagem elevada de casos e desse modo será necessário excluir o alimento e verificar como o paciente se comporta. Devemos sempre ficar atentos a exclusões alimentares desnecessárias, que em muitos casos podem afetar o estado nutricional do paciente. 

Não há comprovação científica que o uso de conservantes ou corantes agrava a dermatite. Maior controvérsia ainda existe sobre o efeito protetor do aleitamento materno na prevenção da dermatite atópica. Vários estudos foram e estão sendo realizados para analisar esse aspecto e até o momento não existe um consenso.   

A chave para o controle da dermatite atópica é evitar ou reduzir a exposição aos fatores desencadeantes e tratar as crises agudas. A seguir enumeramos alguns tópicos para evitar os fatores desencadeantes:       

- uso diário e contínuo de cremes hidratantes. Muitos pacientes abandonam o uso do creme quando a pele melhora. Isto é um erro. O creme hidratante deve ser aplicado na pele úmida, até 3 minutos após o banho; 

- o creme hidratante deve ser branco e sem perfume e deve ser aplicado pelo menos duas vezes ao dia. Alguns pacientes precisam aplicar quatro ou mais vezes. O hidratante funciona melhor quando aplicado com a pele úmida; 

- o banho deve ser morno para frio, com uma duração média de 5 a 10 minutos, sem bucha. O sabonete neutro deve ser utilizado o mínimo necessário e em um único banho. Se o sabonete está deixando a pele mais irritada ou seca, troque o sabonete ou suspenda o seu uso temporariamente. Se a pele não estiver suja, limite o seu uso às axilas, região genital, mãos e pés. Secar levemente a pele, evitando esfregar a toalha; 

- no inverno usar um creme hidratante mais oleoso ou até óleos nos banhos, evitando-se as loções que são mais aquosas; - use roupas leves, de algodão. Evite tecidos sintéticos;

 - quando a sudorese provoca prurido, tente tomar um banho rápido e mais frio e não se esqueça do hidratante logo a seguir; 

- evite ambientes muito quentes. No inverno saia com agasalhos que possam ser retirados facilmente. Se o ambiente está muito seco, use umidificadores e procure hidratantes que contenham vaselina, glicerina, óleo mineral ou silicone; 

- use sempre filtro solar (branco e cremoso) antes de nadar, mesmo em piscinas cobertas. O filtro protegerá parcialmente a sua pele da ação irritativa do cloro. Logo após sair da piscina, retire a água com cloro com um banho rápido e reaplique o filtro ou creme hidratante. Não deixe a sua pele secar ao ar livre sem creme; 

- o atópico geralmente melhora muito quando vai à praia desde que use o filtro solar e hidrate bem a pele; 

- nas crises, reduza as atividades físicas que provocam muita sudorese; 

- sapatos e roupas molhadas devem ser retirados imediatamente, pois podem irritar a pele e desencadear uma crise;

- evite contato com irritantes da pele como detergentes, cosméticos perfumados e coloridos, produtos de limpeza de casa, gasolina, banhos quentes e demorados, bijuterias e excessiva lavagem das mãos; 

- mantenha as unhas curtas; 

- evite usar sabões em pó potentes e amaciantes para lavar a roupa e faça dois enxágües. Lave as roupas novas antes de usá-las. Retire as etiquetas das roupas;

 - reduza o estresse. Mantenha a calma, faça um hobbie, desenvolva uma técnica de relaxamento como ioga, respiração, massagem e etc;

- alguns estudos indicam que a redução dos ácaros pode melhorar os sintomas da dermatite atópica. Retire carpetes e cortinas. Use protetores de colchões e de travesseiros e lave semanalmente; 

- evite cachorros e gatos dentro do quarto e escolha bichos de estimação com pouco pêlo e baixo; 

- se o contato com plantas desencadeia as crises, use luvas e botas quando for mexer no jardim. Além de todos os cuidados acima, nem sempre é possível evitar uma crise aguda da dermatite atópica. Nas crises mantenha os cuidados da pele e inicie o tratamento prescrito pelo seu médico. Os tratamentos mais utilizados são:  

- corticosteróides tópicos são medicações utilizadas nas lesões ativas (vermelhas, descamativas e com coceira) e possuem potências variadas. A escolha da potência é critério médico. Devem ser aplicados uma a duas vezes ao dia e suspensos com a melhora dos sintomas. Não devem ser aplicados nas manchas brancas residuais e que não coçam. O uso desta medicação não exclui o uso do hidratante. Aplique a medicação nas lesões e o hidratante no corpo todo;

- corticosteróides orais habitualmente não são utilizados no tratamento da dermatite atópica devido ao seu efeito rebote (com a suspensão do tratamento a recidiva costuma ser pior) e seus efeitos colaterais. Às vezes é utilizado em casos graves e extensos, por períodos curtos, para retirar de uma crise aguda, enquanto se inicia outra forma de tratamento; - antibióticos orais ou tópicos podem ser utilizados para tratar a infecção bacteriana que pode acompanhar as crises agudas; - anti-histamínicos orais são utilizados para reduzir a coceira. O uso do anti-histamínicos na dermatite atópica é controverso e, quando empregados, deseja-se mais o efeito sedativo da medicação. Nunca utilizar um anti-histamínico por conta própria que esteja associado a um corticosteróide oral e não utilizar anti-histamínicos tópicos; 

- inibidores tópicos da calcineurina são alternativas de tratamento do eczema. São representados pelo pimecrolimus e tacrolimus. No início do tratamento podem irritar um pouco, mas a irritação costuma desaparecer após uma semana de uso. São utilizados uma a duas ao dia e suspensos na melhora das lesões. 

- outros tratamentos são utilizados nos casos graves e extensos como fototerapia, talidomida, ciclosporina e metotrexate orais, entre outros.   


Cláudia Márcia de Resende Silva  

Médica dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Uveíte



Uveíte é uma inflamação da parte dos olhos que acomete o trato uveal, que é composto por: íris (estrutura que dá cor aos olhos), corpo ciliar e coroide (composto basicamente por vasos sanguíneos). Quando ocorre o acometimento inflamatório de uma destas estruturas ou o conjunto das mesmas, denomina-se uveíte.

As causas de inflamação do trato uveal podem ser: traumáticas, infecciosas, tumorais e autoimunes. Lacerações corneanas, perfuração ocular, queimaduras químicas e físicas e corpos estranhos intraoculares são exemplos de uveítes traumáticas. Dentre as causas infecciosas, a toxoplasmose destaca-se como a de maior incidência em nosso meio. Metástases ou tumores primários oculares são responsáveis pelas uveítes tumorais ou síndromes de mascaramento. Doenças sistêmicas como artrite reumatóide juvenil, espondiloartropatia soro-negativas, doença de Behçet e outras doenças imunes são etiologias de uveítes autoimunes.

O principal sinal de uma uveíte é o olho vermelho, devido ao processo inflamatório – mas pode não acontecer em todos os casos. Inicialmente, o paciente com uveíte pode visualizar pequenos pontos que se movimentam de acordo com a posição do olho, e estes, com a incidência da luz formam pequenas sombras flutuantes na retina, sendo chamados de moscas volantes. Se ocorrer aumento progressivo destas moscas volantes, pode ser um sintoma indicativo de atividade inflamatória. O embaçamento visual e a dor também são sintomas de uveíte.

A realização do diagnóstico é o primeiro passo para o tratamento das uveítes. A partir disso traça-se o esquema terapêutico. O tratamento pode ser feito com colírios, medicamentos orais e/ou endovenosos. Em alguns casos, devido ao agente etiológico e a gravidade da inflamação, realiza-se tratamento em regime hospitalar com a internação do paciente e administração de medicamentos.

As uveítes são doenças inflamatórias oculares que podem levar à baixa visual e à cegueira quando não tratadas. Podem causar cegueira devido às complicações ocasionadas pelo processo inflamatório que podem acarretar um desarranjo arquitetônico das estruturas intraoculares, levando a uma baixa visual reversível ou irreversível. Catarata, glaucoma, descolamento de retina, membranas retinianas, atrofia óptica, oclusões vasculares e atrofia de globo ocular são exemplos de complicações causadas por uveítes.

Essa inflamação acomete indivíduos de qualquer idade, sexo e classe social. O diagnóstico é de essencial importância para o tratamento e prevenção das crises de uveítes. Em casos de olho vermelho, dor, moscas volantes e embaçamento visual, procure seu oftalmologista. Lembre- se: as uveítes têm tratamento, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o prognóstico.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Obstrução nasal



A obstrução nasal é uma queixa frequente na prática médica. Embora sua importância na função nasal e sua relação com outras doenças sejam hoje bem conhecidas, nem sempre é valorizada, muitas vezes passando despercebida. 

Esta condição geralmente é causada por alterações na anatomia e fisiologia nasal, secundária a algumas doenças, no entanto, pode ser simplesmente expressão de parte do ciclo fisiológico normal. 

Existem várias situações nas quais a obstrução nasal nada mais é do que o resultado de mudanças fisiológicas:

· Ciclo nasal - o ciclo nasal é alternante (lado a lado), rítmico, de acordo com a congestão e descongestão dos seios cavernosos das conchas nasais. Embora esteja presente em cerca de 80% da população, quase sempre passa despercebido, pois a resistência nasal total permanece constante. As crianças normalmente não apresentam ciclo nasal bem estabelecido em vez da alternância de ciclo, variando de lado a lado, como ocorre nos adultos, ocorre variação da resistência aérea nasal total, simultaneamente em ambos os lados e, consequentemente, períodos longos de obstrução nasal. Nos recém-nascidos a resistência do ar na cavidade nasal apresenta uma variabilidade ainda maior, sugerindo uma imaturidade da reação vasomotora da mucosa nasal

Obstrução nasal paroxística - crianças maiores e adultos, portadores de obstrução unilateral de longa data, decorrente, por exemplo, de desvio de septo nasal não raramente se queixam de obstrução do lado permeável. Nestes casos, acredita-se que o lado não obstruído funcione como um todo, e as queixas acontecem principalmente quando o ciclo nasal intermitentemente obstrui o lado patente

· Reflexo nasopulmonar - adultos e crianças maiores, na vigência de um resfriado comum, frequentemente se queixam de falta de ar, desproporcional à obstrução nasal observada pelo médico. Isto provavelmente seja resultante da diminuição da capacidade vital, secundária à estimulação do reflexo nasopulmonar, devido à obstrução nasal. Vários estudos demonstram que o aumento da resistência aérea nasal produz um aumento na resistência pulmonar, com diminuição da complacência pulmonar e, consequentemente, diminuição da ventilação alveolar. Clinicamente, o paciente pode manifestar-se com fadiga e irritabilidade. Em recém-nascidos, ao contrário, parece haver alterações nasais e pulmonares recíprocas neste caso, as mudanças observadas na resistência nasal ocorrem em direção oposta às pulmonares, resultando numa estabilização da resistência aérea total

· Puberdade e período menstrual - no período puberal, os adolescentes podem apresentar queixa de obstrução nasal sem causa aparente. Isso pode ocorrer em decorrência do aumento do nível de estrógeno e parcialmente da testosterona, os quais aumentam a reação vasomotora fisiológica, por diminuição da atividade da acetilcolinesterase. Pelos mesmos motivos, estas queixas podem ocorrer no período menstrual e mesmo na gravidez

· Fatores psicossomáticos - alterações emocionais (ansiedade, estresse, fadiga e raiva) podem provocar reações vasomotoras intensas em nível da cavidade nasal, mediadas por reflexos hipotalâmicos. Este quadro é caracterizado por obstrução nasal e rinorreia, podendo ser acompanhado de cefaleia do tipo enxaqueca, a qual é mediada pelos mesmos reflexos 

· Estímulos ambientais - muitas das queixas de obstrução nasal nada mais são que a expressão de uma reação vasomotora nasal a estímulo externo, refletindo uma função normal da mucosa nasal, uma vez que ela serve de interface entre o nosso corpo e o meio ambiente. Logo, este quadro obstrutivo pode ser dependente da composição de gases e partículas (poeira, mofo), da temperatura e do índice de saturação de água no ar inspirado. A rinorreia súbita comumente referida quando em contato com o ar gelado ou logo após uma refeição condimentada são exemplos deste tipo de reação vasomotora. 

Artrose de joelho 

A artrose é uma doença de caráter inflamatório e degenerativo das articulações (juntas) do organismo, marcada pelo desgaste das cartilagens que revestem as extremidades ósseas, causando dor e podendo levar a deformidades. 

As articulações mais acometidas pela artrose são as que suportam peso, como a coluna vertebral, os quadris e os joelhos. A doença é também conhecida como osteoartrose ou ostetoartrite (EUA).

Quando não tem uma causa identificável, classifica-se a gonartrose como primária. Quando há uma causa identificável, diz-se que é secundária. 

As causas são numerosas. 

 O excesso de peso é certamente um fator que favorece. 

 Uma anomalia de eixo dos membros inferiores (genu varum ou genu valgum) pode igualmente conduzir a um desgaste da cartilagem. 

Doenças inflamatórias, doenças ósseas (osteonecrose), ou ainda as sequelas de fraturas ao redor do joelho podem ser responsáveis pela gonartrose. 

Pacientes com lesões crônicas de menisco e ligamento também tem um índice aumentado de desenvolver artrose a longo prazo.

A dor ao nível do joelho geralmente é o primeiro sintoma da artrose. Essa dor é de caráter progressivo. 

Acentua-se com a atividade física (degraus, subida e descida de escadas, esportes de contato e movimentos repetitivos) e é diretamente proporcional ao excesso de peso. 

No início dos sintomas o repouso alivia os sintomas.

É a dor, em geral, que conduz o doente a procurar o médico. 

O joelho inchado (derrame articular) é o segundo sintoma. 

O responsável por esse edema é o processo inflamatório da membrana sinovial (membrana que recobre a articulação do joelho). 

Essa reage à presença dos restos cartilaginosos produzindo um líquido viscoso e amarelado. 

Logo que o edema sinovial torna-se importante, a pressão criada acentua as dores que podem ser sentidas pelo doente na parte posterior do joelho. 

Outro sintoma marcante é a perda progressiva do movimento. Nas gonartroses avançadas, a deformidade do membro inferior é o terceiro sintoma. 

As deformidades podem ser em varo (joelho cambota) ou valgo ( joelho em “x”). Estes sintomas vão progressivamente impedir o doente ande normalmente. 

A utilização das bengalas pode tornar-se indispensável. A rigidez articular pode ser o sintoma mais tardio.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Artrose de quadril 

Assim como outras articulações que carregam o seu peso, seus quadris podem estar em risco de desenvolver artrose ou "desgaste” (osteoartrose), que é a forma mais comum desta doença. 

Os ossos do quadril são revestidos por um tecido muito liso e macio, a cartilagem articular. 

Esta está nas extremidades de seus ossos, que ajuda a sua articulação do quadril a deslizar suavemente, e pode desgastar.

Cerca de 10 milhões de norte americanos relataram terem sido diagnosticados com osteoartrose (ainda temos poucos dados brasileiros). 

Se há um histórico familiar da doença, o paciente torna-se mais suscetível. 

Outros fatores de risco incluem idade avançada, obesidade e alguma lesão que force a cartilagem do quadril. 

O desenvolvimento de osteoartrose pode igualmente aparecer em pacientes fora dos fatores de risco. 


domingo, 11 de junho de 2017

Bursite de ombro 

A bursite é a inflamação da bursa, que é uma bolsa serosa que tem a função de facilitar o deslizamento dos tendões do ombro. Ela é considerada por muitos a causa da doença, o que não é correto. Ela é a consequência de algo de errado que está ocorrendo no ombro, que na maioria dos casos é a doença chamada de síndrome do impacto. A tendinite ou tendinopatia é a inflamação do tendão. No ombro, os tendões mais comumente inflamados são os tendões do manguito rotador (supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor) e o tendão da cabeça longa do bíceps

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Você pensa que é gripe, mas não é!


A febre de Pontiac é causada por uma infeção pela bactéria Legionella pneumophila (veja acima), contraída pela inalação de aerossóis de água contaminada, mais frequentemente a partir de chuveiros, banheiras de hidromassagem, spas e saunas. As bactérias são normalmente encontradas no solo molhado e na água.

Desconhece-se porque a infecção pela Legionella evolui, em cada caso particular, para Febre de Pontiac ou para Doença dos Legionários. Contudo, como a febre de Pontiac é normalmente observada em indivíduos imunocompetentes, o estado do sistema imunitário talvez desempenhe um papel importante.

A doença de Pontiac apresenta sintomas de gripe, como náuseas, mialgia, febre, tosse e dor de cabeça, mas sem pneumonia. Em alguns casos, pode haver dor torácica, dispneia, diarreia, vômitos, eritema ocular com fotofobia e artralgia.

Estes sintomas duram 2 a 7 dias e os doentes se recuperam sem tratamento. A Febre de Pontiac tem curto período de incubação que varia de 30 a 90 horas após a infeção e afeta principalmente adultos, mas também crianças.

Devido à ligeireza e pouca especificidade dos sintomas, o diagnóstico raramente é feito e quase sempre só é realizado retrospectivamente, através da detecção de altos títulos de anticorpos para Legionella em amostras de soro. O diagnóstico também pode ser feito através da detecção do antígeno de Legionella pneumophila em amostras de urina.

A gripe assemelha-se à febre de Pontiac e, portanto, deve ser excluída. Clinicamente a gripe se diferencia da Doença dos Legionários pois não apresenta o quadro de pneumonia próprio desta, tem período de incubação significativamente menor (24 a 72 horas versus 2 a 14 dias), isolamento impossível da bactéria e quase nenhuma letalidade (contra 5 a 30% na Doença dos Legionários).

Nenhum tratamento específico é necessário para a febre de Pontiac. Ela desaparece por si mesma.

Na maioria dos casos a Febre de Pontiac conduz à recuperação total do paciente dentro de 2 a 7 dias, semelhante à gripe.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Seja um velhinho esperto! Exercite sua mente!


Desafiar seu cérebro ajuda a mantê-lo afiado e preserva a sua memória à medida que você envelhece. Assim como você exercita o seu corpo, arranje tempo para exercitar o seu cérebro, pois isso faz muita diferença no passar dos anos.

A Academia Americana de Médicos de Família (American Academy of Family Physicians) recomenda aos idosos:

•Participar de jogos online programados para aprimorar a memória.

•Convidar os amigos para uma tarde de jogos de tabuleiro e cartas (dama, xadrez, gamão, dominó, canastra, truco, pôquer, etc).

•Montar quebra-cabeças, além de fazer palavras cruzadas e Sudoku.

•Memorizar listas de tarefas ou anotar e memorizar letras de uma nova música.

•Desenhar mapas dos caminhos que você faz regularmente.

•Ler sempre algum livro. Ao terminar um, já começar um novo livro.

•Fazer as atividades diárias de uma maneira nova, como mexer o café com a mão menos dominante, mudar trajetos, trocar o lado do mouse no computador, pentear os cabelos com a mão que você geralmente não usa para isso.

•Aprender um novo idioma, ter um hobby, tocar um instrumento musical, dançar.

•Fazer aulas que o desafiem a aprender algo novo.

•Sair para conversar com os amigos e dar boas risadas juntos.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Se você quer emagrecer, dá uma lida nesse artigo!


Os resultados de um estudo coordenado por Luke K. Burke, da MRC Metabolic Diseases Unit, Metabolic Research Laboratories, da University of Cambridge, sugerem que um grupo de neurônios coordena o apetite e o gasto energético e pode ligar e desligar como se fosse um interruptor para queimar ou poupar calorias, dependendo do que está disponível no ambiente.

"As estratégias da perda de peso são frequentemente ineficazes porque o corpo trabalha como um termostato e acopla a quantidade de calorias que nós queimamos à quantidade de calorias que nós comemos," disse o Dr. Clémence Blouet, também da University of Cambridge. "Quando comemos menos, nosso corpo compensa e queima menos calorias, o que torna a perda de peso mais difícil. Sabemos que o cérebro deve regular este termostato calórico, mas como ele ajusta a queima de calorias para a quantidade de comida que comemos tem sido um mistério".

Em uma pesquisa publicada na revista eLife, uma equipe de pesquisadores identificou um novo mecanismo através do qual o corpo se adapta à baixa ingestão calórica e limita a perda de peso em ratos. Os ratos partilham uma série de importantes semelhanças biológicas e fisiológicas com os seres humanos, sendo um modelo útil para estudar como nossos corpos funcionam.

Os pesquisadores testaram o papel de um grupo de neurônios no hipotálamo. Esses neurônios neuropeptídeos relacionados ao gene agouti (AGRP) são conhecidos por seu papel principal na regulação do apetite: quando ativados, eles nos fazem comer, mas quando totalmente inibidos eles podem levar à anorexia quase completa.

A equipe usou um truque genético para alterar o estado "ligado ou on" e "desligado ou off" dos neurônios AGRP em camundongos para que eles pudessem rápida e reversivelmente manipular a atividade neuronal. Eles estudaram os camundongos em câmaras especiais que podem medir o gasto de energia e implantaram-os com sondas para medir remotamente sua temperatura, um proxy para o gasto energético, em diferentes contextos de disponibilidade de alimentos.

Os pesquisadores demonstraram que os neurônios AGRP são os principais contribuintes do termostato calórico que regula o peso corporal, regulando quantas calorias queimamos. Os resultados sugerem que quando ativados, esses neurônios nos deixam com fome e nos levam a comer - mas quando não há comida disponível, eles agem para poupar energia, limitando o número de calorias que queimamos e, portanto, nossa perda de peso. Assim que os alimentos se tornam disponíveis e começamos a comer, a ação dos neurônios AGRP é interrompida e nosso gasto de energia volta novamente aos níveis normais.

Além disso, os pesquisadores também descrevem um mecanismo através do qual os neurônios AGRP regulam sua atividade, detectando a quantidade de energia que temos a bordo e, em seguida, controlando quantas calorias queimamos.

"Nossos achados sugerem que um grupo de neurônios no cérebro coordena o apetite e o gasto energético, e pode ligar e desligar para queimar ou poupar calorias dependendo do que está disponível no ambiente", diz o Dr. Blouet, que liderou o estudo. "Se há comida disponível, eles nos fazem comer, e se o alimento é escasso, eles colocam nosso corpo em modo de poupança e nos impedem de queimar gordura."

O Dr. Luke Burke acrescenta: "Este estudo poderia ajudar na concepção de terapias novas ou melhoradas no futuro para ajudar a reduzir o excesso de alimentos ingeridos e a obesidade. Até então, a melhor solução para as pessoas perderem peso - pelo menos para aqueles que estão apenas moderadamente acima do peso - é uma combinação de exercícios físicos regulares e uma redução moderada na ingestão calórica.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Costocondrite



Costocondrite é uma condição dolorosa da parede torácica causada por inflamação nas cartilagens que ligam as costelas ao osso esterno. O prefixo "costo" significa relacionado com as costelas, "condr" se relaciona à cartilagem e "ite" é o sufixo médico que se refere a inflamação.

Muitas vezes a costocondrite é tomada (incorretamente) como igual à síndrome de Tietze. Embora ambas as condições possam ter sintomas semelhantes, devido à inflamação, a síndrome de Tietze tende a causar inchaço das articulações e, enquanto a costocondrite ocorre mais frequentemente em mulheres e em pessoas com mais de 40 anos, a síndrome de Tietze ocorre mais em adolescentes e adultos jovens e com igual frequência em homens e mulheres. Mesmo sendo dolorosa, esta doença não é grave.

Não se conhece a causa determinante da costocondrite e, em muitos casos, a condição é dita idiopática. Às vezes, ela pode seguir-se a um trauma ou pressão no peito ou a atividades menores repetitivas a que a pessoa não esteja acostumada.

Pessoas com problemas específicos, tais como osteoartrite, artrite reumatoide, espondilite anquilosante ou fibromialgia podem apresentar também costocondrite. Da mesma forma, pessoas submetidas a grande tensão física, como levantamento de peso, exercício extenuante e tosse severa.

Também as infecções por vírus, bactérias e fungos podem infectar a junção das costelas e, bem assim como os tumores cancerosos e não cancerosos, podem causar costocondrite.

Um pouco sobre a anatomia do tórax: a caixa torácica é uma estrutura formada por ossos rígidos que protegem os pulmões. No entanto, os nossos pulmões precisam de espaço para expandir para que possamos respirar. Para que nosso peito se expanda, as cartilagens das costelas, que são de um material mais macio e flexível, precisam permitir esse movimento. As cartilagens ligam as costelas ao osso esterno e este à clavícula. As articulações entre as costelas e as cartilagens são chamadas de articulações costocondrais, daí o nome costocondrite. Nos casos em que elas se inflamam, produzem dores que se exacerbam com a movimentação.

Nenhuma pessoa específica está em maior risco de ter costocondrite que outra, mas ela tende a afetar especialmente os adultos, embora possa também afetar crianças. Ao que parece, as mulheres são afetadas com mais frequência do que os homens.

O sintoma mais chamativo da costocondrite é uma dor aguda e penetrante, sentida na frente do peito ao nível da 4ª, 5ª e 6ª costelas e que é agravada pelo movimento, esforço, respiração profunda e pressão sobre o peito.

A pressão sobre a área afetada também provoca uma exacerbação aguda da dor. A dor é normalmente limitada a uma pequena área, mas pode ser propagada para uma zona mais ampla. A dor tende a aumentar e diminuir com uma mudança de posição ou na dependência da forma de respirar.

A costocondrite é diagnosticada com base nos relatos dos pacientes sobre seus sintomas e no exame físico. Nenhum exame de laboratório é usado para confirmar o diagnóstico de costocondrite. No entanto, investigações podem ser realizadas para descartar outras causas de dor no peito, como eletrocardiograma, radiografia de tórax, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. As dores no peito são os sintomas mais preocupantes da costocondrite e as que impõem um diagnóstico diferencial mais cuidadoso, porque existem muitas causas de dor no peito e algumas são graves.

Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser utilizados em casos de costocondrite para aliviar os sintomas. Para os casos graves, que não respondem a essas medicações, podem ser utilizadas injeções de corticoides ou anestésicos locais.

Em casos extremos, pode ser realizado um bloqueio do nervo intercostal. Em casos ainda mais graves e recorrentes, pode ser administrada uma série de injeções para destruir de forma permanente o nervo causador da dor.

Outras medidas, não-medicamentosas, podem ser tentadas para alívio da dor, tais como o uso de almofadas térmicas, aplicação de gelo, estimulação elétrica transcutânea, acupuntura, exercícios de alongamento e prevenção de esportes ou atividades que agravam a dor.

O prognóstico da costocondrite é muito bom. A maioria dos casos melhora em 6 a 8 semanas, com ou sem medicamentos. A costocondrite pode recidivar, mas isso é uma eventualidade improvável.

sábado, 3 de junho de 2017

Artrite idiopática juvenil


Chama-se artrite à inflamação em uma ou mais articulações. Existem muitos tipos diferentes de artrites, cada uma com sua causa específica. A Artrite Idiopática Juvenil é uma doença inflamatória crônica de causa ainda desconhecida, que atinge uma ou várias articulações e que incide em jovens, da infância aos 16-17 anos.

É o tipo mais comum de artrite em jovens abaixo dessa idade. Foi primeiramente nomeada pelo médico inglês Sir George Frederic Still.

As causas da Artrite Idiopática Juvenil ainda não são totalmente conhecidas, embora se pense que sua origem esteja ligada a fatores ambientais e genéticos hereditários. Talvez ela ocorra devido a que o sistema imunológico do corpo ataque suas próprias células e tecidos. Certas mutações genéticas poderiam tornar uma pessoa mais susceptível aos fatores ambientais, tais como os vírus, por exemplo.

A Artrite Idiopática Juvenil se inicia até os 16-17 anos de idade e a inflamação aguda dura, em cada vez, em torno de seis semanas. Existem três tipos de Artrite Idiopática Juvenil:

(1) tipo poliarticular, que atinge quatro ou mais articulações;

(2) tipo pauciarticular, que atinge menos de quatro articulações;

(3) artrite de início sistêmico, caracterizada por febre alta em picos, lesões de pele e acometimento em um número variável de articulações.

Os sinais e sintomas mais gerais da Artrite Idiopática Juvenil são dor, especialmente na parte da manhã, inchaço, sobretudo notado nas articulações maiores, e rigidez articular. Em alguns casos, a Artrite Idiopática Juvenil afeta todo o corpo e causa inchaço dos gânglios linfáticos, erupções cutâneas e febre. Os sintomas podem ser oscilantes, às vezes aumentando e às vezes diminuindo ou desaparecendo.

Diferenciar o diagnóstico de Artrite Idiopática Juvenil de outras patologias articulares pode se tornar difícil porque a dor nas articulações pode advir de muitos problemas diferentes. No entanto, os exames complementares podem ajudar a excluir condições que produzem sinais e sintomas semelhantes.

Os exames de sangue devem incluir taxa de sedimentação de eritrócitos, proteína C-reativa (PCR), anticorpo anti-nuclear e fator reumatoide. Contudo, em muitas crianças com Artrite Idiopática Juvenil, nenhuma anormalidade significativa será encontrada nestes exames.

Imagens de radiografias ou de ressonância magnética ajudarão a excluir outras condições, tais como fraturas, tumores ou defeitos congênitos. As imagens também podem ser usadas após o diagnóstico ter sido estabelecido para monitorar o desenvolvimento ósseo e detectar danos nas articulações.

O tratamento da Artrite Idiopática Juvenil centra-se no controle da dor, melhorando a função articular e prevenindo lesões e complicações. Para conseguir isso, o médico pode usar uma combinação de estratégias, incluindo medicamentos, fisioterapia e até mesmo cirurgia, em casos muito graves.

Algumas crianças com Artrite Idiopática Juvenil sentem sintomas apenas por alguns meses, enquanto outras os terão pelo resto de suas vidas.

Algumas vezes a Artrite Idiopática Juvenil pode causar complicações graves, tais como problemas de crescimento e inflamação ocular.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Cistite intersticial


A cistite intersticial, também conhecida como síndrome da bexiga dolorosa, é uma complexa condição crônica caracterizada pela irritação ou inflamação da parede da bexiga, que causa pressão e dor na bexiga ou na região pélvica variando de leve a grave.

As causas exatas da cistite intersticial ainda não são conhecidas, mas é provável que múltiplos fatores contribuam para o seu desencadeamento. Por exemplo, as pessoas podem ter um defeito no epitélio (revestimento protetor interno) da bexiga e um vazamento através dele pode permitir que substâncias tóxicas na urina irritem a parede da bexiga.

Outros fatores possíveis, mas não comprovados, incluem uma reação autoimune, herança genética, infecção ou alergia. Também conhece-se alguns fatores de risco: ter pele clara e cabelos ruivos, ter 30 anos de idade ou mais e ter outros distúrbios de dor crônica, como síndrome do intestino irritável ou fibromialgia.

A cistite intersticial afeta mais as mulheres que os homens e pode ter um impacto duradouro na qualidade de vida. Os sinais normais de necessidade de urinar se misturam com os sintomas da cistite intersticial e a pessoa sente vontade de urinar com mais frequência e com menores volumes de urina do que a maioria das pessoas.

Os sinais e sintomas mais comuns da cistite intersticial incluem dor na pelve, aguda ou crônica; necessidade persistente e urgente de urinar; micção frequente em pequenas quantidades; dor ou desconforto enquanto a bexiga enche e alívio após urinar; dor durante a relação sexual. A gravidade desses sintomas é diferente para cada pessoa e numa mesma pessoa ao longo do tempo. Alguns portadores podem mesmo apresentar períodos sem sintomas.

Embora os sinais e sintomas da cistite intersticial possam se assemelhar aos de uma infecção urinária, geralmente não há infecção. Nos homens, sintomas parecidos com a cistite intersticial são encontrados nas prostatites (inflamação da próstata).

Apesar de trazer grande incômodo e interferir negativamente na qualidade de vida, a cistite intersticial não está relacionada a consequência graves à saúde.

O diagnóstico da cistite intersticial deve partir dos sintomas e da história médica. A pessoa pode também fazer um diário do funcionamento da sua bexiga, registrando o volume de líquidos que bebe e o volume de urina que elimina. Uma amostra de urina pode ser analisada para detectar sinais de infecção do trato urinário.

Uma cistoscopia, feita através da uretra, mostra o revestimento da bexiga. Por ela, o médico também pode injetar líquido na bexiga para medir sua capacidade. Durante a cistoscopia sob anestesia, o médico pode remover uma amostra de tecido da bexiga e da uretra para biópsia. A coleta de uma amostra de urina possibilita uma citologia urinária, a qual permite ao médico descartar o câncer.

Embora não haja uma cura específica para a cistite intersticial, medicamentos e outras terapias podem oferecer alívio. Nenhum tratamento simples elimina os sinais e sintomas da cistite intersticial e nenhum tratamento funciona igualmente para todas as pessoas.

A fisioterapia pode aliviar o efeito de anormalidades musculares no assoalho pélvico e a dor associada. Medicamentos orais, como os anti-inflamatórios, antidepressivos tricíclicos e anti-histamínicos podem reduzir a urgência e a frequência urinária e aliviar outros sintomas. Técnicas mais complicadas de estimulação nervosa ou dilatação da bexiga também podem ser usadas por especialistas.

Em casos especialmente graves pode ser necessário recorrer à cirurgia para aumentar a capacidade da bexiga, mas isso raramente acontece.

Apesar dela trazer graves incômodos e interferir na qualidade de vida, a cistite intersticial não está relacionada a consequências graves para a saúde. Contudo, ela pode deixar cicatrizes na bexiga associadas a pontos de sangramento, provocar um espessamento em sua parede e diminuir a capacidade deste órgão.

As complicações da cistite intersticial são uma capacidade reduzida da bexiga, diminuição da qualidade de vida, problemas emocionais e dificuldades nas relações sexuais.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Esteatose hepática na infância


Esteatose hepática, infiltração gordurosa do fígado ou doença gordurosa do fígado é um acúmulo de gordura nas células do fígado, também chamada popularmente de “fígado gorduroso”. Normalmente, cerca de 10% do peso do fígado é constituído por gordura. Quando ela excede esse valor, diz-se que o fígado está acumulando gordura. Esse acúmulo de gordura, se não tratado, acaba por causar uma inflamação das células hepáticas (esteatohepatite) e pode levar à cirrose hepática.

A principal causa de esteatose hepática em adultos é o abuso de álcool, mas outras causas também são possíveis, como são as hepatites virais, o diabetes mellitus, a obesidade, o colesterol, os triglicérides elevados, o consumo de drogas, a desnutrição, certas cirurgias abdominais e gravidez. O álcool é um fator tão importante e frequente que faz com que as esteatoses sejam divididas em alcoólicas e não alcoólicas.

A esteatose hepática na infância é uma forma não alcoólica de acúmulo de gordura no fígado de uma criança. É um problema de saúde que vem crescendo em todo o mundo. Esta doença tem aumentado devido a hábitos alimentares pouco saudáveis e mudanças no conteúdo alimentar e no estilo de vida.

Em conclusão, como a obesidade infantil tornou-se epidemia em países desenvolvidos, a esteatose hepática na infância tornou-se a principal causa de doença hepática crônica em crianças.

A causa principal da esteatose hepática na infância é a obesidade. A possibilidade de haver degeneração gordurosa do fígado é de 1 para cada 4 crianças obesas. A resistência à insulina pode ser outra causa importante de acúmulo de gordura no fígado. Existem também causas de natureza genética.

Nos primeiros anos de vida, a esteatose é causada principalmente por doenças metabólicas. Já em crianças maiores e em adolescentes, as causas são semelhantes as dos adultos, sendo a obesidade e a resistência à insulina as mais importantes. Além delas, há outros fatores de risco como o gênero, a etnia, a predisposição genética e alguns problemas médicos.

A gordura é armazenada no fígado humano como triglicerídeo. Na doença hepática gordurosa não alcoólica (tipo da esteatose hepática na infância) as alterações histológicas macrovesiculares são predominantes.

A hepatoesteatose geralmente se autolimita, mas pode avançar para esteatohepatite, que difere da esteatose simples por lesão no hepatócito, infiltrado inflamatório e deposição de colágeno. A esteatohepatite pediátrica é caracterizada por esteatose macrovesicular com inflamação portal e/ou fibrose, geralmente sem evidência de lesão celular ou inflamação lobular.

Houve um aumento na frequência de esteatose hepática na infância nos últimos 30 anos. Hoje em dia, ela é a forma mais comum de doença hepática em crianças e, em sua forma crônica, pode levar à cirrose e à insuficiência hepática. É também um fator de risco para doenças cardiovasculares e câncer de fígado.

A esteatose hepática é mais comum em meninos do que meninas, mas meninos obesos negros apesar de terem IMC e porcetagem de gordura semelhantes, têm 30% menos gordura visceral do que os adolescentes brancos, portanto tem um certa proteção natural à esteatose hepática.

Na criança, a esteatose permanece longamente sem sinais e sintomas, mas deve ser suspeitada sempre que em crianças obesas. No entanto, as esteatoses de causas genéticas geralmente têm sintomas detectados logo após o nascimento. O fígado é grande e endurecido à palpação, isso leva à descompensação hepática, que pode necessitar rapidamente de um transplante de fígado.

As transaminases estão ligeiramente elevadas na esteatose hepática na infância e há discreta ou moderada hepatomegalia. Crianças com esteatose hepática típica têm resistência à insulina com hiperinsulinemia, mas são normoglicêmicas. O exame físico deve procurar pela acantose nigricans, uma hiperplasia de células pigmentadas da pele, que geralmente está presentete quando há resistência à insulina. Diversos exames laboratoriais envolvendo os marcadores de funções hepáticas podem ser feitos e ajudam a definir o diagnóstico.

Além disso, a esteatose pode ainda ser detectada por exames de imagem como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Um diagnóstico diferencial deve ser feito com a doença de Wilson, lesão hepática induzida por drogas e hepatite autoimune.

A esteatose hepática na infância não tem um tratamento específico comprovado. Os sintomas devem ser gerenciados. As medidas dirigidas para a perda de peso é a gestão mais recomendável: exercícios físicos regulares e uma dieta com baixo índice glicêmico e calórico. O uso de medicamentos é promissor, mas eles ainda não são de emprego comum.

A esteatose hepática na infância pode evoluir para esteatohepatite, cirrose hepática e causar carcinoma hepatocelular.

A prevenção principal da esteatose hepática na infância consiste em evitar a obesidade. É importante ficar atento às medidas da circunferência abdominal das crianças.

Em algumas crianças com esteatose hepática na infância pode ocorrer fibrose extensa. A cirrose em crianças é rara, mas tem sido relatada.