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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Varizes


São veias dilatadas, tortuosas e de calibre aumentado, que podem aparecer em diversas regiões do corpo. O mais comum é ocorrerem nos membros inferiores. Consideradas por muitos apenas um problema estético, na verdade, elas indicam que algo não vai bem na circulação do sangue venoso pelo organismo.

Em sentido contrário ao da lei da gravidade, as veias das pernas são responsáveis por levar o sangue que circulou pelo corpo de volta para o coração e dali para os pulmões, onde se dá a troca de gás carbônico por oxigênio. Para que possam exercer essa função, dentro delas existem pequenas válvulas que regulam o direcionamento do fluxo sanguíneo. Elas abrem para o sangue subir e fecham para impedir que desça, quando a pessoa fica em pé.

Sob determinadas condições, porém, essas válvulas se desgastam. Como não fecham mais direito, deixam escapar parte do sangue que deveria voltar para o coração. Resultado: a pressão nas veias das pernas aumenta e elas dilatam e deformam por causa do sangue acumulado dentro delas.

Varizes constituem um problema crônico, que pode surgir em qualquer idade.

Fatores de risco que não podem ser mudados

Não temos como interferir em algumas condições que favorecem o aparecimento de varizes. Embora sejam fatores de risco imutáveis, servem de alerta para que as pessoas redobrem a atenção diante de possíveis manifestações iniciais da doença e procurem tratamento. São eles:

Predisposição genética – pessoas com história familiar da doença devem preocupar-se com a prevenção dos problemas circulatórios desse cedo e adotar medidas que ajudem, pelo menos, a retardar o processo;
Idade – à medida que as pessoas envelhecem, as veias vão perdendo a elasticidade e o sistema de válvulas enfraquece, o que dificulta o retorno do sangue venoso para o coração e os pulmões e favorece o aparecimento das deformações características das varizes;
Sexo – as mulheres estão mais sujeitas a desenvolver varizes. Alterações hormonais durante a gravidez, menstruação e menopausa, assim como o uso de pílulas anticoncepcionais e a reposição hormonal são fatores de risco, porque os hormônios femininos, estrogênio e progesterona, agem sobre a parede dos vasos, diminuem sua resistência e comprometem o funcionamento das válvulas que regulam a passagem do sangue.
Fatores de risco que podem ser mudados

Existem, entretanto, fatores de risco para as varizes que são mutáveis, isto é, sobre os quais podemos influir, propor mudanças nos estilo de vida visando à prevenção, ou tratar, quando for o caso. Entre eles, merecem destaque:

Sedentarismo – a atividade física é fundamental na prevenção e tratamento das varizes. Praticar exercícios estimula o sistema circulatório como um todo e facilita o retorno do sangue para o coração;
Imobilidade – quando, por exigência profissional ou nas viagens longas, por exemplo, a pessoa é obrigada a permanecer sentada ou em pé por muito tempo, na mesma posição, qualquer exercício que facilite a contração e relaxamento da panturrilha ajuda a bombear o sangue de volta para o coração. Um exemplo é a flexão dorsal do pé, que consiste em erguer os dedos dos pés, aproximando-os o mais possível da face anterior do tornozelo. O outro é tentar sempre caminhar alguns passos para estimular a musculatura da batata das pernas. Meias elásticas, desde que possuam a compressão adequada para o tipo de perna, também favorecem o bombeamento de sangue para o coração e colaboram para sua circulação no interior das veias;
Obesidade – o sobrepeso e as complicações associadas (pressão alta e diabetes são duas delas) representam sobrecarga para o sistema circulatório e aumentam o risco de desenvolver varizes, uma vez que a gordura acumulada no abdômen faz subir a pressão sobre os vasos e dificulta o fluxo normal do sangue, que vai criando bolsões nas veias das pernas. Alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos são medidas fundamentais para diminuir o risco que o excesso de peso representa;
Tabagismo – as substâncias que entram na composição do cigarro deixam o sangue mais viscoso, o que dificulta a circulação e favorece seu acúmulo nas veias das pernas. Largar o cigarro é uma medida de que não só as pernas, mas todo o organismo se beneficia;
Salto alto – é um tema controverso. Alguns estudiosos do assunto garantem que não oferecem risco maior. O fato é que o uso rotineiro de saltos muito altos e finos pode manter a musculatura da perna por muito tempo contraída, obstáculo que torna mais difícil o retorno do sangue venoso e permite que parte dele fique retida nas veias das pernas e dos pés.

Conclusão:
Prevenir o aparecimento de varizes requer mudanças permanentes no estilo de vida. E sempre vale a pena insistir. O fato de já ter retirado uma veia doente não impede que as lesões apareçam em outra veia dos membros inferiores. Por isso, a recomendação é não desconsiderar os primeiros sinais da doença. Embora, no geral, as varizes não representem um problema grave de saúde, alguns cuidados são indispensáveis para prevenir complicações.





Maria Helena Varella Bruna

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Noções básicas sobre a leptina


A leptina é um hormônio que promove o armazenamento de gordura branca e costuma ser estimulada pela produção de células de gordura, criando um círculo vicioso de produção de gordura.

Ela bloqueia os receptores dos hormônios sexuais, incluindo o estrógeno, a progesterona e a testosterona.

Quando isso acontece, o corpo começa a armazenar hormônios em vez de usá-los como deveria, o que estimula o armazenamento de gordura.

Quando o organismo armazena estrógeno a mulher pode reter líquidos e aumentar de peso, por exemplo.

O estresse, a falta do café da manhã e as flutuações hormonais que ocorrem durante a gestação, o climatério e até mesmo a "andropausa", são causas mais comuns para a elevação na produção da leptina.

Estas circunstâncias fogem absolutamente ao nosso controle e, em razão disso, é necessário fazer de tudo o que esteja ao nosso alcance para que os hormônios sejam mantidos em harmonia pela hipófise, adequadamente metabolizados pelo fígado e prontamente disponíveis para auxiliar na formação de músculos e não para o armazenamento de gorduras.

Também é necessário "acalmar" as suprarrenais utilizando os alimentos como combustível adequadamente.

Para isso, uma dieta correta é fundamental, pois é o que está sob nosso controle, já que os outros fatores, como o envelhecimento, não tem como fugir.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Antidepressivos: algumas informações


A depressão é um distúrbio da afetividade caracterizado pela presença de tristeza, pessimismo e baixa autoestima. Sob a denominação de depressão encontram-se, na verdade, várias doenças diferentes, por isso é mais correto falar-se em síndrome depressiva que de depressão.

Algumas depressões são verdadeiras doenças, tendo uma base etiológica orgânica em alterações bioquímicas do cérebro, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina) e outros processos que ocorrem dentro das células nervosas. Outras situações, habitualmente também chamadas de depressão, são, na realidade, reações depressivas a insucessos vivenciais.

As primeiras são ditas depressões endógenas e, as outras, depressões reativas. Fala-se também de depressões endorreativas quando uma predisposição depressiva endógena é desencadeada por um acontecimento vivencial.

Os antidepressivos são substâncias consideradas eficazes na remissão de sintomas de pelo menos um grupo de pacientes com transtornos de síndromes depressivas. Eles agem melhor nas depressões endógenas que nas outras, em que podem ter apenas um efeito placebo. Algumas substâncias com atividade antidepressiva podem ser eficazes também em transtornos psicóticos e terem outros papeis farmacológicos, como analgésicos, por exemplo.

Quimicamente falando, há três classes principais de antidepressivos:

(1) os antidepressivos tricíclicos, que contém em sua estrutura química um triplo anel benzênico;

(2) os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e/ou noradrenalina (ISRS), que recaptam essas substâncias liberadas nas sinapses;

(3) os inibidores da monoaminoenzimaoxidase (IMAO), que inibem a ação desta enzima nas fendas sinápticas.

Os medicamentos antidepressivos não tratam a causa da depressão e sim os seus sintomas. Todos eles são capazes de elevar o humor básico patologicamente deprimido e devem ser distinguidos dos psicoestimulantes por certas características clínicas:
1.Os psicoestimulantes elevam o humor de pessoas normais; os antidepressivos apenas têm esse efeito em pessoas deprimidas.
2.A ação dos psicoestimulantes é imediata, a dos antidepressivos demora de 7 a 10 dias.
3.Os psicoestimulantes podem causar euforia; os antidepressivos não têm esse efeito, embora possam causar as chamadas “viradas maníacas” em pacientes que sofrem de psicose maníaco-depressiva ou transtorno bipolar do humor.
4.Os antidepressivos não causam dependência; os psicoestimulantes podem causá-la.
5.Os antidepressivos sempre são medicamentos; os psicoestimulantes, além de medicamentos, são também drogas, como a cocaína, por exemplo, ou outras substâncias químicas.
6.Os psicoestimulantes apresentam “efeito rebote”, isto é, à euforia inicial segue-se um fase de depressão.


Os neurônios não se conectam fisicamente uns com os outros. Entre eles há uma fenda preenchida por líquido no qual abundam principalmente a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. As depressões se devem a alterações nessas substâncias, chamadas neurotransmissores, e os antidepressivos visam corrigi-las, aumentando a concentração delas nas fendas sinápticas.

Embora os conhecimentos sobre a bioquímica da depressão e a ação dos antidepressivos ainda sejam rudimentares e empíricos, a Associação Americana de Psiquiatria sugere que os antidepressivos devam ser prescritos por, pelo menos, 4 a 5 meses após a melhora ou remissão total dos sintomas depressivos, porque esse seria o tempo preciso para fazer as correções bioquímicas necessárias.

Os antidepressivos tricíclicos são os mais eficazes no tratamento da depressão profunda; os ISRS são mais seguros, mas só são eficazes em depressão moderada, enquanto os inibidores da monoamina oxidase (IMAO) têm longa duração de ação.

Embora sejam eficazes contra a depressão, os antidepressivos não são sustâncias inócuas, podendo causar diminuição da libido, disfunção sexual, síndrome de privação, mania/hipomania, sintomas típicos da esquizofrenia, quadro psicótico agudo, perigo de suicídio logo após o início da terapia, boca seca pela redução do fluxo salivar, perda de apetite, constipação intestinal, aumento da pressão arterial, enjoos, dor de cabeça, aumento da temperatura corporal, etc.

Como a serotonina tem importante papel no processo da coagulação, é de se esperar um aumento no tempo de sangramento do paciente que usa antidepressivos.

Chama-se de síndrome serotoninérgica ao conjunto de sintomas causados pelo excesso de serotonina na fenda sináptica. Ocorre, por exemplo, quando da associação entre os antidepressivos ISRS e IMAO.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Glicogenose: sabe o que é?


As glicogenoses, também chamadas dextroses ou doenças do armazenamento de glicogênio, são enfermidades secundárias a um erro no metabolismo, o qual resulta em concentrações alteradas de glicogênio no organismo, principalmente no fígado e nos músculos.

Existem mais de 10 diferentes tipos, dependendo do defeito enzimático encontrado. A condição foi primeiramente constatada por Von Gierke em 1929 e, por isso, uma das formas dessa deficiência foi denominada de Doença de Von Gierke.

As glicogenoses podem ser genéticas (herança autossômica recessiva) ou adquiridas. As de causas genéticas devem-se a um erro congênito do metabolismo em virtude da ausência ou deficiência enzimática envolvida na síntese ou degradação do glicogênio. As adquiridas são causadas por intoxicação com o alcaloide castanospermina.

O glicogênio é a forma através da qual o organismo armazena a glicose. Ele está presente em todas as células animais, sendo mais abundante no fígado e nos músculos. A glicose ingerida chega ao fígado pela veia porta. Quando há necessidade de uso da glicose, ocorre uma “quebra” do glicogênio por meio de processo enzimático ocorrendo então liberação dela para a circulação sanguínea. Dessa forma, o fígado proporciona a liberação de glicose para vários órgãos, incluindo o cérebro.

Quando o glicogênio não consegue ser “quebrado” devido à deficiência de algumas das enzimas envolvidas, este se acumula no órgão e o organismo sofre as consequências desse excesso e da falta de glicose. Existem onze doenças distintas de armazenamento de glicogênio. A deficiência da síntese de glicogênio, embora não resulte no armazenamento de glicogênio, é frequentemente classificada como glicogenose tipo 0, porque pode causar problemas semelhantes.

As deficiências enzimáticas resultam em maior concentração do glicogênio em diversos tecidos do organismo. As glicogenoses são classificadas em doze tipos diferentes, nomeadas de acordo com o defeito enzimático específico de cada uma e os órgãos afetados.

A glicogenose tipo I representa cerca de 25% do total das glicogenoses e é caracterizada pela deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, responsável pela reação final do processo de glicogenólise e gliconeogênese. Portanto, os indivíduos com esta doença são incapazes de converter a glicose-6-fosfato em glicose livre para a circulação sanguínea, resultando no acúmulo excessivo de glicogênio no fígado, rins e mucosa intestinal.

A diferenciação clínica entre as glicogenoses às vezes é difícil, mas o tipo I é tomado aqui como exemplo por ser o mais grave e o de início mais precoce. A hipoglicemia, convulsão, hepatomegalia, cetose e acidemia láctica já podem estar presentes desde o período neonatal ou aparecerem após alguns meses de vida. O fígado tem consistência habitual, superfície lisa, mas pode atingir a fossa ilíaca direita e esquerda.

Alguns sintomas, são: fácies de boneca, sangramentos nasais frequentes, diarreia intermitente, retardo de crescimento, adiposidade exagerada e musculatura diminuída. Com algum tempo de evolução da doença, pode-se encontrar: xantomas, alteração da retina, pancreatite, cálculo na vesícula biliar, hipertensão pulmonar devido à produção anômala de aminas vasoativas como serotonina e doença renal crônica com nefromegalia e hipercalciúria.

O adenoma hepático geralmente ocorre durante ou após a puberdade, mas pode se desenvolver em qualquer idade e se transformar em hepatocarcinoma após muitos anos.

O diagnóstico deve partir dos sintomas, mas como a glicogenose pode simular um quadro respiratório, a gasometria arterial ou venosa e a ausculta pulmonar são indispensáveis. A medida da glicemia e a constatação de hepatomegalia auxiliam no diagnóstico. Para complementar o diagnóstico, associa-se o quadro clínico a testes de tolerância oral à glicose e lactato, em jejum e após dieta rica em carboidrato.

O lactato é muito alto em jejum e diminui após a administração de glicose na dieta. Esses pacientes também apresentam triglicérides, colesterol, ureia e transaminases discretamente elevadas no sangue. A biópsia hepática com dosagem da atividade enzimática e a análise molecular tornam o diagnóstico definitivo.

Para se manterem equilibradas, as crianças com glicogenose dependem de fonte exógena de glicose. Por isso, quando submetidos a um jejum prolongado, como no caso de procedimentos cirúrgicos, por exemplo, devem receber infusão endovenosa de glicose. A terapia nutricional deve ser constituída por alimentação sem açúcares de rápida absorção e com produtos ricos em amido. A utilização de infusão intragástrica contínua durante a noite geralmente é necessária na fase inicial até a adaptação à dieta.

A ingestão de alimentos deve ser fracionada em 5 a 6 refeições durante o dia. Alguns autores aconselham que o aleitamento materno seja feito a cada 3 horas, junto com a suplementação de glicose diluída em água. A introdução de outros alimentos pode ter início entre 4 e 6 meses de idade, devendo ser dada prioridade aos alimentos ricos em amido. A dieta com alto teor de proteína não é aconselhada.

Alimentos e medicações com galactose e frutose devem ser evitados e utilizadas fórmulas alimentares infantis sem lactose. A suplementação de vitaminas e sais minerais, principalmente de cálcio, pode ser necessária devido à limitada ingestão de leite e frutas. A hiperuricemia necessita de medicações específicas.

Um transplante renal pode ser necessário, no caso de evolução para a insuficiência renal crônica. O transplante hepático é recomendado para crianças com importante déficit de estatura, as que não responderam ao tratamento dietético ou quando existe adenoma hepático, devido à possibilidade da transformação maligna.

Os pacientes com glicogenoses têm um risco aumentado de osteoporose.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Hipertensão Arterial


A pressão arterial, ou pressão sanguínea, é a pressão que o sangue exerce contra as paredes das artérias.

Ela depende da força que a sístole e a diástole do coração exercem sobre o fluxo sanguíneo e das resistências que se opõem a ele, representadas sobretudo pela rede arterial.

A pressão arterial varia ritmicamente, desde uma pressão máxima, que ocorre quando o coração se contrai, dita também pressão sistólica, até uma pressão mínima, que ocorre quando ele se dilata, chamada pressão diastólica.

Outros fatores influenciam os valores da pressão arterial, como o volume de sangue circulante e a capacidade das artérias de dilatarem ou contraírem.

Deve-se levar em conta, ainda, que em vista dessa mecânica o sistema circulatório aumenta e diminui alternativamente sua capacidade de conter o volume de sangue, o que faz variar a pressão sobre as paredes das artérias.

A pressão arterial pode elevar-se além dos limites normais ou cair abaixo deles em razão de variações do volume de sangue circulante, do estado de contratilidade das artérias ou de doenças que afetam o coração. Ela também pode variar por razões fisiológicas, como o estado emocional, o exercício, a dor, o frio e o calor, por exemplo.

Idealmente, a pressão máxima medida pelo “aparelho de pressão” (esfigmomanômetro) deve ser de 120 mmHg e a pressão mínima deve corresponder a 80 mmHg (12 por 8). Esses valores são médias ideais, mas medidas até 140/90 mmHg "podem ser consideradas normais".

As artérias são programadas para trabalhar dentro desses valores e quando submetidas por longo período de tempo a níveis mais elevados, começam a sofrer graves lesões. A pressão arterial excessiva também aumenta o trabalho do coração, que precisa bombear o sangue contra uma resistência maior e ele, então, começa a dilatar, podendo levar à insuficiência cardíaca.

A pressão arterial normal é aquela na qual as artérias não ficam submetidas a uma força estressante e o coração não fica sobrecarregado.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Melasma


Melasma é uma condição que se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras na pele, mais comumente na face, mas também pode ocorrer nos braços e colo. Afeta mais frequentemente as mulheres, podendo ser vista também nos homens.

Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais femininos, à gravidez e principalmente à exposição solar.

O fator desencadeante é a exposição à luz Ultravioleta e mesmo à luz visível. Além dos fatores hormonais e da exposição aos raios solares, a predisposição genética e histórico familiar também influencia no surgimento desta condição.

Começam a aparecer manchas escuras ou acastanhadas na face, principalmente nas maçãs do rosto, testa, nariz, lábio superior (o chamado “buço) e nas têmporas, lateral dos braços e colo.

As manchas têm formatos irregulares e bem definidos, sendo geralmente simétricas (iguais nos dois lados).

Muitas vezes as pessoas relacionam o surgimento da mancha ao uso de algum creme, um procedimento de depilação com cera, acidentes domésticos com calor ou forno, mas todas essas possibilidades são apenas “mitos”, não comprovados cientificamente.

O dermatologista é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar esta condição. Os tratamentos variam, mas sempre compreendem hábitos de proteção contra os raios ultravioleta, a luz visível e o uso de medicamentos tópicos e procedimentos para o clareamento.

É importante salientar entretanto que o tratamento do melasma sempre prevê um conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que o pigmento volte.

O ponto de partida para que o tratamento tenha efeito é a proteção contra os raios solares. Aplicar um filtro solar potente físico e químico, com FPS mínimo de 30 nas regiões expostas do corpo é a medida essencial. Em especial procure filtros que tenham proteções contra os raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). O conceito atual do tratamento de melasma considera que o uso de filtros ajuda a estabilizar os benefícios obtidos com o conjunto de medidas descritas aqui.

Para ajudar na remoção destas manchas, cremes clareadores podem ser utilizados. Os mais usados são a base de hidroquinona, ácido glicólico e ácido azeláico. Os resultados demoram cerca de dois meses para começar a aparecer. Não é um método que funciona com todos os pacientes. Mesmo com resultados rápidos , o tempo necessário para estabilizar a condição e impedir que mínimas exposições façam retornar o pigmento pode ser de muitos meses ou anos. Assim o conceito principal é que pacientes com esta condição necessitam tratamento constante.

O peeling pode clarear a pele de forma gradual e até mais rapidamente do que os cremes. Existem diversos tipos de procedimentos: alguns mais superficiais (mais seguro) e outro mais profundos da pele .O dermatologista pode auxiliar na escolha do procedimento mais adequado para cada caso.

Há algumas formas de energia luminosa que podem ajudar no conjunto de medidas para clarear o melasma. Esta modalidade de tratamento deve ser realizada com cuidado para não gerar mais pigmentação, motivo pelo qual deve ser realizado por um profissional habituado às fontes de energia luminosa.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Açúcar e Gordura na alimentação


Os sinais de alerta precoce do risco de doença cardíaca coronariana (DCC) provocada açúcar (sacarose) surgiram na década de 1950.

Examinamos os documentos internos da Fundação de Pesquisa do Açúcar (FPA), relatórios históricos e declarações relevantes para os primeiros debates sobre as causas dietéticas de DCC e reunimos os achados cronologicamente organizados em um estudo de caso narrativo.

A FPA patrocinou seu primeiro projeto de pesquisa de DCC em 1965, uma revisão da literatura publicada no New England Journal of Medicine, que destacou a gordura e o colesterol como as causas dietéticas de DCC e minimizou evidências de que o consumo de sacarose também era um fator de risco.

A FPA estabeleceu o objetivo da revisão, contribuiu artigos para inclusão e recebeu rascunhos.

O financiamento e o papel da FPA não foram divulgados.

Juntamente com outras análises recentes de documentos da indústria do açúcar, nossas descobertas sugerem que a indústria patrocinou um programa de pesquisa nos anos 60 e 70 que lançou com sucesso a dúvida sobre os perigos da sacarose enquanto promovia a gordura como o culpado da dieta na DCC.

Os comitês de elaboração de políticas devem considerar dar menos peso aos estudos financiados pela indústria de alimentos e incluir estudos mecânicos e animais, bem como estudos que avaliem o efeito de açúcares adicionados em múltiplos biomarcadores de DCC e desenvolvimento de doenças.


Texto original, em inglês, extraído do JAMA (Journal of the American Medical Association) de setembro de 2016:

"Early warning signals of the coronary heart disease (CHD) risk of sugar (sucrose) emerged in the 1950s. We examined Sugar Research Foundation (SRF) internal documents, historical reports, and statements relevant to early debates about the dietary causes of CHD and assembled findings chronologically into a narrative case study. The SRF sponsored its first CHD research project in 1965, a literature review published in the New England Journal of Medicine, which singled out fat and cholesterol as the dietary causes of CHD and downplayed evidence that sucrose consumption was also a risk factor. The SRF set the review’s objective, contributed articles for inclusion, and received drafts. The SRF’s funding and role was not disclosed. Together with other recent analyses of sugar industry documents, our findings suggest the industry sponsored a research program in the 1960s and 1970s that successfully cast doubt about the hazards of sucrose while promoting fat as the dietary culprit in CHD. Policymaking committees should consider giving less weight to food industry–funded studies and include mechanistic and animal studies as well as studies appraising the effect of added sugars on multiple CHD biomarkers and disease development."

Leia e tire suas conclusões!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Vai para a sauna? Leia algumas informações!


A sauna consiste em uma cabine, tipo uma pequena sala ou quarto, muito aquecida, na qual as pessoas permanecem por alguns minutos, após o que frequentemente se segue um banho de chuveiro (ducha) de água fria. Há basicamente dois tipos de sauna: "sauna a vapor" (sauna úmida ou banho turco), geralmente aquecida por vapor de água e "sauna seca" (banho finlandês), que utiliza pedras aquecidas ou outro material também aquecido, sem liberar vapor.

Mais comumente as saunas são construídas em clubes e hoteis e, mais raramente, em residências. Elas podem ser saunas a vapor, saunas secas ou ambas.

Dentro de uma sauna úmida (a vapor), um dispositivo adequado ferve água e libera no ar o vapor resultante. Uma sala de vapor é quase hermética, o interior dela é revestido de azulejo e a umidade chega a atingir os 100 por cento. O ar úmido e aquecido faz com que a água condense nas paredes e no teto. Por isso, as salas de vapor têm geralmente tetos inclinados, de modo que a água condensada escorra para baixo e desça pelas paredes e não goteje sobre os usuários.

Numa sauna seca, um aquecedor aquece uma pilha de pedras que irradia calor para o cômodo. Na maioria das saunas secas, o usuário pode derramar água sobre as rochas aquecidas para gerar vapor e aumentar um pouco a umidade, embora ela ainda fique longe do nível atingido numa sala de vapor. O interior das saunas secas deve ser revestido de madeira, porque a madeira absorve a umidade existente e impede a dissipação do calor. Também os assentos são construídos de madeira, porque isso mantém suas superfícies mais frias e utilizáveis. Do contrário, bancos de metal ou paredes de azulejos se aqueceriam ao ponto de não poderem ser utilizados.

Como o ar ou o vapor quentes sempre sobem, devido à sua menor densidade, quanto mais alto a pessoa se sentar, mais calor ela obterá. As saunas geralmente têm um respiradouro perto do chão, que permite a entrada de algum ar fresco. As saunas secas são consideravelmente mais quentes do que as saunas a vapor, embora por causa da variação na umidade, a pessoa possa não se dar conta dessa diferença.

Idealmente, deve-se tomar duas sessões por semana já que os efeitos do banho de sauna permanecem por cerca de três dias no organismo. Cada sessão deve durar de 10 a 15 minutos, não sendo recomendável fazer três ou mais sessões por semana. A sauna úmida raramente ultrapassa os 60ºC, mas a umidade pode chegar a 100%, fazendo a pessoa se sentir muito mais quente. Já na sauna seca, o corpo humano pode tolerar temperaturas superiores a 80°C, com um nível de umidade de 5 a 30%.

Normalmente usa-se temperaturas menores que estas. A temperatura usual para a sauna a vapor fica entre os 40 e 50ºC, e para a sauna seca, 60ºC. O ideal é usar-se o mínimo de roupa possível e estar descalço. Os homens costumam usar uma sunga e as mulheres um biquíni. Em alguns países, e mesmo no Brasil, se as circunstâncias permitem, adota-se a completa nudez. A pessoa deve estar com o intestino e a bexiga vazios, retirar do corpo todos os objetos metálicos e interpor uma toalha entre o assento e o corpo.

Numa sessão de sauna perde-se de 0,5 Kg a 2,5 Kg de peso corporal, devido ao suor intenso, representado, principalmente, por líquidos e sais. Por isso, deve-se criar o hábito de ingerir sucos ou outras bebidas não alcoólicas e comida com mais sal depois de cada sessão de sauna. A sauna não desidrata, unicamente reduz temporariamente o nível de umidade corporal. Cuidado com as bebidas alcoólicas durante as sessões de sauna, porque elas, sim, são desidratantes!

A sauna alivia as dores de coluna devidas à má postura, aumenta a circulação sanguínea, promove a hidratação da pele e a transpiração que causa a desobstrução dos poros, combate o estresse e a hipertensão arterial, aumenta a temperatura interna, produzindo os efeitos positivos da chamada "febre curativa", elimina o ácido lácteo e o ácido úrico e é um bom sedativo para pessoas com insônias. Além disso, relaxa a musculatura, limpa e desobstrui as vias respiratórias e, através do suor, expulsa impurezas do organismo e combate algumas doenças do sistema respiratório.

As saunas a vapor podem ser mais confortáveis para pessoas com alergias ou congestionamento no peito ou nos seios nasais. As saunas secas são a melhor escolha para pessoas com condições que possam ser agravadas pela umidade, como a artrite reumatoide, por exemplo. Além disso, a sauna tem a virtude de promover o convívio social entre seus frequentadores e melhorar o humor do usuário. No entanto, a frequência habitual ou prolongada em saunas deve ser orientada por um médico, pois certas patologias respiratórias e circulatórias não se beneficiam com a permanência no ambiente quente das saunas, ou até pioram.

Não há nenhuma evidência para sustentar a afirmação popular de que esses "banhos de calor" sirvam para desintoxicar o corpo. Da mesma forma, a crença de que as saunas ajudam a perder peso é muito exagerada. A sudorese que a sauna provoca é suficiente para levar a uma diminuição no peso, mas a perda é somente momentânea e quase totalmente de água e sais.

A sauna é contraindicada para pessoas com deficiências cardíacas ou circulatórias graves e para pessoas que sofram de hipotensão arterial ou arteriosclerose e não deve ser frequentada durante o período de digestão, durante a menstruação ou gestação, nem por pessoas que tenham qualquer doença contagiosa.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Nefropatia diabética


A nefropatia diabética é uma doença renal progressiva causada por danos aos capilares nos glomérulos dos rins devido ao diabetes mellitus de longa data. A nefropatia diabética é a principal causa de doença renal crônica e é também uma das complicações a longo prazo mais significativas em pacientes com diabetes mellitus.

A causa exata da nefropatia diabética ainda não é bem conhecida, embora vários mecanismos sejam postulados:

1.Hiperglicemia causando hiperfiltração e lesão renal.
2.Produtos de glicação avançada.
3.Ativação de citocinas.
4.Hoje em dia pensa-se que a diabetes seja uma doença autoimune.
5.Imunidade inata.
6.Fatores familiares ou genéticos.
7.Níveis séricos diminuídos de ácido fólico.
8.Etc.

Três tipos de alterações histológicas ocorrem nos glomérulos de pessoas com nefropatia diabética: (1) expansão mesangial, (2) espessamento da membrana basal glomerular e (3) hipertensão intraglomerular.

A vasculatura renal tipicamente apresenta evidência de aterosclerose. De início, os glomérulos e os rins são tipicamente normais ou ligeiramente aumentados de tamanho, distinguindo assim a nefropatia diabética da maioria das outras formas de insuficiência renal crônica. Os pacientes com nefropatia diabética evidente desenvolvem hipertensão arterial sistêmica, danificando ainda mais a vasculatura e microvasculatura renal. O fator de crescimento endotelial vascular pode contribuir para a hipertrofia celular e maior síntese de colágeno, podendo induzir a alterações vasculares observadas em pessoas com nefropatia diabética.

A hiperglicemia também pode ativar a proteína cinase C, o que pode contribuir para a doença renal e outras complicações vasculares do diabetes. Evidências sugerem que a hipertensão associada à obesidade, síndrome metabólica e diabetes podem desempenhar um papel importante na patogênese da nefropatia diabética. Obesidade central, síndrome metabólica e diabetes levam a aumento da pressão arterial e favorecem a nefropatia diabética.

Geralmente, não há sintomas nos estágios iniciais. Os sintomas podem levar de 5 a 10 anos para aparecerem. Mais tarde pode haver uma síndrome nefrótica com cansaço intenso, dores de cabeça, sensação geral de doença, náuseas, vômitos, micção frequente, falta de apetite, prurido na pele e inchaço nos pés e nas pernas, entre outros sintomas. Laboratorialmente, a nefropatia diabética é caracterizada por uma albuminúria persistente, que piora progressivamente à medida que a doença progride, e está quase uniformemente associada à hipertensão arterial; declínio progressivo da taxa de filtração glomerular; pressão arterial elevada; glomerulosclerose nodular associada à proteinúria e hipertensão. Os pacientes costumam ter outros achados físicos de longa data associados ao diabetes, seja do tipo 1 ou do tipo 2.

A primeira coisa a ser feita é colher uma minuciosa história clínica do paciente. O mais cedo possível deve ser feita uma análise da urina. A urina geralmente não contém proteína, mas na nefropatia diabética aparece na urina uma proteína chamada albumina. Mesmo antes do paciente ter sintomas, alguma proteína pode ser encontrada na urina, é a chamada microalbuminúria.

O acompanhamento ambulatorial é fundamental no tratamento da nefropatia diabética com sucesso. O tratamento principal consiste em baixar a pressão arterial do paciente de modo a impedir ou retardar os danos renais. À medida que os danos aos rins pioram, a pressão arterial aumenta, formando-se, assim, um círculo vicioso. Os níveis de colesterol e de triglicérides também elevam, podendo ser necessária medicação para tratar estas complicações. O açúcar no sangue deve ser mantido dentro de sua faixa normal. Isso pode ajudar a retardar os danos aos pequenos vasos sanguíneos nos rins. O paciente deve comer menos proteínas do que normalmente faz, isso pode ajudar a preservar a função renal. Essas mesmas observações podem sem feitas em relação ao sal.

A nefropatia diabética é responsável por um número significativo de mortes. A taxa de sobrevivência após 5 anos costuma ser inferior a 10% na população idosa com diabetes tipo 2 e não mais de 40% na população mais jovem com diabetes tipo 1. A nefropatia diabética em pacientes com diabetes tipo 1 vem diminuindo nas últimas décadas, mas 20 a 40% dos pacientes diabéticos de longa duração ainda têm esta complicação. Por outro lado, apenas 10 a 20% dos pacientes com diabetes tipo 2 desenvolvem uremia devido ao diabetes.

O tratamento precoce do diabetes e o controle glicêmico adequado (controle do açúcar no sangue) atrasam ou previnem o aparecimento de nefropatia diabética.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Filtros solares


São substâncias que aplicadas sobre a pele protegem a mesma contra a ação dos raios ultravioleta (UV) do sol. Os filtros solares podem ser químicos (absorvem os raios UV) ou físicos (refletem os raios UV). É comum a associação de filtros químicos e físicos para se obter um filtro solar de FPS mais alto.

Existem dois tipos de raios ultravioleta que podem danificar a pele: UVA e UVB. Um filtro solar de amplo espectro deverá proteger a sua pele dos dois tipos de radiação e são a melhor opção na hora de escolher o seu protetor solar.

FPS significa Fator de Proteção Solar. Todo filtro solar tem um número que determina o seu FPS, que pode variar de 2 a 100 (nos produtos comercializados no Brasil). O FPS mede a proteção contra os raios UVB, responsáveis pela queimadura solar, mas não medem a proteção contra os raios UVA.

A pele, quando exposta ao sol sem proteção, leva um determinado tempo para ficar vermelha. Quando se usa filtros solares com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha, se for usado um filtro com FPS 30, levará 30 vezes mais tempo para ficar vermelha, e assim por diante.

A partir do FPS 15 todos os filtros são iguais?

Não. Esta é uma idéia que foi divulgada de forma errada. O filtro solar com FPS 15 bloqueia a maior parte dos raios UV e o aumento do FPS realmente aumenta pouco o bloqueio destes raios. No entanto, como explicado acima, usando um filtro solar com FPS 15 a pele levará 15 vezes mais tempo para ficar vermelha e usando um filtro com FPS 60, levará 60 vezes mais tempo. Se o tempo para a pele ficar vermelha aumenta, significa que protege mais e melhor.

O filtro solar deve proteger a pele evitando o dano causado pela radiação solar. Se o filtro que você utiliza permite que sua pele fique vermelha após a exposição ao sol, isto é sinal de que a proteção não está sendo eficaz. Neste caso, você deve aumentar o FPS ou então reaplicar o filtro solar com um intervalo menor.

O fator mínimo para uma proteção adequada é o FPS 15, aplicando o filtro generosamente sempre 20 a 30 minutos antes de se expor ao sol e reaplicando a cada 2 horas. Entretanto, como o FPS é determinado em laboratórios, sob condições especiais, recomenda-se dar uma margem de segurança, usando sempre um filtro solar com FPS igual ou maior que 30.

A linguagem utilizada nos rótulos dos filtros solares muitas vezes deixa o consumidor confuso na hora da compra. Aprenda abaixo o que significam os termos mais frequentes e escolha aqueles mais indicados ao seu tipo de pele:

- Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B.
- Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias.
- Livre de PABA ou “PABA Free”: filtros que não contém a substância PABA, que tem alto poder de causar alergias.
- Livre de óleo ou “oil free”: filtros cujos veículos não contém substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas.
- Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas.

Atenção: filtro solar que protege não deixa queimar

Se você usou o filtro solar e mesmo assim se queimou, ou usou um FPS menor do que deveria, ou não aplicou o filtro da forma correta.

Como usar?

Os filtros solares estão aí para nos proteger das radiações solares e, se usados adequadamente, é possível aproveitar os prazeres da vida ao ar livre com mais segurança.

- O fator de proteção solar (FPS) mínimo deve ser o 30 para peles claras e o 15 para peles bem escuras
- Aplique o filtro solar 20 a 30 minutos antes da exposição solar
- Após aplicar o filtro solar, aguarde 20 minutos antes de mergulhar
- Nas crianças é melhor fazer a primeira aplicação ainda em casa. Se deixar para aplicar ao chegar na praia ou piscina, vai ser difícil convencê-las a esperar 20 minutos para poder mergulhar
- Espalhe o filtro solar de maneira uniforme e abundante por toda a superfície corporal que vai ser exposta ao sol. Economia é sinônimo de proteção inadequada
- Não esqueça de proteger as orelhas, os lábios e o peito dos pés!
- Peça a alguém para aplicar o filtro solar nas suas costas (deixe a timidez de lado, é melhor que se queimar)
- Filtro solar em spray também precisa ser espalhado com as mãos, senão a aplicação não fica uniforme
- Reaplique o filtro solar a cada 2 horas e após mergulhar ou transpiração excessiva
- Filtros à prova d’água também precisam ser reaplicados após o mergulho. Eles resistem melhor, mas acabam saindo
- Se os olhos ardem quando mergulha, prefira os filtros solares exclusivamente físicos para a face (vale para as crianças, que esfregam as mãos no rosto após mergulhar)
- O uso do filtro solar não significa que você está imune aos efeitos do sol. Cuidado com a exposição excessiva no horário entre 10 e 16 horas. - - Use barracas, chapéus, bonés, viseiras e camisetas
-Surfistas que permanecem por longos períodos na água devem utilizar roupas de lycra escura para surfar e filtros solares físicos para a face (são mais aderentes)
- Mulheres, cuidado, alguns filtros solares mancham o esmalte das unhas

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Genéricos e afins


Talvez já tenha lhe ocorrido a cena a seguir. O médico prescreve ao paciente um medicamento, ele vai até a farmácia com a receita e o farmacêutico então lhe indaga: “Você prefere o genérico, o similar ou o de marca?”.

A pessoa então pergunta o preço, se os produtos são diferentes ou não e, no fim, ainda sai com dúvida. Afinal, existe alguma diferença entre os tipos de medicamentos? Embora eles sejam semelhantes, preparamos um guia rápido para ajudá-lo a sanar suas dúvidas. Confira:

Medicamentos de referência ou de marca: quando uma farmacêutica descobre um medicamento novo, ela tem de registrá-lo no órgão federal responsável pela vigilância sanitária do país (no caso do Brasil, a Anvisa). É preciso comprovar cientificamente a eficácia, segurança e qualidade do produto na ocasião do registro. Para isso, são necessários estudos, pesquisas e testes, o que gera custos altos que serão revertidos no preço do produto. Um medicamento de referência, normalmente, leva mais de um ano para ser aprovado pela Agência.

Os remédios de marca em geral estão no mercado há um bom tempo, são bastante conhecidos pelo seu nome comercial e normalmente estão entre os primeiros que surgiram para curar determinada doença.

Na embalagem sempre há o nome inventado pela farmacêutica (nome fantasia do produto), o do princípio ativo e o da empresa que criou a fórmula.
Quando o período da patente expira – esse prazo varia de acordo com as leis de cada país, mas no Brasil o tempo de comercialização sem concorrentes é de 20 anos -, outros laboratórios são autorizados a produzir o mesmo medicamento.

Medicamentos similares: são uma cópia do medicamento de referência, com o mesmo princípio ativo, a mesma concentração, via de administração, posologia e indicação terapêutica, além de precisarem passar obrigatoriamente pelos mesmos testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Por exemplo, se o medicamento de referência começa a fazer efeito depois de 1 hora, os similares devem seguir o mesmo padrão.

Segundo a Anvisa, eles só podem ser diferentes em características relativas ao tamanho, prazo de validade, embalagem e rotulagem. Na prática, o que muda mesmo é o nome comercial do medicamento.

Medicamentos genéricos: os genéricos são uma cópia idêntica dos medicamentos de marca, pois têm a mesma composição química. Portanto, é possível tomar o remédio genérico no lugar do de marca e vice-versa, com toda segurança.

A lei dos genéricos no Brasil foi implantada em 1999 com o objetivo de ampliar o acesso da população aos medicamentos, principalmente os pacientes de doenças crônicas, como diabetes. Para ser identificados, precisam conter na embalagem uma tarja amarela e logo abaixo do nome do princípio ativo, a frase “Medicamento genérico – Lei 9.787/99”.

Muitos consumidores têm receio quanto à qualidade do produto, já que seu preço é inferior. No entanto, esse temor não procede, pois desde o início da implantação da política dos genéricos no país, esses medicamentos passam por testes de comprovação de qualidade. Em tese, eles são mais baratos porque em seu preço não estão embutidos gastos com propagandas, nem custos de pesquisa para o desenvolvimento do produto novo.

Por lei, os genéricos devem ser até 30% mais baratos. Por exemplo, se determinado medicamento de referência custa R$ 20,00, o genérico deve custar até R$ 14,00. Como são os laboratórios que estimam o preço, nada impede que ele seja ainda mais barato.






fonte: Dr. Drauzio Varella

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Hipnoterapia


Está cada vez mais divulgada e acessível, mas a hipnose ainda é frequentemente vista nos dias de hoje como algo espetacular, mágico, perigoso até, com base na convicção de que a pessoa fica adormecida, inconsciente, à mercê da vontade do hipnotizador.

Ainda com muitas ideias errôneas e mitos associadas, a hipnose não é mais do que um estado alterado da consciência ou percepção, derivado do afunilamento da atenção – transe hipnótico – frequentemente (mas não necessariamente) com base num profundo e agradável relaxamento.

Reconhece aquela sensação de estar tão absorvido no que está a fazer que parece que tudo à volta “desapareceu”? Naturalmente, no nosso dia-a-dia são vários os momentos em que todos nós experienciamos algum tipo de estado ou transe hipnótico em que permitirmos à nossa mente vaguear ou “sonhar-acordada”.

Ficamos interiormente concentrados de tal forma que nos “desligamos” do que se passa no exterior: é o caso da condução em autoestrada, sem que tenhamos consciência do percurso realizado “em automático” ou o estar de tal forma absorto num livro ou mesmo em pensamentos, que não nos apercebemos de algo que está a acontecer ao nosso lado ou ainda aquele momento “vai/não vai” pouco antes do adormecer.

A hipnose refere-se a um estado alterado de consciência, que se atinge geralmente através da combinação da imaginação e da concentração da atenção e do desejo de envolvimento, disponibilizando-nos para imaginar determinadas situações e reagir-lhes emocionalmente, mesmo sabendo que não são reais (tal como nos emocionamos com um filme, representado num ecrã, se nos deixarmos envolver na sua história).

É um fenômeno natural, mas pode ser procurado, induzido, deixando-nos de facto susceptíveis à sugestão do indutor, se tivermos essa disponibilidade.

Em hipnoterapia este estado é induzido com uma finalidade terapêutica, de especial utilidade em modificações comportamentais desejadas, como deixar de fumar, para o controle de peso, para gestão emocional e controle da ansiedade, como no caso das fobias e pânico, em situações físicas de mal-estar e doença e controle de sintomas como a dor crônica ou ainda numa perspectiva de desenvolvimento pessoal e de fortalecimento do ego e autoconfiança.

Em ambiente de consultório, num contexto de confiança e confidencialidade, o transe hipnótico é induzido pelo terapeuta, levando a pessoa a uma concentração profunda no que está a ser dito, tornando-a assim receptiva às sugestões, desejadas e previamente acordadas em função do objetivo pretendido, sem no entanto perder o controlo da situação.

Isto pode ser feito com recurso a um conjunto de técnicas disponíveis, que incluem por exemplo a regressão de memória - recordação/revivência de experiências passadas - e a dissociação - que favorece a utilização do consciente enquanto observador objetivo da mente subconsciente.

Mas a sua utilização não está limitada ao gabinete e às sessões agendadas: com a ajuda do terapeuta poderá também aprender a fazer auto-hipnose - entrar sozinho nesse estado e a dar-se a si mesmo sugestões positivas, benéficas e desejáveis para si.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Hipertimésia: conhece alguém que tem?


A hipertimésia, também conhecida como síndrome da supermemória, ou ainda, síndrome da memória superior, trata-se de uma condição na qual o indivíduo apresenta uma altíssima memória biográfica.

A maioria das memórias de longo prazo fica armazenada no lobo frontal direito do cérebro. Contudo, indivíduos com a síndrome da supermemória também utilizam, de forma inconsciente, o lobo frontal esquerdo e o lobo occipital, parte do sistema nervoso central que habitualmente atua sobre a linguagem e que está relacionado ao armazenamento de imagens, respectivamente.

Até o momento foram contabilizadas aproximadamente 20 pessoas com esta condição no mundo todo. Contudo, esta supermemória costuma ser autobiográfica, não auxiliando seus portadores a se saírem melhor em atividades que exigem do intelecto. Em compensação à supermemória, estes pacientes podem apresentar ainda déficit de funções de organização e controle mental, bem como tendências obsessivo-compulsivas.

No final do ano de 2012, foi divulgado na mídia o caso de um jovem inglês com 20 anos de idade, estudante de literatura, chamado Aurelien Hayman, que é capaz de lembrar detalhadamente tudo o que fez, o que usou e o que comeu nos últimos dez anos da sua vida, além de saber precisamente o que foi noticiado e como estava o tempo em cada um dos dias desse período.

A história desse jovem tornou-se tema de documentário que irá ao ar na Grã-Bretanha.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Gene guerreiro: você tem esse gene?


A variante de gene MAOA-L, o chamado "gene guerreiro" faz com que seus portadores aumentem suas tomadas de riscos e os permitem, ao mesmo tempo, avaliarem melhor suas chances de sucesso em situações críticas.

Para um estudo publicado recentemente, cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia levaram 83 homens jovens em uma simulação financeira um contra o outro.

Eles tiveram de aplicar e aumentar seu capital inicial de US$ 25 em diferentes jogos. Os homens tiveram de escolher, por 140 vezes, entre a opção segura (100% sem lucro, sem perda) ou a opção arriscada (vários riscos de perda e chances de ganhar).

O resultado do estudo: Os portadores da variante do gene MAOA-L assumiram mais riscos financeiros na compra, mas somente se estes foram vantajosos para eles. Isso indica que os portadores da variante do gene guerreiro estão em melhor posição para decidir em seu favor.

Estudos anteriores demonstraram que a variante MAOA -L também pode ser responsável por um comportamento impulsivo e agressivo, por isso foi dada o apelido de "Warrior-Gene" ou "gene guerreiro".

O comportamento humano é complexo e é influenciado tanto por genes quanto pelo ambiente ou circunstâncias. Estudos mostram que os portadores da variante do gene guerreiro revelam mais o comportamento descrito do que os homens sem variante do gene guerreiro.

O DNA guerreiro localiza-se no cromossomo X, homens herdam-no também de suas mães. Uma vez que os homens têm apenas um cromossomo X, o gene guerreiro, se presente, tem o seu pleno efeito.

Em contrapartida, as mulheres têm dois cromossomos X, razão pela qual um gene guerreiro único ou não afeta tanto. Quais efeitos ocasionaria, se uma mulher tivesse o gene guerreiro em ambos os cromossomos X, é ainda desconhecido. O teste do gene guerreiro está disponível para homens e mulheres.

sábado, 14 de janeiro de 2017

O psicopata


Numa visão superficial do tema, pode-se imaginar que o psicopata é um louco, um ser desprovido de razão e perigoso e que por isso deve permanecer longe do convívio social. No entanto, uma visão mais aprofundada sobre o tema aponta nuances sobre este tipo de personalidade e evidencia comportamentos que não necessariamente serão rotulados pela sociedade como loucura.

Alguns tipos de psicopata podem estar em qualquer ambiente que frequentamos. Eles têm diferentes maneiras de interagir com os outros, mas o que é semelhante a todo o psicopata é o sofrimento psíquico que estes infligem às pessoas de seu convívio.

Apesar de todo o sofrimento que causam, os psicopatas não se percebem doentes. De fato, não acreditam que há algo errado com sua personalidade e apenas aceitam o fato de que funcionam de maneira diferenciada. Mais do que isso, o psicopata tende a achar que as noções de moralidade e de altruísmo presentes na sociedade são demasiadamente idiotas e sem propósitos. Eles estão convencidos de que estão à frente na escala evolutiva.

Os outros são fracos e merecem ser subjugados. Os psicopatas são predadores de sua própria espécie.

Há uma forte associação entre a psicopatia e a violência, já que muitas das características que são importantes para a inibição do comportamento violento e antissocial, tais como: empatia, capacidade de estabelecer vínculos, medo da punição e culpa, estão severamente diminuídas em psicopatas.

Além disso, o egocentrismo, a megalomania, a impulsividade, o baixo controle dos impulsos, a necessidade de poder e controle, tudo isso facilita a vitimização dos outros, através do uso de intimidação e da violência.

Mas na verdade um psicopata não será necessariamente violento. A sociedade costuma confundir os psicopatas com os assassinos em série dos filmes americanos.

É bem verdade que estes assassinos seriais podem ser psicopatas, se não loucos (psicóticos), porém a maioria das pessoas que têm este transtorno consegue passar sua existência sem tirar a vida de um ser humano. De qualquer maneira, mesmo os psicopatas não violentos tendem a ser destrutivos em seu convívio social, pois não possuem reatividade emocional profunda, ou seja, não respondem emocionalmente a certos estímulos.

A psicopatia foi um dos primeiros transtornos de personalidade reconhecidos pela psiquiatria. Philipe Pinel, médico francês considerado por muitos como o pai da psiquiatria, identificou o transtorno ainda no século XIX. Em seu trabalho como médico àquela época, Pinel percebeu que alguns de seus pacientes tinham uma forte tendência a praticar atos impulsivos e de alto risco, apesar de suas capacidades de raciocínio estarem inteiramente preservadas.

Tal fato possibilitou que este famoso médico aprofundasse mais e mais os seus conhecimentos acerca dos comportamentos desses pacientes até chegar a um padrão, que possibilitou uma classificação e que ainda nos dias de hoje dirige o profissional de psiquiatria para o diagnóstico deste transtorno de personalidade.

De acordo com Pinel, os psicopatas distinguem-se dos psicóticos por serem acometidos de uma espécie de “manie sans delire” ou “mania sem delírio” e descreveu um padrão de comportamento caracterizado pela falta de remorso e impetuosidade.

Outros estudiosos do tema também identificaram no psicopata a carência de um senso de moralidade. O psicopata é plenamente capaz de identificar padrões de comportamentos sociais no cotidiano e reproduzi-los com maestria quando lhe convém, sem, no entanto, compreender o significado dos valores que finge possuir. Os processos lógicos do pensamento funcionam perfeitamente, no entanto, ele aprende e utiliza a linguagem sem chegar realmente a compreender o significado do que diz. Há uma falha na integração da emoção com o sentido das palavras.

Por ter o seu emocional comprometido por uma espécie de dormência, o psicopata tende a não sentir empatia pelos outros, além disso, tende a ficar entediado rapidamente, buscando constantemente situações que estimulem reações orgânicas de emoção, como a produção de adrenalina, por exemplo.

Nesse sentido, podemos dizer que os psicopatas carecem notoriamente de empatia em suas relações interpessoais, ou seja, manifestam deficiências na habilidade de poder compreender o estado emocional de outras pessoas (eles só têm apenas uma percepção intelectual dos sentimentos dos outros), falhando na ação de entendimento e de aceitação do outro, qualidades que frequentemente que atuam individualmente como amortizadores da crueldade humana.

Robert D. Hare, Ph.D., professor de psicologia na University of British Columbia (Vancouver, Canadá) e diretor do Laboratório Hare, na mesma universidade, é considerado um dos maiores especialistas do mundo no estudo da psicopatia, devido ao grande número de evidências empíricas fornecidas por meio de diferentes pesquisas sobre este assunto. Ele desenvolveu o teste PCL-R (Psychopathy Checklist-Revised), usado para diagnosticar casos de psicopatia e útil na predição de comportamentos violentos em potencial. Segundo sua pesquisa, a prevalência da psicopatia estaria em 1% na população mundial em geral e subiria para 15-20 % na população carcerária. Apesar da baixa incidência na população geral, os psicopatas são os responsáveis por 50% em média dos crimes violentos cometidos nos Estados Unidos.

Para Hare, o que se destaca nos psicopatas é a ausência das qualidades essenciais que permitem aos seres humanos viver em sociedade, pois estes não conhecem a lealdade com nada, seja com indivíduos, grupos ou instituições, já que só se movem por seus próprios interesses. Na mesma linha, a necessidade de estímulo os leva a assumir grandes riscos de maneira não planejada e irresponsável, sem importar-se com as consequências danosas de sua conduta a outrem.

São associais e não necessariamente antissociais. Tudo isso constitui um estilo de vida caracterizado pela impulsividade, nomadismo, instabilidade, oportunismo e irresponsabilidade. Além disso, não são capazes de aprender por tentativa e erro, sendo a punição para eles um meio ineficaz de modelar seu comportamento, por essa razão o sistema prisional não é o local adequado para receber pessoas diagnosticadas com esse transtorno.

O psicopata costuma usar uma espécie de charme superficial para conseguir o que deseja do outro. Tem grande poder de manipulação, engano, intimidação e violência no intuito de controlar os outros e satisfazer seus próprios desejos. Carecem de sentimentos de alteridade e com sua frieza característica conseguem o que querem e fazem o que bem entendem, violando as regras e expectativas sociais sem o menor remorso, culpa ou vergonha.

A partir das características acima descritas, poderíamos concluir que diante de tal transtorno sua imputabilidade seria gravemente afetada, o que dificultaria severamente os mecanismos jurídicos de contenção deste tipo de personalidade. Porém, na maioria das legislações internacionais, a psicopatia é um fator agravante e não isenta de responsabilidade penal. Diante disso, Hare defende que os psicopatas são plenamente capazes para enfrentar um processo criminal. Normalmente, a partir do ponto de vista legal ou psiquiátrico, não são "loucos", já que são capazes de distinguir claramente entre o bem e o mal.

Diante do que foi acima apresentado e buscando compreender o fenômeno da psicopatia a partir da psicanálise, podemos considerar o desenvolvimento desse tipo de personalidade a partir de uma estrutura psíquica denominada por Freud como perversa.

A personalidade perversa se desenvolve e se estrutura no sujeito a partir da maneira como este experiência o complexo de Édipo e o medo da castração. Um olhar desatento poderia caracterizar a psicopatia com inserida no campo da psicose. De fato, há certa semelhança na maneira como o psicótico e o perverso enfrentam o medo da castração. Além disso, a tradução de alguns conceitos do alemão para o inglês e posteriormente para o português conseguiu dificultar mais ainda a diferenciação de alguns conceitos que já são parecidos.

De acordo com Flávio Ferraz, em seu livro Perversão, Clínica Psicanalítica (2000), o tema perversão na obra de Freud passou por sucessivas e significativas alterações. O autor revela três momentos essenciais da teorização da perversão por Freud. O primeiro deles, baseado no axioma “a neurose é o negativo da perversão”, encontra-se formulado nos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, de 1905 e em outros artigos subsequentes.

Em um segundo momento, o termo relaciona-se com a teoria do complexo de Édipo e já direciona a evolução do termo para o terceiro momento, no qual muitos autores lacanianos acreditam ter surgido a verdadeira essência da perversão e que se encontra no artigo Fetichismo, de 1927, quando ganha atenção a figura da recusa da castração e insurge a noção de clivagem do ego. Nesse ponto da teoria de Freud, começa a ser delineada a noção de que a perversão se constitui como em uma tentativa de se erguer uma barreira contra a psicose. O conceito de perversão vai então deixando para trás a figura conceitual associada à neurose, que Freud em um primeiro momento considerou tratar-se de seu “negativo”.

Em 1920, no artigo A organização genital infantil (1923), Freud apresentou o mecanismo da recusa da castração, que já indica o amadurecimento do tema para o seu terceiro e definitivo momento.

“Sabemos como as crianças reagem às suas primeiras impressões da ausência de um pênis. Rejeitam o fato e acreditam que elas realmente, ainda assim, vêem um pênis. Encobrem a contradição entre a observação e a preconcepção dizendo-se que o pênis ainda é pequeno e ficará maior dentro em pouco, e depois lentamente chegam à conclusão emocionalmente significativa de que, afinal de contas, o pênis pelo menos estivera lá, antes, e fora retirado depois. A falta de um pênis é vista como resultado da castração e, agora, a criança se defronta com a tarefa de chegar a um acordo com a castração em relação a si própria.” (p.182-183)

Em outro artigo posterior A dissolução do complexo de Édipo (1924), Freud mostra o quanto o menino reluta em aceitar a ameaça da castração, que se faz imperativa no momento da visão do órgão genital feminino. Na saída neurótica o menino cede à evidência da castração e aceita o interdito, optando por preservar seu pênis. A partir de então, o complexo de Édipo deverá sucumbir ao recalcamento de tal maneira eficaz que resultará em sua dissolução.

O perverso, por sua vez desenvolve um mecanismo de defesa que permite negar a castração. Há aqui uma tentativa de afastamento da realidade que seria própria da psicose, se não fosse uma particularidade: o perverso não alucina o pênis no lugar da vagina, ele não diz que o vê, quando na verdade ele não está lá. Ele percebe que o pênis não está ali, mas crê que este irá se desenvolver posteriormente.
Desta maneira, o perverso reconhece e nega a castração ao mesmo tempo. É a partir deste ponto que Freud nos apresenta a noção de clivagem do ego.

Dito nas palavras de Ferraz (2000):

“Para que tal contradição seja mantida há que se processar uma divisão no ego, de modo que este funcione em dois registros diferentes e antagônicos, sem que um anule ou influencie o outro. São duas atitudes, uma se ajusta ao desejo e a outra à realidade.” (p. 34)

Essa saída para o perverso só poderá acontecer se houver uma alteração no funcionamento do ego, que para poder seguir com a recusa deverá desligar-se desse “detalhe” da realidade: a castração. Semelhante ao que se passa na psicose. Semelhante, mas não igual. O fetiche é uma presença que substitui a ausência, para a realização do desejo. Não coincide com a alucinação do falo, como ocorre na experiência psicótica da alucinação do desejo (mecanismo primário). A diferença é que a ausência na realização alucinatória de desejos é a de um objeto real e no caso do fetichismo é uma ausência vivida sobre a base de uma presença ilusória.

A patologia da recusa pode ser compreendida como a persistência da recusa da ausência do pênis, que dificulta todo o processo de elaboração do complexo de Édipo e que tem como efeito o surgimento de uma dificuldade de simbolização, que, por sua vez, conduz ao predomínio do ato sobre o pensamento.

Desaparecem desta forma as diferenças limites e normas, visto que a função paterna fica enfraquecida. A consequência de uma função paterna enfraquecida é a de que o ego, sem o terror exercido pela ameaça da castração ficará a serviço apenas do id, lugar dos impulsos e instintos mais primitivos do homem. Com o id unicamente no comando, sem que haja ameaça de castração, não se possibilita o surgimento do superego, lugar dos valores morais e que funciona como censor do ego, punindo quando este ultrapassa os limites éticos e valores morais no intento de atender aos desejos do id.

Assim, o psicopata perverso resolve o problema da castração através da recusa. Sem temer a castração, passa a se guiar por seus instintos com extrema liberdade. O psicopata antes de qualquer coisa é um ser livre. Livre de censura, culpa e ética. A única coisa que lhe move é sua própria vontade. Não há limites para o que quer. Nesse ponto fica mais claro porque não são todos os psicopatas que matam, pois nem todos têm o desejo de tirar a vida de outra pessoa, embora eles simplesmente não se importem em fazê-lo, caso acreditem ser necessário. Sem a inconveniente sensação de culpa, o psicopata pode usar de todas as formas que se apresentam disponíveis para a realização dos seus desejos, sem a preocupação de estar magoando ou ferindo alguém.

Vale ressaltar que o sistema prisional atual não está preparado para conviver com pessoas com este tipo de funcionamento psíquico, uma vez que estas pessoas costumam manipular o ambiente no qual encontram-se, trazendo muita turbulência ao convívio da população carcerária. São extremamente perigosos e manipuladores, podendo convencer e dividir grupos, incentivar o cometimento de assassinatos e passar para a direção do presídio uma imagem de bom comportamento e submissão. É comum serem concedidos benefícios aos psicopatas por bom comportamento na prisão.

Esse é tema muito rico e há muito ainda a ser descoberto sobre o assunto nos campos da psicologia, psiquiatria e neurociência. Fica, no entanto, bem claro o entendimento de que é enorme o sofrimento social, econômico e pessoal causado por algumas pessoas cujas atitudes e comportamento resultam menos das forças sociais do que de um senso inerente de autoridade e uma incapacidade para conexão emocional do que o resto da humanidade. Para estes indivíduos, os psicopatas, as regras sociais não são uma força limitante, e a idéia de um bem comum é meramente uma abstração confusa e inconveniente.

Fonte: https://psicologado.com/psicopatologia/transtornos-psiquicos/o-psicopata-ou-sobre-a-perversao © Psicologado.com

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Febre amarela


Febre amarela é uma doença infecciosa causada por um tipo de vírus chamado flavivírus, cujo reservatório natural são os primatas não-humanos que habitam as florestas tropicais.

Existem dois tipos de febre amarela: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito Haemagogus , e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e que foi reintroduzido no Brasil na década de 1970. Embora os vetores sejam diferentes, o vírus e a evolução da doença são absolutamente iguais.

A febre amarela não é transmitida de uma pessoa para a outra. A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou primata (macaco) infectados, normalmente em regiões de floresta e cerrado, e depois pica uma pessoa saudável que não tenha tomado a vacina.

A forma urbana parece ter sido erradicada.

Sintomas

Os principais sintomas da febre amarela – febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada (período de incubação). Aproximadamente metade dos casos da doença evolui bem. Os outros 15% podem apresentar, além dos já citados, sintomas graves como icterícia, hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), fígado (hepatite e coma hepático), pulmão e problemas cardíacos que podem levar à morte. Uma vez recuperado, o paciente não apresenta sequelas.

Como os sintomas da febre amarela são muito parecidos com os da dengue e da malária, o diagnóstico preciso é indispensável e deve ser confirmado por exames laboratoriais específicos, a fim de evitar o risco de epidemia em áreas urbanas, onde o vírus pode ser transmitido pelo mosquito da dengue.

Tratamento

Doente com febre amarela precisa de suporte hospitalar para evitar que o quadro evolua com maior gravidade. Não existem medicamentos específicos para combater a doença. Basicamente, o tratamento consiste em hidratação e uso de antitérmicos que não contenham ácido acetilsalicílico. Casos mais graves podem requerer diálise e transfusão de sangue.

Vacinação

Existe vacina eficaz contra a febre amarela, que deve ser renovada a cada dez anos. Nas áreas de risco, a vacinação deve ser feita a partir dos seis meses de vida. De maneira geral, a partir dos nove meses, a vacina deveria ser recomendada para as demais pessoas, uma vez que existe a possibilidade de novos surtos da doença caso uma pessoa infectada pela febre amarela silvestre retorne para regiões mais povoadas onde exista o mosquito Aedes aegypti.

A vacinação é recomendada, especialmente, aos viajantes que se dirigem para localidades, como zonas de florestas e cerrados, e deve ser tomada dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários.

Recomendações

* Vacine-se contra febre amarela pelo menos dez dias antes de viajar para áreas de risco e não se esqueça das doses de reforço que devem ser repetidas a cada dez anos;

* Use, sempre que possível, calças e camisas que cubram a maior parte do corpo;

* Aplique repelente sistematicamente. Não se esqueça de passá-lo também na nuca e nas orelhas. Repita a aplicação a cada quatro horas, ou a cada duas horas se tiver transpirado muito;

* Não se esqueça de reaplicar o repelente toda a vez que molhar o corpo ou entrar na água;

* Use mosqueteiro, quando for dormir nas áreas de risco,

* Procure informar-se sobre os lugares para os quais vai viajar e consulte um médico ou os núcleos de atendimento ao viajante para esclarecimentos sobre cuidados preventivos;

* Erradicar o mosquito transmissor da febre amarela é impossível, mas combater o mosquito da dengue nas cidades é uma medida de extrema importância para evitar surtos de febre amarela nas áreas urbanas. Não se descuide das normas básicas de prevenção.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Pregabalina


Pregabalina (fórmula estrutural acima) é um fármaco análogo de GABA (a seguir), anticonvulsivante e antiepilético também utilizado no tratamento da dor periférica, ansiedade e fibromialgia.

Ácido gama-aminobutírico (IUPAC: 4-aminobutanóico [ácido]), também conhecido pela sigla inglesa GABA (Gamma-AminoButyric Acid), é um ácido aminobutírico em que o grupo amina está na extremidade da cadeia carbônica. É o principal neurotransmissor inibidor no sistema nervoso central dos mamíferos.

Ele desempenha um papel importante na regulação da excitabilidade neuronal ao longo de todo o sistema nervoso. Nos seres humanos, o GABA também é diretamente responsável pela regulação do tônus muscular.

Comportamentalmente, a ação inibitória do neurotransmissor GABA, através da ativação do receptor GABA-A, está relacionada com o comportamento agressivo e impulsividade em humanos. Em espécies de insetos o GABA atua apenas em receptores excitatórios nos nervos.

A Pregabalina Foi desenvolvida por Richard Bruce Silverman da Northwestern University; foi aprovada na União Europeia em 2004. Em 2007, Lyrica foi aprovado pelo FDA para o tratamento da fibromialgia.

Em uma análise de revisões sistemáticas, os autores encontraram evidências de boa qualidade sobre o uso da pregabalina para pacientes com fibromialgia e neuropatia diabética, havendo redução de até 50% de quadros de dores, o que é considerado bom em termos de eficácia no tratamento da dor.




quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Cirurgia de hérnia de disco: laminectomia


A laminectomia é um tipo de cirurgia de coluna usada para aliviar a compressão da coluna vertebral. Nessa cirurgia remove-se a lâmina (parte do osso que forma o arco vertebral da coluna) e/ou os bicos de papagaio. Essas estruturas podem pressionar a medula espinhal ou as raízes dos nervos e causar:

- dor branda a intensa na coluna
- dormência ou fraqueza nas pernas
- dificuldade para andar
- perda de controle da bexiga e dos movimentos intestinais

Somente se faz uma laminectomia se os sintomas interferirem na rotina do paciente e. quando tratamentos menos invasivos falharam.

A cirurgia também é chamada de:

- laminectomia lombar
- laminectomia cervical
- laminectomia descompressiva

A laminectomia é frequentemente usada para aliviar os sintomas da estenose (estreitamento) da coluna. Nesta doença, a coluna vertebral se estreita e pressiona a medula espinhal ou os nervos. A estenose vertebral pode ser causada por:

- envelhecimento (os discos da coluna começam a encolher, enquanto os ossos e os ligamentos incham
- artrite na coluna (mais comum em idosos)
- defeito congênito (defeito de nascimento), tal como crescimento anormal da coluna
- Doença de Paget óssea (uma doença na qual os ossos crescem de modo incorreto)
- acondroplasia (nanismo)
- tumores na medula
- lesão por traumatismo
- hérnia de disco ou deslocamento de disco

Os riscos das cirurgias de coluna são:

- lesão em algum nervo da medula espinhal
- tratamento malsucedido (a dor persiste após a cirurgia)
- retorno da dor nas costas (particularmente após a fusão vertebral)
- infecção no local da incisão cirúrgica ou nas vértebras
- coágulos sanguíneos nas pernas
- dificuldades respiratórias
- infecções
- perda de sangue
- ataque cardíaco
- acidente vascular cerebral (AVC ou derrame)
- reação à medicação

Enquanto se recupera o paciente deverá:

- evitar atividades muito cansativas e levantar peso
- ter cuidado ao subir escadas
- caminhar e aumentar as atividades gradualmente
- agendar e ir a todas as consultas de acompanhamento

A laminectomia com frequência aliviará muitos dos sintomas da estenose vertebral. No entanto, não poderá evitar futuros problemas de coluna. Nem todos os pacientes obterão alívio completo da dor.

Os pacientes que também tiveram uma fusão vertebral têm maior probabilidade de sofrer futuros problemas de coluna.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Férias de verão podem colaborar para o ganho de peso infantil


Com o objetivo de avaliar a importância relativa dos fatores de risco escolares e não-escolares na obesidade infantil, este estudo estimou se a prevalência de sobrepeso e obesidade cresce mais rapidamente durante o ano letivo ou durante as férias de verão, concluindo que a prevalência da obesidade infantil, nos EUA, cresce somente durante as férias de verão.

No Early Childhood Longitudinal Study, uma amostra nacionalmente representativa de 18.170 crianças americanas foi acompanhada desde o jardim de infância em 2010 até a segunda série em 2013. O peso e a altura das crianças foram medidos nas escolas em cada outono e em cada primavera. Um modelo de crescimento multinível foi utilizado para estimar o crescimento do índice de massa corporal (IMC) médio, a prevalência de sobrepeso e a prevalência de obesidade durante cada verão e a cada ano letivo.

Desde o jardim de infância até o segundo ano, a prevalência de obesidade aumentou de 8,9% para 11,5% e a prevalência de sobrepeso aumentou de 23,3% para 28,7%. Todo o aumento da prevalência ocorreu durante as duas férias de verão. Nenhum aumento ocorreu durante nenhum dos três anos escolares.

Concluiu-se que o risco de obesidade é maior quando as crianças estão fora da escola do que quando estão na escola.




Fonte: Obesity, volume 24, número 11, de novembro de 2016

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Queimaduras de sol


As queimaduras de sol, medicamente conhecidas como eritemas solares, são queimaduras (1) superficiais ou (2) superficiais de profundidade parcial, ditas também inflamações agudas da pele. A maioria delas não é severa, mas é importante evitá-las, pois elas aumentam os riscos de câncer de pele, problemas de visão e envelhecimento precoce da pele. Em casos extremos ou complicados, podem exigir assistência médica.

As queimaduras de sol ocorrem geralmente em crianças e em pessoas de pele ou cabelo claro que ficam muito tempo expostas ao sol. Nos dias nublados, também é possível ter-se uma queimadura de sol porque os raios ultravioletas responsáveis por causá-las são capazes de atravessar as nuvens.

Estar em montanhas ou praias e usar certos medicamentos também aumenta a chance de queimadura solar. A maior reflexão dos raios ultravioletas na areia, na água e na neve aumenta em até 30% a sua intensidade normal, ampliando dessa maneira os riscos de queimaduras, por isso a atenção deve ser redobrada nessas situações. Como essa condição deve-se aos raios ultravioletas, não apenas ao sol, uma queimadura semelhante também pode ocorrer em câmaras de bronzeamento.

O processo fisiológico subjacente à queimadura de sol é, na verdade, de natureza inflamatória. Parece que os raios solares modificam o DNA em uma pequena molécula dos queratinócitos (células da camada superficial da pele que fabricam a queratina), a qual desencadeia o mecanismo inflamatório.

A pele possui uma proteção natural contra os raios do sol, a melanina, um pigmento que determina a coloração mais clara ou mais escura da pele. Por isso, as peles claras são mais sujeitas às queimaduras. De início haverá vermelhidão, dor, ardência e/ou coceira e, posteriormente, descamação. Em casos graves, a dor pode ser mais intensa e podem ocorrer inchaço, formação de bolhas e sintomas de insolação, como febre, dor de cabeça, fadiga, náuseas, vômitos, confusão mental, visão embaçada e desmaios.

O diagnóstico é feito pela correlação entre os sinais e sintomas típicos e o relato de exposição ao sol ou a outra fonte de raios ultravioletas.

Os casos mais simples de queimadura de sol podem ser tratados pela própria pessoa ou pelo seu cuidador, se for uma criança; com um analgésico comum, cremes ou loções hidratantes à base de hidrocortisona e outros anti-inflamatórios, se necessário, além da ingestão de bastante água.

Compressas frias podem ajudar a aliviar a sensação de queimação na pele. Evite o gelo, porque a diferença de temperatura é muito grande e pode levar a um ferimento ainda pior na pele. Em casos de bolhas contendo líquidos, não as perfure, para evitar contaminações. A pele sobre a bolha funciona como uma camada de proteção, por isso também não deve ser rompida. Com algum tempo elas serão reabsorvidas naturalmente pelo organismo.

Antes de se expor ao sol, use abundantemente um protetor solar, reaplicando-o a cada duas horas.

Entre os remédios caseiros, o amido de milho (Maisena) pode ser utilizado em pó ou misturado com água fria, para evitar atritos com a cama. O vinagre, iogurte, água com limão e mostarda, outros remédios caseiros popularmente difundidos, não são recomendáveis porque podem piorar o quadro, principalmente se houver nova exposição ao sol.

Loções pós-sol à base de Cloridrato de Difenidramina podem ajudar no alívio dos sintomas.

Só os casos graves ou com contaminações infecciosas exigem intervenção médica.

A vermelhidão, dor, ardência e/ou coceira se iniciam de 3 a 5 horas após a exposição ao sol e pioram nas primeiras 12 a 24 horas, geralmente durando 2 ou 3 dias.

Em seguida, virá a descamação da camada superficial da pele. A pessoa deve ficar longe de uma nova exposição ao sol até a completa recuperação das lesões.

Como prevenir as queimaduras de sol e seus efeitos?

Algumas providências simples podem ajudar a evitar as queimaduras de sol e seus efeitos:

•Evite a exposição exagerada ao sol.

•Evite o sol entre 10 horas da manhã e 4 horas da tarde.

•Utilize sempre protetor solar e labial a cada 2 ou 3 horas.

•Use boné ou chapéu e óculos escuros.

•Fique ao abrigo das sombras.

•Evite usar cosméticos, perfumes ou outros medicamentos, inclusive remédios, quando for se expor ao sol.

•Quando a pele estiver descamando, não puxe, deixe que ela se solte naturalmente.

•Não fure as eventuais bolhas cheias de líquidos que se formaram.

A longo prazo, a exposição solar pode fazer desenvolver câncer de pele, além de causar um envelhecimento precoce da pele e cataratas, podendo levar à cegueira.

Todas as pessoas expostas ao sol devem cuidar da ingestão de líquidos para evitar a desidratação.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Narguilé: é "bom" ou é "mau"?



Publicações nas redes sociais afirmam que o cachimbo árabe narguilé é 100 vezes mais prejudicial ao organismo do que o cigarro. Será que isso é verdade?

A imagem apareceu na web em agosto de 2013, mas a ideia que ela deseja transmitir circula há anos na rede. De acordo com o texto que acompanha a ilustração, o consumo do arguile representa riscos sérios à saúde.

Algumas publicações afirmam que uma hora fumando o cachimbo árabe equivale ao consumo de 100 cigarros!!!

Será que essa história é real? Será que o narguilé faz mal mesmo?


É verdadeiro! A informação é real! O narguilé é um tipo de cachimbo de água usado atualmente pelos jovens, na maioria das vezes, para o fumo coletivo. É comum encontrarmos adolescentes fumando o narguilé nas portas de bares e em casas de shows.

O funcionamento desse cachimbo é bem simples: Ao aspirar o ar pela mangueira, o ar aquecido pelo carvão passa pelo tabaco, produzindo a fumaça que passa pela água (onde é resfriada e filtrada). A fumaça segue pela mangueira até ser aspirada pelo usuário e expirada logo em seguida.


Um estudo feito em 2006, pela University Georgetown Medical Center, já demonstrava um aumento significativo dos adeptos desse tipo de fumo entre os jovens e, sobretudo, entre as mulheres. Desde aquela época, as pesquisas já apontavam para os riscos à saúde entre os usuários do narguilé.

Ainda em 2006, a Organização Mundial de Saúde divulgou um relatório mostrando que os cachimbos de água são mais prejudiciais do que os cigarros normais. O coordenador do relatório, o americano Douglas Bettcher, ainda foi além e afirmou que uma hora de consumo do Narguilé equivale a 200 cigarros.

O estudo pode ser lido na íntegra (em inglês, infelizmente) em vários artigos científicos. É assustador verificar que, de acordo com a OMS, mais da metade dos cerca de 1,5 bilhão de fumantes do mundo irão morrer por causa da dependência aos diversos tipos de fumo (e o narguilé está aí no meio).

Douglas Bettcher e mais um monte de pneumologistas – dentre eles, o brasileiro Ricardo Meirelles, da Divisão do Controle do Tabagismo do Inca – afirmam que por ser “filtrada”, a fumaça aspirada dá a falsa sensação ao usuário de que ela é mais pura do que a do cigarro normal, mas é só ilusão. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, além da fumaça vir carregada com mais de 4 mil substâncias tóxicas (que também estão presentes no cigarro comum), possui concentrações muito superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas.

Como em vários modelos desse aparelho é possível se conectar várias mangueiras, a garotada usa do narguilé para “se enturmar com a galera”. Sim, o narguilé serve como um instrumento sociável. No entanto, é bom avisar que, ao compartilhar o mesmo bocal com várias pessoas, as chances de se contrair outras doenças como herpes, hepatite ou até tuberculose são grandes.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Diarreia de verão


Nos finais e inícios dos anos, em todos os meses de verão é freqüente o aumento de casos de diarreia aguda, com ou sem ocorrência de surtos, principalmente em cidades com intenso afluxo de pessoas tais como cidades litorâneas e turísticas.  

Nesses locais, devido ao aumento populacional que triplica ou quadruplica a população, são inúmeros os fatores de risco que concorrem para a ocorrência de casos de doença diarreica aguda tais como:  

1) Ingestão de alimentos preparados sem higiene, e/ou mantidos sem refrigeração, comercializados, na maioria das vezes, sem licença da vigilância sanitária;

2) Consumo de ostras e outros frutos do mar crus ou de procedência desconhecida;  

3) Consumo de gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos, água mineral, de procedência desconhecida e clandestina, produtos que podem ter sido preparados com água contaminada, de bica ou de poços, ou sem a higiene necessária;  

4) Hábito de levar alimentos prontos para praia ou acampamentos sem a conservação térmica adequada (resfriamento ou reaquecimento adequados), deixando esses alimentos em temperatura ambiente, o que favorece a multiplicação de microrganismos e toxinas, danosos
para a saúde;

5) Banho em praias impróprias, ou em rios/córregos poluídos, não liberados para lazer. Em temporada de chuvas, e de enchentes, esse fator de risco se agrava, pois se espalham para as coleções hídricas, lixo, restos de alimentos, esgoto, etc., aumentando as áreas com poluição;  

6) Interrupção no fornecimento de água de abastecimento público, problemas no tratamento da água ou acidentes na rede de distribuição, que podem favorecer a entrada de microrganismos e sua contaminação.

Na presença de múltiplos fatores de exposição, o aumento da ocorrência de casos ou de grupos de surtos, em geral, deve‐se a inúmeros patógenos, destacando‐se entre os vírus, o Norovírus, entre as bactérias as Escherichia coli, Salmonella e Shigella, e entre os parasitas, o
Cryptosporidium, Cyclospora e Giárdia.  

Sinais e sintomas da diarreia: dor de barriga, perda do controle do intestino, febre, fezes líquidas e náusea (três episódios de fezes líquidas ou amolecidas no período de 24h caracteriza diarreia).

A principal forma de evitar a diarreia é mantendo bons hábitos de higiene:

Lavar bem as mãos antes de manipular alimentos;

Lavar bem os alimentos antes de ingeri-los;

Ingerir apenas água tratada;

Esterilizar os principais itens e utensílios que o bebê ou criança costuma levar à boca – mamadeira, chupeta, talheres, etc…

Manter a tampa dos lixos sempre fechada;

Manter a boa hidratação.

Para tratar os sintomas da diarreia e acabar com o problema o quanto antes, alguns cuidados simples devem ser tomados. Os mais comuns e conhecidos são:

Reposição de água e sais minerais através da ingestão de soro caseiro;

Manutenção de uma dieta leve e equilibrada, rica em água.