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sábado, 9 de julho de 2016

Tá de queixo caído? Luxação da Mandíbula


A articulação temporomandibular (ATM) é a articulação que liga a mandíbula à fossa mandibular do osso temporal do crânio, através do côndilo. Luxação da mandíbula é o deslocamento dos ossos da ATM em relação ao seu ponto de articulação normal. Popularmente costuma-se falar que a articulação “saiu do lugar” ou que “o queixo caiu”.

Fala-se em subluxação quando ocorre uma movimentação exagerada do disco intra-articular, causando dor e estalido nos movimentos de abertura, fechamento e movimentos laterais de boca. Nesses casos, o côndilo luxado consegue retornar espontaneamente a seu lugar, sem esforço externo.

A luxação da ATM decorre do estiramento dos ligamentos que unem a articulação e apresenta causas multifatoriais. Ela pode ser episódica ou recorrente, espontânea ou traumática e se dever, por exemplo, à abertura excessiva da boca durante uma entubação orofaríngea. É mais frequente em pacientes que apresentam frouxidão dos ligamentos e da cápsula articular. Os traumas também podem ser uma causa importante de luxação da ATM.

Assim, vários fatores têm sido sugeridos como causas das luxações recorrentes: condições anatômicas, hábitos parafuncionais, frouxidão dos ligamentos e hipermobilidade articular generalizada. Existem ainda fatores predisponentes raros ou episódicos, como distúrbios oclusais, alterações decorrentes de patologias sistêmicas ou reações induzidas por medicamentos, como neurolépticos ou antieméticos.

A luxação da ATM consiste na perda parcial ou total de contato das superfícies articulares da mandíbula e do osso temporal devido a um exagero do movimento condilar, em que o côndilo desloca-se para fora da fossa mandibular e não é capaz de retornar espontaneamente. Essa posição anômala é então mantida pelo espasmo dos músculos da mastigação. Esses deslocamentos podem ser uni ou bilaterais, sendo que estes últimos são mais comuns, e o côndilo pode deslocar-se para frente, para trás, para o lado ou para cima.

Nos casos de luxação, a mandíbula desliza para frente, saindo completamente de seu local usual, causando dor e incapacidade de fechar a boca. As luxações mandibulares afetam, a um só tempo, a mastigação, a fala e a deglutição. O paciente diz que a mandíbula “salta” sempre que abre amplamente a boca, alguns pacientes relatam que isso se faz acompanhar de um estalido característico.

Na luxação unilateral, o paciente apresenta-se com o mento desviado para o lado contrário à luxação e um desvio da mandíbula em relação à linha média da face. A bochecha apresenta-se achatada do lado afetado e côncava no lado oposto.

O diagnóstico da luxação da mandíbula pode ser firmemente estabelecido pela história clínica do paciente, pela observação e exame físico locais e pode ser confirmado radiograficamente. Nos casos que tenha havido um trauma extrínseco, uma radiografia ou uma tomografia computadorizada deve ser realizada para verificar se houve ou não fraturas nos ossos da face.

As luxações da ATM devem ser reduzidas o mais prontamente possível, geralmente por manobras manuais executadas pela própria pessoa ou por um especialista, se estas forem mais complexas. As opções de tratamento vão desde medidas conservadoras até procedimentos cirúrgicos invasivos. Quase sempre os métodos conservadores destinam-se apenas ao alívio temporário dos sintomas e os tratamentos cirúrgicos se constituem num tratamento mais efetivo e definitivo e devem ser realizados quando o deslocamento é de longa duração ou recorrente. O tratamento conservador consiste na utilização de aparelhos limitadores do movimento, uso de relaxantes musculares, injeções esclerosantes e, ainda, outros tratamentos menos usuais. A cirurgia só é indicada quando os métodos conservadores não forem suficientes para resolver o problema.

A luxação da mandíbula tende a ser recorrente e, se for frequente, uma cirurgia pode ser necessária para reposicionar ou encurtar os ligamentos e para ajustar a articulação.

O paciente com luxação recidivante da ATM entra num círculo vicioso, uma vez que, sempre que ocorre a luxação, há mais rotura e estiramento do ligamento capsular, o que resulta em mais lesões e agrava ainda mais a recorrência.

A maneira de prevenir a luxação da mandíbula consiste em evitar abrir a boca exageradamente. Assim, a pessoa predisposta deve conter os bocejos e evitar comer sanduíches grandes ou outros alimentos que exijam uma grande abertura da boca.

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