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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Onfalocele: o que é?


Onfalocele é um raro defeito congênito da parede abdominal, em que o intestino, o fígado e, ocasionalmente, outros órgãos, ficam fora do abdômen, numa bolsa de peritônio, devido a um defeito no desenvolvimento dos músculos da parede abdominal.

A onfalocele desenvolve-se ainda quando o feto está em crescimento dentro do útero da mãe e parece ser causada por má rotação do intestino ao retornar de sua posição originariamente externa para o interior do abdômen, durante o desenvolvimento. Alguns casos de onfalocele são devidos a um distúrbio genético subjacente, tais como a trissomia 13 (síndrome de Patau) ou 18 (síndrome de Edward). A síndrome de Beckwith-Wiedemann também está associada à onfalocele.

Bebês que nascem com onfalocele muitas vezes têm outros defeitos de nascimento, incluindo problemas genéticos, anormalidades cromossômicas, hérnia diafragmática congênita e defeitos cardíacos.

A bolsa que contém as vísceras é formada a partir do peritônio e se sobressai na linha média do abdômen, através do cordão umbilical. Normalmente, os intestinos se projetam para fora do abdômen, no cordão umbilical, até aproximadamente a décima semana de gravidez e, após esse tempo, migram para dentro do abdômen fetal; mas se os músculos da parede abdominal (anel umbilical) não se fecham adequadamente, o intestino pode ficar fora da parede abdominal, gerando a onfalocele. A onfalocele pode ser leve, com apenas uma pequena parte dos intestinos para fora, ou grave, com a exteriorização da maioria dos órgãos abdominais, como fígado e baço, por exemplo.

A onfalocele pode ser nitidamente percebida, porque o conteúdo abdominal fica saliente através do umbigo. Existem onfaloceles de diferentes tamanhos. Nas pequenas, apenas o intestino permanece fora do corpo, mas nas maiores, o fígado ou baço podem também estarem fora.

A onfalocele frequentemente é detectada antes do nascimento através de uma ultrassonografia fetal detalhada. Caso contrário, ao nascer, um exame físico da criança é suficiente para diagnosticar esta condição. Geralmente não são necessários exames complementares.

As onfaloceles são reparadas com cirurgia, embora nem sempre imediatamente. Uma bolsa sintética é usada para proteger o conteúdo abdominal e permitir que outros eventuais problemas mais graves (como defeitos cardíacos, por exemplo) sejam tratados em primeiro lugar. Essa bolsa é então cosida no lugar e, lentamente, conforme o bebê cresce, seu conteúdo é empurrado para dentro do abdômen. Depois que a onfalocele possa caber confortavelmente dentro da cavidade abdominal, a bolsa é removida e o abdômen é fechado. Em casos graves, o tratamento cirúrgico é mais difícil porque o abdômen da criança torna-se anormalmente pequeno, uma vez que não teve necessidade de expandir-se para acomodar os órgãos em desenvolvimento e pode acontecer de a onfalocele não poder ser colocada de volta para dentro do abdômen da criança. Então, a pele ao redor dela cresce e, eventualmente, cobre toda a onfalocele. Nesses casos, os músculos abdominais e a pele podem ser reparados mais tarde, com vistas a um melhor resultado estético.

A onfalocele está associada a uma elevada taxa de mortalidade (25%) e a outras malformações graves. Cerca de um terço das crianças com onfalocele têm outras anomalias congênitas. As onfaloceles maiores quase sempre estão associadas a defeitos cardíacos.

As possíveis complicações da onfalocele são a morte do tecido intestinal e a infecção intestinal.

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