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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Afasia


A afasia (do grego: a = não + fasia = fala) é uma perturbação da fala que ocorre depois de ela ter sido adquirida de maneira normal. Consiste na dificuldade de expressão e/ou compressão da linguagem falada e/ou escrita. É um enfraquecimento ou perda do poder de captação, manipulação e expressão das palavras. A afasia não é em si uma doença, mas um sintoma de uma condição subjacente. Dentre os tipos de afasia existentes, encontram-se a afasia de Wernicke, afasia de Broca e afasia global.

A afasia ocorre em virtude de lesões em alguns centros cerebrais. Geralmente, está relacionada a uma lesão do lado esquerdo do cérebro, em áreas responsáveis pela compreensão da linguagem. As condições clínicas que mais frequentemente causam afasia são tumores cerebrais, acidente vascular cerebral, doenças infecciosas como a meningite, traumatismos cranioencefálicos, epilepsias e o uso de algumas medicações. A causa mais comum é um acidente vascular cerebral cuja localização se dá junto à artéria cerebral média esquerda ou aos ramos junto à região do cérebro responsável pela linguagem.

A afasia caracteriza-se por dificuldades de se expressar verbalmente e compreender o que está sendo dito. Pode levar a um discurso vago ou vazio, caracterizado por longos circunlóquios e pelo uso excessivo de expressões indefinidas como "coisa", "aquilo" etc. Em alguns casos, pode apresentar-se como um comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem. A afasia na maioria das vezes é caracterizada pela dificuldade em nomear pessoas e objetos.

Apesar de haver vários tipos de afasia, distinguem-se dois grandes grupos: as afasias de expressão e as afasias sensoriais ou de recepção. As afasias de expressão compreendem essencialmente (1) a afasia de Broca, descoberta por Paul Broca em 1861, que se caracteriza pela dificuldade ou incapacidade de articular um discurso oral ou escrito e de produzir linguagem eficiente, além de uma alteração ligeira a moderada da compreensão; (2) a afasia de condução, constituída por lesões que conectam as áreas de Broca e Wernicke, causa dificuldade de oferecer respostas adequadas, embora a compreensão esteja pouco alterada; (3) a afasia sensorial (receptiva) e (4) a afasia de Wernicke, que é uma afasia fluente, caracterizada por uma perturbação da compreensão do discurso, embora a fala esteja fluente, com poucas repetições espontâneas. Na afasia de Wernicke, normalmente o paciente apresenta dificuldade de compreensão e de expressão, mas consegue articular as palavras e se irrita quando não é compreendido.

O diagnóstico da afasia é feito através da avaliação da capacidade de compreensão e expressão do paciente. O correto é iniciar pela avaliação sensorial, já que a deficiência auditiva pode interferir no processo de comunicação. Nos casos de hemiplegia, se faz necessário ter certeza de que apenas um lado do cérebro está comprometido. O diagnóstico das causas da afasia pode exigir exames laboratoriais bioquímicos (sangue, urina, líquor etc.) e de imagens, como radiografias, ressonância magnética, tomografia computadorizada, eletroencefalograma e estudo da condução nervosa.

O tratamento para a afasia baseia-se em exercícios que estimulem a linguagem oral e escrita. Além do tratamento médico, dirigido para a enfermidade subjacente, existe também a opção de combinação das terapias fisioterápicas, fonoaudiológicas, ocupacionais e psicológicas para a afasia em si. A doença subjacente causal deve ser tratada pelos meios próprios.

Alguns pacientes afásicos recuperam-se em tempo relativamente curto, enquanto outros podem não se recuperar totalmente, dependendo da causa.

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