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terça-feira, 30 de junho de 2015

Nutrigenômica ou Dieta do DNA


Com as descobertas do Projeto Genoma foi possível interpretar as informações contidas no DNA e com isso os cientistas iniciaram novas pesquisas para compreender melhor como os genes interagem com cada nutriente consumido através da alimentação. Destes estudos surgiu a ciência denominada nutrigênomica.

A Dieta do DNA nada mais é do que uma promessa da nutrigenômica que afirma que em breve será possível, aos nutricionistas, elaborar um cardápio personalizado voltado para o emagrecimento ou para a prevenção de doenças que atenda às necessidades de cada indivíduo segundo seu perfil genético.

Estudos apontam que alguns nutrientes podem afetar, inibindo ou estimulando, a expressão dos genes podendo influenciar no desenvolvimento de algumas doenças.

A Nutrigenômica ou Genômica Nutricional representa o estudo das interações entre a nutrição (dieta) e o genoma, ou seja, é o termo utilizado para se referir à maneira como a alimentação regula a expressão ou função dos genes contidos no interior de cada uma de nossas células.

Dieta → Expressão Gênica

A nutrigenômica pode ser melhor explicada considerando-se 5 pontos:

1 - Sob certas circunstâncias e em alguns indivíduos, a dieta pode ser um sério fator de risco para um número razoável de doenças;

2 - Compostos alimentares podem atuar sobre o genoma, seja direta ou indiretamente, para alterar a expressão ou a estrutura dos genes;

3- O grau com que a alimentação influencia o equilíbrio entre os estados de saúde e doença podem depender das características genéticas de cada pessoa;

4- Alguns genes regulados pela dieta podem influenciar o início, a progressão e, ou severidade das doenças crônicas;

5- A intervenção alimentar baseada no conhecimento das necessidades nutricionais, estado nutricional e conjunto de genes do indivíduo, por meio da nutrição personalizada, podem ser usados na prevenção, atenuação e, em um futuro próximo, na cura doenças crônicas instaladas.

Os estudos nesta área da ciência, que procuram elucidar como os alimentos estimulam ou inibem expressão dos genes, são de fundamental importância já que cada indivíduo é diferente, e cada um expressão um padrão de genes. Tais pesquisas permitem conhecer o mecanismo de ação dos nutrientes e de compostos biologicamente ativos, contidos nos alimentos, e seus efeitos benéficos para a saúde e as causas alimentares que podem levar às doenças, principalmente as crônicas. Com isso, a nutrigenômica fornece ferramentas para prevenir e tratar doenças por meio da alimentação.

Vale ressaltar que devido as diferenças individuais, não existe uma dieta única ou um único programa de exercícios que funcione para todas as pessoas .

Cada indivíduo deve encontrar o programa mais eficiente para seu organismo.

Aproximadamente 40 micronutrientes são necessarios para a saúde humana.

A ingestão deficiente de alguns nutrientes específicos tem sido associados ao desenvolvimento de Doenças Cardiovasculares (DCV) (vitaminas do complexo B, vitamina E e carotenóides), câncer (folate, carotenoids), defeitos do tubo neural (folate), e osteoporose (vitamin D).A ingestão de gorduras saturadas é correlacionada com o aumento da LDL (colesterol ruim), o principal alvo tratado para a redução do risco de DCV. Além disso,
as gorduras saturadas podem contribuir para a obesidade e diabetes, uma vez que estas doenças também são caraterizadas por alteração dos níveis lipídios do sangue.Simples ou complexos os carboidratos são degradados em diferentes taxas e, por esta razão, têm diferentes efeitos sobre as concentrações de glicose do sangue.

Os carboidratos presentes em alimentos, como por exemplo, na batata ou no tomate são degradados mais lentamente, enquanto que os encontrados no açúcar refinado são degradados mais rapidamente a glicose, aumentando sua concentração no sangue e consequentemente a demanda de insulina.

Quanto à proteína, os processos de cocção tais como fritar, cozinhar, assar e grelhar podem alterar a composição química da carne e de outros alimentos e, em alguns casos, pode ocorrer a produção agentes que levam ao câncer.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Retinopatia hipertensiva


A retinopatia hipertensiva é um dano à vascularização da retina causado pela hipertensão arterial.

A hipertensão arterial é responsável por alterações na vascularização de vários órgãos, inclusive na retina e, nessa última, pode afetar a visão.

A retinopatia hipertensiva é consequência da pressão arterial elevada, aguda ou cronicamente.

A hipertensão arterial aguda causa uma vasoconstrição geralmente reversível dos vasos sanguíneos retinianos e pode levar ao edema da mácula.

A hipertensão arterial branda ou moderada pode estar presente por vários anos sem manifestar qualquer alteração da visão e apenas apresentar alterações discretas das arteríolas retinianas.

As hipertensões mais prolongadas e severas levam a alterações vasculares exsudativas, com consequentes danos endoteliais e necrose.

Outras alterações dos vasos sanguíneos da retina como, por exemplo, espessamento da parede das arteríolas e rompimentos ou obstruções delas ou das vênulas (pequenas veias) só se manifestam depois de anos de pressão arterial elevada.

Associada à diabetes mellitus, a hipertensão aumenta muito o risco de perda da visão. O fumo é outro fator adverso e favorecedor da retinopatia hipertensiva.

Os pacientes com retinopatia hipertensiva geralmente têm também outros órgãos afetados, como coração e rins, por exemplo.

Os sintomas da retinopatia hipertensiva só se desenvolvem tardiamente e os principais são visão borrada e/ou alterações do campo visual.

Nas fases iniciais da retinopatia hipertensiva, o exame de fundo de olho identifica constrição arteriolar e uma menor extensão da área de suprimento das arteríolas retinianas.

A hipertensão arterial crônica, mal controlada, pode causar um estreitamento permanente das artérias retinianas, anormalidades arteriovenosas, arteriosclerose, modificações moderadas ou severas das paredes vasculares com hiperplasia e espessamento delas.

Às vezes pode ocorrer oclusão vascular total, precedida por um estreitamento das arteríolas.

Se a hipertensão aguda for severa, podem surgir hemorragias, isquemias, exsudatos retinianos e edemas da mácula.

O diagnóstico de retinopatia hipertensiva é feito a partir da história médica do paciente que leve em conta a duração e a severidade da hipertensão arterial, complementada pelo exame de fundo de olho, que exibe sinais mais ou menos típicos.

Não há cura para a retinopatia hipertensiva.

O tratamento consiste primariamente em controlar a hipertensão arterial sistêmica.

Se ocorrer déficit da visão, pode ser feito um tratamento do edema retiniano com laser ou com injeção de corticoides no interior do vítreo, visando paralisar o processo.

Os pacientes com hipertensão arterial devem fazer exames de fundo de olho regularmente, pelo menos uma vez por ano, com o objetivo de detectar e combater precocemente as alterações vasculares retinianas.

Os níveis pressóricos devem se manter bem controlados, em associação com a prática de exercícios físicos e alimentação balanceada.

Na medida em que o processo hipertensivo progride, podem surgir oclusões arteriais ou venosas, hemorragias e regiões de infartos da retina. Embora não haja cura para a retinopatia hipertensiva, existem formas de frear sua evolução e mesmo recuperar parte dos danos.

A complicação mais temível da retinopatia hipertensiva é a cegueira total, mas pode haver também prejuízos parciais da visão, visão borrada e estreitamento do campo visual.

sábado, 27 de junho de 2015

Problemas ligados à depressão



Problemas digestivos

Quando o individuo está em depressão, há uma baixa na produção dos neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina. "Esses mediadores são responsáveis pela modulação da dor e também pelo equilíbrio emocional, portanto um paciente depressivo apresenta maior sensibilidade à dor", explica a psicóloga e psicanalista Priscila Gasparini Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP).

A dor na parte gastrointestinal é muito comum em depressivos. Segundo a especialista, há muitas vezes a ocorrência da síndrome do intestino irritável, que causa dores abdominais, flatulência e mudanças do hábito intestinal. "Pacientes podem chegar ao gastroenterologista com esses sintomas e, após vários exames clínicos, são diagnosticados como de fundo emocional."

Dor de cabeça

A depressão também pode motivar dores do tipo cefaleia. Há o cenário que chamamos de somatização, no qual o indivíduo com depressão acumula sintomas emocionais, frustrações, medos e inseguranças e descarrega no corpo. Vale ressaltar que é um processo inconsciente, ou seja, o individuo não tem controle sobre isso, e deve procurar ajuda profissional.

Distúrbios do sono

Distúrbios do sono são bem comuns: ou o paciente dorme demais, buscando no sono uma fuga da realidade, ou não consegue dormir, por não conseguir se desligar dos problemas que o levaram a depressão. Em ambos os casos, o resultado é um sono de má qualidade. O paciente não se recupera o suficiente para as atividades que deve exercer, o que explica a piora da do rendimento e da produtividade.

Tensão na nuca e nos ombros

Como consequência do processo de somatização, o paciente depressivo fica constantemente em estado de alerta - e isso se reflete em tensão na musculatura, principalmente da nuca e ombros. A ansiedade e nervosismo para resolver as questões emocionais estão frequentemente associadas a esses sintomas.

Cansaço ou fadiga

A falta da produção adequada dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina gera uma prostração muito grande em pacientes. O resultado são sintomas como fraqueza, cansaço, falta de ânimo e falta de iniciativa para executar qualquer atividade.

Mudanças no apetite e no peso

A depressão é frequentemente associada a transtornos alimentares. Isso porque a doença leva a alterações no apetite, podendo ocorrer a falta ou o excesso deste, culminando em perda ou ganho de peso. As reações são individuais, é necessário apenas observar que o comportamento não está normal para aquela pessoa e orientá-la a buscar ajuda.

Quadros de anorexia e bulimia são diferentes de depressão, e como tal devem ser tratados separadamente. Há casos em que o paciente já diagnosticado com transtornos alimentares desenvolve um quadro depressivo, mas não se sabe quais são os gatilhos para essa relação. Portanto, é necessário prestar atenção tanto nas mudanças de apetite do paciente com suspeita de depressão quanto em sinais depressivos nas pessoas que já tratam transtornos alimentares.

Dores no corpo

Pacientes com depressão muitas vezes se queixam de dores generalizadas e persistentes no corpo todo, principalmente nas costas e peito. Os sintomas de fadiga e cansaço próprios do quadro depressivo acabam comprometendo uma postura adequada quando o indivíduo tenta realizar suas atividades diárias, piorando a sensação de tensão e dores musculares. Sedentarismo e a falta de atividades físicas podem tornar o quadro ainda mais intenso.

Imunidade baixa

A depressão leva o indivíduo à prostração - ele não se sente bem fisicamente e mentalmente. Isso pode, de maneira indireta, interferir na imunidade. Ocorre uma liberação descontrolada de hormônios quando não estamos bem emocionalmente, afetando as células de defesa. Além disso, a tristeza e falta de iniciativa para realizar atividades pode fazer com que o paciente não tome os devidos cuidados com a saúde, adotando comportamentos de risco como ingestão excessiva de álcool, tabagismo, uso de drogas, má alimentação e sedentarismo - todos fatores que interferem diretamente na imunidade, deixando o indivíduo mais vulnerável a infecções oportunistas, como gripes, resfriados e herpes.



sexta-feira, 26 de junho de 2015

Banana?


Considerada uma das culturas mais antigas do mundo, o plantio de bananas teria se originado no Sudoeste Asiático. Atualmente o Brasil produz aproximadamente seis milhões de toneladas por ano de banana, sendo a fruta de maior aceitação e consumo, tendo em média o consumo de 35 kg/habitante/ano.

A banana é uma excelente opção de fruto a ser consumido diariamente, uma vez que é rica em carboidratos, macronutriente responsável pela função energética, fornecendo glicose às células. Além disso a banana é rica em fibras e minerais, importantes para saúde intestinal e metabólica.

A banana ainda possui a vantagem de ser prática e conveniente para o consumo, a casca da banana constitui-se em uma embalagem individual, de fácil remoção e higiênica.

Abaixo alguns tipos de banana e suas características nutricionais:

Banana nanica: Esta variedade de banana possui casca fina e cor amarelo esverdeada. A banana Nanica possui sabor doce, textura macia, e tamanho inferior à 12 cm. Cultivada na América Latina.

Banana prata: É considerada um pouco menos doce, mais consistente e um pouco maior do que a banana Nanica, possuindo até 15 cm de comprimento. Possui casca com cinco facetas de cor amarelo esverdeada.

Banana da terra: Muito utilizada para a fritura e consumida no Norte e Nordeste brasileiros a banana da terra é rica em amido, este tipo de banana apresenta o maior tamanho dentre todas as variedades, podendo chegar a medir 30 cm e pesar 500 gramas. Sua casca é amarela escura e quando madura, apresenta manchas pretas.

Banana maçã: Mais consumida no centro-sul brasileiro a banana maçã é pequena (até 15 cm), de casca fina, amarelo clara. Tem sabor adocicado e pode ser acompanhada de aveia ou farinhas integrais.

Banana ouro: Produzida e consumida no litoral paulista. Dentre as bananas é a que possui menor tamanho, máximo 10 cm. Possui forma cilíndrica, polpa doce e casca fina na cor amarelo ouro.

Banana verde: A banana ainda verde é considerada um alimento funcional uma vez que apresenta um alto conteúdo de amido resistente. Este amido tem ação similar as fibras alimentares. Além disso a banana verde pode ser utilizada para controle de glicemia uma vez que o amido resistente aumenta o tempo de digestão dos carboidratos ingeridos, liberando menores quantidades de glicose na corrente sanguínea.

Com relação ao consumo de banana e seu impacto na saúde intestinal, estudos recentes tem verificado que o consumo da biomassa de banana verde por conter amido resistente, que não é digerido e nem absorvido no intestino delgado podendo trazer benefícios para o indivíduo. O amido resistente é fermentado no intestino grosso produzindo substâncias que servem como fonte de energia para a produção das bactérias benéficas do nosso intestino, regulando assim tanto casos de constipação quanto de diarreia.

Sabe-se por mitos populares que o consumo de banana maçã teria o efeito de constipação intestinal, enquanto outras bananas como prata, ouro, nanica seriam neutras, porém ainda não existem estudos científicos que comprovem este efeito.

Ainda ressaltando qualidades nutricionais das bananas em geral como dissermos anteriormente são excelente fonte de minerais. O consumo de 2 bananas ao dia nos dá 50% da quantidade necessária de manganês. Este mineral está relacionado com a diminuição de radicais livres, prevenindo o envelhecimento das células e doenças cardiovasculares.

As bananas são famosas ainda por conter potássio, em média 100g de banana possui 350mg de potássio, sendo a recomendação diária de 4700 mg. O potássio é responsável pelo equilíbrio de água e sódio no corpo, regulação neuromuscular e crescimento das células. É essencial para praticantes de atividade física uma vez que o potássio está presente nas reações musculares e sua carência pode levar a câimbras e lesões.

A banana ainda é considerada uma excelente fonte de vitaminas como a vitamina B6 (em 100 gramas temos 0,7 mg), importante para a normalização de hormônios esteroides. Também apresenta uma quantidade mediana de vitamina B9 (em 100 gramas temos 36 mcg de ácido fólico), importante para evitar quadros de anemia, complicações gestacionais, má formação fetal entre outros benefícios.

A banana ainda pode ser uma excelente aliada na modulação do estresse e da ansiedade, uma vez que contém triptofano um aminoácido essencial, ou seja, nosso corpo não é capaz de produzir e precisamos ingerir pela alimentação. Este aminoácido quando ingerido é levado para o sistema nervoso central (SNC) onde será convertido em serotonina, neurotransmissor que leva a sensação de bem-estar.

Com relação a recomendação da quantidade de bananas ao dia, não existe uma determinação, mas segundo a Organização Mundial da Saúde deveríamos consumir 5 frutas diariamente e de preferência diferentes a fim de obter nutrientes diversificados. Portanto, consumir de 1 a 2 bananas ao dia seria o ideal. Ela pode ser ingerida no café da manhã ou pré-treino acompanhada de um cereal integral como a aveia ou linhaça ou semente de chia ou servir como um lanche intermediário da manhã ou da tarde acompanhada de um iogurte ou batida com leite desnatado, a fim de quebrar o jejum e fornecer glicose principalmente para o cérebro.

Por fim, vale ressaltar que muitas pessoas associam o consumo de banana ao ganho de peso. O acúmulo de gordura localizada só pode ser associado a uma má alimentação, desequilíbrio entre gasto energético e ingestão calórica ou desequilíbrio hormonal, sendo assim, o consumo de banana quando moderado, máximo 2 bananas ao dia, não pode ser associado ao ganho de peso e pode ser ingerido por quem está de dieta.

Patrícia Bertolucci - Nutricionista

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Para ajudar do tratamento da Hipertensão Arterial


Aveia

A aveia faz parte do grupo dos carboidratos e é uma excelente fonte de fibras, vitaminas e minerais. O alimento auxilia no processo de emagrecimento por retardar o esvaziamento gástrico, o que prolonga a sensação de saciedade.
Desse modo, ele auxilia no controle da glicose sanguínea, sendo uma importante ferramenta para hipertensos. Além disso, a aveia contém magnésio que, em união com o cálcio, ajuda no relaxamento da musculatura, diminuindo o inchaço do corpo.

Amêndoa e noz

Por serem boas fontes de magnésio, amêndoas e nozes atuam como vasodilatadores, ou seja, ampliadores dos vasos sanguíneos, o que auxilia no controle da pressão arterial. Esses alimentos também são ricos em vitamina E, um dos principais antioxidantes naturais existentes, que ajudam a retardar o envelhecimento e diversas complicações cardíacas.

Alimentos ricos em ômega 3

Presente em alimentos como sardinha, salmão, atum, linhaça e azeite, os ácidos graxos ômega 3 devem ser consumidos por pessoas com hipertensão em uma dose acima do valor diário recomendado normalmente, aponta a nutricionista Cátia Medeiros. Estudos comprovam que a ingestão dessa substância está intimamente relacionada à diminuição da vasoconstrição e ao aumento da vasodilatação. Em outras palavras, o ômega 3 não só dificulta a síntese responsável por contrair os vasos sanguíneos como ainda facilita a síntese que promove a sua abertura.

Ervas

O que a salsa, a cebolinha, o coentro, o alecrim, a sálvia, o manjericão, o louro e o tomilho têm em comum? Todos são ótimos temperos naturais e, por isso, podem substituir como nenhum outro alimento o uso do sal. Reduzindo o sal, também há diminuição da ingestão de sódio, um dos principais vilões dos hipertensos. O sódio favorece a retenção de líquidos no organismo, aumentando a pressão arterial e elevando o risco de doenças renais e cardiovasculares.

Cereais integrais

Eles reduzem as chances de diabetes, previnem o câncer, ajudam a manter o peso e ainda são grandes combatentes da hipertensão. Motivos não faltam para incluir cereais integrais, como farelo de aveia e gérmen de trigo, na sua dieta. O grande mérito desses alimentos é a concentração de magnésio, que estimula a dilatação dos vasos sanguíneos, reduzindo, por tabela, o inchaço típico de pessoas que retêm líquidos.

Alimentos ricos em potássio

Se, por um lado, o sódio estimula a retenção de líquidos no organismo, aumentando a circulação sanguínea e, consequentemente, a pressão arterial, o potássio age como um natriurético, estimulando a eliminação do sódio presente no corpo. Assim, alimentos ricos nesse elemento são muito recomendados para hipertensos. O potássio está presente no inhame, no feijão preto, na abóbora, na cenoura, no espinafre, no maracujá, na laranja, na banana e em diversos outros alimentos.

Leite e derivados

Importantes fontes de cálcio, leite e derivados não podem ficar de fora da dieta de pessoas com hipertensão. O cálcio funciona como hipotensor, ou seja, atua na diminuição da pressão sanguínea, uma vez que estimula a eliminação de sódio. A grande vantagem desses alimentos é o fato de pequenas porções apresentarem grande concentração do mineral. Há, ainda, recomendação para que sejam consumidas as versões desnatadas e com baixo teor de gordura, como o queijo branco.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Cuidador de idosos


O progressivo envelhecimento da população e os recentes progressos da medicina têm feito surgir um contingente populacional de idosos cada vez mais frágeis e dependentes da ajuda de outras pessoas.

Há indivíduos que envelhecem com certa independência, mas mesmo eles podem precisar de auxílio para executar as atividades cotidianas de que não sejam mais capazes de realizar por si mesmos ou para executarem o seu processo de reabilitação, quando for o caso.

Outros tornam-se totalmente dependentes como, por exemplo, os portadores da doença de Alzheimer e de Parkinson em estágios avançados, certos tipos de sequelados de acidentes vasculares cerebrais e acamados em geral, e precisam de ajuda permanente.

A vida social atual raramente permite que um familiar possa estar disponível para a tarefa de assistir o idoso.

Assim, vai surgindo aos poucos a nova profissão de “cuidador de idosos”.

Baseada de início em princípios intuitivos, a profissão requer hoje o estabelecimento de algumas regras e conhecimentos a serem seguidos por todos os “cuidadores”, de modo que ele se torne um profissional cada vez mais habilitado para seu mister.

Como grande número de idosos são também doentes ou portadores de sequelas, o cuidador ideal deve reunir algumas habilidades de enfermagem com outras de acompanhante diligente.

O requisito principal é gostar da função de ajudar e não estar apenas cumprindo uma tarefa que, em si, pode ser desinteressante e às vezes difícil.

Ou seja, cuidar com amor e atenção. Por outro lado, esta função requer paciência, tolerância e compreensão, qualidades que o cuidador ou tem ou não tem de maneira espontânea e que dificilmente podem ser treinadas ou adquiridas.

O cuidador não deve ser simplesmente uma pessoa que “faz pelo outro”, mas que seja capaz de estimular aquilo que o outro sabe fazer e fazer por ele apenas o que ele mesmo não consegue mais realizar.

Antes de tudo, a pessoa que deseja ser cuidador deve considerar se o seu perfil pessoal é adequado às tarefas que vai desempenhar e então buscar os conhecimentos e informações que vai necessitar.

Cada idoso apresenta características muito diferentes uns dos outros, especialmente se está sadio ou doente.

Uma das peculiaridades mais comum aos idosos é a de não tolerar mudanças ou novidades.

Eles se apegam a uma rotina costumeira em seus hábitos e ambiente e desejam que ela seja cumprida sem variações.

Assim, reagem negativamente às mudanças de seus horários, à disposição de seus afazeres e mesmo a uma simples mudança da posição de seus móveis.

Terem de se adaptar a uma ligeira modificação nos seus horários ou a uma nova disposição de seus móveis constitui para eles uma grande dificuldade.

Isso lhes impõe novas tarefas, para as quais não estão dispostos, nem preparados.

Em geral, eles têm um entendimento das coisas e uma reação a elas diferente das demais pessoas e muitas coisas que parecem óbvias para todos não parecem assim para o idoso.

Outro comportamento muito comum aos idosos é o esquecimento, principalmente de fatos recentes, e a repetição dos casos que conta.

Ele pode querer que se explique e reexplique várias vezes uma mesma coisa simples, explicação da qual se esquecerá em seguida.

Com a progressão da perda de memória também os fatos antigos serão esquecidos, mas muitos idosos guardam excelentes recordações do passado quando já não conseguem mais lembrar-se de acontecimentos recentes.

Do ponto de vista afetivo, alguns idosos são bem humorados, alegres ou mesmo divertidos, enquanto outros apresentam-se mal humorados, carrancudos, tristes e até agressivos.

Algumas outras características embora não sejam comuns a todos, são frequentes em muitos deles.

Alguns idosos costumam alimentar a suspeita injustificada de que as pessoas estão lhe subtraindo objetos ou valores; outros se tornam avarentos e não concordam em fazer gastos, mesmo dentro de suas possibilidades e em proveito próprio.

Muitas vezes o idoso usa próteses, órteses ou tem de valer-se de acessórios como bengalas, muletas, andadores, cadeiras de rodas, tubos de aeração, sondas, etc., que o cuidador deve saber como manejar adequadamente.

Obviamente nem todo idoso precisa dos mesmos cuidados e uma das primeiras tarefas do cuidador deve ser a de reconhecer o que é necessário para cada indivíduo.

O cuidador deve:

•Conseguir que o idoso mantenha uma orientação tempo-espacial da melhor forma possível.
•Ter cuidados com a alimentação, tanto em termos de higiene quanto de qualidade.
•Zelar pela boa hidratação da pele, pois a maioria dos idosos apresenta pele bastante frágil e que necessita de uma hidratação especial.
•Manter cuidados com o vestuário.
•Cuidar da higiene pessoal, observando a escovação dos dentes, os banhos diários, os cabelos penteados, as unhas limpas e cortadas, etc.
•Estimular atividades que enriqueçam o lazer e tragam prazer de viver, tais como passear, tomar sol, ler, ir ao teatro e ao cinema, por exemplo.
•Administrar os medicamentos de forma correta e nos horários prescritos pelo médico do idoso.
•Ser vigilante com a prevenção de escaras (úlceras por pressão). Principalmente no caso de idosos acamados, que devem ser mudados frequentemente de posição, para que não tenham escaras.
•Comunicar à família qualquer observação relevante na rotina dos idosos.

O idoso deve estar informado de onde se encontra, bem como de qual é o atual período do dia (manhã, tarde ou noite). Em pacientes demenciados a desorientação é uma das causas de confusão e agitação. Se possível, um calendário e um relógio devem ser mantidos ao alcance deles.

Por outro lado, os idosos devem manter certas rotinas que demarquem o tempo como, por exemplo, assistir programas periódicos de televisão, trocar a roupa de cama em um dia certo da semana, comparecer à missa aos domingos, etc.

Com relação ao vestuário, deve-se ficar atento às variações da temperatura ambiente, evitar chinelos, pois eles facilitam quedas, dando preferência a calçados antiderrapantes e livres de cadarços.

Devem ser retirados do chão os tapetes, sapatos e fios, as três coisas que mais causam tombos nos idosos dentro de casa. Além de brinquedos no chão, caso o idoso viva na mesma casa em que se encontrem crianças.

O cuidador deve acompanhar o idoso nas consultas médicas, para que possa prestar atenção às recomendações médicas.

O cuidador deve ser também capaz de prestar pequenos serviços de enfermagem, como tomar a temperatura ou a pressão arterial, fazer pequenos curativos, auxiliar o idoso em suas necessidades fisiológicas, dar banhos, etc.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Trombose Venosa Profunda (TVP) ítem 2


A trombose venosa representa uma patologia potencialmente grave, com formação de um coágulo (trombo) dentro de uma veia profunda.

Este trombo dificulta ou impede o fluxo normal de sangue no interior daquele vaso, criando um problema ao sistema circulatório.

O termo trombose venosa profunda (TVP) diz que a formação deste coágulo ocorreu no sistema venoso profundo, ou seja, nas veias profundas (internas) das pernas.

O que sente uma pessoa com trombose?

•Dor
•Edema (inchaço)
•Calor na perna
•Rubor (vermelhidão) na perna
•Rigidez da musculatura da perna na região em que se formou o trombo.

Cerca de 2/3 dos pacientes com TVP têm história de internação nas últimas semanas que antecedem o evento. Durante a internação e no período imediatamente após a mesma, a pessoa perde sua mobilidade e isto predispõe à trombose. Ou seja, a imobilidade é a principal causa de trombose venosa.

Mas existem também outros fatores de risco genéticos e adquiridos.

Entre os genéticos estão a síndrome de May-Thurner e as trombofilias.

Entre os fatores de risco adquiridos estão:

•Idade: maior risco após os 40 anos de idade
•Obesidade: quanto maior o grau de obesidade, maior o risco de trombose
•Sedentarismo
•Dificuldade de deambulação
•Insuficiência cardíaca e/ou respiratória
•Uso de anticoncepcionais: principalmente se associado a algum fator genético ou ao cigarro
•Reposição hormonal (devido à estrogenioterapia)
•Varizes
•Tabagismo
•Reumatismos
•Doenças inflamatórias do intestino (Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa)
•Doenças renais
•Infecção
•Câncer: os adenocarcinomas são o tipo de tumor mais associado ao risco de trombose
•História prévia de trombose venosa ou embolia pulmonar
•Cirurgias, principalmente as cirurgias ortopédicas como as de colocação de prótese de quadril, de colocação de prótese de joelho (artroplastias de joelho) e das fraturas de quadril.
•Traumatismos
•Viagens aéreas ou terrestres prolongadas
•Gravidez e pós-parto
•Desidratação

O que pode ser feito para evitar a trombose?

•Movimentar as pernas de tempos em tempos quando estiver sentado.
•Tomar bastante líquido.
•Manter um peso corporal saudável.
•Não fumar.
•Para uma pessoa com fatores de risco que precisa internar, pode ser feita uma profilaxia para a trombose, tanto com o uso de medicamentos para evitar a trombose , quanto com o uso de métodos mecânicos como as meias elásticas e os dispositivos que massageiam as pernas ativando a circulação.

O uso de anticoagulantes em doses profiláticas não aumenta o risco de sangramentos durante a cirurgia que será realizada.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Estresse


O estresse é uma reação às pressões excessivas ou a outros tipos de demanda que o indivíduo se impõe ou que a vida coloca sobre ele.

Essas pressões podem vir de muitas fontes diferentes e, quando o seu efeito combinado é excessivo, o estresse ocorre.

Isso significa que ele não é bom para você. É um estado doentio do corpo, da mente ou de ambos.

A conhecida reação de “fuga ou luta” em resposta a um fator estressante é uma resposta a um desafio percebido e não é necessariamente ruim para o indivíduo.

Pode até ser favorável para alertar sobre possíveis ameaças e preparar para a tomada de decisões importantes.

No entanto, permanecer neste estado por tempo prolongado significa que reações químicas estão ocorrendo continuamente no organismo e o resultado podem ser diversas doenças como, por exemplo, a formação de tumores malignos.

Este é o estresse que faz mal às pessoas.

O que fazer para aliviar o estresse?

1. Aprenda a gerir o seu tempo de forma mais eficaz

Gastamos muito tempo fazendo tarefas sem importância, especialmente quando estamos estressados, por isso priorize no seu dia os trabalhos mais relevantes. Aqueles que podem esperar permitem que você tenha tempo para fazer outras atividades menos desgastantes. Além disso, é válido não adiar as tarefas desagradáveis. Procure fazê-las primeiro, quando você está mais descansado. Abandonar o que precisa ser feito provoca uma grande dose de estresse.

2. Adote um estilo de vida saudável

Dieta saudável, exercícios físicos regulares, sono adequado e descanso do corpo aumentam a capacidade de lidar com o estresse que possa vir a ocorrer. Se qualquer uma dessas áreas não está funcionando bem na sua vida, este pode ser um sinal de alerta. Não ignore, peça alguma ajuda.

3. Conheça os seus limites e não exagere

Causamos a nós mesmos um grande estresse porque gostamos que as pessoas nos aprovem e não queremos decepcioná-las. Assim, acabamos por fazer mais do que deveríamos. Aprenda a delegar eficazmente e ser assertivo para que você possa dizer não sem culpa, quando for necessário, sem prejudicar ou ofender outras pessoas.

4. Saiba o que lhe causa tensão

Dedique tempo para descobrir o que está preocupando você e tente mudar seus pensamentos e comportamentos para reduzir o mal estar. A avaliação do estresse pode ajudar a compreender as causas, as implicações desses sentimentos para a sua saúde e como gerenciar, lidar e fazer as alterações necessárias para alcançar uma vida mais plena e tranquila.

5. Evite conflitos desnecessários

O excesso de argumentação realmente vale o seu esforço? Não brigue com pessoas queridas. Não vale à pena. Procure uma solução positiva para ambas as partes envolvidas em uma discussão. O meio termo pode ajudar. Muitas vezes abrir mão em determinadas situações de vida é o melhor a fazer. Saiba qual é a causa real do problema e aprenda a lidar com isto.

6. Aceite as coisas que você não pode mudar

Mudar uma situação difícil, nem sempre é possível. Se este for o caso, reconheça e aceite as coisas como elas são. Concentre-se naquilo que pode ser modificado, empenhe-se no seu melhor e aceite suas falhas.

7. Tire um tempo para relaxar e recarregar as baterias

Um intervalo de uns 10 dias consecutivos por ano é recomendado para descansar e executar seu trabalho de maneira mais eficaz quando retornar. Mesmo uma curta pausa de 10 ou 15 minutos no meio da jornada de trabalho ajuda a relaxar e a concentrar melhor no que você está fazendo.

8. Encontre tempo para sair com os amigos

Amigos podem nos ajudar a ver as coisas de uma maneira diferente. As atividades que fazemos com eles nos ajudam a dar umas boas risadas e mudar o estado mental. Rir estimula o sistema imunológico que fica enfraquecido durante o estresse.

Se ficar estressado, procure se envolver em alguma atividade física. Ela libera substâncias químicas no seu corpo que amenizam o estresse. Práticas de relaxamento, exercícios de respiração, massagens e uma variedade de terapias complementares ajudam a re-equilibrar o corpo.

9. Tente ver as coisas de forma diferente, desenvolva um estilo de pensamento positivo

Se algo está te incomodando, fale sobre o seu problema com alguém antes que ele alcance proporções inaceitáveis. Muitas vezes uma conversa com um amigo ou um familiar ajuda a ver as coisas de uma perspectiva diferente e menos estressante. Considere também procurar a ajuda de um profissional experiente, a fim de alcançar o resultado desejado e evitar problemas de saúde. Um psicólogo, psicoterapeuta ou psiquiatra pode auxiliá-lo bastante nestes momentos.

10. Evite o álcool, a nicotina e a cafeína como mecanismos de enfrentamento do estresse

No longo prazo, esses mecanismos de enfrentamento das questões complexas que todos nós precisamos resolver na vida só fazem aumentar o problema ou criar um outro. A cafeína e a nicotina são estimulantes. O corpo reage a elas com o aumento da resposta ao estresse ou até mesmo causando ansiedade. O álcool é uma substância química depressiva! Todos eles não são uma boa opção, mesmo que a princípio pareçam causar alívio.

sábado, 20 de junho de 2015

Trombose Venosa Profunda (TVP): complicações


Embolia pulmonar

A embolia pulmonar é a obstrução das artérias dos pulmões por coágulos provenientes das veias com trombose venosa. Há dificuldade de oxigenação do sangue com graves alterações do funcionamento do organismo por falta de oxigênio. Quando não tratada corretamente pode estar associada à mortalidade em 30% dos casos. O diagnóstico e tratamento precoces e corretos diminuem esta probabilidade para cerca de 5%.

Síndrome pós-trombótica

É uma complicação que acontece a médio e a longo prazos nas pernas de quem teve TVP. Há uma destruição das válvulas existentes nas veias, as quais são responsáveis por direcionar o sangue para o coração, causando uma inversão do fluxo e um retardo do retorno venoso. Estas alterações podem ocorrer em veias profundas ou superficiais, levando ao escurecimento da pele no local ou a feridas de difícil cicatrização, conhecidas como úlcera de estase ou úlcera varicosa.

A perna fica inchada, dolorida no final do dia, com sensação de peso e dor.

Phlegmasia Dolens

É um quadro grave que acontece quando há uma trombose grave e maciça das veias do membro. A perna fica inchada e pálida, com uma coloração azulada. É um quadro mais encontrado em pacientes com câncer que apresentam TVP.

Até 50% dos pacientes que tiveram TVP podem apresentar algum nível de complicação pós-trombótica.

Há risco de recorrência em quem já teve TVP?

O risco de recorrência é muito frequente em quem já teve trombose.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Uso de drogas sintéticas


O mercado de drogas ilícitas está cada vez mais diversificado. Não param de sintetizar substâncias que mimetizam e potencializam os efeitos da maconha, cocaína ou heroína, e escapam dos testes laboratoriais e dos órgãos de repressão.

Os fabricantes dessas drogas adotam a mesma estratégia da indústria farmacêutica: vasculham a literatura científica atrás de moléculas de interesse comercial. Só que, em vez de pesquisarem tratamentos para enfermidades que afligem seres humanos, procuram nas publicações especializadas os compostos abandonados por causar dependência química e alterações da percepção e do estado mental.

Moléculas com tais propriedades são sintetizadas em laboratórios clandestinos, instalados em fábricas antigas que produziam medicamentos e perfumes na Índia, China e Paquistão. O produto final é entregue aos traficantes em cápsulas, ampolas para injeção ou na forma de pó para ser aspirado ou fumado. O nome popular é escolhido de acordo com a cultura underground local: Miami Ice, MDPV Boliviano, Meow Meow, K2, Spice.

A Europa tem sido o mercado mais ativo. Somente no ano de 2012, o Centro Europeu de Monitoramento de Drogas de Adição detectou, nas ruas, 73 drogas psicoativas anteriormente desconhecidas.

No Reino Unido, o problema é tão grave que os serviços de repressão ao tráfico decidiram testar amostras de urina colhidas aleatoriamente. No decorrer de apenas seis meses de 2014, foram identificadas 13 novas substâncias psicoativas, na urina recolhida de banheiros portáteis do centro de Londres.

Nos últimos anos, um número crescente de drogas sintéticas invadiu o maior mercado consumidor do mundo, sem passar pelo velho Continente. Desde 2009, o DEA, a agência dos Estados Unidos encarregada da repressão às drogas ilícitas, identificou mais de 300 substâncias sintéticas euforizantes apreendidas em cidades americanas.

A maior parte é derivada dos canabinoides, classe à qual pertencem o principio ativo da maconha e vários compostos de interesse medicinal.

Em segundo lugar, aparecem as catinonas sintéticas, obtidas a partir do alcaloide extraído da planta Catha edulis, cujas folhas são mascadas há centenas de anos por populações tradicionais da África Oriental e da Península Arábica, interessadas em seu efeito estimulante, similar ao das anfetaminas. Versões modernas e seguras das catinonas são encontradas em alguns medicamentos, como a bupropiona.

Na produção clandestina, os químicos modificam a molécula de catinona ou de canabinol introduzindo um radical metila em determinada posição, uma hidroxila em outra, um átomo de oxigênio ou de nitrogênio a mais, até obter substâncias causadoras de euforia, alucinações e dependência.

Algumas dessas drogas sintéticas já chegaram no Brasil, outras estão a caminho. São cada vez mais potentes, com efeitos colaterais mal conhecidos, eventualmente devastadores, que aumentam o risco de transtornos psiquiátricos irreversíveis e de mortes por overdose. Quando estiverem à disposição de grande número de usuários, sentiremos saudades dos tempos da maconha e da cocaína.

Se a equivocada política de guerra às drogas foi perdida contra a maconha, cocaína e heroína, com princípios ativos em plantas que exigem cultivo em áreas extensas localizáveis por satélites, laboratórios de refino e transporte em caminhões de carga, a polícia conseguirá impedir que entrem no país drogas sintéticas embaladas como medicamentos?

A cegueira dessa guerra de impacto desprezível no combate ao tráfico, que contribui para disseminar a violência urbana, superlotar cadeias, espalhar a corrupção e criar um Estado paralelo dominado pelo crime organizado, não tem a menor chance de enfrentar o desafio criado pelas drogas sintéticas do século 21.

Não sejamos ingênuos: a única estratégia de eficácia comprovada para reduzir os danos e combater o tráfico é diminuir as dimensões do mercado consumidor, tarefa árdua que exige recursos materiais, participação dos meios de comunicação em massa e empenho da sociedade na educação das crianças e no tratamento dos usuários crônicos.


Dráuzio Varella

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Leucemias


A leucemia é um câncer que afeta a medula óssea, produtora de glóbulos sanguíneos, afetando as células brancas do sangue.

As células anormais jovens passam a ser produzidas em tal profusão e com tal velocidade que podem suprimir a produção de células normais.

Há dois tipos clínicos de leucemias, classificados de acordo com as linhagens de glóbulos brancos afetados - as linfoides e as mieloides.

As leucemias linfoides afetam as células da medula óssea que originam linfócitos. São chamadas de leucemia linfoide, linfocítica ou linfoblástica.

As leucemias mieloides afetam as células que dão origem às plaquetas, eritrócitos e outros elementos encontrados do sangue.

São chamadas mieloide ou mieloblástica.

Qualquer uma das duas pode ser aguda, caracterizada pela rápida proliferação de células imaturas do sangue e com quadro clínico que se agrava rapidamente; ou crônica, na qual os sintomas são brandos e vão se agravando gradualmente.

A leucemia linfocítica aguda é mais comum nas crianças e a leucemia linfocítica crônica ocorre mais depois dos 55 anos.

Já a leucemia mieloide crônica é mais comum em adulto e a mieloide aguda pode acometer tanto adultos quanto crianças.

A causa das leucemias ainda não é inteiramente conhecida e talvez cada tipo da doença possua sua própria causa.

Na verdade, sabe-se de alguns fatores que parecem estar ligados ao surgimento ou ao desencadeamento delas, dentre os quais estão a herança genética, a contaminação por certos tipos de vírus, a radiação, a poluição, o tratamento quimioterápico, dentre outros.

Os sintomas das leucemias são extremamente variáveis. Suas manifestações dependem da infiltração de células sanguíneas imaturas nos tecidos do organismo (como amígdalas, linfonodos, pele, baço, rins, sistema nervoso etc.) e a ocupação da medula óssea com essas células sanguíneas imaturas, o que pode causar:

•Uma síndrome anêmica (por diminuição das hemácias).
•Uma síndrome hemorrágica (em virtude de uma trombocitopenia).
•Uma síndrome leucopênica (diminuição de leucócitos normais).

Os sintomas experimentados pelo indivíduo serão, portanto, em graus e associações variáveis, próprios de cada uma dessas síndromes.

O médico (clínico geral, pediatra, hematologista, geriatra) fará uma história clínica e o exame físico que podem ser sugestivos de uma primeira suspeita.

O hemograma pode reforçar essa suspeita.

O mielograma, um exame das células da medula óssea, extraídas preferencialmente do osso ilíaco ou do esterno, é muito importante para determinar a forma das células e proceder ao exame citoquímico delas.

Uma punção lombar pode ser feita tanto para análise do líquor quanto para introdução de quimioterapia. Pode-se proceder também à pesquisa de alguns marcadores de superfície das células imaturas.

Alguns exames de imagem (como radiografia e tomografia computadorizada) também podem ajudar no diagnóstico.

O tratamento das leucemias tem o objetivo de destruir as células neoplásicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais.

Isso é feito através de medicamentos quimioterápicos e, eventualmente, radioterapia.

Deve ser feito o controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e a prevenção ou combate à afetação do sistema nervoso central.

Durante o tratamento o paciente recebe frequentes transfusões de hemácias e plaquetas.

Mesmo depois de normalizada a contagem de células, o tratamento deve continuar por um ou dois anos para destruir completamente as células anormais residuais. Em alguns casos, um transplante de medula é necessário.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Hemoglobinúria Paroxística Noturna


Hemoglobinúria é a presença da hemoglobina (proteína de transporte de oxigênio) na urina, em concentrações anormalmente altas, conferido à urina uma coloração vermelha translúcida.

A hemoglobinúria paroxística noturna é uma doença adquirida, rara, caracterizada pela destruição de células vermelhas do sangue e pela eliminação paroxística de hemoglobina.

O nome da doença é um termo descritivo que se refere ao fato de que a desagregação das células vermelhas do sangue e a liberação de hemoglobina na urina se manifesta mais proeminente na parte da manhã. A hemoglobinúria é de natureza episódica e se dá durante a hemólise intravascular, geralmente à noite, embora possa ocorrer em qualquer momento do dia, pelo que a urina da manhã é cor de Coca-Cola.

Embora tenha um componente genético, não se herda a hemoglobinúria paroxística noturna. A doença é adquirida por meio de mutações genéticas que ocorrem ao longo da vida no gene chamado PIG-A.

O defeito genético responsável pela hemoglobinúria paroxística noturna ocorre nas células tronco da medula óssea, que dão origem às células vermelhas e demais células do sangue.

Elas ficam deficientes em uma classe de proteínas que protegem de destruição as células vermelhas do sangue.

Portanto, a maioria das doenças associadas com essa condição (anemia hemolítica, trombose e infecções) é resultado de uma deficiência destas proteínas.

Na hemoglobinúria paroxística noturna as hemácias tornam-se mais vulneráveis à destruição, liberando um excesso de hemoglobina na corrente sanguínea.

Filtrada nos rins, ela aparece na urina, dando a ela a cor avermelhada.

Alguns dos sintomas principais da hemoglobinúria paroxística noturna incluem crises de dores abdominais, dores de cabeça, dores nas costas, fraqueza, dores musculares, fadiga, infecções recorrentes e disfunção erétil.

Em geral, eles começam em torno dos 35 ou 40 anos de idade, mas alguns casos eventuais são diagnosticados na infância ou na adolescência.

O sintoma clássico de sangue vermelho brilhante na urina (hemoglobinúria) ocorre em cerca de 50% dos pacientes, sendo mais perceptível na parte da manhã.

Os ataques de hemoglobinúria podem ser precipitados por infecções, uso de álcool, exercício físico extremo, estresse emocional ou certos medicamentos.

Os coágulos de sangue (trombose) ocorrem quase exclusivamente nas veias e são a principal causa de morte na hemoglobinúria paroxística noturna.

Todas as veias, especialmente aquelas no abdome, podem ser afetadas, mas as tromboses mais frequentes são as da veia hepática (síndrome de Budd-Chiari) e veia sagital (em uma veia da cabeça).

Devido ao amplo espectro de sintomas associados à hemoglobinúria paroxística noturna, não é incomum que se passem meses ou anos antes que o diagnóstico seja estabelecido.

A descoloração da urina, a formação de inexplicáveis coágulos e a anemia são dados importantes na história clínica.

Exames de sangue e análise dos glóbulos vermelhos são essenciais.

A citometria de fluxo é o exame de rastreamento de escolha.

O tratamento da hemoglobinúria paroxística noturna depende da gravidade dos sintomas.

Alguns pacientes que só experimentam sintomas leves ou não têm nenhum sintoma, não requerem um tratamento maior do que o uso de ácido fólico e suplementação de ferro, para aumentar os glóbulos vermelhos.

Ao longo do tempo, a doença pode progredir e necessitar de cuidados mais agressivos.

Em pacientes anêmicos e com sinais de hemólise, a prednisona (um corticoide) é frequentemente administrada como tentativa de diminuir a taxa de destruição das células vermelhas do sangue.

Em casos mais graves da doença, podem ser necessárias transfusões de sangue.

Pacientes com trombose aguda devem ser tratados com terapia trombolítica e anticoagulante. Os antiagregantes plaquetários podem ajudar a prevenir a formação de coágulos sanguíneos.

Ao contrário, medicamentos que aumentam o risco de trombose devem ser evitados.

A terapia curativa da hemoglobinúria paroxística noturna é o transplante de medula óssea a partir de um doador, mas nem sempre é encontrado um doador compatível.

A sobrevida média após o diagnóstico é de dez anos.

No entanto, alguns pacientes podem sobreviver por décadas apresentando apenas sintomas leves.

A morte acontece em aproximadamente 50% dos indivíduos por complicações trombóticas.

As complicações variam desde coisas mínimas, como descoloração da urina, até graves, como leucemia, trombose e acidente vascular cerebral.

Uma possível complicação da hemoglobinúria paroxística noturna é a formação de coágulos de sangue.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Doença de Behcet (ou Behçet)


A doença de Behçet (ou Behcet) é uma desordem rara que causa inflamação generalizada em todos os vasos sanguíneos do corpo. Esta inflamação leva a numerosos sintomas que a princípio podem parecer não relacionados.

As causas da doença de Behcet ainda não são totalmente conhecidas, mas ela parece pertencer ao rol das doenças autoimunes, o que significa dizer que o corpo ataca por engano algumas de suas células sadias. Fatores tanto genéticos como ambientais são responsáveis pela doença de Behçet.

Alguns pesquisadores acreditam que infecções por vírus ou bactérias podem desencadear a doença em pessoas predispostas. A doença de Behçet afeta igualmente homens e mulheres, usualmente na década dos 20 ou dos 30 anos, embora a doença exista também em crianças e tenda a ser mais grave no sexo masculino.

Os sinais e sintomas da doença de Behcet variam de pessoa para pessoa e podem desaparecer e reaparecer por si próprios. A doença tem períodos de remissão ou de agravamentos espontâneos. Os sinais e sintomas dependem ainda da parte do corpo que seja afetada. As áreas mais comumente comprometidas são a boca, a pele, os genitais, os olhos, as articulações, os vasos sanguíneos, o cérebro e o sistema digestivo.

Na boca, podem ocorrer feridas arredondadas que logo se tornam ulceradas. Estas feridas usualmente desaparecem dentro de uma a três semanas, mas podem reaparecer. Na pele as lesões são variáveis em aparência e afetam sobretudo os membros inferiores. Nos genitais as lesões geralmente atingem a vulva ou o escroto e são ulcerações avermelhadas.

Nos olhos podem causar uveítes. Nas articulações, geralmente ocorre inchaço e dor, principalmente nos joelhos, embora os punhos, cotovelos e tornozelos também possam ser envolvidos. No sistema vascular pode ocorrer inflamação das veias e das grandes artérias, as quais podem produzir um coágulo sanguíneo. A maioria dos sinais e sintomas da doença de Behçet é causada por essa vasculite. No sistema digestivo a doença de Behçet pode gerar sintomas muito variáveis, que incluem dor, diarreia ou sangramento. No cérebro a doença de Behcet causa inflamação do sistema nervoso que pode levar a dores de cabeça, febre, desorientação, desequilíbrio ou mesmo acidente vascular cerebral.

O médico deve basear-se principalmente nos sinais e sintomas da doença para fazer o diagnóstico, porque nenhum teste pode determinar em forma definitiva se uma pessoa tem ou não esta patologia. Exames de sangue e outros testes de laboratório podem ser pedidos para excluir outras doenças de sintomas assemelhados.

A doença de Behcet não tem cura. O tratamento visa reduzir os sinais e sintomas da doença e prevenir complicações sérias, como a cegueira, por exemplo. Se o quadro sintomático for leve, o paciente pode passar sem tomar remédio nos períodos intercrises. Se for mais sério, medicações podem ser necessárias de maneira permanente para controlar os sintomas.

Cremes para a pele, colírios para os olhos, soluções bucais, dentre outros produtos podem ser usados para sintomas individuais. Se as medicações tópicas não controlarem os sintomas podem ser usadas medicações sistêmicas. Ocasionalmente podem ser usados corticosteroides ou medicações que suprimam ou debilitem o sistema imune ou modifiquem a resposta dele.

Não há como prevenir a doença de Behçet.

Com a passagem do tempo, os sintomas da doença de Behcet podem se tornar menos severos.

A doença de Behçet pode levar a várias complicações, conforme a área acometida. Por exemplo: inflamação que ocorre nos vasos sanguíneos da retina podem levar a complicações graves, inclusive cegueira e a inflamação das artérias de grande calibre pode levar a aneurisma, estreitamento ou bloqueio total dos vasos.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Chinkungunya


A Febre de Chihungunya é uma enfermidade causada pelo vírus Chinkungunya.

Assim como na Dengue, a transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus.

Este vírus foi isolado pela primeira vez na Tanzânia, na década de 1950 e, na época causava epidemias na África e na Ásia.

O nome deriva do dialeto daquela região, onde o vírus foi inicialmente isolado e significa "aqueles que se dobram", devido à aparência das pessoas com dores articulares causadas pela enfermidade.

A Febre foi introduzida nas Américas através do Caribe, com os primeiros casos ocorridos em outubro de 2013, evoluindo para uma epidemia local.

Em fevereiro de 2014 aconteceram os primeiros casos na América do Sul, na Guiana Francesa e, em setembro deste mesmo ano, foram confirmados os dois primeiros casos no Brasil.

Dados da OMS mostram que em janeiro de 2014 havia 111 casos notificados no continente americano, em comparação a 1,16 milhões de casos notificados um ano depois, em janeiro de 2015.

A enfermidade tem grande potencial epidêmico, com taxas que variam de 38% a 63%.

Surtos da Chinhungunya, com transmissão autóctone, já ocorrem no Brasil, particularmente na Bahia e Minas Gerais.

O risco de grandes epidemias é elevado, uma vez que muitas cidades brasileiras apresentam alta taxa de infestação pelo Aedes e a quase totalidade da população brasileira não tem imunidade contra este vírus, além de não desenvolver consciência aos aspectos que podem reduzir a incidência deste artrópode.

sábado, 13 de junho de 2015

Cefaleia "tipo enxaqueca"


Embora não haja cura para a enxaqueca, existe uma série de tratamentos que podem ajudar bastante.

Como é feito o controle dos fatores predisponentes e desencadeantes:

•Distribuir adequadamente a carga de tarefas, evitando acúmulo, seja no trabalho, seja em casa.
•Para as pessoas que trabalham o dia inteiro, evitar o estresse de levar trabalho para casa.
•Procurar dormir adequada e regularmente, evitando dormir pouco ou demais, ou seja, estender o sono além do horário usual de acordar.
•Evitar fadiga excessiva.
•Fazer as refeições em horários regulares e não pular refeições.
•Eliminar os alimentos identificados como desencadeantes das crises.
•Reduzir a ingestão de café, chá e álcool.
•Evitar o uso de analgésicos sem supervisão médica.
•Evitar exposição à luz, ruídos e cheiros fortes.
•Realizar uma atividade física regular, mas não se exercitar em dias muito quentes.
•Fazer um controle da pressão arterial – a hipertensão pode ser um fator facilitador das crises de enxaqueca.
•Avaliar a possibilidade de medicamentos estarem facilitando as crises – dentre eles devemos chamar a atenção para os anticoncepcionais.


Como é o tratamento de ataque ou abortivo:


É o tratamento da crise – repouso em local escuro, relaxamento. Com isto muitas crises são abortadas logo no inicio. Nas dores mais fortes o uso de analgésicos tem sido indicado.


Como é o tratamento profilático ou preventivo:

Existem algumas situações em que é necessário um tratamento diário, prolongado (6 a 12 meses), no sentido de evitar crises. Sabe-se que a presença de dor facilita o aparecimento de novas dores.

Vários medicamentos podem ser utilizados, mas a maioria não tem nenhuma ação analgésica – sua ação é nos mecanismos centrais da enxaqueca.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Triglicérides elevados: o quê fazer?


Se o seu médico disse que seus níveis de triglicérides estão muito altos, você pode tomar decisões e atitudes que reduzem estes níveis em algumas semanas.

A maioria das pessoas com hipertrigliceridemia (elevação dos triglicérides no sangue) tem outros fatores de risco para doenças cardíacas associados ao aumento dos triglicérides, como obesidade, colesterol alto e pressão alta (hipertensão arterial). Elas também geralmente já têm conhecimento a respeito de uma dieta saudável para o coração, então basta acrescentar alguns itens a esta dieta, como a redução da ingestão de carboidratos, para customizar um plano alimentar que reduza os triglicérides.

O que mudar na alimentação para reduzir os triglicérides:

•Coma menos açúcar e menos alimentos com acréscimo de açúcar. Somente este passo isoladamente pode fazer diferença em um período de apenas 2 ou 3 semanas.
•Diminuir também os outros carboidratos como farinhas e massas em geral.
•Elimine as gorduras saturadas e as gorduras trans da dieta e limite os outros tipos de gordura para menos de 30% da ingestão calórica diária.
•Coma alimentos ricos em ômega-3, como salmão e truta, duas a três vezes por semana, ou use uma colher de sopa de semente de linhaça ou de outros grãos todos os dias.
•Faça pequenas refeições ou lanches a cada três horas ao invés de apenas três refeições ao longo do dia.
•Evite o consumo excessivo de álcool, ele eleva os níveis de triglicérides.
•Não tome refrigerantes.
•Dê preferência para sucos de frutas naturais, legumes, verduras e grãos integrais.
•Use adoçante no lugar de açúcar.

A redução dos triglicérides envolve mudanças no estilo de vida:

•Alcance e mantenha um peso corporal saudável. Isto depende do quanto você precisa perder, mas fazer uma dieta durante um mês pode reduzir os níveis de triglicérides, mesmo que a perda de peso seja mais lenta e exija mais dedicação da sua parte.
•Exercite-se durante 30 minutos todos os dias para evitar doenças cardíacas e durante 60 a 90 minutos para também perder peso. Isto é o ideal, mas qualquer atividade física é melhor do que ficar parado.
•Abandone o cigarro, se você é fumante, e não comece a fumar se você não tem este vício. Se você não consegue abandonar o cigarro sozinho, procure ajuda de grupos especializados no apoio de pessoas que querem parar de fumar.
•Controle sua glicemia (níveis de açúcar no sangue).
•Pode ser necessário suspender o uso de alguns medicamentos como contraceptivos, esteróides, antipsicóticos e diuréticos. Procure ajuda médica para receber uma orientação mais detalhada.

Nos casos em que os níveis de triglicérides estejam muito elevados (geralmente acima de 500 mg/dL), o uso de medicamentos é fundamental para evitar complicações no pâncreas, como a pancreatite.

Quando os níveis estão no limite superior da normalidade (150 a 200 mg/dL) e não há outras condições sérias associadas, é possível reduzir os triglicérides sem o uso de medicações. Mas a maioria costuma precisar de medicamentos para reduzir os triglicérides.

Quais são estes medicamentos:

•Fibratos: incluem o gemfibrozil e o fenofibrato. Os fibratos reduzem com sucesso os triglicérides, mas podem interagir de maneira perigosa com outras medicações para reduzir o colesterol. Devem ser usados com prescrição médica, assim como qualquer outra medicação.
•Niacina: não use niacina por conta própria. Suplementos vitamínicos com niacina podem conter quantidades excessivas ou muito baixas desta vitamina e podem causar efeitos colaterais sérios. Discuta o uso de niacina com um clínico geral, endocrinologista ou cardiologista.
•Estatinas: as estatinas são boas para reduzir o colesterol, mas apenas ajudam na redução de triglicérides quando há uma discreta elevação dos seus níveis.
•Sequestradores dos ácidos biliares: reduzem o colesterol, mas podem aumentar os níveis de triglicérides

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Temperatura do corpo humano


A temperatura do corpo é dada pelo equilíbrio entre a sua capacidade para gerar ou absorver calor e para liberá-lo. Se o corpo se aquecer demais (hipertermia) os vasos sanguíneos da pele se dilatam e um maior fluxo sanguíneo transporta o excesso de calor à superfície da pele provocando o suor, na tentativa de reequilibrar a temperatura corporal.

Adicionalmente, no mesmo sentido, a evaporação do suor ajuda a resfriar o corpo. Se ele estiver muito frio, os vasos sanguíneos da pele se contraem, de modo que o fluxo de sangue para a pele fica reduzido, conservando calor. Para gerar mais calor, o indivíduo pode começar a ter arrepios e tremores que são tentativas naturais de reaquecer o corpo.

Normalmente o corpo humano consegue manter sua temperatura dentro de uma estreita faixa de variação, a despeito das grandes mudanças de temperaturas ambientais, pois dispõe de um centro nervoso regulador localizado no hipotálamo.

No entanto, se essas variações forem muito extremas, esse mecanismo de controle pode não dar conta de fazer um ajuste adequado e o corpo se esfria demais (hipotermia) ou se aquece demais (hipertermia).

Há espécies animais ditas de sangue frio, que não têm esse mecanismo de controle, nas quais o corpo assume a mesma temperatura do ambiente em que se encontra.

A temperatura corporal pode ser medida em vários locais do corpo, sendo boca, orelha, axila e reto os locais mais comumente usados. Entre nós, a via axilar é a mais usada.

As pessoas costumam fazer uma estimativa da temperatura corporal verificando com a mão a temperatura em sua testa, mas isso não é muito confiável, o ideal é usar um termômetro. Conforme o país, os termômetros para medir a temperatura corporal são calibrados em graus Fahrenheit (°F) ou graus Celsius (°C).

No Brasil, a temperatura corporal é medida em graus Celsius. A maioria das pessoas tem uma temperatura corporal "normal" (eutermia) que varia entre 35,5 e 37,0°C, com média entre 36,0 e 36,5°C, quando medida nas axilas, entre 36,0 e 37,4°C se medida na boca e entre 36,0 e 37,5°C com a medição feita no reto.

Além disso, a temperatura corporal sofre variação diária de até 0,6°C, dependendo da hora do dia e da atividade da pessoa, sendo mais baixa pela manhã.

A temperatura do corpo da mulher pode ser maior ou menor conforme a fase do ciclo menstrual em que ela esteja, sendo maior durante a ovulação.

Chama-se temperatura basal à temperatura mais baixa atingida pelo corpo humano durante o repouso prolongado, geralmente durante o sono. Uma temperatura axilar acima de 37,8°C, que pode ocorrer como reação a uma infecção, é considerada febre.

Outros fatores que podem elevar a temperatura do corpo são medicamentos como os antibióticos, narcóticos, barbitúricos, anti-histamínicos e outros. Também os traumas, um ataque cardíaco, o acidente vascular cerebral, a insolação ou as queimaduras podem ter o mesmo efeito.

Até mesmo outras condições médicas, tais como artrite, hipertireoidismo e alguns tipos de câncer podem fazer subir a temperatura corporal. A maioria das febres pode ser reduzida por medicamentos antipiréticos.

Por outro lado, uma temperatura corporal muito baixa pode ocorrer a partir da exposição ao frio, choque, álcool, uso de drogas, certas doenças metabólicas como a diabetes ou o hipotireoidismo. A baixa temperatura do corpo pode também estar presente em uma infecção, particularmente em recém-nascidos, idosos ou pessoas muito fragilizadas. Uma infecção severa, como a sepse, por exemplo, pode ser causa de temperaturas corpóreas anormalmente baixas. As temperaturas muito baixas podem ser uma condição grave, até mesmo levando ao risco de vida e constituem, por isso, uma emergência médica.

Quando o ajuste da temperatura, normalmente feito pelo hipotálamo, não acontece e ela sobe, temos a febre. A hipertermia, ao contrário, é causada pela exposição prolongada a altas temperaturas, quando as condições do corpo para suar e transferir o calor para o ambiente ficam reduzidas. Os bebês, as pessoas idosas e as que têm problemas crônicos de saúde têm maior risco de sofrerem este tipo de variação na temperatura.

Os sintomas da hipertermia incluem alterações tais como dores de cabeça, confusão mental, delírio, perda da consciência e pele avermelhada, quente e ressecada. A insolação por esforço pode se desenvolver quando uma pessoa trabalha ou se exercita sem moderação em um ambiente anormalmente quente.

Uma pessoa com hipertermia e esforço pode suar profusamente, mas ainda assim o corpo produz mais calor do que ele é capaz de eliminar. Os diversos tipos de insolação causam desidratação grave, criando uma emergência médica com risco de vida. Os medicamentos usados para baixar a febre não surtem efeito nessa condição. A temperatura deve ser abaixada através de outro procedimento: colocar a pessoa à sombra ou em um ambiente frio, dar de beber bastante água potável, remover as roupas que possam manter o calor, assentar na frente de um ventilador, tomar banho em água morna ou fria, etc.

Nas hipotermias, a temperatura corporal cai abaixo da que é necessária para o metabolismo e para exercer as funções corporais. Os sintomas usualmente começam a aparecer quando a temperatura corporal abaixa 1 a 2°C do normal. Isso pode ser deliberadamente induzido, sob controle, como recurso de certos tratamentos médicos.

A temperatura interna do corpo, também chamada temperatura central, medida no ânus ou na boca (sublingual), é normalmente mantida dentro de uma faixa estreita de modo que as reações enzimáticas essenciais possam ocorrer. A elevação ou diminuição significativa dessa temperatura por um tempo prolongado é incompatível com a vida. Essa temperatura em geral é cerca de 0,5°C mais elevada do que a temperatura periférica.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

BCG: vacina contra a Tuberculose


A BCG é uma vacina contra as formas graves de tuberculose que pode ser também usada como quimioterapia local no câncer de bexiga e em certas formas de lepra, por exemplo. A vacina conhecida como BCG é composta pelo Bacilo de Calmette & Guérin (donde a sigla BCG), obtido pela atenuação da bactéria viva Mycobacterium bovis, a qual transmite a tuberculose bovina, mas que perdeu sua virulência em humanos.

Ela substitui a infecção selvagem pelo bacilo de Koch, que é grave, por uma infecção inofensiva, deixando igual imunidade, sem causar a doença. O nome da vacina é uma homenagem a Albert Calmette e Camille Guérin, respectivamente um médico e um veterinário franceses, os dois cientistas que a desenvolveram em 1908.

No Brasil, a vacina foi introduzida nos programas de saúde pública em 1967 e se tornou obrigatória, devendo ser aplicada o quanto antes, preferencialmente ainda no berçário. Ela tem boa eficácia na redução das formas graves da doença, mas a sua efetividade na redução dos casos simples não é a ideal.

Um teste dérmico da tuberculina deve ser feito antes da vacina, menos em neonatos, para apurar a sensibilidade à mesma. Se o teste for positivo, a vacina deve ser evitada. A vacina é aplicada em dose única, normalmente no recém-nascido ou após o primeiro mês de vida, o mais cedo possível. Ela deve ser aplicada rigorosamente por via intradérmica, na parte proximal do braço direito, próxima à inserção do músculo deltoide, local onde ela é mais bem aceita e onde a cicatriz permanente pode ficar encoberta pelas mangas curtas das blusas.

A aplicação acidental subcutânea pode implicar em sérias complicações. Deve aplicar-se 0,1cm³ da vacina com uma agulha fina entre a epiderme e a derme. As nádegas podem também ser uma alternativa. Isso causa apenas um leve ardor momentâneo e somente semanas depois começa a reação à BCG, constante de inflamação local e eventual produção de secreção. Essa ferida é esperada e necessária para conferir validade à vacina. Geralmente, não há dor no local da picada.

A vacinação deve ser universalmente aplicada em todas as crianças recém-nascidas ou, se isso não for possível, logo após o primeiro mês de vida. Ela pode ser administrada inclusive a crianças com sorologia positiva para o HIV que não apresentam sintomas ou a filhos de mulheres soropositivas assintomáticas. Nas áreas de alta prevalência da tuberculose, deve-se também vacinar as crianças de seis a sete anos de idade, por ocasião da ida à escola, se elas não tiverem registro de um esquema vacinal completo contra a tuberculose.

A vacina não deve ser aplicada a pessoas com sorologia positiva para HIV que apresentem sintomas da doença, a crianças recém-nascidas com peso inferior a 2000 gramas, na presença de manifestações anômalas da pele, hipersensibilidade conhecida aos componentes de qualquer vacina e reação anafilática após tomar uma dose dessa vacina. A vacina também não deve ser dada a pessoas com teste dérmico positivo. Quando a vacina for feita com bactéria atenuada ou vírus vivo ela não deve ser dada a pessoa com imunodeficiência, neoplasia maligna e tratamento massivo com corticoides.

A eficácia da vacina é reportada diferentemente em diversas pesquisas. Pesquisas realizadas no Reino Unido apontam uma eficácia entre 60% e 80%, mas esse número é menor em outros lugares. Da mesma forma, é variável a estimativa da duração da proteção, ficando, na maioria dos casos entre 15 e 20 anos, embora já tenham sido constatadas imunidades mesmo 60 anos depois da vacina. Essas variações talvez se devam à potência da vacina empregada, a variações genéticas das populações ou à interferência de outras bactérias. A BCG é bastante eficaz contra a meningite tuberculosa em crianças e contra a tuberculose disseminada, mas de eficácia muito variável na tuberculose pulmonar.

Logo em seguida à aplicação da vacina forma-se um nódulo local que evolui para pústula. Depois, forma-se uma crosta e uma ulceração, com duração habitual de seis a dez semanas. De tudo isso resulta uma pequena cicatriz característica no local da injeção, quase sempre no braço direito.

De modo geral, não ocorrem complicações com a vacinação pela BCG. Algumas pessoas (geralmente crianças) podem apresentar reação mais intensa que o comum, com uma ferida purulenta e crescimento ganglionar nas axilas. Nesses casos, muito pouco frequentes, pode ser necessário tomar antibióticos dirigidos ao bacilo vacinal. Também pode haver uma infecção secundária no local da aplicação que exija intervenção médica. Bebês com deficiência da imunidade celular podem apresentar uma grave infecção pelo bacilo da vacina e precisam ser tratados imediatamente.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Farmacocinética da quetiapina



Todos os agentes antipsicóticos comercializados são antagonistas dos receptores dopaminérgicos D2.

Acredita-se que o bloqueio desses receptores em várias partes do cérebro fundamenta não somente a sua eficácia clínica como também alguns de seus efeitos colaterais.

Do mesmo modo que bloqueiam receptores D2, a clozapina e outros antipsicóticos atípicos apresentam uma afinidade por receptores serotoninérgicos 5-HT2 que é pelo menos tão alta quanto a sua afinidade pelos receptores D2.

Acredita-se que a atividade dos antipsicóticos atípicos possa resultar de uma modulação balanceada das vias neuronais tanto serotonérgicas quanto dopaminérgicas.

Em particular, acredita-se que a eficácia de agentes atípicos no tratamento dos sintomas negativos e cognitivos da esquizofrenia seja mediada pela modulação serotonérgica no córtex pré-frontal.

A Quetiapina tem alta afinidade pelo receptor da histamina (receptor H1 => Histamina, formula química C5H9N3, é amina biogênica vasodilatadora envolvida em processos bioquímicos de respostas imunológicas; exerce também função reguladora na fisiológica intestinal além de atuar como neurotransmissor - encontrada também no organismo humano, é produto da descarboxilação da histidina, aminoácido presente nos mastócitos e basófilos [diferentes tipos de glóbulos brancos]) e acredita-se que ele intervenha na sonolência relatada por alguns pacientes no início do tratamento.

Em doses mais baixas, bloqueia completamente os receptores de H1 sem atingir o bloqueio do receptor D2.

Por isso a retirada abrupta da Quetiapina pode provocar uma "grande reação alérgica" no paciente, mas isso não deve ser confundido com "crise de abstinência, pois a Quetiapina não gera dependência química.

A Quetiapina, após o processo hepático de metabolização, produz cerca de 20 metabólitos, a maioria deles inativo.

No entanto, há a Norquetiapina, metabólito da Quetiapina responsável pelos efeitos antidepressivos, que apresenta importante efeito antagonista em bomba de recaptação de noradrenalina com alta afinidade por esta estrutura.

Os efeitos colaterais mais comuns com o uso da Quetiapina são: inicialmente boca seca seguida de tontura, astenia leve, obstipação, taquicardia, hipotensão ortostática e dispepsia.

Em menor escala, podem ocorrer: ganho de peso, síncope, síndrome neuroléptica maligna (febre com rigidez muscular e dificuldade de respirar), leucopenia, neutropenia e edema (inchaço) periférico (extremidades).



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Nova tecnologia para os olhos


Talvez você esteja lendo estas palavras através de um óculos ou de uma lente.

Contudo, no que depender dos canadenses da Ocumetics, você não vai mais precisar dessa ajudinha.

A empresa afirma estar desenvolvendo um dispositivo que deverá ser implantado no olho e não só vai corrigir qualquer problema de visão, como também torná-la melhor, superior à visão humana padrão.

De acordo com a CBC, a Ocumetics Bionic Lens pode ser implantada no olho em uma micro cirurgia de 8 minutos.

O material do dispositivo não afeta a fisiologia do olho e torna a visão cerca de três vezes melhor.

Uma placa que uma visão saudável não enxerga a 10 metros, ficará nítida a 30 metros de distância, por exemplo.

O "gadget" promete ainda acabar com os sintomas de dores de cabeça e desconforto enfrentados por muita gente ao assistir a filmes 3D.

Qual é a mágica por trás disso?

A Ocumetics não detalha a tecnologia por trás de seu produto, mas afirma que está pronta para iniciar testes em animais e estima que o dispositivo esteja disponível comercialmente já em 2017.

sábado, 6 de junho de 2015

Diferenças existentes entre os medicamentos que têm como princípio ativo pantoprazol sódico e pantoprazol magnésio di-hidratado


Quais as diferenças existentes entre os medicamentos que têm como princípio ativo pantoprazol sódico e pantoprazol magnésio di-hidratado?

Resposta

Os inibidores da bomba de prótons (IBP) são medicamentos anti-secretores de ácido clorídrico, por isso estão indicados para úlcera péptica associada à H. pylori ou ao uso continuado de anti-inflamatório (AINEs) e ácido acetil salicílico, dispepsia não associada à úlcera, doença do refluxo gastro-esofágico (DGRE) e esofagite de refluxo, além de participarem de esquemas de erradicação de H. Pylori (Wanmmacher 2012).

Evidências clínicas demonstram similar eficácia entre os IBPs no tratamento da esofagite de refluxo e na cicatrização de úlceras pépticas e duodenais (Wanmmacher 2012).

No Brasil, pantoprazol pode ser comercializado sob a forma de pantoprazol sódico sesquiidratado e pantoprazol magnésico dihidratado 40mg (i-Helps 2012).

Pantoprazol magnésico di-hidratado é um medicamento novo (i-Helps 2012). Não é comercializado nos Estados Unidos (APhA 2010).

Pantoprazol magnésico tem meia vida de eliminação maior que o pantoprazol sódico, resultando assim a uma exposição mais prolongada ao medicamento (Hein 2011).

Estudo aleatório, duplo-cego, controlado, multicêntrico realizado na Alemanha, comparou a eficácia entre pantoprazol sódico e pantoprazol magnésico para tratamento de DRGE. O estudo demonstrou que pantoprazol magnésico é tão eficaz, seguro e bem toleraado quanto o pantoprazol sódico no tratamento de fases I e III da DRGE (Hein 2011).

A diferença entre os dois sais do fármaco pantoprazol é farmacocinética. Conforme visto, o pantoprazol magnésico tem maior meia-vida de eliminação do que o pantoprazol sódico.

E mais nada!

NÃO ADIANTA PAGAR MAIS CARO POR UM PRODUTO QUE FAZ A MESMA COISA QUE OUTRO!

LEMBRE-SE DE QUE O "MARKETING" FAZ MILAGRES COM SUA LINGUAGEM!

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Uso Racional de Medicamentos. Temas Selecionados. Série A. Normas e Manuais Técnicos. 1a. edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

2. Hein J. Comparison of the efficacysafety of pantoprazole magnesium pantoprazole sodium in the treatment of gastro-esophageal reflux disease: a randomized, double-blind, controlled, multicentre trial. NCBI. 2011;31(9):655-64.

3. HIS-PROD Medicamentos: Histórico de Registro de Medicamentos. São Paulo: Optionline - Health Environment Legal Prevention & Safety. Dsponível em: http://www.i-helps.com. Acesso em: 23.07.2012.

4. Lacy LF, Armstrong LL, Goldman MP, Lance LL. American Pharmacists Association (APhA): Drug Information Handbook with international trade names index. 19 Ed. Lex-Comp. Ohio. 2010.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Prometazina (Fenergan)


A prometazina é um anticolinérgico e anti-histamínico.

É usado em psiquiatria para combater o efeito colateral dos antipsicóticos e para induzir o sono.

Só há uma apresentação no mercado com o comprimido com da dose de 25mg.

O comprimido pode ser dividido e administrado ao longo do dia acompanhando a dose do antipsicótico; preferencialmente a dose do Fenergan deve ser concentrada à noite, pois como é uma medicação que dá muito sono assim é preferível.

O efeito anti-histamínico (antialérgico) é o responsável pela sonolência.

Como anticolinérgico produz os efeitos clássicos de ressecamento da boca, visão embaçada, prisão de ventre e retenção urinária.

A intensidade dos problemas causadas devem sempre ser comparadas aos benefícios proporcionados.

Apesar de nunca se ter identificado problemas de má formação fetal em humanos é recomendável evitá-lo durante o primeiro trimestre de gestação, a menos que o clínico indique seu uso.

Anticolinérgicos podem ser substâncias extraídas de plantas ou ser sinteticamente produzidas.

Sua característica é inibir a ação da acetilcolina.

Os anticolinérgicos são classificados como diretos e indiretos.

Os anticolinérgicos diretos também chamados de anti-muscarínicos, que são drogas que antagonizam, nos receptores muscarínicos e anti-nicotínicos por antagonizar a ação da acetilcolina nos receptores nicotínicos.

Os anticolinérgicos indiretos agem interferindo na síntese, armazenagem e liberação da acetilcolina, a exemplo da toxina botulínica.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Infarto do Miocárdio


Sinônimos: Ataque do coração, doença isquêmica do coração.

O que é infarto do miocárdio?

O infarto é definido como uma lesão isquêmica do músculo cardíaco (miocárdio), que deve-se à falta de oxigênio e nutrientes.

Os vasos sanguíneos que irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem apresentar depósito de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração.

As placas de gordura localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura causada por motivos desconhecidos, formando um coágulo que obstrui a artéria e deixa parte do coração sem suprimento de sangue.

É assim que ocorre o infarto do miocárdio.

Esta situação vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia uma reação inflamatória local.

O infarto também pode ocorrer em vasos coronarianos normais quando as artérias coronárias apresentam um espasmo, ou seja, uma forte contração que determina um déficit parcial ou total no suprimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado por este vaso contraído.

O sintoma clássico é uma dor em aperto no lado esquerdo ou no centro do peito podendo irradiar para o pescoço ou para o braço esquerdo, porém em cerca de 15% dos casos, o sintoma pode ser atípico com dor no lado direito do peito, suor, enjoo, vômitos, dor no estômago, falta de ar, tonteira ou palpitações.

Esta dor tem duração maior que 10 minutos, pode ter diferentes intensidades ou ainda sumir e voltar espontaneamente.

Infelizmente, nem todos os pacientes têm este sintoma. Os diabéticos, por exemplo, podem ter um infarto sem apresentar dor.

O infarto está mais frequentemente associado a uma causa mecânica, ou seja, à interrupção do fluxo sanguíneo para uma determinada área, devido a obstrução completa ou parcial da artéria coronária responsável por sua irrigação.

O tamanho da área necrosada depende de vários fatores, tais como o calibre da artéria lesada, tempo de evolução da obstrução e desenvolvimento da circulação colateral.

Esta, quando bastante extensa, é capaz de impedir a instalação de infarto, mesmo em casos de obstrução total da coronária.

Pode também ocorrer por aumento do trabalho cardíaco relacionado ao aumento da pressão arterial.

Quais são os fatores de risco associados ao infarto do miocárdio?

•Colesterol alto
•Sedentarismo
•Tabagismo
•Hipertensão arterial
•Menopausa
•Estresse
•Excesso de peso
•Diabetes mellitus
•História familiar ou predisposição genética
•Idade
•Alterações hemodinâmicas: hipertensão arterial, hipotensão, choque, mal-estar, etc.

Diante de uma dor suspeita, devemos nos dirigir o mais rápido possível a um pronto-atendimento - de preferência em um pronto-socorro equipado com uma unidade coronariana - para confirmar ou excluir o diagnóstico.

Caso seja confirmado o infarto, quanto mais rápido o tratamento, melhor será a recuperação do seu coração.

O diagnóstico é baseado na tríade: quadro clínico, alterações no ECG (eletrocardiograma) e na dosagem de enzimas cardíacas que se alteram no infarto do miocárdio.

Escolha sempre um médico da sua confiança para tratar os seus sintomas e para lhe auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares.

Qualquer que seja o tratamento escolhido pelo médico que vai prestar assistência ao paciente infartado, o ideal é que ele comece dentro das primeiras 6 horas após o início da dor. Quanto mais precoce, maior é a chance de ser restabelecido o fluxo sanguíneo e de oxigênio nas artérias coronárias, evitando as complicações decorrentes da necrose do músculo cardíaco.

Pontos importantes do tratamento são: alívio da dor, repouso para reduzir o trabalho cardíaco e administração de agentes trombolíticos para melhorar o fluxo sanguíneo.

A administração de oxigênio em fluxo contínuo nas primeiras seis horas, reduz a dor associada à baixa concentração de oxigênio circulante. O uso de drogas que reduzem o uso de oxigênio pelo coração faz com que o músculo cardíaco sofra menos isquemia (ausência de sangue).

A permanência na Unidade Coronariana deve se restringir ao período crítico, no mínimo 72 horas, pois a incidência de complicações neste período justifica a monitorização contínua.

Superada esta fase, o paciente é encaminhado a um quarto privativo, restringindo-se o número de visitas.

Progressivamente, ele pode sentar-se durante breves períodos, começa a deambular por volta do quarto ou quinto dia.

Esta mobilização precoce melhora sensivelmente o bem-estar, além de reduzir a incidência de tromboembolia. Mas o paciente deve ser acompanhado de perto para detectar possíveis alterações consequentes a esta atividade física.

A dieta será liberada à medida que as condições clínicas permitirem, devendo ser hipocalórica e hipossódica (com pouco sal).

As evacuações não devem significar esforço para o paciente, usando, se necessário, laxantes suaves.

Os tranquilizantes podem ser utilizados para amenizar a angústia de alguns pacientes, mas com muito critério, já que esses medicamentos podem aumentar a frequência cardíaca e a pressão sistólica.

As principais complicações do infarto são: arritmia cardíaca, choque cardiogênico, insuficiência respiratória, insuficiência renal ou parada cardiorrespiratória.

As complicações mais letais são as arritmias, que podem ocorrer, mais comumente, nas primeiras 24 horas após o infarto.

Por isso, é importante que, idealmente por pelo menos 72 horas, os pacientes fiquem sob cuidados médicos em unidades de tratamento intensivo coronariano, lá eles recebem todos os cuidados necessários para detectar precocemente e tratar essas arritmias, através de uma monitorização contínua das complicações do infarto.

Um estilo de vida saudável ajuda a diminuir a mortalidade nos casos de infarto.

Alguns pontos importantes na prevenção:

•Ter uma dieta equilibrada, reduzindo a ingestão de gorduras saturadas e aumentando as fibras, frutas, vegetais e cereais.
•Prática regular de atividades físicas.
•Manter o peso ideal, com índice de massa corporal abaixo de 25 kg/m², evitando a obesidade e seus danos à saúde.
•Dosar os níveis de colesterol e triglicérides pelo menos a cada 5 anos a partir dos 35 anos.
•Acompanhar a glicemia nas pessoas com mais de 45 anos, para detecção precoce de diabetes mellitus.
•Medir a pressão arterial a cada 2 anos ou em todas as consultas médicas para evitar os danos causados pela hipertensão arterial não controlada.
•Abandonar o cigarro para prevenir o infarto do miocárdio e outras doenças como o câncer de pulmão e a doença pulmonar obstrutiva crônica.
•Procurar reduzir o estresse com massagens, ioga, exercícios físicos em geral e meditação.