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sábado, 7 de março de 2015

Bromidrose: Mau cheiro nas axilas ou no corpo.


Bromidrose ou bromhidrose é uma condição crônica que afeta as pessoas principalmente após a puberdade, caracterizada por um odor desagradável emitido pelo corpo.

Ela é uma condição metabólica e funcional e não está associada a nenhum distúrbio anatômico.

Em alguns raros casos a bromidrose pode tornar-se patológica, quando é especialmente intensa e interfere com a vida social da pessoa afetada.

Ela é grandemente determinada pelas secreções das glândulas apócrinas (glândulas sudoríparas presentes nas axilas, zonas genitais, mamilos e zonas da face masculina com barba que liberam o seu conteúdo no folículo capilar).

Ela resulta da decomposição das secreções oleosas do suor pelas bactérias; o suor em si mesmo não produz odor desagradável.

Também as glândulas écrinas (glândulas sudoríparas de pequeno tamanho, cujo canal excretor abre diretamente em poros na superfície da pele) podem contribuir na criação da bromidrose.

Outros fatores que podem contribuir com a bromidrose são uma higiene inadequada, doenças dermatológicas diversas, hiperidrose ou uma proliferação anormal de bactérias.

A obesidade, a diabetes mellitus, o intertrigo, entre outras, são condições favorecedoras.

A bromidrose tem sido também notada acompanhando a depilação a laser.

Alguns casos podem ser causados por distúrbios metabólicos, como a fenilcetonúria, por exemplo. A ingestão de certos alimentos, drogas ou substâncias tóxicas podem também causar uma bromidrose transitória.

Muitos membros da família de pacientes com bromidrose também costumam ter a doença, o que sugere uma hereditariedade autossômica dominante.

O suor é produzido pelas glândulas écrinas e apócrinas.

As glândulas écrinas se desenvolvem entre os 8 e 14 anos de idade e se distribuem por toda a superfície da pele, fazendo parte da termorregulação por meio da produção do suor.

As glândulas apócrinas, localizadas sobretudo no tecido subcutâneo, têm uma distribuição limitada a certas regiões do corpo e não têm função termorregulatória, no entanto, são as principais responsáveis pelo odor que o suor assume.

As secreções dessas glândulas é inodora, mas se tornam odoríferas pela decomposição dos seus produtos pelas bactérias.

As glândulas apócrinas obedecem ao controle do sistema nervoso simpático e dos mecanismos regulados pelas catecolaminas.

A bromidrose apócrina é a forma mais prevalente de bromidrose e deve ser diferenciada da bromidrose écrina, que é menos comum.

Na bromidrose oriunda das glândulas écrinas o odor emana de todo o corpo.

A bromidrose que se origina das glândulas apócrinas, contudo, pode partir de áreas específicas do corpo, como as axilas, por exemplo, mas pode partir também das regiões genital ou plantar.

O diagnóstico de bromidrose deve ser predominantemente baseado nos relatos dos pacientes e dos que o acompanham porque os achados físicos e de laboratório são muito escassos.

Em caso de observação, o médico conta apenas com seu próprio olfato para a tarefa.

Um diagnóstico diferencial deve ser feito, entre outros, com enfermidades que secundariamente podem alterar o odor do suor, como a deficiência hepática, a esquizofrenia, as dismorfias corporais, a fenilcetonúria e a trimetilaminúria, o eritrasma.

Deve-se também atentar para as síndromes de autorreferência olfativa, nas quais há a falsa crença de ter maus odores corporais, as quais podem acontecer na esquizofrenia ou em transtornos neurológicos.

Uma biópsia de pele só deve ser pedida para avaliar as glândulas apócrinas quando se planeja uma cirurgia.

Diante de um caso de mau odor corporal há várias opções terapêuticas possíveis, que variam desde uma higiene mais severa até agentes antibacterianos específicos e medidas que visem reduzir a flora bacteriana e manter a pele mais seca.

Deve ser aconselhado lavar bem as axilas, o uso de desodorizantes tópicos e depilação regular das axilas.

Deve também ser considerado o uso da eletrólise para remoção dos pelos e diminuição do desenvolvimento de bactérias.

Também o uso de antibióticos tópicos ajuda a limitar o crescimento das bactérias.

No entanto eles só devem ser usados se outros antissépticos não forem efetivos, por causa do risco de resistência bacteriana.

Se houver condições dermatológicas coexistentes elas devem ser tratadas pelos meios próprios.

O uso de agentes anti-perspirantes que ressecam a pele pode melhorar a bromidrose, particularmente se existe hiperidrose concomitante.

Nos casos de bromidrose écrina palmar ou plantar pode-se lançar mão da iontoforese (uma fraca corrente elétrica é passada pela pele enquanto a área afetada é mantida imersa em água morna).

Os agentes anticolinérgicos diminuem a produção do suor, mas apresentam efeitos colaterais significativos.

Outra opção para alguns casos de bromidrose é a toxina botulínica, mas o seu uso ainda não é um consenso entre os dermatologistas.

O tratamento cirúrgico da bromidrose axilar tem um uso limitado.

Evitar certos alimentos como pimenta, alho e álcool ajuda a prevenir a bromidrose.

Pacientes que já tenham a doença devem ser estimulados a manter uma higiene apropriada e serem advertidos com relação ao odor de suor que podem emanar de suas roupas usadas.

Por isso, as roupas devem ser sempre lavadas após o primeiro uso, ao invés de serem guardadas para um segundo uso.

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