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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Pênfigo


O pênfigo é uma doença autoimune rara e grave que acomete igualmente os dois sexos e afeta a pele e as mucosas.

Caracteriza-se pelo aparecimento de bolhas espalhadas por todo o corpo, de tamanhos variáveis e cheias de líquido, que se rompem com facilidade.

Quando estouram, essas bolhas deixam lesões dolorosas, “em carne viva”, que servem como portas abertas para infecções.

Há dois tipos de pênfigo, com diversos subtipos: o pênfigo vulgar e o pênfigo foliáceo (ou doença de Cazenave - imagem acima).

As causas da doença ainda não são totalmente conhecidas. Sabe-se apenas que entre elas há fatores genéticos, estressantes e ambientais.

No sentido genético imagina-se que anticorpos produzidos pela pessoa depositam-se na pele e causam uma perda da aderência entre as células da sua camada superficial, dando origem às bolhas.

Certas infecções por vírus e o uso de alguns medicamentos também podem causá-lo.

O pênfigo vulgar acomete principalmente indivíduos entre os 40 e os 60 anos de idade.

Seus principais sinais e sintomas são o aparecimento de bolhas nas mucosas onde, depois que se rompem, assemelham-se a aftas.

Essas lesões são dolorosas e quando afetam a mucosa oral e o esôfago provocam dor ao engolir, como as aftas.

O pênfigo foliáceo, também conhecido como fogo selvagem, pode aparecer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens. Ele se caracteriza pelo aparecimento de bolhas apenas na pele, poupando as mucosas.

Inicialmente as bolhas começam na boca ou no nariz, aparecendo depois na pele e rompem-se facilmente, dando origem a zonas vermelhas e erosadas, muito dolorosas, que sangram, infectam-se e mais tarde criam crostas.

A aparência das lesões habitualmente é suficiente para fazer-se um diagnóstico, mas se houver dúvidas, pode-se confirmá-lo por meio da imunofluorescência indireta ou de uma biópsia de pele, que consiste na retirada de uma amostra da lesão para posterior análise ao microscópio.

O controle da doença é feito com corticoides e medicamentos imunossupressores, tomados por longos períodos.

Medicamentos tópicos também pode ser utilizados, desde que criteriosamente administrados, sob orientação médica.

As feridas que se formam após o rompimento das bolhas necessitam ser adequadamente tratadas com vistas a um normal restabelecimento da pele.

Se houver infecção bacteriana secundária o uso de antibióticos faz-se necessário.

Em virtude da extensa perda de pele ocasionada pelo pênfigo pode ocorrer uma infecção bacteriana secundária e septicemia que, por vezes, pode levar à morte.

O pênfigo, em qualquer das suas formas, não é uma doença contagiosa, mas alguns estudos em andamento sugerem que o pênfigo foliáceo possa ser transmitido por picadas de mosquitos.

O diagnóstico precoce é importante para a detenção da evolução da doença e para evitar suas complicações.

Como muitos pacientes com pênfigo são também hipertensos, devem tomar cuidados porque alguns estudos relatam que o Enalapril (medicamento contra hipertensão), pode desencadear o pênfigo.

As complicações possíveis na maioria das vezes advêm dos tratamentos para a enfermidade.

Os corticoides, usados por um longo período podem causar hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, osteoporose, catarata e infecções e os imunossupressores tomados também por longo prazo podem causar infecções, esterilidade e tumores.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Volvo intestinal: o quê é isso?



Volvo intestinal é uma torção de uma alça do intestino ao redor de seu ponto de fixação mesentérica, geralmente produzindo obstrução intestinal e infarto do mesentério (ligamento em forma de leque que dá suporte ao jejuno e ao íleo, partes do intestino delgado).

Pode acontecer em qualquer idade, mas é visto mais comumente durante a infância, podendo mesmo ser congênito ou também ocorrer em idade avançada.

Ele é mais comum no cólon sigmoide especialmente quando está cheio de fezes. O volvo do intestino delgado é raro.

O volvo pode ocorrer em decorrência de um tumor do intestino grosso ou de uma aderência da parede intestinal ocasionada por uma inflamação ou por uma cirurgia abdominal.

É mais comum em homens que em mulheres, pois o cólon sigmoide é mais longo neles que nas mulheres.

Os principais sinais e sintomas do volvo intestinal são fortes dores em cólica no abdome, náuseas, vômitos e distensão abdominal. Outros sintomas podem ser sensação de inchaço, tonturas, dificuldades de movimentos intestinais, falta de ar, dores nas costas, etc.

Adicionalmente, podem ocorrer sintomas devidos à obstrução intestinal.

O diagnóstico do volvo pode ser feito pela história clínica do paciente e complementado por radiografias contrastadas com sais de bário e tomografia computadorizada.

Exames de sangue podem verificar o nível dos eletrólitos e o exame de fezes pode mostrar a presença de sangue.

O tratamento do volvo intestinal é basicamente feito por uma cirurgia em que a parte lesionada é retirada e as partes sadias são anastomosadas (suturadas), visando restaurar as funções normais do intestino.

O volvo intestinal é uma emergência médica que necessita de tratamento cirúrgico imediato, pelo risco de morte.

No volvo, a parede intestinal fica cada vez mais congestionada, hemorrágica e gangrenosa em virtude da compressão dos vasos sanguíneos e do consequente comprometimento da circulação.

Uma das complicações mais graves do volvo intestinal é a perfuração do intestino com o derramamento do seu conteúdo na cavidade abdominal.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Síndrome Nefrótica


A síndrome nefrótica (diferente da Síndrome Nefrítica, que postei anteriormente), muitas vezes chamada apenas de nefrose, é um conjunto de sinais e sintomas que podem ser consequência de diversas doenças primariamente renais (síndrome nefrótica primária) ou não (síndrome nefrótica secundária).

Ocorre em consequência de alterações da filtração glomerular renal. Esse quadro clínico pode ocorrer em qualquer idade, inclusive em crianças pequenas, e é um pouco mais frequente nos homens do que nas mulheres.

As alterações da filtração renal devido à maior permeabilidade dos glomérulos podem ter causas inflamatórias, infecciosas, degenerativas, obstrutivas, neoplásicas ou congênitas.

As principais doenças que causam a síndrome nefrótica incluem todas as formas de glomerulonefrites (inflamações dos glomérulos) e outras doenças como a esquistossomose, a toxoplasmose, a malária, a AIDS, a hepatite B, o diabetes mellitus, a trombose venosa renal, as drogas tóxicas para os glomérulos, o câncer e doenças hereditárias, entre outras mais.

Os principais sinais e sintomas da síndrome nefrótica são causados pela maior permeabilidade dos glomérulos, que deixam passar macromoléculas proteicas.

São eles: edema generalizado, de início lento, que começa pelas pernas e pálpebras; volume urinário muito diminuído; perda de proteína na urina (superior a 3-3,5 gramas na urina de 24 horas); albumina muito baixa; colesterol e triglicérides elevados no sangue e hipercoagulabilidade (coagulação sanguínea mais rápida que o normal).

Podem ocorrer também ascite (extravasamento de líquido para o interior do abdômen) e derrame pleural (extravasamento de líquido no espaço entre as folhas da pleura).

A história clínica e o exame físico fornecerão ao médico alguns indícios que serão melhor esclarecidos pelos exames laboratoriais de sangue e de urina.

Na síndrome nefrótica o exame de sangue mostrará, entre outras coisas, uma hipoalbuminemia (taxa baixa de albumina no sangue) e o exame de urina revelará proteinúria (presença de proteína na urina) maciça.

Além disso, devido a que a albumina é a transportadora biológica do cálcio e do iodo, ocorrerá queda sanguínea desses elementos. A perda da albumina tem também como consequência contribuir com menos substratos para os fatores anticoagulantes, favorecendo a coagulabilidade e as tromboses venosas.

Na síndrome nefrótica há aumento das gorduras ligadas às proteínas e, assim, alta do colesterol sanguíneo.

Em alguns casos, para diagnosticar a causa da doença pode ser necessário fazer uma biópsia renal.

O tratamento da síndrome nefrótica visa eliminar a perda anormal de proteínas pela urina. Conforme seja a causa da síndrome nefrótica pode-se usar anti-inflamatórios, antibióticos, imunossupressores e até mesmo cirurgia, no caso de obstrução venosa ou neoplasia.

As complicações (hipocalcemia, hiperlipemia, distúrbios da coagulação e desnutrição) devem ser tratadas pelos meios apropriados.

A evolução da síndrome nefrótica depende da evolução da sua causa, mas é reversível na maioria dos casos.

A síndrome nefrótica pode se complicar com vários distúrbios metabólicos relacionados aos sais minerais, como sódio, cálcio, iodo, etc. e quadros trombóticos devido à menor atuação dos fatores anticoagulantes do sangue.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Fator ômega e o tratamento do câncer!


Os ácidos graxos ômega 3 e 6 podem reduzir a capacidade da quimioterapia de atacar tumores.

Por isso, pacientes com câncer não devem ingeri-los, segundo estudo de cientistas holandeses - quero deixar claroque não é minha opinião, é apenas o resultado de um estudo, como você pode ler abaixo!

Os suplementos de óleo de peixe, ricos nestes ácidos graxos, são amplamente vendidos em todo o mundo e promovidos como uma forma de melhorar a saúde cardíaca e cerebral.

No entanto, cientistas do Centro Médico de Utrecht (UMC Utrecht), da Universidade da Holanda, dizem que ácidos graxos similares bloquearam o efeito de um determinado tipo de quimioterapia em testes com animais.

Emile Voest, oncologista do UMC Utrecht, diz que, enquanto não forem feitos novos estudos sobre o assunto, o recomendável é que “esses produtos não sejam utilizados por pessoas em tratamento com quimioterapia”.

Voest supervisionou a pesquisa, que demonstrou que um determinado tipo de quimioterapia, usada com frequência para tratar cânceres de pulmão, bexiga, ovário e testículo, se torna impotente com a presença de dois tipos de ácidos graxos produzidos pelas células-tronco no sangue.

Esses ácidos graxos, conhecidos como PIFAs, são produzidos pelo corpo e também estão presentes nos suplementos de óleo de peixe.

Em testes realizados em ratos com tumores na pele, os cientistas descobriram que os animais que receberam injeções de ácidos graxos, em quantidades descritas como "uma quantidade normal de óleo de peixe", se tornaram insensíveis à quimioterapia.

Por enquanto não passa de uma proposta, mas é interessante para ficarmos alertas!

sábado, 26 de julho de 2014

Síndrome nefrítica


A síndrome nefrítica é a condição clínica em que os glomérulos renais que originam a urina sofrem uma série de distúrbios que alteram a filtração do sangue.

Ela pode ser aguda, crônica ou de progressão rápida.

Quase sempre a síndrome nefrítica aguda é consequente a glomerulonefrites devidas a infecções bacterianas à distância, como na garganta, por exemplo.

Pode acontecer também como comprometimento dos rins em várias doenças infecciosas ou como reações do organismo a corpos estranhos, como próteses ou outros.

Em todos esses casos ocorre uma inflamação renal por depósito dos chamados imunocomplexos, que são moléculas formadas pela junção de antígenos e anticorpos.

As causas das síndromes nefríticas crônicas são mais desconhecidas, mas parecem estar relacionadas com algum distúrbio glomerular não sabido ou não detectado.

As causas da forma de progressão rápida não se tornam conhecidas em muitos casos.

A síndrome nefrítica pode dever-se ao depósito de imunocomplexos pela presença de enfermidades auto-imunes silenciosas ou porque o sistema imunológico do indivíduo passa a produzir anticorpos que atacam os glomérulos.

Nas síndromes nefríticas geralmente há hipervolemia (aumento do volume de líquidos no organismo), edema, hipertensão arterial, hematúria, proteinúria, oligúria e presença de leucócitos na urina, etc., embora nem sempre essas alterações ocorram todas ao mesmo tempo.

A síndrome nefrítica aguda, mais que as outras, está associada ao desenvolvimento de hipertensão arterial, de reações inflamatórias no tecido intersticial dos rins e de interrupção temporária da função renal. A síndrome nefrítica crônica se desenvolve gradual e silenciosamente.

A enfermidade rapidamente progressiva é a forma mais grave e pode levar à destruição da maioria dos glomérulos em semanas ou dias.

A síndrome aguda é a mais frequente em pessoas de todas as idades e também a mais simples de tratar.

Quando a síndrome nefrítica gera sintomas, pode ser diagnosticada clinicamente com mais facilidade por meio da história clínica do paciente e do exame físico e pode ser confirmada por exames laboratoriais simples de sangue e urina.

Exames de imagens complementam o diagnóstico.

Nas síndromes secundárias a doenças infecciosas pode-se também pesquisar no sangue a presença de anticorpos específicos dos agentes infecciosos.

Alguns casos necessitam de uma biópsia renal para precisar o seu diagnóstico.

O tratamento da síndrome nefrítica depende da causa da doença. Sintomaticamente, deve cuidar-se da pressão arterial e do equilíbrio hidroeletrolítico do indivíduo, administrando os anti-hipertensivos e diuréticos adequados e observando uma dieta com restrição de sódio e proteínas.

No caso de haver infecção bacteriana vigente ou doenças autoimunes ativas esses processos devem ser adequadamente tratados.

Em alguns casos, só a biópsia do rim permite fazer um planejamento terapêutico específico.

A prevenção tem como objetivo principal procurar evitar os males que possam lesar os glomérulos renais.

Para isso, deve-se ter cuidados para evitar infecções bacterianas de qualquer espécie e tratar adequadamente as infecções eventualmente contraídas.

As síndromes nefríticas rapidamente progressiva ou crônica levam à perda irreversível da função renal, embora esse curso possa ser retardado por diversas estratégias.

As síndromes nefríticas rapidamente progressiva e crônica podem levar à falência renal em semanas ou dias e à consequente doença terminal renal.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Carbamazepina


A carbamazepina é um anticonvulsivante.

Foi originalmente usado, e continua sendo, para o tratamento da epilepsia, mas encontra bons resultados para o controle do Transtorno Afetivo Bipolar (antigo PMD).

Além desta indicaçăo pode também ser usado para controlar a agressividade em pacientes com outros tipos de transtornos mentais, como a demęncia, o retardo mental e com pacientes psicóticos.

Também pode ser udado para tratar a síndrome das pernas inquietas, a abstinęncia alcoólica e a neuralgia do trigęmio.

A dose recomendada varia entre 400 e 800mg por dia, acima disto apenas com indicaçăo médica.

Pela sonolęncia que pode causar é recomendável dar a maior parte da dose a noite.

Reaçőes alérgicas na pele com pequenas placas avermelhadas é relativamente comum, mas năo há necessidade de se interromper o tratamento por isso.

Sedaçăo, descoordenaçăo motora, tonteiras, cansaço, enjôo e visăo borrada săo mais comuns de acontecer.

Năo deve ser usado durante o primeiro trimestre da gestaçăo, há evidęncias de má formaçăo fetal.

Só deve ser usado quando o médico responsável julgar que os benefícios compensam os riscos.

O fato de se ter identificado má formaçőes năo significa que isto aconteça sempre, mas somente numa pequena parcela das măes que tomam esse remédio.

Năo deve ser usado junto a antidepressivos do tipo IMAO irreversível.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Diplopia: o que é?


A diplopia, ou visão dupla, é a condição em que uma pessoa vê duas imagens de um mesmo objeto, o que corresponde mais ou menos ao defeito que na televisão se chama “fantasma”.

Normalmente, cada olho produz uma imagem dos objetos, mas o cérebro as funde e as vê como se fossem uma só. Na diplopia o cérebro não consegue reuni-las e as vê como duplas.

A diplopia é dita monocular se a visão continua dupla num único olho, mesmo se o outro olho for ocluído e binocular se a visão dupla só ocorre quando se está olhando com os dois olhos e desaparece se um dos olhos for ocluído.

Fala-se em poliplopia quando são percebidas três ou mais imagens superpostas, de um único objeto.

A diplopia monocular pode ser causada, entre outras coisas, por astigmatismo, ceratocone, pterígio, catarata, luxação do cristalino, massa tumoral ou edema da pálpebra, olho seco e alguns problemas da retina.

A diplopia binocular pode ser causada por um problema que afete os músculos que controlam o movimento dos olhos e a direção do olhar, tais como estrabismo, lesão dos nervos ou músculos extrínsecos do olho, doenças como o diabetes, miastenia gravis e doença de Graves (uma das formas de hipertireoidismo) e traumatismo dos músculos oculares.

Os nervos cranianos envolvidos são o oculomotor, o troclear e o abducente.

A diplopia consiste quase só no sintoma de ver duas imagens de um único objeto o que, no entanto, causa grande desconforto, mas pode haver também dor de cabeça e, eventualmente, náuseas e vômitos, sobretudo quando o sintoma surge agudamente.

A esses sintomas podem se ajuntar os sintomas da doença causal.

O sintoma da visão dupla na maioria das vezes é relatado pelo próprio paciente. Ao médico cabe diagnosticar em primeiro lugar se a visão dupla que ele alega é monocular ou binocular, pedindo a ele para tapar um dos olhos e, em seguida, o outro. Geralmente o paciente já fez isso por si mesmo e é capaz de relatar o resultado.

No exame físico deve ser feita a medição da acuidade visual, um exame cuidadoso do alinhamento dos olhos em relação às várias posições da cabeça, exames direto dos olhos e das órbitas.

Cabe ao médico diagnosticar a causa do problema, em que grau se encontra e quais músculos oculares que estão afetados.

Uma vez que a diplopia pode ser progressiva, cabe também a ele monitorar a evolução do problema.

A questão pode ser mais difícil nas crianças que ainda não são capazes de explicar o que estão sentindo.

Nesses casos, os adultos que cuidam dela podem notar que a criança pisca os olhos em demasia, tapa um olho com a mão, vira a cabeça anormalmente ou olha de lado.

O tratamento da visão dupla depende da sua causa e varia desde o uso de óculos ou lentes de contato até cirurgias. Se a visão dupla é causada por uma doença sistêmica, impõe-se o tratamento dela.

Outros recursos podem ainda ser tentados como injeções de toxina botulínica, como tentativa de enfraquecer os músculos oculares mais fortes, que se opõem aos demais, buscando com isso criar uma sinergia entre eles. Alguns casos exigirão exercícios de ortóptica.

A diplopia é uma condição reversível na medida em que suas causas sejam sanáveis. Em alguns casos pode haver desalinhamento permanente dos olhos, exigindo correções mais especializadas.

Nas crianças com estrabismo, o prognóstico costuma ser muito bom se a situação for detectada e tratada precocemente.

A prevenção da diplopia está ligada à prevenção das condições ou doenças que são suas causas.

Quando a diplopia persiste por um longo prazo, o cérebro pode compensar as duas imagens suprimindo uma delas, de modo a perceber uma única imagem, fazendo com que um dos olhos deixe de funcionar, com a consequente perda da visão naquele olho.

As diplopias binoculares, por sua vez, podem ser complicações de doenças que implicam perigo de vida, como aneurismas, acidentes vasculares cerebrais e traumatismos.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Síndrome de Asperger


A síndrome de Asperger é uma perturbação genética do desenvolvimento caracterizada por alterações na interação social, na comunicação e no comportamento.

É um transtorno semelhante ao autismo, mas se diferencia do autismo clássico porque a pessoa afetada fala compreensivelmente, o que não ocorre nessa última condição.

O que hoje se chama de síndrome de Asperger era chamada antigamente de psicopatia autista e de transtorno esquizoide da infância, termos hoje considerados arcaicos e imprecisos.

Alguns autores não chegam a diferenciá-la do autismo e o DSM-IV da Associação Psiquiátrica Americana a classifica dentro do que chama espectro autista.

O nome da síndrome é uma homenagem ao psiquiatra e pediatra austríaco Hans Asperger, o primeiro a reconhecê-la como independente do autismo.

A síndrome de Asperger é uma disfunção particular do funcionamento cerebral que afeta o sexo masculino em maior número que o feminino.

Fatores genéticos parecem estar envolvidos em suas causas, pois o transtorno tende a existir em mais de um membro de uma mesma família, embora não tenha sido identificado nenhum gene específico para a condição.

O indivíduo com a síndrome de Asperger é tido como inteligente e ambicioso, embora tímido, calado, severo e muito racional, avaliando todas as situações exclusivamente com a razão.

Os portadores da síndrome apresentam dificuldades de interação social e em processar e expressar emoções.

Eles fazem uma interpretação muito literal da linguagem, têm dificuldades com mudanças da rotina, com pessoas desconhecidas e comportamentos estereotipados.

Entre os principais sinais e sintomas da síndrome de Asperger contam-se ainda interesses muito limitados, linguagem peculiar, perturbações da comunicação não verbal e falta de coordenação motora.

No entanto, tudo isso pode se conciliar com o desenvolvimento cognitivo normal ou alto.

Muitas vezes essa condição nem chega a ser tida como patológica e a pessoa com síndrome de Asperger pode inclusive apresentar talentos específicos.

A criança pode desenvolver focos intensos e obsessivos de interesses, muitos deles semelhantes aos das crianças normais, mas com uma intensidade incomum.

Algumas vezes esses interesses tornam-se vitalícios, mas em outras vão mudando a intervalos imprevisíveis.

Em relação a eles o indivíduo manifesta argumentação extremamente sofisticada e uma memória impressionantemente boa, a ponto de Asperger chamar seus jovens pacientes de "pequenos professores".

Essas pessoas podem, então, iniciar um monólogo sobre o assunto de seu interesse especial sem se aperceber que o seu interlocutor perdeu o interesse nele.

É importante fazer-se um diagnóstico precoce e proporcionar aos portadores os recursos que lhes permitam atingir o melhor de seu potencial.

Como não se detecta nenhuma alteração orgânica ou marcador biológico, o diagnóstico tem de basear-se num conjunto de peculiaridades de comportamentos.

O DSM-IV a define por seis características:

1.Prejuízo severo da interação social.
2.Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades.
3.Alto poder de memorização e velocidade de raciocínio relacionado às atividades repetitivas.
4.Prejuízo nas áreas social, ocupacional ou outras.
5.Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem.
6.Nenhum atraso significativo no desenvolvimento cognitivo.

O tratamento deve ser multiprofissional, envolvendo médicos, psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos e feito durante longo prazo com vistas a proporcionar ao paciente a utilização do maior nível possível de suas potencialidades.

Medicamentos são utilizados apenas se necessário, para tratar sintomas como ansiedade, depressão e irritabilidade.

É importante buscar uma boa interação entre a escola, a família e o profissional que acompanha o paciente no sentido de desenvolver a reciprocidade social do indivíduo, diversificar seus focos de interesse, estimular o hábito de “falar olhando”, estimular a criança a reconhecer e compartilhar emoções, dialogar sempre, não criticar o interesse restrito da criança, mas apresentar outras opções, etc.

Desde que diagnosticados e tratados precocemente, os portadores da síndrome de Asperger podem se tornar pessoas inteiramente integradas na sociedade e ter um bom desempenho profissional, entretanto sempre enfrentarão algumas dificuldades próprias de sua condição.

Os portadores da síndrome de Asperger que chegam à vida adulta sem diagnóstico ou tratamentos adequados podem enfrentar sérias dificuldades de relacionamento na vida pessoal, escolar e profissional.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Funções executivas: controle inibitório (autocontrole)



Controle inibitório

Inibir respostas prepotentes ou respostas a estímulos distratores que interrompam o curso eficaz de uma ação, ou ainda, a interrupção de respostas que estejam em curso.

Assista o vídeo que demonstra esta função executiva que todos nós temos para compreender e se distrair um pouco!

Se o link abaixo não abrir, selecione o texto abaixo e cole para uma outra janela de seu navegador para assistir o filme no Youtube:

http://youtu.be/GwVYFEwHUvM


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Ectopia renal: o que é?


Ectopia é o termo que se usa para dizer que um órgão está fora de sua localização normal. Ectopia renal refere-se a um posicionamento anômalo dos rins.

Os rins são dois órgãos localizados mais ou menos simetricamente aos lados da região lombar da coluna vertebral, abaixo das costelas, na parte alta do abdômen, junto ao diafragma e sobre o músculo psoas, mas fora da cavidade abdominal, da qual são excluídos pelo peritônio.

Eles são fixados nessa posição por uma série de estruturas anatômicas que compreendem ligamentos, fáscias musculares, vasos sanguíneos e o próprio coxim gorduroso. A ectopia renal é um defeito congênito, presente já no momento do nascimento.

Sua frequência é de 1:900 nascimentos e por não gerar sintomas, muitas vezes é desconhecido ou só achado ocasionalmente.

Nas ectopias mais comuns um dos rins ou ambos estão fora da sua localização normal.

Assim, um deles pode localizar-se abaixo ou acima do normal, localizarem-se ambos de um único lado (ectopia renal cruzada) ou estarem ligados um ao outro (fusão renal), em um só lado.

Os rins podem ainda estarem unidos na linha média, como se fossem um só rim (rim em ferradura) ou permanecerem na sua localização original na pelve.

Durante o desenvolvimento fetal os rins aparecem como dois “brotos” localizados na pelve. Posteriormente eles migram, em geral para suas localizações normais.

Nessa migração, podem ocorrer anomalias de posicionamento.

Elas ocorrem por uma falha de formação do aparelho urinário ou por uma anormalidade dos vasos sanguíneos que os irrigam, os quais, por serem muito curtos, impedem o rim de atingir sua posição normal.

Outros fatores que podem levar a uma ectopia renal são um mau desenvolvimento dos “brotos” renais, transtornos do tecido renal, anormalidades genéticas ou doenças maternas.

A ectopia renal pode estar associada a alterações da coluna vertebral ou do aparelho digestivo, como o ânus imperfurado.

Mesmo numa posição anômala um rim ectópico pode ter suas funções perfeitamente normais e não gerar sintomas ou sofrer as mesmas alterações que um rim posicionado normalmente.

Por isso, muitas pessoas podem ter um rim ectópico e nunca descobrir isso ou só fazê-lo acidentalmente.

Em poucos casos, o rim ectópico pode causar dor abdominal ou problemas urinários inespecíficos.

A ectopia renal pode ser diagnosticada por meio da ultrassonografia, de um pielograma intravenoso, de um scan radiográfico ou da ressonância magnética.

Exames de sangue e urina podem determinar se as funções renais estão normais ou não.

É importante fazer um diagnóstico diferencial com a ptose renal, que tem sintomas, consequências e tratamentos diferentes.

Se nenhum bloqueio do trato urinário estiver presente e as funções urinárias estiverem normais não é necessário nenhum tratamento.

Se os exames mostrarem obstruções ou refluxos importantes, uma cirurgia para corrigir a posição do rim pode ser necessária.

Alguns refluxos podem ser corrigidos pela injeção na bexiga de um líquido gelatinoso, próximo à abertura do ureter.

Se um dos rins estiver extensivamente prejudicado e o outro se conservar normal, pode ser necessário removê-lo.

Se for feita uma adequada monitoração, um rim ectópico habitualmente não causa problemas, mesmo num longo prazo.

Quase nunca há como prevenir-se a ocorrência da ectopia renal, no entanto, toda gestante deve fazer um adequado controle pré-natal e evitar quaisquer substâncias tóxicas que possam afetar o desenvolvimento fetal.

As ectopias renais propiciam a formação de cálculos, infecções urinárias de repetição, danificação das estruturas renais e problemas de fluxo urinário.

Um caso especial é o chamado refluxo vesicoureteral, em que a urina flui em sentido contrário ao normal, da bexiga para o ureter.

sábado, 19 de julho de 2014

Ioga X Câncer


O câncer uma doença grave mas cada vez com maior numero de medicamentos e cirurgias disponíveis para combatê lo permite surgir uma multidão de pessoas que são chamadas de sobreviventes após o tratamento mas por variadas razões tem problemas com a qualidade do sono .

Oncologistas americanos em um artigo cientifico recém-publicado ( Set 2013) afirmam que dependendo do tipo de tumor de 30 a 90% dos pacientes estão com esse problema relacionado ao sono.

Intervenções no estilo de vida, tais como exercícios, são recomendados em conjunto com drogas soníferas e terapia comportamental cognitiva para o tratamento dos distúrbios do sono diminuído.

Evidências preliminares indicam que a ioga, uma prática mente-corpo ,formada de exercício pode melhorar o sono entre os sobreviventes.

O principal objetivo deste clínico randomizado e controlado foi determinar a eficácia de uma intervenção yoga padronizada em comparação com o tratamento padrão para melhorar a qualidade do sono global (resultado primário) entre os sobreviventes pós-tratamento.

Ao todo, 410 sobreviventes que sofrem de perturbação moderada ou ampla do sono entre 2 e 24 meses após a cirurgia, quimioterapia e / ou radioterapia foram aleatoriamente( designados ao acaso para tratamento padrão ou tratamento padrão mais a intervenção da yoga durante quatro semanas.

A intervenção da yoga usou o Yoga para sobreviventes do câncer chamada de (YOCAS) programa que consiste de pranayama (exercícios respiratórios), 16 posturas de yoga restaurativa, e meditação.

Os participantes faziam duas sessões de 75 minutos por semana. A qualidade do sono foi avaliada por meio do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh e actigrafia ( medição por um aparelho no punho das qualidade do sono) medida na pré e pós-intervenção do tratamento clinico ou cirúrgico.

Os 410 sobreviventes (96% era do sexo feminino, com idade média, 54 anos, 75% tinham câncer de mama) os do grupo Yoga demonstraram maiores melhorias na qualidade global de sono e na qualidade subjetiva do sono com a diminuição do uso de medicamentos no pós-intervenção , em comparação com os participantes do grupo de cuidados padrão, sem a Yoga


Fonte: J Clin Oncol

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Exercícios aeróbicos podem ser a conduta mais eficaz para a fibromialgia


Para pacientes com fibromialgia, o tratamento deve ser individualizado e incluir abordagens não farmacológicas, tais como exercícios físicos, que são muitas vezes mais eficazes do que os medicamentos, de acordo com o Dr. Winfried Hauser, médico da Technische Universität München, na Alemanha, que apresentou um trabalho sobre o tema no European League Against Rheumatism (EULAR) Congress 2014.

O Dr. Winfried Hauser, que publicou vários trabalhos sobre a fibromialgia, disse: “Não há medicação mágica contra a fibromialgia e em minha opinião nunca haverá. Psicoterapeutas não fazem milagres, mas a psicoterapia pode ajudar e, em alguns casos, transformar pessoas com fibromialgia em não pacientes. Medicamentos podem ajudar, mas os pacientes não gostam deles. O exercício aeróbico é a arma mais eficaz que temos. Pessoas saudáveis se beneficiam com o exercício físico contínuo, assim como os pacientes com fibromialgia", explicou.

As terapias farmacológicas para a fibromialgia incluem análogos do GABA, inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina, antidepressivos tricíclicos e inibidores específicos da recaptação de serotonina. Terapias não farmacológicas incluem exercícios aeróbicos, acupuntura e psicoterapia.

Poucas comparações de abordagens farmacológicas e não farmacológicas têm sido publicadas, tornando a questão de quais tratamentos são mais eficazes difícil de ser respondida.

A meta-análise apresentada no congresso foi uma comparação indireta de todas as terapias disponíveis. Não foram encontradas diferenças significativas na eficácia entre as terapias medicamentosas e não medicamentosas.

"Os resultados dos estudos são médias e não representam as experiências individuais dos pacientes", disse o Dr. Hauser. "Alguns pacientes obtêm pouco ou nenhum alívio e outros obtêm um alívio muito bom da dor, a média nos estudos representa apenas uma pequena minoria dos pacientes. O mesmo é verdadeiro para as psicoterapias".

As decisões de tratamento devem ter tolerância, segurança, custo e disponibilidade para que o paciente continue a usar a terapia, explicou. E o tratamento deve proporcionar alívio substancial da dor.

"Se realmente você quer saber o que funciona na prática clínica, tem que ir além de ensaios clínicos randomizados que excluem uma grande quantidade de pacientes atendidos na prática clínica do mundo real. Precisa olhar para os bancos de dados e os relatórios dos pacientes", disse ele.

Por exemplo, o National Data Bank on Rheumatic Disease contém dados sobre 3.123 adultos com fibromialgia que foram acompanhados durante onze anos. No geral, não houve melhora para a fadiga ou para o estado funcional, bem como a melhoria da dor era pequena (0,2 em uma escala de 10 pontos).

Quando os pacientes foram convidados a listar as dez melhores terapias para a fibromialgia, nenhum medicamento foi mencionado. Quando eles foram convidados a listar o que consideravam ser as dez terapias mais nocivas, eles nomearam apenas medicações aprovadas para o tratamento.

O Dr. Häuser defende uma abordagem gradual para o tratamento da fibromialgia. As formas leves da fibromialgia podem ser gerenciadas com o apoio do médico e o incentivo para o engajamento do paciente em atividades físicas e mentais regulares. Na fibromialgia moderada devem ser orientados os exercícios aeróbicos e o uso limitado e temporário de medicações. Para a fibromialgia grave, ele recomenda exercícios aeróbicos, medicamentos e tratamento psicológico e/ou psicofarmacológico das comorbidades mentais.

É importante não exagerar nos exercícios e também não evitá-los. Um equilíbrio nas atividades físicas realizadas é o segredo. As terapias não farmacológicas não apresentam riscos aos pacientes, como os efeitos colaterais das medicações.

Fonte: EULAR Congress 2014 - Abstracts

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Zolpidem


O zolpidem é um hipnótico (medicação usada para induzir ao sono) do grupo das imidazopiridinas.

A dose recomendada varia entre 5 e 10mg (1/2 a 1 comp).

O zolpidem induz rapidamente ao sono, levando de 30 minutos a 2 horas o pico máximo, mas o efeito indutor do sono é sentido antes disso.

Seu tempo de eliminação é de 2 horas, em pessoas com insuficiência hepática esse tempo fica aumentado.

Deve-se preferencialemente ser administrado em jejum de 2 horas, para maximizar seu efeito.

Pessoas acima de 65 anos de idade é recomendável inicialmente 1/2 comp.

Raramente essa medicação insuz a algum grau de dependência, não havendo problemas em sua retirada.

Nos casos em que os usuários ainda tenham insênia, a retirada deverá provocar insônia rebote.

Os efeitos colaterais mais comuns são amnésia anterógrada (amnésia para os eventos ocorridos após a tomada da medicação). descoordenação motora, diarréia, diminuição dos reflexos, fadiga, tonteiras.

Essa medicação pode ser usada tanto para os casos de insônia eventual como as crônicas, pois não tende e perder o efeito após dois meses de uso, não há o que se chame de efeito de auto-indução como os benzodiazepínicos.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Litotripsia extracorpórea


A litotripsia (do grego: lithos = pedra; trîpsis = esmagamento ou trituração) existe desde os primeiros anos da década de 80 e é uma técnica médica que procura implodir ou triturar os cálculos que se formam no organismo por meio de ondas sonoras apropriadas, de modo a permitir que eles sejam expelidos pelas vias adequadas. Pode-se aplicar a litotripsia a cálculos biliares, renais e da bexiga. Este procedimento tanto pode ser uma litotripsia extracorpórea, não invasiva, ou uma litotripsia intracorpórea.

A litotripsia extracorpórea utiliza ondas sonoras de amplitude e de frequência controladas, geradas a partir de uma fonte externa de energia, as quais são dirigidas por um colimador (dispositivo usado para direcionar e suavizar feixes de radiações ou ondas) de ondas sonoras de modo a concentrá-las sobre os cálculos. Como é a modalidade mais usada, costuma-se referir-se a ela apenas como litotripsia.

A litotripsia intracorpórea é um procedimento invasivo porque as fontes de ondas sonoras e outros instrumentos necessitam ser introduzidos no paciente por via endoscópica, por meio de pequenos orifícios os quais, contudo, são menos invasivos que uma “cirurgia a céu aberto”.

A litotripsia extracorpórea é o tratamento mais utilizado por urologistas brasileiros para o tratamento de cálculos renais e urinários. Ela consiste em aplicar ondas sonoras de choque sobre os cálculos, a partir de um aparelho extra-corpo chamado litotriptor. As ondas de choque podem ser criadas tanto por um sistema eletro-hidráulico como por um sistema eletromagnético ou piezoelétrico, mas independentemente da sua origem todas têm o mesmo efeito físico sobre os cálculos. Elas são ondas mecânicas de alta potência geradas e emitidas por uma fonte à distância, que se propagam em meio líquido e penetram no corpo do paciente em direção ao cálculo, o qual, por sua vez, pode ser localizado por um dos exames geradores de imagens, que a forneça com precisão (por exemplo, a fluoroscopia ou a ultrassonografia).

A litotripsia pode ser feita em ambulatório, sob analgesia, sedação ou anestesia peridural. O paciente deve deitar sobre uma maca, em decúbito dorsal ou ventral. Através de fluoroscopia ou ultrassonografia o cálculo é posicionado no ponto para onde convergirão as ondas de choque. Então são iniciados os disparos das ondas, levando à fragmentação do cálculo em partes menores, passíveis de eliminação espontânea.

Em crianças é recomendável usar sempre uma proteção torácica para minimizar traumas pulmonares.

O paciente deve ser monitorado durante a sessão de litotripsia em suas funções vitais. Geralmente ele sentirá certo desconforto, como se fossem pequenos murros em seu flanco, e às vezes pode sentir um pouco de dor, mas não sofre nenhum corte ou incisão nos tecidos.

O exame não exige nenhuma preparação prévia e o paciente pode retornar às suas atividades logo em seguida, se nada estiver sentindo, mas se ele estiver tomando antiagregantes plaquetários, anticoagulantes ou anti-inflamatórios não hormonais deve suspendê-los com sete a dez dias de antecedência, devido ao risco de sangramento nestas situações. Como o procedimento implica também na possibilidade (rara) de outras complicações graves, o paciente sempre deve estar acompanhado.

Após uma litotripsia podem restar fragmentos dos cálculos, grandes o bastante para permanecerem alojados nas vias urinárias. Os menores devem ser expelidos naturalmente com a urina e para ajudar neste processo a pessoa deve ingerir uma grande quantidade de água. Se a litotripsia não resolveu totalmente o problema, pode-se lançar mão da endoscopia flexível de Holmium Laser que apesar do alto custo e dos poucos médicos que a utilizam, tem muito bons resultados, sem causar nenhum tipo de reação posterior. Ela dissolve os cálculos renais em sessenta a cento e vinte dias.

A indicação principal é o tratamento de cálculos renais, biliares ou vesiculares, por trituração e posterior eliminação dos mesmos pelas vias fisiológicas normais. Em sua grande maioria, os cálculos renais são tratados. Alguns pacientes, dependendo das peculiaridades de seus cálculos, podem precisar de mais de uma seção de litotripsia.

A principal contraindicação formal da litotripsia é a gravidez. Ela não deve ser aplicada também a pacientes que tem algum órgão já danificado, uma coagulopatia, hipertensão arterial não controlada, infecção urinária não tratada, obesidade excessiva e obstrução urinária que impeça a eliminação dos fragmentos dos cálculos. Os riscos são raros, mas podem advir, por exemplo, de hemorragias consequentes ao rompimento de um vaso sanguíneo. Algumas vezes uma cirurgia de urgência deve ser feita para solucionar o problema ou, inclusive, a retirada do rim danificado.

Mesmo após uma litotripsia podem restar fragmentos dos cálculos, alojados nos rins ou nas vias urinárias. Os menores, ao serem expelidos, podem gerar dor e uma autêntica cólica renal ou ferir os ureteres e demais condutos urinários, causando graves danos ao organismo.

Tida a princípio como o tratamento de escolha para os cálculos urinários, já em 2006 começou-se a descobrir consequências indesejáveis do uso da litotripsia. Assim, verificou-se que a litotripsia pode, no longo prazo, causar desenvolvimento de diabetes e hipertensão arterial, devido aos efeitos mecânicos que a onda de choque possa ter sobre o pâncreas e o rim.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Zoplicona: um indutor do sono.


A zopiclona é um hipnótico (medicação usada para induzir ao sono) do grupo das ciclopirrolonas, constituindo a 3ª geração de medicações utilizadas para dormir.

Primeiro vieram os barbitúricos, depois os benzodiazepínicos e agora as ciclopirrolonas.

A dose recomendada varia entre 3,75 e 15mg (1/2 a 2 comp).

O Imovane (nome comercial) induz rapidamente ao sono, aumenta a duração do sono e diminui o número de vezes que a pessoa acorda durante a noite.

De forma mais fraca que hipnóticos de 1ª e 2ª gerações também possui efeito ansiolítico, anticonvulsivante e relaxante muscular.

O início de sua ação sedativa se dá em aproximadamente 30 minutos, distribui-se rapidamente pelo corpo, sendo, também, rapidamente eliminado, não afetando o despertar no dia seguinte.

Aproximadamente metade dessa medicação é eliminada a cada 5 horas, já no idoso esse tempo aumenta para 6 a 8 horas, em pessoas com mais de 80 anos.

Da mesma forma pessoas com o fígado com prévio mal funcionamento terão uma eliminação retardada.

Em comparação com as medicações dos outros grupos o Imovane modifica menos a fisiologia do sono, induzindo a um sono mais natural.

A principal vantagem do Imovane é a capacidade de manter a eficácia ao longo do tempo.

Os hipnóticos de primeira e segunda geração tendem a perder o efeito depois de alguns meses de uso.

Os testes iniciais mostraram que o Imovane mantém a eficácia mesmo depois de 4 meses.

Os pacientes que testaram essa medicação em estudos controlados disseram que o despertar não foi comprometido pela medicação.

Os efeitos colaterais foram poucos e dificilmente levaram a suspensão do tratamento.

Os principais são: boca amarga, boca seca, tonteiras, náuseas, pesadelos, dor abdominal, agitação, dor de cabeça.

Testes feitos com animais mostraram que a potencialidade tóxica é muito baixa; mesmo usando doses bem altas os animais em teste não sofreram consequências irreversíveis.

Da mesma forma os testes em animais gestantes também não apresentaram nenhuma má formação, o que não significa que o uso no primeiro trimestre de gestação esteja livre: isto só deve ser feito quando os benefícios superarem os riscos

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Novo medicamento para o tratamento de escaras de pressão


O Laboratório Apsen desenvolveu junto à Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) um medicamento à base de barbatimão, uma planta do cerrado brasileiro com alto poder cicatrizante. O novo medicamento é uma pomada que atua em todos os processos da cicatrização de feridas, como as escaras.

As escaras são feridas na pele causadas por pressão, comuns em idosos. A circulação de sangue no local comprimido está prejudicada, tornando a cicatrização mais lenta. Estas feridas ocorrem em locais em que os ossos são mais proeminentes - como tornozelos, cotovelos, ossos do quadril e calcanhares - e são formadas principalmente quando idosos ficam muito tempo acamados.

Outros fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver escaras são: imobilidade por outros motivos que não doença ou idade avançada, aumento da umidade da pele, diabetes mellitus e qualquer outra patologia que lentifique a circulação sanguínea.

Para prevenir a formação de escaras deve-se mudar o idoso acamado ou imobilizado de posição a cada 2 horas no máximo, utilizar colchões especiais como os de água ou ar, utilizar protetores ou almofadas macias nos locais mais comumente afetados e manter a pele sempre limpa e seca.

Quando as escaras já se manifestaram, elas devem ser tratadas. O tratamento pode ser tópico (local) ou sistêmico. O tratamento sistêmico consiste em melhorar a nutrição e controlar a infecção. O tratamento tópico consiste na limpeza da ferida com medicamentos tópicos, curativos ou limpeza cirúrgica (em casos mais graves). Dentre os tratamentos tópicos que podem ser utilizados há uma substância derivada do barbatimão, oriunda do cerrado brasileiro. Essa planta possui um alto poder de cicatrização, além de ter ação anti-inflamatória e antimicrobiana.

O medicamento é produzido a partir da casca do barbatimão e o princípio ativo é retirado do extrato da planta. A ação cicatrizante ocorre pela presença de substâncias chamadas taninos, que promovem a formação de uma película protetora na região da ferida, fazendo com que a pele se re-epitelize (cicatrize) mais rapidamente.

A patente do fitomedicamento foi requerida no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) após cinco anos de pesquisa na Unidade de Biotecnologia da Universidade, que estuda os ativos terapêuticos de plantas brasileiras desde a década de 90.

Fonte: Ministério da Saúde/Fundação Oswaldo Cruz/Farmanguinhos
segunda-feira, 26 de julho de 2010 - Atualizado em quarta-feira, 11 de agosto de 2010

sábado, 12 de julho de 2014

Laparotomia


A laparotomia (do grego: láparos = abdômen; tomos = corte) é a abertura cirúrgica da cavidade abdominal para fins diagnósticos e/ou terapêuticos. Em termos populares, é a cirurgia “de barriga aberta”. Ela não é uma prática recente, remontando à antiguidade, mas teve grande expansão no século XX, graças ao advento das drogas curarizantes, da intubação traqueal, do maior conhecimento da anatomia e fisiologia da parede abdominal e dos processos de cicatrização da ferida cirúrgica.

A laparotomia envolve uma incisão no abdômen para acessar órgãos internos, de tamanho variável segundo o procedimento cirúrgico a ser executado, mas quase sempre grande. Uma mini-laparotomia pode envolver uma incisão de oito a dez centímetros, mas uma laparotomia exploratória pode envolver uma incisão que percorre quase todo o comprimento do abdômen.

A partir de 1988, a laparotomia vem sendo substituída em muitos casos pela laparoscopia terapêutica, um tipo de intervenção cirúrgica feita através de uma pequena incisão na parede abdominal que permite acesso a vários órgãos da cavidade abdominal e é menos invasiva. O tempo de recuperação de uma laparotomia, sempre longo, é maior quanto mais extensa for a incisão e o procedimento a ser realizado.

Esta é uma intervenção desconfortável, agressiva e que deixa cicatrizes às vezes deformantes. Além disso, causa dores e pode causar infecções, o que adia e dificulta o retorno às atividades cotidianas ou pode gerar complicações graves e às vezes fatais. Contudo, a laparotomia tem indicações precisas e eletivas e cabe ao cirurgião decidir ou não pela sua necessidade e conveniência. Ela pode ser feita com finalidade diagnóstica em que se “abre a barriga para ver o que está acontecendo” ou para executar um procedimento cirúrgico sobre uma doença já identificada, para a sua terapia (tratamento).

A laparotomia é sempre realizada num centro cirúrgico. Previamente à intervenção dever ser feita uma sedação, visando deixar o paciente mais calmo, sonolento e relaxado. Em seguida, o paciente deve receber medicações anestésicas que o manterão adormecido e sem sentir dor durante todo o ato cirúrgico.

O tono muscular e a atividade contrátil da musculatura são abolidos através de curarizantes (fármacos que interrompem a transmissão do impulso nervoso na junção neuromuscular). Ele deverá receber também uma sonda endotraqueal através da qual o anestesista procurará manter uma ventilação adequada, uma vez que o paciente não estará mais respirando por conta própria. Em seguida, o cirurgião pratica uma incisão vertical no abdômen no caso de laparotomia exploradora ou na região a ser tratada, no caso de laparotomia terapêutica, e então faz o exame dos órgãos abdominais ou a intervenção sobre o órgão doente.

Depois de realizada a intervenção programada, a parede abdominal é fechada e suturada com fios apropriados. Quase sempre, depois da cirurgia o paciente é levado de volta para seu quarto, depois de um curto período de recuperação e observação em uma sala apropriada do centro cirúrgico, podendo também, conforme o caso, retornar para a unidade de tratamento intensivo (UTI). O tempo da alta varia em cada caso, de acordo com o tipo de cirurgia realizada e com o estado clínico do paciente. A retirada dos pontos de sutura será programada pelo cirurgião.

As laparotomias estão indicadas quando o paciente tem uma doença abdominal desconhecida, para diagnosticá-la (laparotomia exploratória) ou para fazer uma correção cirúrgica de um mal já identificado (laparotomia eletiva), nos casos em que a laparoscopia não esteja indicada.

Embora as laparotomias sejam mais frequentemente praticadas no abdômen, um procedimento similar também pode se dar em outras partes do corpo. No abdômen ela pode permitir tratar problemas nos órgãos dessa cavidade e realizar quase todas as cirurgias ginecológicas, gastroenterológicas e urológicas, entre outras. A laparotomia possibilita a realização de biópsias nos casos necessários ou indicados.

Em uma cirurgia normal, numa pessoa com bom estado geral as complicações da laparotomia são raras e próprias de qualquer cirurgia: hemorragias per e pós-cirúrgicas e infecções. A elas devem ser acrescidas as complicações devidas à anestesia e às cicatrizações. Além das complicações próprias das laparotomias deve-se também ter em conta as especificamente devidas às intervenções em órgãos determinados.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Apoptose: o que causa e qual a função.


A apoptose é a morte celular geneticamente programada, não seguida de autólise (destruição das células pelas enzimas do próprio indivíduo).

A apoptose é um tipo de autodestruição celular ordenada com uma finalidade biológica definida e que demanda certo gasto de energia para a sua execução, ao contrário da necrose, que é uma simples degeneração.

Ela pode também ser causada por um estímulo patológico não fisiológico, como a lesão ao DNA celular, por exemplo.

Este fenômeno envolve uma série de alterações morfológicas da célula que leva à inativação e fragmentação dela, ao final de seu ciclo, sem extravasar conteúdo tóxico para o meio extracelular, portanto, sem causar dano tecidual.

Os restos celulares são fagocitados (englobados e digeridos) por macrófagos teciduais, sem danos para as demais células do tecido.

Um símile da apoptose celular é a queda das folhas das árvores: uma morte fisiológica programada que permite a renovação delas.

A apoptose pode ocorrer em virtude de estímulos fisiológicos normais, quando então é útil para manter o equilíbrio interno do organismo, ou por causas patológicas.

Entre as primeiras, contam-se vários processos naturais de involução e desaparecimento de certas estruturas anatômicas durante a vida do organismo.

Entre as apoptoses patológicas pode-se citar aquelas causadas por estímulos radioativos, químicos ou virais e por lesão por isquemia ou hipóxia moderada.

O processo de apoptose é biologicamente fundamental em vários sentidos.

É ele que determina, entre outros fatores, o tamanho dos tecidos e órgãos e remove células envelhecidas ou alteradas, dando lugar a células jovens e sadias.

É importante na remoção de células que se tornam supérfluas durante a embriogênese e o crescimento e na involução natural de tecidos hormônio-dependentes, quando esses hormônios escasseiam, como ocorre ao longo da idade com a próstata, a glândula mamária e o útero ou na involução ovariana que ocorre em determinada fase de cada ciclo menstrual.

Tem importância ainda na seleção dos linfócitos dos órgãos linfoides e na substituição de células da pele e do intestino, por exemplo.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Disfunção da articulação temporomandibular ou disfunção da ATM


A articulação temporomandibular (ATM) liga o maxilar ao crânio. A disfunção da articulação temporomandibular acontece quando essa articulação não está funcionando adequadamente.

Ela é responsável por mover a mandíbula para frente, para trás e para os lados e tem importante papel na mastigação.

Todo problema que altere o adequado funcionamento deste complexo sistema é chamado de disfunção da articulação temporomandibular.

A má oclusão dentária aumenta os riscos para desenvolver o problema, ao induzir microtraumas, desenvolvendo assim lesões degenerativas na articulação. Esta disfunção ocorre mais frequentemente em mulheres que em homens (9:1) e, embora possa acontecer em qualquer idade, é mais comum na faixa etária entre os 30 e 40 anos.

A causa exata da disfunção da articulação temporomandibular é impossível de ser identificada, mas ela parece estar relacionada a certos hábitos comuns, como ranger os dentes, morder objetos, roer unhas, mascar chicletes, má postura da cabeça, prender o telefone com o queixo, e também se relaciona ao estresse, depressão e ansiedade.

Algumas disfunções parecem ser constitucionais.

As disfunções da articulação temporomandibular apresentam variados sinais e sintomas, todos eles são comuns a outros problemas. Geralmente, a disfunção da articulação temporomandibular dá a sensação ao indivíduo acometido de que sua mandíbula está saltando para fora, fazendo um estalo e até travando por um instante.

Alguns dos sintomas mais frequentes são comuns também a outras condições mórbidas, como dores de cabeça (frequentemente parecidas com enxaquecas), dores no pescoço ou nas costas, dores de ouvido, dor e pressão atrás dos olhos, perturbações visuais, vertigens e zumbidos, sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca, dor ao bocejar, abrir a boca ou mastigar, flacidez dos músculos da mandíbula e uma brusca mudança no modo como os dentes superiores e inferiores se encaixam.

Muitas vezes os sintomas não fazem pensar a princípio em disfunção da articulação temporomandibular e induzem a diagnósticos muito distantes do problema. Os exames feitos inicialmente nem sempre conduzem a um correto esclarecimento das causas dos sintomas. Quase sempre os pacientes se submetem a vários exames desnecessários, como eletroencefalografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética em busca de outros problemas, antes de chegar a um diagnóstico preciso.

O exame físico deve constar de testes da amplitude dos movimentos mandibulares, ausculta dos ruídos articulares, exame da oclusão dos dentes, palpação da articulação, etc. As radiografias convencionais, a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética podem ser usadas, mas dirigidas para a articulação temporomandibular. Outras técnicas diagnósticas mais sofisticadas e de utilização do especialista têm sido desenvolvidas na intenção de refinar a avaliação do problema (eletromiografia de superfície, sonografia, termografia e cinesiografia).

Não existe cura para a disfunção da articulação temporomandibular, mas existem diversos procedimentos que podem diminuir o desconforto dos sintomas. O cirurgião dentista especializado é o profissional a quem cabe o correto controle da disfunção da articulação temporomandibular.

Entre os recursos de que pode se valer e aconselhar estão:

•Aplicação de calor úmido.
•Utilização de relaxantes musculares, analgésicos e anti-inflamatórios.
•Uso de uma placa de mordida, conhecida como férula. Ela é um aparelho feito sob medida que se encaixa nos dentes superiores e os impede de ranger contra os inferiores.
•Treinamento de técnicas de relaxamento que ajudam a controlar a tensão muscular e tentam evitar o estresse.
•Dar preferência a alimentos macios na dieta.

Se essas providências não surtirem efeito e a disfunção da articulação temporomandibular for muito incômoda, uma cirurgia poderá ser recomendada.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Alzheimer: novidades!


Atualmente não há tratamentos medicamentosos duradouros e eficazes para a doença de Alzheimer. Acredita-se que muitos dos ensaios clínicos falham pois as medicações são administradas tarde demais no processo da doença.

“A doença de Alzheimer começa a afetar o cérebro muitos anos antes dos pacientes serem diagnosticados", disse o professor Simon Lovestone, da Universidade de Oxford, que liderou a pesquisa no King's College London. "Muitas medicações falham porque, no momento em que os pacientes as recebem, o cérebro já foi gravemente afetado.

Um exame de sangue simples pode nos ajudar a identificar os pacientes em um estágio precoce, para participarem de novos testes, na esperança de desenvolvermos tratamentos que possam impedir a progressão da doença.

O próximo passo será validar os resultados em novos conjuntos de amostras, para ver se podemos melhorar a precisão, reduzir o risco de erros de diagnóstico e desenvolver um teste confiável adequado para ser usado pelos médicos."

Os pesquisadores usaram dados de três estudos internacionais. As amostras de sangue a partir de um total de 1.148 indivíduos (476 com a doença de Alzheimer, 220 com comprometimento cognitivo leve e 452 idosos sem demência no grupo controle) foram analisadas para 26 proteínas previamente selecionadas por estarem associadas à doença de Alzheimer.

Um subgrupo, de 476 indivíduos em todos os três grupos, também teve uma varredura do cérebro feita com ressonância nuclear magnética (RNM).

Os pesquisadores identificaram 16 dessas 26 proteínas que são fortemente associadas ao encolhimento do cérebro, tanto nos casos de prejuízo cognitivo leve, quanto no Alzheimer mais avançado.

Um exame de sangue simples poderia ser utilizado para identificar pacientes nas fases iniciais de perda de memória para que os ensaios clínicos pudessem encontrar medicações para impedir a progressão da doença.

Os pesquisadores, então, publicaram uma segunda série de testes para estabelecer qual dessas proteínas poderia prever a progressão do transtorno cognitivo leve para a doença de Alzheimer. Eles identificaram uma combinação de dez proteínas capazes de prever se os indivíduos com comprometimento cognitivo leve desenvolveriam a doença de Alzheimer dentro de um ano, com uma precisão de 87%.

O Dr. Abdul Hye, principal autor do estudo Institute of Psychiatry no King's College London, disse: “Os problemas da memória são muito comuns, mas o desafio é identificar quem é propenso a desenvolver demência. Existem milhares de proteínas no sangue e este estudo é o ápice de muitos anos de trabalho identificando quais delas são clinicamente relevantes. Temos, agora, um conjunto de dez proteínas que podem prever se alguém com sintomas precoces de perda de memória, ou transtorno cognitivo leve, irá desenvolver a doença de Alzheimer dentro de um ano, com um alto nível de precisão.”

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência.

Globalmente, estima-se que 135 milhões de pessoas terão demência em 2050. Em 2010, o custo anual global da demência foi estimado em 604 bilhões de dólares.

Comprometimento cognitivo leve inclui problemas com a memória do dia-a-dia, a linguagem e a atenção e pode ser um sinal precoce de demência, ou um sintoma de estresse ou ansiedade.

Aproximadamente 10% das pessoas diagnosticadas com transtorno cognitivo leve desenvolvem demência dentro de um ano.

Mas, além de avaliações periódicas para medir o declínio da memória, não há atualmente nenhuma maneira precisa de prever quem vai ou não vai desenvolver demência.

Os resultados deste estudo foram publicados no periódico Alzheimer's & Dementia. A pesquisa foi financiada pelo Alzheimer's Research UK, UK Medical Research Council, National Institute for Health Research (NIHR) Maudsley Biomedical Research Centre e Proteome Sciences.



Fontes:

Alzheimer's & Dementia

University of Oxford, de 8 de julho de 2014

terça-feira, 8 de julho de 2014

Miíase


Miíase é a infestação de larvas de moscas na pele ou em outros tecidos orgânicos de animais, inclusive humanos, nos quais elas crescem e se desenvolvem.

A miíase pode ser primária ou secundária.

Na miíase primária os ovos das moscas são depositados sobre a pele sadia e eclodem em larvas que posteriormente invadem os tecidos subjacentes.

As larvas da miíase primária são conhecidas sob a denominação de berne e geralmente são únicas.

Na miíase secundária a mosca põe seus ovos em feridas abertas na pele, com secreção, e as larvas se alimentam do tecido necrosado existente.

As larvas da miíase secundária, também conhecidas como bicheira, em geral são várias, até centenas.

A mosca que geralmente dá origem à miíase primária, a Dermatobia hominis, é popularmente conhecida como mosca varejeira ou mosca berneira e possui uma coloração esverdeada metálica.

A mosca cuja larva causa a miíase secundária é da espécie Cochliomyia hominivorax.

Na miíase primária, após a penetração das larvas na pele começa a se formar uma ou mais lesões de aspecto nodular, avermelhado, com um orifício central, por onde é eliminada secreção aquosa levemente amarelada ou sanguinolenta.

Estas lesões podem atingir qualquer parte da pele e normalmente provocam dor em fisgada (“ferroadas”) e coceira. De tempos em tempos, a larva sobe ao orifício para respirar e esta movimentação pode ser percebida claramente, definindo o diagnóstico.

Após trinta a sessenta dias, a larva, se não extirpada, tende a deixar o orifício. Se ocorrer infecção bacteriana secundária pode se formar um abscesso.

Na miíase secundária, a infestação ocorre na pele ou mucosas ulceradas e nas cavidades e as larvas começam rapidamente a se alimentar de tecido vivo, devorando pele, músculo e tendões, até sobrar apenas osso.

Em cada local desenvolvem-se centenas de larvas, com alta capacidade de penetrar pelos tecidos, podendo formar grandes cavidades no organismo.

Os locais mais atingidos são as ulcerações, as fossas e os seios nasais, os condutos auditivos e os globos oculares.

A gravidade do quadro depende da localização e do grau de destruição tecidual.

O diagnóstico da miíase pode ser feito pela observação das lesões e de suas características.

O tratamento da miíase primária consiste na retirada mecânica da larva, seja espremendo a lesão a partir se sua base, seja pinçando e tracionando a larva.

É frequente precisar-se alargar um pouco o orifício por onde a larva penetrou.

O tratamento também pode ser feito por meio da aplicação de medicamentos que matam ou expulsam as larvas da ferida.

Em seguida pode se usar preventivamente antissépticos ou antibióticos tópicos e proteger a ferida aberta contra uma nova deposição de ovos de moscas.

Nas miíases secundárias ou cavitárias, o tratamento vai depender da localização e extensão da cavidade.

Uma medicação oral (ivermectina) pode ser tomada sob orientação médica.

Manter eventuais ulcerações ou ferimentos na pele sempre limpos e protegidos.

Como complicações da miíase primária podem surgir abscessos, linfangite e raramente tétano.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Hidronefrose


Normalmente, a urina flui dos rins para as vias urinárias em gradientes muito baixos de pressão.

Se este fluxo for obstruído, acontece uma dilatação do rim pela urina, em decorrência da pressão de retorno do fluxo urinário sobre o rim, danificando os seus delicados tecidos e interrompendo o seu funcionamento.

Chama-se hidronefrose à distensão que se verifica no rim assim afetado.

A causa mais comum da hidronefrose é uma obstrução do ureter em sua junção com a pelve renal. Em geral essa obstrução pode acontecer em razão de anomalias estruturais, ptose renal (deslocamento do rim para baixo), cálculos renais, compressão do ureter por órgãos adjacentes, etc.

A hidronefrose também pode ser produzida por um refluxo da urina desde a bexiga, por diversos tipos de obstruções como cálculos, tumores, infecções, radioterapia, cirurgia, etc.

Ela frequentemente ocorre durante a gravidez porque o útero aumentado passa a comprimir os ureteres.

Além dos sintomas da hidronefrose em si, deve-se ter em conta os sintomas provocados pelas suas causas. Estes dependem da natureza das causas, bem como da sua localização e duração. A hidronefrose que se instala agudamente produz uma cólica renal forte e intermitente no lado afetado.

Se for crônica, a hidronefrose pode ser assintomática e só se manifestar pelas lesões renais tardias ou então haver apenas ataques de dor surda. Se o rim estiver muito grande, o médico pode palpar uma massa no flanco do paciente.

Certa porcentagem de pacientes (mais ou menos 10%) tem sangue na urina. As infecções produzem febre, calafrios, pus na urina (geralmente só visto ao microscópico) e incômodo na zona da bexiga ou do rim. A obstrução da urina favorece a formação de cálculos.

A hidronefrose pode causar sintomas intestinais leves, como náuseas, vômitos e dores abdominais.

A solução da hidronefrose tanto envolve o tratamento do acúmulo de urina quanto de suas causas e por isso exige recursos variados.

A urina acumulada deve ser drenada o mais depressa possível se a função renal diminuiu, a infecção persiste ou a dor se torna muito forte.

Na hidronefrose crônica é importante corrigir a causa da obstrução urinária. Uma cirurgia pode ser necessária para corrigir anormalidades dos ureteres.

O tratamento pode incluir medicamentos ou dilatação da uretra por meio de dilatadores mecânicos.

Podem ser necessários outros tratamentos, como a litotripsia (fragmentação dos cálculos renais por meio de ondas sonoras) para os cálculos que estejam obstruindo a passagem da urina.

A hidronefrose pode evoluir com muita dor de forma intermitente, devido a um acúmulo de urina na pelve renal, exigindo uma solução de urgência.

A hidronefrose leve e de pouca duração é reversível, embora os ductos urinários possam permanecer dilatados. As mais sérias, se não forem tratadas, acabam por lesar os rins e podem terminar em insuficiência renal.

O prognóstico da hidronefrose crônica é menos otimista do que o da hidronefrose aguda.

sábado, 5 de julho de 2014

Retinografia


Retinografia é uma técnica de exame que consiste em observar e registrar fotografias da retina, do nervo óptico e do fundo do olho. A retinografia permite obter diversas fotos em alta resolução, fazendo uma documentação fotográfica do fundo de olho e possibilitando um acompanhamento seriado da evolução de lesões que nele existam.

A retinografia fluorescente (ou angiofluoresceinografia) é feita através de fotos obtidas com iluminação e filtros especiais.

O exame é simples, indolor e dura apenas alguns minutos. O paciente deve assentar-se em frente a um aparelho que fotografa o fundo do olho usando lentes de grande aumento. A pupila deve ser dilatada para que as imagens do fundo do olho sejam captadas pelo aparelho, chamado retinógrafo. Se o paciente usar lente de contato deve retirá-las antes do exame.

O paciente deve comparecer ao local de exame acompanhado de outra pessoa, porque com a dilatação da pupila a visão poderá ficar prejudicada por certo tempo e ele não deverá dirigir.

A retinografia fluorescente utiliza um contraste chamado fluoresceína que permite o estudo das diferentes camadas das estruturas do fundo do olho. Atualmente existem recursos para captar imagens panorâmicas ou composições de imagens menores para permitir comparações evolutivas de doenças de manifestações difusas. A retinografia pode ser realizada utilizando filme fotográfico, papel, vídeos ou imagem digital.

As principais indicações da retinografia são para diagnóstico e acompanhamento de algumas doenças oftalmológicas que podem afetar a retina e o nervo óptico. É um exame importante para o acompanhamento de pessoas com miopia, diabetes mellitus, hipertensão arterial, alterações da mácula, tumores oculares, etc.

A retinografia é utilizada para diagnóstico e acompanhamento de doenças como a retinopatia diabética, degeneração macular, oclusões vasculares da retina, entre outras, e deve ser associada a outros exames complementares tais como angiografia, tomografia de coerência óptica, oftalmoscopia direta ou indireta ou a varredura a laser. Também serve para documentar as anormalidades e seguir suas evoluções. Com a retinografia também se pode acompanhar a eficácia dos tratamentos.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Inibidores da acetil-colinesterase para o tratamento da Síndrome de Alzheimer


Inibidores de colinesterases (I-ChE) são os principais medicamentos usados para o tratamento de Alzheimer por agirem diretamente nas sinapses nervosas, tentando solucionar um dos problemas dessa doença: a pouca oferta do neurotransmissor acetilcolina. Em poucas palavras essa pouca oferta deve-se a perda de neurônios que a usam como neurotransmissor durante a fase inicial da doença. A acetilcolina é essencial no processo de memorização e sua baixa oferta provoca o sintoma mais conhecido do Alzheimer: o esquecimento de coisas cotidianas.

Antes da adoção dos I-ChE foram testadas outras formas de tratamento relacionadas com a acetilcolina. Uma das estratégias era a substituição dos percursores do neurotransmissor, porém ela não se mostrou eficiente no incremento da atividade colinérgica central.

Um neurotransmissor é uma substancia responsável por levar uma informação de um neurônio a outro, pois dois neurônios nao encostam-se em uma sinapse. Contudo, após a captação do neurotransmissor pelo neurônio pós-sinaptico, a parte da substância que restou no espaço extracelular deve ser retirada para que não ocorra estresse excessivo dos neurônios e para que os neurônios colinérgicos possam voltar ao estado de repouso (ocorra a repolarização dos neurônios).

As colinesterases são enzimas que catalizam a hidrólise (destruição) da acetilcolina, transformando-a em colina e ácido acético. Como na Doença de Alzheimer (DA) há um déficit colinérgico, a inibição das enzimas que catalizam a destruição da acetilcolina aumentaria sua disponibilidade sináptica. As duas principais colinesterases são a acetilcolinesterase e a butirilcolinesterase. Os I-ChE fazem parte das drogas quem agem diretamente na DA, e o seu uso tem como objetivo frear o progresso da doença e o tratamento do déficit cognitivo, pois a a reversão dos danos causados dificilmente é observada.

Os I-ChE podem ser classificados de acordo com a duração de sua ação sobre as colinesterases e a possibilidade de reversão de sua inibição. Os fármacos comerciais que são I-ChE incluem a rivastigmina, a galantamina e o donerzepil. Os dois últimos são inibidores reversíveis das acetilcolinesterases, respectivamente de duração intermediária e longa. A rivastigmina tem ação de duração intermediária e é lentamente reversível.

Tacrina e rivastigmina também inibem a butirilcolinesterase, resultando em mais efeitos colaterais, mas auxiliando no controle de outro problema da DA que é a formação de placas senis entre os neurônios. Essas placas são formadas por proteínas beta-amilóides mal formadas e sua maturacão tem relação com a butirilcolinesterase.

A rivastigmina pode ser classificada como pseudo-irreversível, pois a interação da enzima com a droga leva a formação de dois produtos: um de rápida excreçao e um complexo carboamilado com a enzima, o qual impede a hidrólise da acetilcolina por duração competitiva e duradoura, mas é reversível. Desse modo o efeito dessa droga perdura mesmo após a eliminação da droga-mãe do organismo, reduzindo os riscos de interação com outros medicamentos.

A resposta ao tratamento feito com os I-ChE é heterogênea, sendo os benefícios observados a partir de 12 semanas e cessam após 6 a 8 semanas de tratamento. A eficácia desses fármacos em pacientes com DA leve ou moderada é discreta, mas consistente quando comparada aos pacientes que não fazem seu uso, principalmente sobre a cognição e as capacidades funcionais.

A tacrina foi uma das primeiras drogas com a função inibidores a ser prescrita para os enfermos, ela lançou a base da terapia colinérgica (modo como é conhecido o tratamento feito com essas drogas). Entretando, estudos posteriores comprovaram sua hepatotoxicidade e somando isso a sua dificuldade posológica (quatro doses diárias) o resultado foi o desuso desse medicamento.

Os inibidores de colinesterases de segunda geração (modo como é conhecido o donezepil, a rivastigmina e a galantamina) possuíam o mesmo efeito da tacrina, mas com efeitos colaterais em menor grau, posologia mais fácil e, em geral, menor toxicidade. Os efeitos colaterais mais observados são (1) efeitos adversos gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarréia, anorexia, dispepsia, dor abdominal, aumento da secreção ácida; (2) cardiovasculares: oscilação da pressão arterial, síncope, arritmia, bradicardia; (3) outros sintomas como tonturas, cefaléia, agitação, insônia, câimbras, sudorese, aumento da secreção brônquica.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Tratamento psiquiátrico: mitologia na medicina!


Medicamentos psiquiátricos são perigosos e viciam?

Temos aqui um típico preconceito por generalização.

Há medicamentos psiquiátricos que apresentam riscos e devem ser acompanhados com cuidado, como aconteve em toda a medicina.

Porém 90% ou mais dos psicofármacos são seguros.

Os tranquilizantes podem viciar, na dependência de como são utilizados, mas ninguém fica preso aos tranquilizantes por causa disso ao contrário do que a maioria pensa, inclusive muito médicos.

O termo dependência é um termo pesado, usado para situações graves como o alcoolismo, dependência à cocaína injetável, etc.

A dependência induzida pelos tranquilizantes é 100% reversível, basta que a medicação seja retirada gradualmente.

A grande confusão que é que quanto a cronicidade (permanência prolongada) dos sintomas que os tranquilizantes tratam como a ansiedade.

Os transtornos de ansiedade frequentemente duram décadas ou toda a vida e quando um paciente obtém os benefícios com a eliminação dos sintomas e posteriormente experimentam retirar o tranquilizante e recaem dos sintomas logo são acusados de estarem dependentes quando na verdade houve uma recaída, ou retorno dos sintomas de ansiedade.

É muito difícil diferenciar os sintomas da recaída de ansiedade dos sintomas da abstinênica aos tranquilizantes, mas nessas situações a culpa é sempre do remédio, ainda que não seja possível provar. A dependência é única preocupação relevante quanto aos tranquilizantes (remédios de tarja preta).

Os antidepressivos apresentam certos riscos.

Os do grupo dos tricíclicos (que são dos mais antigos) podem causar problemas sérios quanto tomados em altas doses, já os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (mais modernos) não são letais mesmos em altas doses.

Alguns moduladores do humor (conhecidos como antipsicóticos) podem provocar problemas na condução elétrica do coração, o que só é preocupante em cardiopatas, pessoas sem problemas cardíacos não há maiores problemas.

Há um estabilizador do humor que há 30 anos atrás foi relacionado há diversas mortes por inibição das células de defesa e foi retirado do mercado.

Reintroduzido no mercado sob cuidados extremos, não provocou o mesmo efeito, pelo menos no Brasil em dez anos não nenhum relato.

Crianças não podem tomar psicofármacos?

Podem sim, e se beneficiam muito quando precisam deles. No entanto a maioria dos psicofármacos não foi estudada para crianças por isso recomenda-se não usá-la antes que sejam feitos os devidos testes. O fato de uma criança ter precisado de um psicofármaco não significa necessariamente que seja mais grave ou que tenha um futuro menos promissor que outras crianças de sua idade.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Síndrome de Berdon


A síndrome de Berdon é uma doença rara que pode surgir logo após o nascimento e que envolve uma série de malformações do trato digestivo (megacistos, microcólon e hipoperistaltismo intestinal), do trato urinário (alterações da forma e função da bexiga e hidronefrose) e, por vezes, do sistema cardiovascular. O médico Walter Berdon foi o primeiro a descrever essa condição em crianças recém-nascidas, duas das quais eram irmãs.

As causas da síndrome de Berdon ainda não são inteiramente conhecidas, mas pode haver problemas genéticos (herança autossômica recessiva) ou hormonais. Ela pode acometer os dois sexos, mas incide principalmente em meninas.

Os principais sinais e sintomas da síndrome de Berdon são: prisão de ventre, retenção de urina, inchaço e dilatação da bexiga, músculos flácidos do abdome, vômitos, inchaço renal e obstrução intestinal. Associado a isso, a criança apresenta dificuldade de urinar e de evacuar e necessita ser alimentada por meio de uma sonda.

O diagnóstico da síndrome de Berdon pode ser feito por meio da avaliação clínica dos sintomas e corroborado por meio de exames como a ultrassonografia, por exemplo. Muitas vezes o diagnóstico pode ser feito já durante a gestação em uma ultrassonografia de rotina. A doença não deve ser confundida com casos de pseudo-obstrução intestinal idiopática.

A Síndrome de Berdon não tem cura, mas existem algumas intervenções cirúrgicas paliativas que visam desobstruir o estômago e os intestinos para melhorar os sintomas. Frequentemente pode ser realizada uma cirurgia na bexiga que permita à criança drenar a urina retida.

Estes procedimentos costumam ter pouco efeito na melhoria dos sintomas e os pacientes acabam por morrer devido à má nutrição, insuficiência de múltiplos órgãos e infecção generalizada.

Em se tratando de uma síndrome genética, não há como preveni-la.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Enfisema subcutâneo


Enfisema subcutâneo é uma afecção rara, constituída pela entrada de ar nos tecidos logo abaixo da pele. Em geral ele é uma complicação que sobrevém a algum procedimento, acidente invasivo ou a algumas infecções.

O enfisema subcutâneo pode ser causado pela introdução inadvertida de ar dentro do tecido, pela produção de gás no interior dele ou por infecções como, por exemplo, na gangrena gasosa ou na enterocolite necrotizante.

Assim, ele pode estar associado ao pneumotórax (perfuração dos pulmões), fratura óssea, ruptura do tubo brônquico e ruptura do esôfago, entre outras condições devidas a traumas contundentes, esforço por vômitos, ferimentos por bala ou por armas brancas e, raramente, por procedimentos médicos como endoscopia, cateter venoso, intubação e broncoscopia.

O enfisema subcutâneo aparece como um suave abaulamento da pele que, quase sempre, causa apenas sintomas de pouca intensidade. Mesmo quando extenso, costuma não ter consequências clínicas significativas, apesar de ser extremamente desconfortável. Só é uma complicação grave se causa obstrução respiratória ou circulatória.

Geralmente ele ocorre na pele da parede torácica ou do pescoço, mas também pode ocorrer em outras partes do corpo, como nos braços, pernas e dorso. Ele se manifesta como um inchaço macio na pele. Ao exame físico, o médico observa uma tumefação sonora à percussão, sem alteração da pele que a cobre. A palpação dá a sensação de achatamento de pequenas bolhas de ar e na ausculta ouve-se uma crepitação gasosa.

O diagnóstico do enfisema subcutâneo depende de uma história médica que levante as possíveis causas e de um minucioso exame físico. Em geral ele se apresenta como uma elevação lisa na pele e ao palpá-lo o médico sentirá uma sensação incomum de crepitação (estalido) devido ao deslocamento do gás pelo tecido.

Na maioria dos casos, o enfisema subcutâneo é autolimitado e o tratamento é conservador. Por vezes consiste na colocação de drenos subcutâneos, conectados a sacos de drenagem.

A evolução do enfisema subcutâneo é benigna, mas as condições que o causam podem ser muito graves e por vezes requerem hospitalização.