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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Leucocitose



Vi isso no resultado do meu exame de sangue! O que quer dizer?

Didaticamente:

Leucócitos (do grego, leuco = branco; kytos = células), são os glóbulos brancos do sangue, que fazem parte do sistema de defesa imunológica do organismo. Há diversos tipos de leucócitos, cada um deles com diferentes funções: alguns atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos, outros apenas fazem a identificação, e assim por diante.

Os neutrófilos (assim chamados porque são células que mostram afinidade para os corantes neutros) são o tipo mais comum de leucócitos, especializados no combate a bactérias e fungos, envolvendo-as e matando-as. Os leucócitos segmentados (maduros) e bastões (imaturos) são neutrófilos ainda jovens.

Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. São responsáveis pela produção dos anticorpos que atuam contra as infecções virais, detectam e destroem algumas células cancerosas. Chama-se linfocitose o aumento do número de linfócitos.

Os monócitos são apenas 3 a 10% dos leucócitos circulantes. Quando ativados transformam-se em macrófagos, células capazes de fagocitar (“comer”) micro-organismos invasores. Chama-se monocitose o aumento do número de monócitos.

Os eosinófilos são somente 1 a 5% dos leucócitos circulantes e são os responsáveis pelos mecanismos da alergia, por matar parasitas e destruir células cancerosas.

Os basófilos, assim chamados por sua afinidade com os corantes básicos, representam somente zero a 2% dos glóbulos brancos. Parece que também estão relacionados às alergias, pois produzem histamina e heparina e possuem também atividade fagocitária, mas sua principal função consiste em evitar a formação de coágulos e permitir a fácil migração dos neutrófilos.

Leucocitose (do grego, leuco = branco; kytos =célula; ose= sufixo que significa aumento) é o aumento global do número dos glóbulos brancos no sangue. O mais frequente é que a leucocitose surja devido a uma linfocitose ou a um aumento dos neutrófilos. As taxas globais de leucócitos para homens adultos normais estão entre 4.500 e 11.000 por milímetro cúbico de sangue. Considera-se que há leucocitose quando a pessoa apresenta mais de 11.000 leucócitos por milímetro cúbico de sangue. A leucocitose não é uma doença, mas a manifestação hematológica de algum transtorno orgânico, crônico ou transitório.

E as causas?

A maior causa de leucocitose são as infecções, mas também pode ocorrer em outras doenças malignas que afetem a medula óssea ou em doenças inflamatórias e autoimunes. Em resumo, na maioria das vezes, a leucocitose indica uma defesa do organismo contra as infecções ou então um descontrole das divisões celulares. É possível diagnosticar certas doenças observando-se o tipo de células brancas predominantemente aumentadas e, em alguns casos, a morfologia delas.

Como se sabe?

A leucocitose pode ser diagnosticada por um exame simples de sangue, o hemograma, que também analisa os tipos de leucócitos que estão numericamente alterados. Constatada a leucocitose, impõe-se investigar e diagnosticar a sua causa, o que exigirá exames mais sofisticados. Quando há uma leucocitose é importante ver qual dos tipos de leucócitos é responsável por essa alteração. Geralmente, os neutrófilos e linfócitos são os responsáveis maiores, por serem os tipos mais numerosos de leucócitos.

Um pequeno aumento dos leucócitos pode não ter maior repercussão clínica, mas um aumento significativo deve causar preocupações e pode indicar enfermidades graves, como um câncer. A leucocitose é mais frequente que a leucopenia e está presente, sobretudo nos quadros infecciosos. Geralmente a leucocitose é causada pelo combate a infecções ou por descontrole das divisões celulares. Contudo, pode ocorrer também em certas condições fisiológicas como gravidez, menstruação e exercícios musculares intensos, mas nelas nunca chega aos altos valores que podem ser encontrados nos quadros patológicos.

A eosinofilia (aumento dos eosinófilos) ocorre nos casos de doença alérgica, mas pode aparecer também em doenças parasitológicas, recuperação de infecção aguda, algumas doenças, sensibilidade a certas drogas, tumores, leucemia eosinofílica, etc. Algumas eosinofilias são idiopáticas, isto é, sem causas aparentes.

Os basófilos podem aparecer na leucemia mieloide e na policitemia vera.

As linfocitoses (aumento dos linfócitos) verificam-se nas doenças infecciosas. Uma hiperlinfocitose duradoura em um adulto pode indicar uma leucemia linfoide crônica, um linfoma não-Hodgkin ou uma tireotoxicose.

Uma monocitose (aumento dos monócitos) pode aparecer como reparação das neutropenias medicamentosas ou quimioterápicas, em doenças virais ou parasitárias e no curso de certas espécies de anemias. Pode constituir também um sinal de leucemias mielomonocíticas agudas. Outras condições que podem gerar uma monocitose são: infecções bacterianas crônicas, protozoários, doença de Hodgkin, doenças inflamatórias e no tratamento com certos fatores de crescimento.

Uma neutropenia (aumento dos neutrófilos) aparece nas infecções bacterianas, sobretudo, nas inflamações e nas necroses de tecidos. Pode também acontecer nos últimos meses de gravidez, nos tratamentos por corticoides, tabagismo, desordens metabólicas, neoplasias, hemorragia aguda ou hemólise, doenças mieloproliferativas como leucemia mieloide crônica, policitemia vera, etc.

Como se trata?

É essencial tratar a enfermidade causal, tratando a causa da leucocitose, quando possível, a taxa de leucócitos tende a voltar ao normal.

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