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sábado, 31 de maio de 2014

Laringite estridulosa ou "Tosse de cachorro"...


A laringite estridulosa é uma inflamação da laringe que a deixa inchada e que na maioria das vezes acontece em crianças pequenas.

Quase sempre a laringite estridulosa assusta os familiares, em razão dos seus sintomas, mas geralmente não é perigosa.

A laringite estridulosa é uma infecção virótica da laringe que pode atacar tanto as vias respiratórias superiores como as inferiores, a partir de um resfriado comum ou gripe.

É mais comum ocorrer no final do outono e durante o inverno. Os vírus que mais frequentemente causam a laringite estridulosa são: o influenza, o vírus sincicial respiratório e o adenovírus.

Outras possíveis causas, mais raras, são: alergia respiratória, infecções de vias aéreas superiores, aumento das adenoides e refluxo gastroesofágico.

Diante de um caso concreto muitas vezes não se consegue determinar a causa específica da laringite.

Os principais sinais e sintomas da laringite estridulosa se iniciam de forma súbita e são: rouquidão, tosse seca, também conhecida como “tosse de cachorro”, que piora à noite e pode causar vômitos, obstrução leve ou moderada das vias respiratórias, dificuldade de respirar.

A respiração fica difícil porque a infecção produz muco, que fica seco e espesso. Ao inspirar o ar a criança emite um som alto agudo, como um latido de cachorro (tosse de cachorro), que corresponde ao esforço para “puxar” o ar. A laringite estridulosa geralmente ocorre em crianças de até três anos de idade e dura entre três e sete dias. Ela deixa de acontecer nas crianças mais velhas porque a traqueia cresce e se torna mais larga.

O diagnóstico da laringite estridulosa é basicamente clínico, baseado na descrição dos sintomas. Pode ser confirmado pelo exame visual das cordas vocais e áreas próximas ou por uma laringoscopia feita por profissional habilitado. Os exames de laboratório em geral são dispensáveis.

A primeira medida terapêutica é transmitir calma à criança. O tratamento da laringite estridulosa normalmente dispensa os remédios. A aplicação de vapor pode tornar o muco úmido e fino novamente, facilitando a sua eliminação e isso pode ser suficiente para ajudar a criança a melhorar. Além disso, é recomendável aumentar a ingestão de líquidos, repouso da voz e elevação da cabeceira da cama.

Os analgésicos e antibióticos só devem ser usados se houver dor ou infecção bacteriana secundária. Excepcionalmente, os corticoides podem ser usados nas intercrises. Nos casos mais graves, com grande dificuldade de respirar ou se houver pneumonia, a pessoa deve ser tratada adequadamente e mantida em observação médica.

Embora a laringite estridulosa assuste pelo caráter repentino, veemência e intensidade dos sintomas, geralmente evolui de maneira benigna.

Como prevenir a laringite estridulosa:

•A laringite estridulosa pode ser prevenida por meio de um umidificador próximo a cabeceira da cama da criança.
•Evitar que as crianças aspirem fumaças, poeiras ou vapores irritantes.
•Dar um banho quente de chuveiro na criança, com a porta fechada de forma a produzir vapor, o qual ela deve respirar.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Pressão dos olhos: Tonometria


Tonometria é a medição da pressão interna do globo ocular. As variações da pressão intraocular são devidas ao humor aquoso, um líquido que fica contido entre a íris e a córnea, constituído por 98% de água e 2% de sais, o qual é continuamente produzido e eliminado pelo organismo. É a quantidade desse líquido que dá a pressão intraocular. Se houver um desequilíbrio no mecanismo de produção/eliminação dele a pressão intraocular varia, geralmente aumentando.

A tonometria deve ser feita de rotina em toda consulta oftalmológica, especialmente em:

•Pacientes idosos.
•Pessoas com tendência hereditária à pressão intraocular elevada.

E a qualquer momento em:

•Pacientes com suspeita de glaucoma e outras enfermidades como tumores de íris, por exemplo, nas quais a pressão intraocular costuma ser elevada.
•Períodos pré e pós-operatórios de cirurgias oculares como catarata, glaucoma, transplante de córnea, descolamento de retina, vitrectomia (cirurgia do humor vítreo), etc.
•Distúrbios da pressão ocular pós-traumática.

Outra indicação obrigatória é o caso de sangramentos intraoculares.

Há mais de um método de realizar a tonometria. Não há necessidade de preparativos para o exame, mas em alguns casos os globos oculares devem receber um colírio anestésico. Se o paciente usar lentes de contato elas devem ser retiradas antes do exame e podem ser recolocadas logo depois. Se o paciente tem alguma infecção ocular ou úlcera de córnea isso deve ser informado ao médico para que ele adote os cuidados especiais necessários.

Em um dos métodos, chamado método da aplanação, mede-se a força necessária para achatar-se a córnea com o tonômetro de Goldmann (tonômetro acoplado à lâmpada de fenda) encostado a ela. O paciente deve repousar o queixo e a testa em suportes do aparelho oftalmológico apropriado, o tonômetro é encostado no olho e levemente forçado contra ele. Esse tipo de medição é feito com a aplicação local de um colírio anestésico. Uma variante desse método é medir a pressão intraocular com um aparelho semelhante a um lápis, que toca o exterior do olho e efetua a medição.

A tonometria a ar é realizada por meio da propulsão de um jato de ar contra o globo ocular, o qual após encontrar a superfície do olho é recaptado e a pressão ocular é automaticamente fornecida. Aqui também o paciente deve repousar o queixo e a testa em suportes próprios do aparelho oftalmológico.

Esse método não necessita anestesia e o que o paciente sente é apenas uma leve sensação de contato. Se o paciente, por qualquer motivo, não permite esses tipos de exames, o médico pode realizar a manobra de colocar os dois dedos indicadores sobre a pálpebra superior, com o paciente de olhos fechados e olhando para baixo e pressionar o globo ocular, para ter uma noção da pressão intraocular. Embora pouco preciso, esse método pode ser o único exequível em determinadas circunstâncias.

O exame é simples, rápido e indolor, não durando mais do que cinco minutos. O desconforto causado por ele é mínimo, mas é necessária colaboração do paciente em manter fixo o olhar, pelo que pode ser mais difícil de ser executado em crianças pequenas.

Não há nenhuma restrição pós-exame e o paciente pode voltar de imediato às suas atividades normais. O resultado do exame é fornecido em milímetros de mercúrio (mmHg). A pressão normal varia entre 10 e 20 mmHg. Se o exame indicar pressão muito alta, isso requererá providências médicas urgentes porque as células nervosas receptoras da retina podem ser danificadas por compressão e deixarem de funcionar, levando à cegueira.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Medição Ambulatorial da Pressão Arterial (M.A.P.A.)


A pressão arterial obtida no consultório médico é um dado apenas momentâneo e não reflete com fidelidade a pressão arterial e as variações de medidas existentes no dia-a-dia do paciente. Para o médico, é muito útil saber como se comporta a pressão arterial do paciente durante suas atividades diárias.

Com a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) a pressão arterial é automaticamente medida e registrada a cada vinte minutos, nas 24 horas do dia, durante a vigília e o sono. Ela permite, então, analisar o comportamento da pressão arterial durante os vários eventos do cotidiano da pessoa e ainda torna possível avaliar a eficácia de tratamentos anti-hipertensivos, quando é o caso.

O exame quase não apresenta desconforto nem interfere nas atividades rotineiras do paciente, as quais, ao contrário, devem seguir seu curso normal. A tomada da pressão arterial em vários momentos sucessivos do dia do paciente torna possível obter uma visão dinâmica do comportamento pressórico durante a vida do paciente e correlacioná-lo com as suas atividades.

A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) é hoje em dia um exame já incorporado à prática clínica do cardiologista e do nefrologista, quando eles avaliam e tratam problemas de pressão arterial.

O equipamento de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) consta de um monitor leve e pequeno, colocado na cintura do paciente e conectado por um tubo plástico fino a uma braçadeira semelhante às dos aparelhos tradicionais de aferição da pressão arterial, a qual deve ser colocada preferencialmente no braço não dominante. Depois de instalado o equipamento, o paciente deve permanecer com ele durante 24 horas, pelo menos.

A cada vinte minutos o monitor insufla a braçadeira, colhe e registra a pressão obtida. Após as 24 horas, o monitor é retirado, os dados obtidos são levados a um computador e um programa especialmente construído para essa finalidade elabora um gráfico das pressões registradas. O paciente deve anotar num “diário de atividades” as ocorrências do seu dia (atividades, sono, sintomas, etc.), para que sejam cotejadas com os registros do monitor. É importante que o dia escolhido para colocação do equipamento seja representativo das rotinas do paciente e não um dia de atividades excepcionais.

A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) deve ser feita quando se deseja estudar com mais profundidade a pressão arterial ou quando, por qualquer motivo, se suspeita que a pressão medida no consultório médico não seja a mesma que ocorre em outros momentos da vida do paciente.

Ela também pode ser usada para estabelecer a relação entre os eventos, os sintomas e a pressão arterial e para avaliar a eficácia do tratamento da hipertensão. O exame deve ser feito num dia padrão da vida do paciente, evitados acontecimentos extraordinários ou esporádicos e só é contraindicado para pacientes que apresentem valores muito elevados de pressão máxima, arritmias cardíacas ou parkinsonismo. Não é permitido tomar banho durante o período de tempo em que o equipamento estiver colocado.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Como prevenir a hipertensão arterial?



Informações preliminares:

Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica (máxima) e 85 milímetros de pressão diastólica (mínima).

Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.

Cuidados para a prevenção:

Controle do peso

Confira o seu índice de massa corporal. Basta fazer o cálculo do seu peso em quilogramas dividido pelo quadrado da sua altura em metros. O resultado deve estar situado em um índice de massa corporal entre 20 kg/m² e 25 kg/m². E a medida da circunferência abdominal deve ser inferior a 102 cm para homens e 88 cm para mulheres.

Para manter o seu peso em uma faixa ideal, você deve seguir uma dieta hipocalórica balanceada orientada individualmente por um nutricionista, evitando o jejum ou o uso de dietas "milagrosas", que causam mais danos ao organismo que benefícios. Esta dieta deve constituir-se de uma mudança em busca da ingestão de alimentos mais saudáveis que respeitem suas preferências.

O aumento de atividade física diária deve estar associado à mudança de hábitos alimentares. Esta prática deve ser orientada e estimulada por profissionais com treinamento específico e com prévia avaliação médica.

O uso de anorexígenos - remédios para emagrecer - não é aconselhável pelo risco de complicações cardiovasculares.
Esses objetivos devem ser permanentes, evitando-se grandes e indesejáveis flutuações do peso.

A perda de peso é muito importante, pois a diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já é suficiente para reduzir a pressão arterial, além de estar relacionada à queda da insulinemia, à redução da sensibilidade ao sódio e à diminuição da atividade do sistema nervoso simpático. Mas o mais importante é a manutenção do peso alcançado com as mudanças de hábitos citadas acima.


Redução da ingestão de sal (cloreto de sódio)

Limitar a ingestão diária de sódio ao máximo de 2,4 g de sódio ou 6 g de cloreto de sódio (uma colher de chá). Esse total deve incluir o sódio contido nos alimentos naturais e manufaturados. O sal é considerado um fator importante no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial. Sua restrição também está associada a uma redução da mortalidade por acidente vascular encefálico e regressão da hipertrofia ventricular esquerda (aumento da musculatura do ventrículo esquerdo do coração).

Na prática, devem ser evitados alimentos enlatados, conservas, embutidos e defumados. Utilizar o mínimo de sal no preparo dos alimentos, além de evitar o uso de saleiro à mesa, durante as refeições. Para que o efeito hipotensor máximo da restrição salina se manifeste, é necessário um intervalo de pelo menos 8 semanas.

São exemplos de alimentos ricos em sal:

1. Sal de cozinha (cloreto de sódio) e temperos industrializados;
2. Alimentos industrializados (ketchup, mostarda, molho shoyu, caldos concentrados); Embutidos (salsicha, mortadela, lingüiça, presunto, salame, paio);
3. Conservas (picles, azeitona, aspargo, palmito);
4. Enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha);
5. Bacalhau, carne seca, defumados;
6. Aditivos (glutamato monossódico) utilizados em alguns condimentos e sopas de pacote;
7. Queijos em geral.

Aumento da ingestão de potássio

É recomendável que a ingestão diária de potássio fique entre 2 e 4g, contidos em uma dieta rica em frutas e vegetais frescos.
A ingestão do potássio pode ser aumentada pela escolha de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio (feijão, ervilha, vegetais de cor verde-escuro, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja).

Existe a possibilidade de o potássio exercer efeito anti-hipertensivo, ter ação protetora contra danos cardiovasculares e servir como medida auxiliar em pacientes submetidos a terapia com diuréticos - que expoliam o potássio, desde que não existam contra-indicações.

Redução ou abandono da ingestão de álcool

O consumo excessivo de álcool eleva a pressão arterial, causa variações nos níveis pressóricos, aumenta a prevalência de hipertensão, é fator de risco para acidente vascular encefálico, além de ser uma das causas de resistência a medicamentos anti-hipertensivos.

Para os hipertensos do sexo masculino que fazem uso de bebida alcoólica, é aconselhável que o consumo não ultrapasse 30 ml de etanol/dia, contidos em 60 ml de bebidas destiladas (uísque, vodca, aguardente, etc.), 240 ml de vinho ou 720 ml de cerveja. Em relação às mulheres e indivíduos de baixo peso, a ingestão alcoólica não deve ultrapassar 15 ml de etanol/dia - metade do preconizado para os homens. Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nesses limites de consumo, sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas.

Prática regular de exercícios físicos

Praticar exercícios físicos aeróbios por um período de 30 a 45 minutos por dia, três a cinco vezes por semana é um bom começo.
O exercício físico regular reduz a pressão arterial, além de contribuir para a diminuição do peso corporal e de ter ação coadjuvante no tratamento das dislipidemias, da resistência à insulina, do abandono do tabagismo e do controle do estresse. Contribui, ainda, para a redução do risco de indivíduos normotensos desenvolverem hipertensão.

O baixo nível de condicionamento físico está associado a maior risco de óbito por doenças coronarianas e cardiovasculares em homens sadios, independentemente dos fatores de risco convencionais.

Exercícios isométricos, como levantamento de peso, não são recomendáveis para indivíduos hipertensos. Pacientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos que interferem na freqüência cardíaca (como, por exemplo, betabloqueadores) devem ser previamente submetidos a avaliação médica.

Suplemento de cálcio e magnésio

Manter ingestão adequada de cálcio e magnésio. A suplementação dietética ou farmacológica desses cátions ainda não tem embasamento científico suficiente para ser recomendada como medida preventiva.

A manutenção de ingestão adequada de cálcio é uma medida recomendável na prevenção da osteoporose.

Combate ao tabagismo

O cigarro eleva agudamente a pressão arterial e favorece o desenvolvimento e as complicações da aterosclerose - doença crônica e degenerativa que leva à obstrução das artérias por depósito de gorduras em seu interior. A interrupção do fumo reduz o risco de acidente vascular encefálico - derrame, de doença isquêmica do coração - infarto, de doença vascular arterial periférica - trombose e de morte súbita.

A exposição ao fumo (tabagismo passivo) também deve ser evitada, pois o tabagismo é a mais importante causa modificável de morte.

Controle das Dislipidemias

A hipercolesterolemia - aumento do colesterol ruim no sangue ou LDL-colesterol é um dos maiores fatores de risco cardiovascular.
Os alimentos ricos em colesterol ou em gorduras saturadas são: porco (banha, carne, bacon, torresmo), carne de gado com gordura visível, lingüiça, salame, mortadela, presunto, salsicha, sardinha, miúdos (coração, moela, fígado, miolos, rim), dobradinha, caldo de mocotó, frutos do mar (camarão, mexilhão, ostras), pele de frango, couro de peixe, leite integral, creme de leite, nata, manteiga, gema de ovo e suas preparações, frituras com qualquer tipo de gordura, óleo, leite e polpa de coco, azeite de dendê, castanhas, amendoim, sorvetes, chocolate e derivados.

O HDL-colesterol - conhecido como bom colesterol - quando está baixo, pode ser aumentado em resposta à redução do peso, à prática de exercícios físicos e à suspensão do hábito de fumar.

O aumento dos triglicerídeos deve ser tratado com medidas dietéticas, como a redução da ingestão de carboidratos simples e de bebidas alcoólicas. Quando necessário, recomenda-se o uso de fibratos, prescritos por seu médico. Entre os alimentos que aumentam os triglicérides estão todas as preparações que contenham açúcar. Mel e derivados, cana de açúcar, garapa, melado, rapadura, bebidas alcoólicas e todos os alimentos ricos em gordura.

Como medidas dietéticas gerais recomenda-se aumentar o conteúdo de fibras da dieta, substituir os carboidratos simples (açúcar, mel e doces) pelos complexos (massas, cereais, frutas, grãos, raízes e legumes), restringir bebidas alcoólicas, reduzir a ingestão de gorduras saturadas, utilizando preferencialmente gorduras mono e poliinsaturadas na dieta.

Manejo da Intolerância à glicose e do Diabetes Mellitus

Resistência à insulina e diabetes melito são condições freqüentemente associadas à hipertensão arterial, favorecendo a ocorrência de doenças cardiovasculares, principalmente coronarianas. Sua prevenção tem como base a redução da ingestão calórica, a prática regular de exercícios físicos aeróbios e a redução da ingestão de açúcares simples.

Cuidados no Climatério

A diminuição da atividade estrogênica - estrôgenio é um dos hormônios femininos - após a menopausa aumenta de duas a quatro vezes o risco cardiovascular. A reposição estrogênica após a menopausa não está contra-indicada para
mulheres hipertensas, pois tem pouca interferência sobre a pressão arterial. Converse com seu ginecologista sobre isto.

É importante lembrar que a reposição hormonal é contra-indicada para mulheres de alto risco cardiovascular. Como um pequeno número de mulheres apresenta elevação da pressão arterial, há necessidade de avaliação periódica da pressão após o início da reposição.

Devido ao aumento de risco de eventos coronarianos, cerebrovasculares e tromboembolismo venoso, a terapia de reposição hormonal não deve ser utilizada com o intuito de promover proteção cardiovascular.

Dicas de alimentação mais saudável

•Recomenda-se aumentar o conteúdo de fibras da dieta (grãos, frutas, cereais integrais, hortaliças e legumes, preferencialmente crus).
•Preparar as carnes de aves sem a pele e os peixes sem o couro, retirar a gordura visível das carnes vermelhas, evitar o uso de gorduras saturadas no preparo dos alimentos, dar preferência aos produtos desnatados e às margarinas cremosas.
•São exemplos de óleos insaturados: soja, canola, oliva, milho, girassol e algodão, usar preferencialmente os três primeiros.
•Evitar o uso de óleo de coco e dendê.
•Evitar frituras. Ingerir alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados.
•Preferir ervas, especiarias e limão para temperar os alimentos.
Note que os alimentos não são proibidos na sua dieta. Todos nós temos direito a um churrasquinho no final de semana, junto com os amigos. O que deve estar na sua mente é que é possível ficar bem com uma dieta mais equilibrada. O benefício para o seu organismo compensa o seu esforço de mudança. Você se sentirá mais ativo e com mais disposição para as tarefas diárias. Sua produtividade vai aumentar e, com ela, todos os resultados serão alcançados mais rapidamente.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Holter: para avaliar seu coração!


O Holter é um monitor portátil que registra a atividade elétrica do coração e suas variações durante as 24 horas do dia ou mais e pode, assim, detectar alterações que em geral não aparecem num exame de tempo mais limitado, como num eletrocardiograma simples, por exemplo. Na verdade, o Holter é um eletrocardiograma gravado para ser lido posteriormente. O monitor recebeu este nome em homenagem a Norman J. Holter, que o inventou, em 1949. Desde então, o Holter evoluiu muito.

O primeiro aparelho pesava quarenta quilos e tinha que ser levado dentro de uma mochila! As viagens interespaciais levaram a NASA a aperfeiçoar os mecanismos de gravação do eletrocardiograma para análise posterior. Hoje em dia, o aparelho mais moderno é um minigravador digital do tamanho de um cartão de crédito e da altura de uma caixa de fósforos e pesa apenas noventa gramas, o qual registra os dados em um cartão semelhante ao de uma câmera fotográfica. Os aparelhos mais evoluídos permitem a transmissão dos dados via internet, possibilitando uma avaliação deles à distância e em tempo real.

A pele do corpo deve estar limpa, sem cremes e será livrada de seu engorduramento natural com álcool antes da colocação dos eletrodos. De três a oito eletrodos, conforme o modelo do aparelho, são aderidos ao corpo em posições determinadas pelo médico. O número e a posição deles pode variar de acordo o tipo de aparelho utilizado.

Estes eletrodos são conectados por fios a um receptor, preso ao cinto do paciente ou levado no bolso da sua camisa, o qual registra a atividade elétrica cardíaca durante todo o período em que está conectado. A pessoa monitorada deve fazer normalmente todas as suas atividades cotidianas, menos tomar banho.

Geralmente os pacientes são solicitados a registrar suas atividades, bem como os horários em que possam ter ocorrido os sintomas, para que esses eventos sejam cotejados com os dados do Holter. Normalmente os eletrodos levam de dez a quinze minutos para serem colocados e cinco minutos para serem retirados. Quando o aparelho é retirado, os dados captados por ele são analisados por um computador, indicando os componentes que devem merecer um melhor estudo posterior.

Os registros eletrocardiográficos contínuos fornecidos pelo Holter permitem informações sobre ocorrências eventuais e momentâneas do coração e são utilizadas pelos médicos e técnicos para selecionar as áreas de interesse para análise do traçado eletrocardiográfico.

O Holter é muito utilizado para diagnosticar alterações nos batimentos cardíacos, nas síncopes ou outras alterações paroxísticas, que muitas vezes não ocorrem durante uma consulta médica. Assim, ele está indicado para pacientes com arritmias cardíacas, palpitações ou perda de consciência. Utiliza-se também o Holter para monitorar o coração depois de um infarto do miocárdio ou de uma cirurgia cardíaca.

Os portadores de marca-passo e de desfibriladores têm esses aparelhos ajustados e programados a partir de informações do Holter. O procedimento não comporta riscos e não tem qualquer contraindicação. Alguns pacientes podem ser sensíveis aos adesivos dos eletrodos, mas as reações, nas raras ocasiões em que acontecem, são muito brandas. A pele onde estavam colocados os eletrodos não deve ser exposta ao sol durante três a cinco dias.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Quem sabe?



Escrevi isso para reflexões. Quero deixar bem claro que é uma ficção! Não é a minha história, nem a sua, nem a de quem quer que seja!


Eu via minha mãe chorando...
Via meu pai fumando e nem sabia o quê...
Via os dois brigando,gritando, se batendo muitas vezes...
Acreditava que era tudo normal, afinal, eram meus pais...
Cresci um pouco e fiquei sabendo que meu pai foi morto...
Até hoje não sei por qual razão e nem por quem...
Minha mãe enlouqueceu e começou a fumar num cachimbo de plástico, umas pedrinhas estranhas...
Não sei se ela enlouqueceu primeiro ou se começou a fumar as tais pedrinhas antes...
Mas, fui retirado dela, por um tal de Conselho não sei do quê...
Fiquei num lugar chamado abrigo por um tempo e aprendi um monte de coisas...
Algumas boas (dizem) e outras não tão boas assim...
Minha tinha (irmã da minha mãe) foi me buscar lá...
Eu achei que já era meio tarde, mas, não tinha escolha e fui...
O marido dela (meu tio?) era bruto e batia nela...
Acho que ela gostava, pois depois que apanhava ficava toda carinhosa com ele...
Mas, apanhava quase todo dia...
Eu tinha medo de apanhar também, mas comecei a acostumar com aquilo...
Fui parar na escola e descobri que o pessoal da minha idade também fumava...
Também brigava e gritava...
Até que um dia bati numa menina...
Ué? Não era normal? Eu queria o carinho dela...
Fui repreendido e suspenso (gostei, pois fiquei na rua brincando!)...
Resolvi que arranjar encrenca me livrava da escola...
E me livrava mesmo...
Depois de um tempo, me puseram prá fora...
Minha tia tentou outra, mas não deu certo...
Eu arrumava bagunça fácil, bem fácil...
Medo?
Do que?
Eu cresci e estava forte!
Nada de medo!
Eles é que tinham medo de mim!
Todos eles!
Comecei, então a trabalhar!
Uns pacotes aqui, outros ali!
Uns baseados prá variar...
Nada de ser aviãozinho!
Meu negócio era mandar e na porrada!
Rapidinho virei chefe...
Chefe de um bando...
Claro, saí da casa da minha tia (aquilo era casa?)...
Comprei a minha própria casa!
Quer dizer, coloquei prá fora um pessoal lá de perto e comecei a morar na casa!
Muito boa de morar!
Sem ninguém prá amolar!
Arrumei uns capangas (na verdade uns puxa-saco) que já estavam me rodeando, pegando as migalhas...
Uma mina deu mole e comecei a "pegar" ela...
Mas ela "embuchou" e aí ferrou...
Tive de "apagar" pois não tava a fim de ter cria...
Logo arrumei outra e fui logo avisando: "não apronta, não quero filho!"
Nessa profissão não dá prá ficar ligado em ninguém, senão a gente fica na mão de vagabundo!
O território foi crescendo e os olhos dos outros também, claro...
Tive de tirar uns problemas do caminho, fazer o quê?
Faz parte do negócio, ora!
Aí, os guardas começaram a querer comer da minha mão...
Vários eu tive de ter um conversê e colocar prá escanteio...
Disseram que eles tinham família, mas porque se meteram onde não eram chamados, então?
Ganância...
Sempre ela!
O povo não deixa a gente em paz, só por que a gente tem sucesso na vida, é assim...
Então a gente vai afastando os obstáculos...
Hoje eu tô pensando muito...
O que fazer da vida?
Acho que vou me candidatar a algum cargo político...
Preciso diversificar meus negócios...
Quem sabe?


26 de maio de 2014
Carlos Alberto Rey

Hiperplasia


Hiperplasia é o aumento do número de células de um órgão ou tecido, e não no volume individual de cada uma delas. A multiplicação excessiva do número de células pode levar a um aumento de volume do órgão. Na maioria das vezes, esse crescimento anormal do número de células é benigno, mas deve ser visto com atenção porque pode indicar um câncer.

Hipertrofia e hiperplasia são processos celulares e podem ocorrer na grande maioria dos sistemas corporais e são uma resposta fisiológica do corpo a algum estímulo ou falha.

Na hiperplasia, acontece é um aumento do número de células de um tecido ou órgão. Hipertrofia é o aumento do tamanho e do volume das células, sem aumento do número delas.

Veja, na gravura, o exemplo da hiperplasia benígna da próstata!

Quando se sofre uma hipertrofia, não se desenvolvem células novas, apenas aumentam de tamanho as já existentes. Em se tratando dos músculos, a potência deles é aumentada.

A hiperplasia (assim como a hipertrofia) pode ocorrer na grande maioria dos sistemas corporais como resposta fisiológica do corpo a algum estímulo. Ocorre por mitose das células, se a população celular for capaz de sintetizar DNA. Com o envelhecimento, as células perdem a capacidade de duplicar seu DNA e sofrer mitose.

Por este motivo, entre outros, o corpo das pessoas idosas não guarda mais a sua forma atlética anterior. As hiperplasias dos diversos órgãos onde ela é possível podem ocorrer, entre outros motivos, devido a anormalidades congênitas, anormalidades hormonais, inflamações ou medicações.

O aumento no volume de tecidos ou órgãos após alguns tipos de perda celular pode ocorrer através da proliferação das células remanescentes ou pelo desenvolvimento de novas células.

Nem sempre a hiperplasia é patológica. Muitas vezes ela é fisiológica, seja mediada por hormônios (como nos casos de crescimento das mamas e do endométrio na puberdade, ou do útero na gravidez), seja como uma hiperplasia compensatória, que ocorre como um aumento tecidual após algum dano ou ressecção parcial de um órgão ou tecido. Quase sempre a hiperplasia patológica é causada pela estimulação excessiva das células alvo por hormônios ou por fatores de crescimento.

A hiperplasia pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas os principais sinais e sintomas dela dependem dos órgãos afetados. Os mais frequentes são:

•A hiperplasia muscular consiste no crescimento do número de células musculares.
•A hiperplasia foveolar é o aumento do número de células do estômago, em geral relacionada a uma inflamação gástrica.
•A hiperplasia do endométrio causa sangramentos menstruais anormais. Pode causar esterilidade e, se não for tratada, pode evoluir para neoplasia maligna do endométrio.
•A hiperplasia da gengiva quase sempre é causada por medicamentos, sendo a fenitoína o principal responsável por ela. A gengiva interdental anterior é o ponto mais comum de aumento de volume. À medida que o crescimento continua, o tecido marginal pode estender-se e quase cobrir a superfície facial das coroas. A hiperplasia gengival também pode ser causada por um trauma ou por uma placa bacteriana.
•A hiperplasia prostática, chamada também hiperplasia benigna da próstata, é um crescimento fisiológico da próstata que ocorre quase invariavelmente em homens idosos (80% entre os 70 e 80 anos; 100% aos 100 anos). Pode causar dificuldades urinárias que podem chegar à retenção.

Pode-se citar ainda a hiperplasia adrenal, hiperplasia ductal, hiperplasia linfoide, hiperplasia nodular, hiperplasia fibrosa, etc.

A simples proliferação das células de um tecido não as faz sofrer uma transformação maligna. À diferença da simples hiperplasia, o câncer é uma neoplasia (crescimento não controlado das células). As displasias (alterações no tamanho e na morfologia das células) são lesões pré-malignas (podem vir a se tornar malignas).

sábado, 24 de maio de 2014

Hipertrofia muscular


Hipertrofia é o aumento do tamanho de um órgão em consequência do aumento das funções celulares, o que provoca aumento do tamanho delas. A hipertrofia só ocorre se o fornecimento de oxigênio e de nutrientes for capaz de atender ao aumento das exigências celulares, se as organelas e os sistemas enzimáticos celulares estiverem íntegros e se a inervação estiver preservada. A hipertrofia mais conhecida é a dos músculos esqueléticos de um atleta, normalmente estimulada por exercícios físicos e, eventualmente, por medicações.

A hipertrofia de um órgão e de suas células é uma forma de adaptação frente a maior exigência de trabalho. Uma hipertrofia fisiológica pode ocorrer em alguns órgãos, em vista do aumento das exigências feitas a eles em determinadas fases da vida, como a da musculatura uterina durante a gravidez, por exemplo. A hipertrofia também pode ser causada por um estímulo hormonal, como a hipertrofia do endométrio, durante a fase estrogênica do ciclo menstrual. As hipertrofias podem se tornar patológicas como, por exemplo, a hipertrofia do músculo cardíaco, em razão de pressão arterial alta.

Ela é um processo reversível, quando cessa o estímulo, porém se o estímulo for além da capacidade adaptativa pode causar degeneração e até morte celular. O contrário da hipertrofia, quando a massa muscular diminui, é a hipotrofia ou até mesmo a atrofia.

Na hipertrofia, não se desenvolvem células novas, mas as já existentes aumentam de tamanho. Já na hiperplasia, acontece um aumento do número de células de um tecido ou órgão. A hipertrofia corresponde, pois, ao aumento do tamanho e volume das células, sem aumento do número delas. Em se tratando dos músculos, a potência mecânica deles é aumentada.

A hipertrofia pode ocorrer em qualquer tecido ou órgão do corpo humano ou dos animais (coração, próstata, endométrio, útero, etc.) e mesmo em tecidos não musculares. A hipertrofia muscular esquelética é um caso específico de hipertrofia.

De tal forma, ela se tornou popularizada e é costume referir-se a ela apenas como hipertrofia muscular, sem precisar-se a que músculos se refere. A hipertrofia muscular esquelética é o aumento dos músculos estriados inseridos diretamente no esqueleto, que provoca o crescimento visível da musculatura e, dessa maneira, uma melhor modelagem e definição do corpo. Geralmente é muito requerida por atletas, fisioculturistas e outras pessoas que dependem de força física para o desempenho de suas atividades ou de cuidados estéticos com o corpo.

Adicionalmente, acredita-se que a musculação contribui para aquisição de um estado geral saudável, ajudando, sobretudo, o sistema cardiocirculatório. Ela pode ser provocada pela prática de musculação acompanhada pelo consumo equilibrado dos nutrientes necessários para que ocorra a hipertrofia (carboidratos e proteínas). Na maioria dos casos, a hipertrofia muscular tem como objetivo aumentar a força e a definição da musculatura, porque sem o aumento do tamanho do músculo não há aumento da força nem do volume da musculatura.

O consumo, sem orientação médica, de substâncias que proporcionam o rápido aumento de massa muscular (anabolizantes e esteroides) representa um grande risco para a saúde, podendo mesmo levar à morte.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Tricotilomania


A tricotilomania é um distúrbio do controle dos impulsos caracterizado pela crônica tendência a puxar ou arrancar os próprios cabelos. Tem sido caracterizada como um transtorno do espectro do transtorno obsessivo compulsivo.

O alvo é direcionado para qualquer tipo de pêlo do corpo e geralmente há mais de um foco, como por exemplo cabelos e sobrancelhas. O início pode ocorrer na infância ou adolescência e continuar ao longo da vida. Ansiedade e depressão frequentemente acompanham o quadro.

Acompanhado o ritual de arrancamento dos pêlos geralmente as pessoas com esse transtorno fica alisando, enrolando e puxando os pêlos alvos. Esse ritual pode ser realizado enquanto se assiste à TV, dirige um carro, fala ao telefone, enquanto lê ou mesmo durante conversas com pessoas mais íntimas.

Enquanto se realiza esse ritual a tensão se eleva e um desejo incontrolável de arrancar o pêlo se impôe, após o arrancamento há imediatamente uma sensação de alívio da tensão seguida de culpa por tê-lo feito. Muitas pessoas depois de arrancar o cabelo ou os pelôs põem-no naboca e engolem.


Como o arrancamente é realizado sobre locais específicos logo surge uma região de visível falta de pêlos levando a pessoa a adotar um comportamento para escondê-lo, principalmente quando é na cabeça. Situações que podem expor a calvície como programas em piscinas e praias por exemplo.

Apesar dos prejuízos pessoais o comportamento continua. Algumas vezes o remorço por ter arrancado o cabelo leva a um comportamento de auto-punição, e como punição arranca-se mais cabelos.

O curso é variável, os casos de início cedo ou de leve intensidade podem ser contornados com mudanças no ambiente do paciente, tornando-o mais harmônico. Os casos de início tardio ou mais severos tendem a ser crônicos, requerendo intervenção médico-psicológica.

Acreditava-se ser um transtorno raro, mas sabe-se hoje que aproximadamente 4% da população apresenta tricotilomania. As mulheres são 4 vezes mais acometidas do que os homens. O início geralmente se dá antes dos 17 anos de idade.

Início precoce é considerado antes dos 6 anos de idade, nessa fase a incidência é igual para ambos os sexos, a intervenção psicológica costuma ser bem sucedida quando o início se dá nessa época. Após os 13 anos é considerado início tardio e nessa fase ocorre mais em meninas sendo de mais difícil controle.

As ténicas comportamentais, a hipnose e os antidepressivos estão entre as condutas que obtêm melhores resultados. Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina apresentam bons resultados no início do tratamento mas não mantêm o benefício.

Tentativas têm sido feitas com outros psicofármacos associados a esses antidepressivos como o lítio e a pimozida. Os resultado foram encorajadoes mas precisam ser confirmados. Aconselha-se que as medicações sejam administradas em conjunto com psicoterapia.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Constipação intestinal em adultos


A constipação ou obstipação intestinal, popularmente chamada “prisão de ventre”, é uma situação em que o paciente evacua com pouca frequência (uma vez a cada três ou quatro dias ou mais) e sob grande esforço, fezes excessivamente duras e pequenas. Essa “prisão de ventre” é apenas um sintoma e não uma doença em si mesma e ocorre em virtude de outras doenças ou da diminuição do conteúdo de líquido nas fezes.

As causas da constipação intestinal em adultos podem ser alterações estruturais ou funcionais e cada uma delas pode ser aguda ou crônica. As alterações estruturais são detectáveis pelos métodos de investigação por imagens, como radiografias, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas, endoscopias, microscopias, etc.

As alterações funcionais são representadas por modificações nos movimentos intestinais que conduzem o alimento através do intestino e podem ser percebidas usualmente ao exame clínico. Na maioria das vezes, são de curta duração e ocasionadas por mudança alimentar, pós-operatórios, falta de exercícios, gravidez, obesidade, quadros febris, medicações, etc. Algumas alterações funcionais crônicas são ditas idiopáticas, porque não se consegue determinar a causa delas e correspondem àquilo que o leigo costuma chamar de “intestino preguiçoso”.

A constipação intestinal em adultos é ajudada por uma alimentação pobre em fibras, baixa ingestão de líquidos, hábitos sedentários, certas doenças (hipotireoidismo, diabetes, insuficiência renal crônica, etc.), medicamentos (antidepressivos, opiáceos, alguns anti-hipertensivos, etc.), patologias neurológicas ou musculares e situações psiquiátricas como depressões e demências.

Há pessoas que se queixam de constipação intestinal apenas quando se encontram em ambientes estranhos ou quando alteram sua rotina e alegam que ele se normaliza quando retornam às suas atividades normais.

O que uma pessoa com constipação intestinal sente varia muito de um indivíduo para outro e num mesmo indivíduo, ao longo do tempo. As pessoas podem se queixar de passar dias sem esvaziar os intestinos, dificuldades ou lentificação para evacuar, às vezes desde a infância, dores abdominais ao evacuar, sensação de evacuação insatisfatória, necessidade de ajuda manual para extrair as fezes, eventuais sangramentos ao evacuar ou proceder à higiene, em razão do rompimento de pequenos vasos sanguíneos, desconforto abdominal, eliminação de muco e/ou sangue, etc.

Além disso, as pessoas se queixam de inquietude, indisposição, dor de cabeça e alterações do humor, entre outras alterações comportamentais.

Quando um paciente queixa-se de constipação intestinal, o passo inicial deve ser o levantamento da história do paciente, seguido de um exame clínico minucioso, para que o médico possa determinar as causas desse sintoma. É importante conhecer o hábito evacuatório do paciente ao longo do tempo, bem como as características das fezes passadas e atuais e se há ou não a presença de muco, sangue ou pus.

O toque retal e a retoscopia são exames mandatórios. As investigações devem prosseguir com exames de sangue, que também podem ser úteis para o controle da evolução do tratamento. As radiografias contrastadas do intestino são muito úteis, mas podem ser substituídas com vantagens pela colonoscopia, sempre que ela esteja disponível. Um estudo da motilidade intestinal pode ser realizado por meios próprios (exame radiológico intervalado, manometria anorretal, eletromiografia, etc.).

Como medida mais radical, deve-se procurar tratar ou corrigir as enfermidades causais da constipação intestinal. Algumas medidas adicionais podem ser adotadas: diminuir a dose ou alterar o tipo de medicamento que possa estar causando o problema, aumentar a ingestão de fibras, ingerir alimentos com propriedades laxativas, usar laxativos orientados pelo médico, etc. Os supositórios e lavagens intestinais têm indicações precisas e só devem ser usados sob orientação médica. Meios cirúrgicos podem ser usados em casos de lesões obstrutivas ou de lesões anais dolorosas.

Um caso especial de dificuldade de evacuar é o fecaloma (acúmulo de fezes endurecidas e secas no reto), que pode ocorrer em pacientes idosos, psiquiátricos ou neurológicos. A solução demanda o uso de lavagens intestinais e supositórios, mas pode exigir uma descompactação manual das fezes, sob sedação ligeira.

Alguns conselhos são importantes para evitar a constipação intestinal:

•Procure evacuar com regularidade, em horários pré-estabelecidos, mesmo que não esteja com “vontade”. É importante criar este hábito.
•Acrescente à sua dieta a ingestão regular de alimentos contendo fibras como cereais integrais, pão integral, arroz integral, macarrão integral, legumes, verduras, frutas e sementes de linhaça.
•Aumente a ingestão de líquidos diários para pelo menos seis a oito copos de água por dia, além de sucos naturais.
•Procure tratar as enfermidades causais subjacentes.

A constipação intestinal pode levar a complicações como diverticulose, hemorroidas, fissuras anais e mesmo câncer do intestino.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Dieta da Sopa


A dieta da sopa é aconselhável para quem quer ou precisa perder peso rapidamente (cerca de sete quilos em uma semana).

Ela sugere a substituição das refeições diárias por sopas caseiras, durante uma semana e não é feita só por motivos estéticos, mas costuma ser recomendada por médicos para os pacientes que passaram por uma cirurgia cardíaca ou para aqueles que têm problemas sérios de coração.

O emagrecimento pode ainda ser mais acentuado se o paciente fizer também algum exercício físico como caminhadas, por exemplo. A dieta da sopa foi desenvolvida por alunos da Universidade de São Paulo (USP), especialmente para o Hospital do Coração, mas sua fama logo se estendeu para as demais pessoas que desejavam perder peso.

O Hospital do Coração da USP sugere, para pacientes cardiopatas que precisam emagrecer rapidamente, a seguinte dieta:

•1º dia: a sopa deve ser tomada pelo menos duas vezes. Com exceção da banana e abacate, todas as frutas são permitidas. Beba bastante água, chás, suco de uva.

•2º dia: a sopa pode ser tomada sempre que o paciente desejar. Legumes e verduras são permitidos, assim como uma batata grande cozida com manteiga.

•3º dia: sopa pelo menos duas vezes ao dia. Frutas e legumes à vontade, exceto batata.

•4º dia: sopa pelo menos duas vezes ao dia. Até oito bananas. Leite desnatado à vontade.

•5º dia: sopa pelo menos duas vezes ao dia, 280 a 400 gramas de carne vermelha ou branca grelhada, tomates frescos temperados com sal, limão e azeite de oliva. Beba entre seis a dez copos de água.

•6º dia: sopa pelo menos duas vezes ao dia, até três bifes grandes grelhados de carne vermelha ou branca acompanhados de legumes cozidos, exceto batata. Beba água, café, chá e sucos sem açúcar à vontade.

•7º dia: sopa pelo menos duas vezes ao dia, arroz integral, legumes cozidos ou crus à vontade. Beba água, café, chás e sucos sem açúcar à vontade.

As sopas podem ser feitas com louro, berinjela, nabos, cheiro verde, agrião, pimentões, repolho, tomates, aipo, cenouras, vagem, caldo Knorr, alho e jilós. A sopa não deve ser batida no liquidificador e os legumes e verduras devem ser picados em pedaços maiores para assim promover a mastigação. Como forma de melhorar o sabor, é permitido utilizar carne, frango, atum, ovos batidos, purê de batatas, aveia ou queijos.

A dieta da sopa deve ser realizada por uma semana, após a qual deve ser feita uma pausa de alguns dias, para recomeçar um novo processo, se necessário.

A principal vantagem da dieta da sopa é que ela pode proporcionar um emagrecimento significativo em prazo curto, o que para cardíacos é muito importante. Outras vantagens:

•É simples e qualquer pessoa pode prepará-la, de acordo com a receita.

•Os alimentos do cardápio são comuns e facilmente encontráveis.

•Legumes e verduras são ricos em vitaminas e minerais e ajudam no bom funcionamento do organismo.

Já o lado negativo fica por conta da baixa ingestão de calorias, que não atende às necessidades energéticas diárias. Seguir essa dieta por um tempo maior que o recomendado resulta em sérias carências e ocasiona fraquezas, cansaço e tonturas.

Outros fatores desvantajosos trata-se de que esta dieta não promove uma reeducação alimentar e não promove uma mudança de hábitos alimentares, o que compromete o controle permanente do peso.

O paciente pode tomar essa sopa a qualquer momento do dia porque ela queima calorias e quanto mais se ingere dela, mais se perde peso.

A monotonia que a dieta representa também pode ser apontada como outra desvantagem. Para quebrar o sabor monótono das sopas pode-se acrescentar a elas pimenta do reino ou outro tempero.

Essa dieta não deve ser feita por mais de duas semanas, para não gerar fraquezas e estados carenciais.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Dieta de Beverly Hills


A dieta de Beverly Hills se utiliza das reações químicas de certos alimentos naturais, principalmente frutas, para levar a pessoa a perder peso. O abacaxi, por exemplo, fartamente recomendado, possui uma enzima, a bromelina, altamente digestiva que auxilia na eliminação de líquidos pela urina, resultando assim na perda de peso.

Ela promete (e até pode realizar) uma perda rápida de peso, mas segundo alguns nutrólogos, pode ser muito maléfica para a saúde geral. Embora defendida por uns como uma forma rápida de queimar calorias, é considerada por outros como muito radical e infundada. Enfim, como acontece com quase todas as dietas, essa tem adeptos e opositores.

Essa dieta foi criada pela atriz americana Juzy Mazel, uma ex-obesa que alega ter emagrecido 36 quilos com sua dieta, mas que, no entanto, não se baseou em nenhum estudo científA dieta de Beverly Hills consta de três fases: dez dias apenas com frutas; dez dias sem frutas e com massas, pães, arroz e cereais e quinze dias em que entram carnes, leite e ovos. As frutas devem ser preferencialmente consumidas com a casca e o bagaço, partes ricas em fibras. Apesar das fibras não terem valor nutritivo, estimulam o funcionamento do intestino, diminuem a absorção de colesterol e evitam a prisão de ventre. Nenhum alimento é restringido em quantidade em nenhuma das etapas. Grande parte do peso é perdida logo de início, por causa do efeito diurético das frutas. Durante todas as três fases a pessoa deve comer pelo menos cinco vezes ao dia. Não se recomenda que a dieta seja seguida além dos 35 dias sugeridos, para que o organismo não entre num estado carencial grave.ico para criar seu cardápio e o fez de maneira inteiramente empírica. Uma versão popularizada (mas não muito correta) dessa dieta se espalhou entre nós com a denominação de dieta do abacaxi.

A dieta parte da premissa de que certos grupos de alimentos não devem ser ingeridos juntamente com determinadas frutas, porque dessa forma o corpo queima melhor as calorias. Nos primeiros dez dias da dieta só são permitidos frutas como abacaxi, morango, maçã, melancia ou melão. Nos dez dias seguintes são introduzidos os carboidratos e, em seguida, as proteínas.

A teoria é que se deve comer os alimentos nas combinações corretas porque o corpo irá funcionar melhor e não armazenará gordura. É aconselhável que a pessoa coma proteínas com proteínas e carboidratos com carboidratos, começando o dia comendo uma fruta rica em enzimas, como abacaxi, morango ou uva. A fruta deve ser comida sozinha e nunca deve ser combinada com qualquer outro grupo de alimento. Por exemplo, se a pessoa comer morangos e em seguida quiser comer uvas, deve esperar pelo menos uma hora. E deve esperar duas horas antes de mudar de um grupo alimentar para outro.

Uma das vantagens da dieta de Beverly Hills é que realmente ela pode levar a uma perda rápida de peso e a uma desintoxicação do organismo. Outra vantagem é poder comer à vontade, contanto que o alimento esteja no grupo permitido. Além disso, as frutas têm efeito desintoxicante e são ricas em fibras e vitaminas.

Uma das desvantagens é que o nível de desistência é muito grande porque depois de uma semana comendo apenas frutas o organismo fica muito depauperado e a pessoa se sente cansada e indisposta. Como a dieta é muito restritiva, algumas pessoas que se submeteram radicalmente a ela tiveram graves problemas de saúde. O cardápio também não parece bem equilibrado. Acredita-se que uma pessoa saudável não deve passar mais de três dias comendo somente frutas porque seu organismo sentirá falta de proteínas. Aliás, em nenhuma dieta os pacientes devem ser induzidos a comerem alimentos de uma única classe, para não sofrerem carências.

Uma dieta composta apenas de frutas pode realmente levar a um emagrecimento rápido, mas o organismo logo se ressentirá da carência de outros nutrientes. Entre as frutas, nem todas fazem emagrecer. A banana, a manga e o abacate, por exemplo, são frutas calóricas.

As frutas são ricas em vitaminas, mas muito pobres em sódio e a carência desse elemento no organismo pode levar a queda da pressão arterial ou à hipotermia. Após uma semana comendo apenas frutas, a pessoa se sente fatigada e indisposta, devido à falta de proteínas, cereais ou minerais e também porque não geram energia.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Suplementação com zinco pode evitar diarreias em crianças


Os benefícios da suplementação preventiva de zinco em crianças sobre o crescimento, a saúde e a sobrevivência superam os danos em regiões com risco relativamente elevado de deficiência de zinco, de acordo com resultados de uma revisão publicada online pelo Cochrane Database of Systematic Reviews.

O zinco é essencial para o bom crescimento e função dos sistemas imunológico, nervoso e reprodutivo. Ele não é sintetizado pelo corpo humano e deve vir de fontes dietéticas. Devemos lembrar que os suplementos não são um substituto para uma dieta bem equilibrada.

A deficiência de zinco é prevalente no sudeste da Ásia, África Subsaariana e partes da América Latina. Esta deficiência afeta mais de uma em cada seis pessoas no mundo inteiro e contribui para uma estimativa de 1 em 58 mortes em crianças menores de 5 anos.

Como a deficiência de zinco é comum em países de baixa e média rendas, isso pode prejudicar o crescimento ou agravar a diarreia, a pneumonia e a malária entre as crianças. Estudo de revisão publicado pelo Dr. Mayo -Wilson e colaboradores revisou ensaios clínicos randomizados para estimar os efeitos da suplementação de zinco em crianças com idades entre 6 meses e 12 anos.

Oitenta ensaios clínicos foram incluídos na análise, envolvendo um total de 205.923 crianças. Todos os estudos compararam a suplementação preventiva de zinco com o uso de placebo.

A suplementação com zinco foi associada a uma redução estatisticamente significativa na morbidade por diarreia e com menor incidência de todas as causas de diarreia. Os resultados para a infecção do trato respiratório inferior (pneumonia) e malária foram inconclusivos e com base em evidências de qualidade moderada.

A suplementação com zinco também foi ligada a um grande efeito positivo sobre os níveis de zinco e uma pequena melhoria na estatura. No entanto, os autores sugerem que o pequeno tamanho deste efeito pode não ser clinicamente importante.

Em termos de danos, a suplementação de zinco foi associada a um efeito negativo sobre o metabolismo do cobre e um aumento do número de participantes que tiveram um ou mais episódios de vômitos. Os níveis de hemoglobina ou de ferro não foram claramente afetados pela suplementação de zinco.

Na opinião dos pesquisadores, os benefícios da suplementação preventiva de zinco superam os danos em regiões onde o risco de deficiência de zinco é relativamente alto. No entanto, eles alertam que são necessárias mais pesquisas para determinar as características ideais da intervenção, como por exemplo a dose da suplementação.

Fonte: The Cochrane Library

sábado, 17 de maio de 2014

Dieta dos Pontos


A dieta dos pontos é o regime alimentar adotado pelo conhecido programa Weight Watchers (Vigilantes do Peso). É um tipo de regime que tem como base um cálculo matemático que determina o número de calorias que a pessoa pode consumir diariamente para perder ou manter seu peso. É, pois, uma forma em que são atribuídos pontos aos alimentos, de acordo com as calorias que tenham. Todos os alimentos recebem uma pontuação, com base em uma fórmula estabelecida artificialmente pela instituição e patenteada por ela. Essa dieta foi criada pelo endocrinologista Alfredo Halpern, da Universidade de São Paulo.

Para estabelecer a dieta dos pontos são levadas em conta diversas características da pessoa, como sexo, idade, peso, nível de exercícios físicos, etc., e também o metabolismo basal, a necessidade de energia diária e o índice de massa corporal (IMC). A partir desses dados são criadas tabelas dos limites de pontos a serem consumidos e as metas a serem alcançadas.

Esses cálculos são um pouco complexos e devem ser feitos por um profissional especializado, médico ou nutricionista. O resultado final dará o número de pontos em alimentos que você pode consumir por dia. Os pontos são calculados com base na quantidade de calorias de cada alimento, cada ponto equivalendo a 3,6 calorias.

Segundo uma tabela preparada pela instituição, cada tipo de alimento deve contar certo número específico de pontos. Com isso, as pessoas podem comer de tudo, bastando não ultrapassar o número de pontos determinado para ela. Embora esse método seja um pouco complicado, já existe no mercado uma calculadora na qual basta entrar com os dados pessoais e ela faz automaticamente todos os outros cálculos. A vantagem dessa dieta é não haver restrição de qualidade de alimentos e cada pessoa poder continuar a comer tudo aquilo de que gosta. A desvantagem reside numa certa complexidade para o seu entendimento.

No Vigilantes do Peso a dieta faz parte de um programa coletivo, com reuniões semanais regulares para trocas de experiências, o que ajuda os integrantes a manterem um estilo saudável de se alimentar. Estas reuniões semanais são necessárias porque se a restrição de calorias pode levar a uma perda rápida de peso, em contrapartida, favorece também uma rápida recuperação dos quilos perdidos.

A dieta é feita mediante um sistema de pontos para os alimentos: os alimentos com alto teor de gordura têm uma pontuação mais alta e os outros têm uma pontuação mais baixa. Isso quer dizer que para utilizar um mesmo número de pontos a pessoa pode consumir mais dos segundos que dos primeiros alimentos. A primeira coisa que a pessoa deve fazer é calcular quantos pontos ela está autorizada a utilizar em cada dia.

Geralmente o programa Vigilantes do Peso faz esse cálculo, levando em conta as características individuais. Em seguida, deve procurar saber quantos pontos representam o alimento que está comendo, deve fazer uma atividade física equivalente a 20-25 pontos cada semana, ter um bom repouso noturno, beber de seis a oito copos água por dia e se alimentar quatro ou cinco vezes por dia, com porções de frutas e vegetais diariamente.

A pessoa deve somar o que come o dia inteiro visando saber se ficou dentro da meta de pontos diários permitidos para ela. Com base nesse número de pontos cada um pode criar o próprio cardápio, de acordo com suas preferências, embora essa dieta requeira uma orientação profissional para que seja possível lançar mão de uma alimentação equilibrada, sem carência de nutrientes.

No café da manhã é aconselhável leite desnatado ou de soja, cereais, granola, frutas, peito de peru, geleia diet, pães integrais, chá ou café com adoçante. No almoço pode-se comer vegetais, massas integrais, grãos e proteínas magras (peixes, frango, soja, feijão, etc.). No lanche recomenda-se comer uma fruta e um sanduíche de pão integral com alface, tomate e peito de peru ou iogurte com cereais, fruta com aveia ou uma barra de cereal. Um cardápio desse tipo geralmente mantém a pessoa dentro da meta de pontos estabelecida para ela.

Aqui, como em todas as outras dietas, é conveniente diversificar os alimentos, de modo a ingerir proteínas, fibras, carboidratos, vitaminas e sais minerais. A pessoa deve, de preferência, fazer várias refeições leves por dia (cinco a seis), a pequenos intervalos, ao invés de apenas duas ou três de maior volume.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Dieta dos tipos sanguíneos: questionável!


A dieta dos tipos sanguíneos foi desenvolvida em 1996, pelo médico norte-americano Peter D’Adamo.

Essa dieta considera que de acordo com o seu tipo sanguíneo cada pessoa deve priorizar determinados alimentos e evitar outros.

Segundo os defensores dessa dieta, os tipos sanguíneos, entre outras coisas, determinam a eficiência do metabolismo, do sistema imunológico, do estado emocional de cada indivíduo, diminui o peso corporal e fortalece a saúde a partir de uma mudança de hábitos alimentares.

Mas, de onde tiraram estas informações tão pouco científicas?

Sabe-se lá!

Para a dieta dos tipos sanguíneos os alimentos são divididos em grupos, para cada tipo sanguíneo: benéficos, neutros e nocivos.

•Benéficos: são os alimentos capazes de prevenir e tratar doenças e auxiliarem na eliminação de peso. E por isso devem ser consumidos diariamente.

•Neutros: alimentos neutros são aqueles que não causariam prejuízos nem benefícios ao organismo e, por isso, podem ou não ser consumidos, de acordo com sua preferência individual.

•Nocivos: são os alimentos que devem ser eliminados da dieta, pois favorecem o aumento de peso.

Assim, genericamente falando, as pessoas com sangue tipo O devem seguir uma dieta rica em carnes; as com tipo A devem evitar carnes vermelhas; as de tipo B podem tolerar uma dieta mais variada e as de tipo AB podem ter uma alimentação baseada na dieta dos grupos sanguíneos A e B, contendo um pouco de cada grupo alimentar

Como os pesquisadores sabem disso?

Não faço a mínima ideia!

Não há embasamento científico para esta proposta!

Por isso, paro por aqui!

Não faço mais você perder seu tempo com isso!

Nem eu perderei o meu!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dieta de Atkins


A dieta de Atkins tem como meta mudar o metabolismo do corpo, limitando o consumo de carboidratos e mudando-o da queima de glicose para queima de gordura como fonte de energia.

O cardiologista norte-americano, Dr. Robert Atkins, criou essa dieta nos anos 60, a partir da observação dos hábitos alimentares dos esquimós.

Eles quase não consomem carboidratos e tem sua alimentação baseada na ingestão de proteína e gordura animal e quase não têm doenças coronárias e vasculares, apresentando alta expectativa de vida.

Ao pesquisar as doenças coronarianas, ele descobriu que o aumento das doenças cardiovasculares coincidiu historicamente com a introdução do açúcar nas bebidas e com o aumento do seu consumo no século XX.

Teve então a ideia de criar uma dieta que consiste basicamente em reduzir a ingestão de carboidratos na alimentação e tirar 98% da ingestão de calorias diárias de proteínas e gorduras animais.

A sua dieta ficou conhecida como a dieta da proteína. Sua principal meta é restringir severamente a ingestão do carboidrato em todas as refeições e priorizar o consumo de proteínas, para que o organismo, sem carboidratos, passe a utilizar as gorduras como fonte de energia.

A dieta de Atkins compreende quatro fases:

•Fase de indução: a ingesta de carboidratos é limitada a um mínimo. Esta fase toma no mínimo quinze dias e coloca rapidamente o indivíduo no estado de cetose, devido à metabolização massiva das gorduras, gerando corpos cetônicos. A pessoa deve consumir apenas vinte gramas de carboidratos por dia e ingerir pelo menos oito copos/dia de água.

•Fase de perda de peso: nesta fase os carboidratos são reintroduzidos aos poucos. A cada semana podendo ser adicionados cinco gramas deles. A meta é que a pessoa continue a perder peso enquanto é encontrado o equilíbrio entre a perda de peso e a ingestão de alimentos.

•Fase de pré-manutenção: nesta etapa os carboidratos podem ser aumentados em dez gramas a cada semana, até o ponto em que a pessoa para de perder peso, mas também não ganha peso.

•Fase de manutenção: o objetivo é manter os hábitos aprendidos nas fases anteriores e manter o peso.

Privado de carboidratos, o corpo inicia um processo de modificação do metabolismo e começa a usar a gordura corporal como energia, poupando um pouco de glicose para o cérebro, que é o seu principal dependente. Nesse processo o indivíduo é induzido a não sentir fome, já que não há limite para o consumo de alimentos.

A restrição quantitativa de alimentos ajuda a explicar o alto índice de fracasso de outras dietas, porque elas não conseguem deter a compulsão a se alimentar. As pessoas acabam abandonando-as e engordam ainda mais depois, e têm de voltar às dietas, num verdadeiro “efeito sanfona”.

Entre as pessoas que fazem a dieta de Atkins, mesmo comendo gordura animal em alta quantidade, não há registros de aumento de doenças coronarianas entre seus usuários.

Como dito, ela gera um estado metabólico conhecido como cetose, um estágio do metabolismo em que o fígado, na falta de carboidratos, converte gorduras em corpos cetônicos, que podem ser usados pelo corpo como fonte de energia.

Quando o organismo está em "cetose", ele não sente fome e tem tendência a se alimentar menos, o que leva a uma perda de peso mais rápida.

Nos primeiros quinze dias (fase de indução) a alimentação deve ficar restrita a vinte gramas de carboidratos por dia e se compor principalmente de proteínas animais (ovos, peixes, frutos do mar, bacons, embutidos, etc.). Se a pessoa optar por vegetais, deve dar preferência ao salsão, pepino, pimentão, cogumelos e alface americana, que contêm menos carboidratos. Esta é a fase mais restritiva da dieta, mas o seu tempo é curto.

Na etapa de perda de peso, Atkins aconselha fazer um perfil lipídico para saber como está o colesterol. Caso haja aumento de colesterol total e do LDL, o autor sugere a substituição de gordura saturada por insaturada. Nesta fase, podem ser introduzidos com moderação, queijos amarelos, creme de leite, alguns tipos de nozes, alguma ingestão de sucos de vegetais e legumes, evitar a cafeína e o aspartame (café, coca-cola zero, etc.). Sucralose e estévia são os adoçantes permitidos na dieta de Atkins. Quando o peso desejado for atingido, o limite de carboidratos pode subir para 100 gramas e o indivíduo pode comer pequenas doses de pães e leguminosas.

A fase de pré-manutenção é uma etapa de teste da tolerância do seu corpo aos carboidratos. Durante esta fase, você vai descobrir o nível crítico de ingestão de carboidratos para o seu organismo, ou seja, é a hora de encontrar o ponto em que você não ganha e nem perde peso.

No período de manutenção, cada pessoa deve saber o quanto pode ingerir de carboidratos, geralmente um valor que varia entre 200 e 500 gramas. Se o peso se mantém, mais carboidratos poderão ser ingeridos, com a prática de exercícios físicos regulares.

Assim, a pessoa deve retirar das refeições os alimentos ricos em carboidratos. No café da manhã ficam liberados queijos, presuntos e ovos e uma xícara de café com leite ou de chá. No almoço e no jantar podem ser consumidos carnes, ovos, embutidos, bacon, aves, peixe e verduras. A ingestão de multivitamínicos e selênio deve ser sempre observada, de modo a evitar as carências decorrentes da dieta.

De início, a dieta foi duramente criticada pelas instituições médicas e elas chegaram a recomendar que as pessoas não a fizessem, mas um estudo controlado posterior comprovou a sua validade.

Um dos efeitos colaterais mais comuns da dieta de Atkins, nos estágios iniciais, é a fadiga. Afinal, a mudança do metabolismo para utilizar as gorduras como fonte de energia leva certo tempo para se processar. Nesse tempo, o organismo pode ficar desprovido de energias. É importante prestar atenção à quantidade de sal ingerido, pode ser necessário aumentar a ingestão de sal. Outro ponto que deve ser observado é a ingestão de pelo menos oito copos de água ao dia.

As mudanças em seu metabolismo podem causar mau hálito e constipação intestinal, coisas que podem ser aliviadas com o uso de enxaguatório bucal e laxantes.

Ao longo do tempo a dieta de Atkins pode levar ao aumento do colesterol e a tonteiras, sonolências, alterações de humor, tremores e até desmaios.

Como a dieta leva a uma baixa ingestão de fibras, pode ocasionar prisão de ventre e outras doenças intestinais.

A dieta não é indicada para gestantes nem para pessoas com problemas renais, já que a primeira fase dela significa um esforço a mais para os rins, que eliminam corpos cetônicos pela urina.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Dietas!


O sobrepeso e a obesidade estão em alta em quase todas as partes do mundo e já são responsáveis por mais mortes que a desnutrição.

No Brasil, o excesso de peso em homens aumentou para 50,1% e ultrapassou a taxa em mulheres, que é de 48%. É também preocupante o aumento que vem ocorrendo em crianças, já a partir de cinco anos de idade.

Em números mais abrangentes, mais de 40% da população brasileira está acima do peso ideal.

O excesso de peso ocasiona vários tipos de incômodos e leva as pessoas a uma ânsia de chegarem a um peso corporal tido como normal para sua altura.

Esses incômodos variam desde dificuldades de desempenhar atividades corriqueiras (caminhar, trabalhar, praticar esportes, dirigir, etc.) até as inúmeras e, por vezes cruciais, questões de saúde (problemas articulares, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, etc.), passando pelos estressantes problemas estéticos.

Em virtude deles, as pessoas se entregam a variadas tentativas de emagrecer, nem sempre bem ponderadas a até malfazejas, como o uso de drogas para emagrecer.

Uma dessas tentativas é a dieta. Feita com adequação e de maneira correta, a dieta é um dos bons métodos para emagrecer (o outro é o exercício físico), mas se realizada de maneira inadequada pode envolver grandes riscos à saúde, além de, por vezes, não atingir seus objetivos.

A conquista do peso ideal depende, em grande de parte, da genética. Há pessoas que não engordam, mesmo comendo liberadamente e outras com muitas dificuldades de emagrecer ou de se manterem dentro do peso ideal, mesmo comendo corretamente.

Os dois melhores recursos para emagrecer são o estabelecimento de um regime alimentar adequado e a prática de exercícios físicos.

Os medicamentos devem ser evitados e só usados com orientação médica e sob vigilância profissional estrita.

As dietas para emagrecer são restrições temporárias de algum tipo de alimento calórico com o objetivo de reduzir o peso corporal do indivíduo.

Como as palavras “dieta” ou “regime” sugerem privação, elas são mal vistas por muitas pessoas e suportadas por outras como um “suplício”.

Ademais, carregam a ideia de ser algo provisório, que será abandonado em seguida.

A maioria das dietas leva o indivíduo a emagrecer temporariamente, mas não a manter-se magro.

Em geral, as dietas recomendam uma restrição na quantidade e na qualidade do que se come.

As duas coisas agem complementarmente. Até uma dieta que só prescreva doce pode fazer emagrecer, desde que seja um só por dia.

A melhor dieta seria então aquela em que o indivíduo come com certa contenção e poderia comer o que gosta, mesmo sendo algo calórico.

Se observarmos bem, as pessoas comem mais do que precisam biologicamente e se conseguem adequar aquilo que ingerem à certa restrição de quantidade, passam normalmente a comer menos.

Afinal, não se come só com a boca, mas também com os olhos.

Mas há também substâncias muito calóricas que devem ser evitadas ou suprimidas.

Porém, como o paladar é algo aprendido, em grande medida, pode também ser reeducado e depois de certo tempo as coisas suprimidas podem perder o caráter de “proibidas”. Em suma, mais que fazer dieta é importante mudar os hábitos alimentares e integrar o novo modelo ao cotidiano, de maneira definitiva.

Na verdade, se a pessoa tem tendência a ser gorda pode emagrecer com a dieta, mas em seguida volta a engordar.

Se retornar à dieta, novamente o ciclo se repete, gerando o popularmente chamado “efeito sanfona”.

terça-feira, 13 de maio de 2014

TPM


A Organização Mundial de Saúde ainda não reconheceu a tensão pré-menstrual como uma entidade patológica; enquanto isso a classificação norte americana já diferencia Síndrome pré-menstrual (Premenstrual Syndrome) da Desordem Disfórica Pré-Menstrual (Premenstrual Dysphoric Disorder).

Esta deficiência, contudo, deverá ser corrigida na 11ª edição do Código Internacional das Doenças.

Não restam muitas dúvidas que existe um transtorno relacionado às fases do ciclo ovariano; quanto a serem dois distúrbios não se tem tanta certeza.

Está sendo discutido e estudado se a Síndrome P-M e a Desordem Disfórica P-M são a mesma coisa, provavelmente sim.

Qual a diferença entre elas?

A Síndrome P-M refere-se às variações físicas e do humor nas mulheres. Surge uma a duas semanas antes da menstruação e desaparece no fim do fluxo menstrual.

Este transtorno é tratado pelos ginecologistas.

A Desordem Disfórica P-M não apresenta necessariamente a sintomatologia física enquanto a alteração do humor é grave o suficiente para interferir nas atividades rotineiras ou trabalhistas.

Trataremos aqui como uma só doença pelo nome mais comum em nosso meio: Tensão Pré-Menstrual (TPM).

Aproximadamente 80% das mulheres em fase reprodutiva apresentam sintomas na fase pré-menstrual, sendo que apenas 3 a 5% de forma grave a ponto de impedir a rotina ou o trabalho.

Seu início ocorre em média aos 26 anos de idade e tende a piorar com o tempo. As mulheres mais sujeitas a este problema são aquelas que sofrem de algum problema depressivo ou possuem algum parente com problemas de humor.

As mulheres que tiveram depressão pós-parto (uma condição considerada benigna) também estão mais sujeitas.

Principais Sintomas (presta atenção!):

Psicológicos => Irritabilidade, nervosismo, descontrole das ações ou emoções, agitação, raiva, insônia, dificuldade de concentração, letargia (lentificação para fazer as coisas), depressão, sensação de cansaço, ansiedade, confusão, esquecimento freqüente, baixa auto-estima, paranóia, hipersensibilidade emocional, ataques de choro.

Gastrintestinais => Dores abdominais, inchaço, constipação, náusea, vômitos, sensação de peso ou pressão na pelve.

Dermatológicos => Acne, inflamações na pele com coceira, agravamento de problemas dermatológicos preexistentes.

Neurológicos => Dores de cabeça (enxaquecas), tontura, desmaios, entorpecimento, irritabilidade, sensação de zumbido, machucar-se facilmente, contrações musculares, palpitações, descoordenação dos movimentos

Outros => Aumento da retenção de líquido causando sudorese fácil, intumescimento das mamas, e ganho de peso periódico, diminuição do volume da urina (o que contribui para a retenção de líquido). Aumento da predisposição a alergias e gripes, alterações visuais (talvez devido a retenção de líquidos), conjuntivites (não necessariamente infecciosa), palpitações do coração, dores menstruais, diminuição da libido (desejo sexual), mudanças no apetite (para mais ou para menos), ondas de calor.

O que pode ser confundido com a TPM? (Isso é muito importante!)

Causas psiquiátricas => Depressão, Distimia, Ansiedade Generalizada, Transtorno do Pânico, Transtorno Bipolar.

Causas clínicas => Anemia, Distúrbios autoimune, hipotireoidismo, diabetes, epilepsia, endometriose, síndrome da fadiga crônica, doenças do colágeno.

Quais são as causas da TPM?

A causa não é conhecida, mas pelas características está relacionada à elevação do estrogênio na fase pré-menstrual ou a queda da progesterona.

Contudo, esses dois fatores não são os únicos envolvidos: esses hormônios podem afetar as neurotransmissões e aí então causar os sintomas psiquiátricos.

Pode também afetar os receptores fora do Sistema Nervoso Central provocando os diversos outros sintomas.

Como se identifica a TPM?

Durante o intervalo de 12 meses a mulher deverá ter apresentado na maioria dos ciclos pelo menos cinco dos sintomas abaixo:

Humor deprimido
Raiva ou irritabilidade
Dificuldade de concentração
Falta de interesse pelo que se costuma gostar
Aumento do apetite
Insônia ou hipersonia
Sensação de falta de controle sobre si mesmo
Algum sintoma corporal

Como se Trata a TPM?

Com modificação na dieta, aumentando-se a quantidade de proteínas e diminuindo o açúcar, o sal, o café e o álcool. Fazendo exercícios regularmente, evitando o estresse, suplementando a dieta com vitamina B6, cálcio e magnésio.

As alternativas medicamentosas são com contraceptivos orais e com antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina. Recentemente a FDA (Food and Drug Administration) autorizou o uso da fluoxetina para o tratamento da TPM nos EUA.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Homeopatia


Ma antiguidade grega a Medicina se dividia entre duas correntes terapêuticas: a que se baseava no princípio dos contrários, segundo o qual as doenças devem ser combatidas por substâncias que atuem contra o que lhes deram origem (daí os anti-inflamatórios, antiácidos, antidepressivos, antitérmicos, etc.) e a que se baseava no princípio dos semelhantes, segundo o qual as doenças devem ser combatidas por doses infinitesimais diluídas das mesmas substâncias que deram origem aos sintomas, estimulando as reações do organismo.

Em consequência do princípio dos contrários surgiu a medicina alopática. A homeopatia, por outro lado, seguiu a partir do princípio dos semelhantes.

Segundo ela, toda substância capaz de provocar determinados sintomas numa pessoa sadia pode curar estes mesmos sintomas numa pessoa doente.

A homeopatia (do grego hómoios = semelhante e páthos = doença) é um modelo alternativo de tratamento, criado por Samuel Hahnemann (médico da Universidade de Leipzig, Alemanha), em 1755, inspirado em métodos utilizados por nativos peruanos e baseada no princípio dos semelhantes.

Ela atua por meio de estímulos energéticos que visam o organismo como um todo e não as doenças isoladas.

Esses estímulos são desencadeados por medicamentos homeopáticos específicos, com o intuito de reequilibrar a energia vital dos pacientes.

Seus princípios são, pois, muito diferentes da medicina científica tradicional.

São quatro os princípios que orientam a homeopatia:

•Princípio da lei dos semelhantes: a doença pode ser curada pela mesma substância que a provoca (similia similibus curantur = semelhante pelo semelhante se cura). Por exemplo: a substância que produz vômitos é capaz de tratar os vômitos que ela causa, quando aplicada em sua versão homeopática diluída.

•Princípio da experimentação em pessoa sadia: dita que os testes de medicamentos homeopáticos devem ser realizados em pessoas sadias, de modo a verificar os “venenos” que causam as doenças e que são os mesmos que as curam, quando aplicados em doses homeopáticas.

•Princípio das doses infinitesimais: consiste na diluição drástica e dinamizacão do medicamento.

•Princípio do medicamento único: afirma que o paciente deve tomar somente o medicamento que contenha o maior número de estímulos para os sintomas que ele apresenta. Sendo assim, procura-se, com um único medicamento, abranger a totalidade dos sintomas do indivíduo.

A homeopatia é considerada por alguns como uma filosofia vitalista, pelo fato de considerar as doenças como causadas pelo desequilíbrio de uma hipotética energia ou força vital no organismo de quem as apresente. Entre a comunidade médica internacional, a homeopatia é geralmente tida como charlatanismo.

No Brasil, foi reconhecida como especialidade médica em 1980 e é utilizada pelo Sistema Único de Saúde desde 2006.

Outros países como Inglaterra, França e Alemanha, entre outros, também usam a homeopatia em seus sistemas de saúde pública, mas em muitos países a homeopatia não é considerada uma especialidade médica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seja uma prática alternativa e complementar à medicina alopática.

A eficácia da homeopatia continua controversa.

Alguns estudos alegam resultados positivos, mas outros indicam sistematicamente que a homeopatia não é mais efetiva que o placebo.

Segundo a homeopatia, o indivíduo carrega um desequilíbrio que pode se manifestar como doenças ao longo da vida.

A função da homeopatia é restaurar o organismo aos estágios de equilíbrio que precedem a vida, no caminho da cura.

A homeopatia procura, pois, estimular as defesas orgânicas, ativando o sistema imunológico e restaurar o equilíbrio energético do paciente, empregando para isso mais de dois mil remédios diferentes, geralmente extraídos de vegetais, animais e minerais.

Nesse sentido, a homeopatia é tanto um tratamento curativo, quanto preventivo.

Os tratamentos homeopáticos são indicados para problemas gastrointestinais, ginecológicos, dermatológicos, respiratórios, falta ou excesso das manifestações de resistência a infecções e em doenças alérgicas.

A homeopatia é empregada também no tratamento de problemas emocionais como a ansiedade e a depressão.

Pacientes que sofrem de distúrbios graves como diabetes mellitus ou câncer, por exemplo, não devem substituir a terapia convencional por remédios homeopáticos.

Geralmente uma entrevista com um médico homeopata é mais holística, mais minuciosa e mais demorada que na medicina alopática oficial.

O médico se interessa por detalhes da vida e dos sintomas dos pacientes e pelas circunstâncias que o cercam, como posições, movimentos, temperatura, clima ou estação do ano, condições atmosféricas e do tempo, comidas e bebidas, transpiração, eliminações, evacuações, etc.

É nesse conjunto de fatores que determinará a escolha do medicamento que administrará ao paciente.

Não é desprezível, contudo, a importância de uma melhor relação médico-paciente, fator de crucial importância em certos tipos de enfermidades.

A importância dada desde o início ao pensar, ao sentir, ao caráter e à moral, mostra a compreensão da interveniência do trinômio bio-psico-social envolvido na doença, só recentemente valorizado pela medicina psicossomática.

Podem ocorrer pioras iniciais passageiras dos sintomas, retorno de sintomas antigos, episódios febris benignos, eliminação ou exoneração, através da pele, das secreções ou por vias naturais, etc.

Essas reações são benéficas e breves, indicando que o organismo está reagindo ao desequilíbrio.

A homeopatia pode causar danos ao organismo quando mal empregada, devendo-se evitar a automedicação.

sábado, 10 de maio de 2014

Exame de urina


O exame de elementos e sedimentos anormais (EAS) da urina, ou exame de urina tipo I, é um exame de rotina e corriqueiro, que procura fazer análise física (cor, aspecto, gravidade específica), análise química (pesquisa de pH, albumina, glicose, bilirrubina, cetona, etc.) e pesquisa de elementos anormais no sedimento da urina, como eritrócitos, leucócitos, cilindros, bactérias, células epiteliais, cristais, entre outros.

De preferência, deve-se colher a primeira urina da manhã, em recipiente estéril, em geral fornecido pelo laboratório que procederá a análise. Comumente é usada a primeira urina da manhã, mas isso não é obrigatório e a urina pode ser coletada em qualquer período do dia.

A urina deve ser levada ao laboratório dentro de uma hora após ser coletada e se isso não for possível deve ser mantida sob refrigeração, pelo prazo máximo de seis horas. O primeiro jato deve ser desprezado e serve para eliminar as impurezas que possam estar na uretra.

Colhe-se o jato médio (40-50 ml de urina), desprezando-se também o jato final.

Os homens devem lavar e secar previamente o pênis, com gaze estéril ou toalha bem limpa, retrair inteiramente o prepúcio e urinar sem contato com a urina.

As mulheres devem lavar a região genital de frente para trás, enxaguar e secar, também usando gaze estéril ou toalha limpa e, ao urinar, manter os grandes lábios da vagina afastados, de modo que a urina seja colhida sem contato com o corpo.

As crianças devem colher a urina no laboratório, sempre que possível, e com cuidados especiais de assepsia. Mesmo em adultos, o ideal é colher a urina no próprio laboratório, pois quanto mais fresca estiver a amostra, mais confiáveis serão seus resultados.

No laboratório o exame é feito por partes. O médico examinará macroscopicamente o aspecto físico da urina (coloração, presença de sedimentos, odor, etc.) e em seguida submeterá a urina a reações químicas, observando algumas gotas ao microscópio.

Por meio desses recursos, o laboratorista detecta a presença e a quantidade de vários componentes da urina.

O exame de EAS fornece informações úteis no diagnóstico e seguimento de várias doenças renais e extrarrenais, e dá uma visão do trato genitourinário como um todo.

Trata-se de um exame simples e indolor, obtido de uma amostra de urina colhida de forma não-invasiva, de baixo custo e facilmente accessível.

Tudo isso faz do EAS um exame muito solicitado. A presença de glicose na amostra de urina pode sugerir diabetes ou alguma lesão tubular.

A proteinúria, se moderada, indica disfunção tubular ou lesão glomerular, quando é mais elevada.

Em doenças renais, a pesquisa de elementos anormais (leucócitos, eritrócitos, bactérias, etc.) tem papel fundamental na detecção e acompanhamento das doenças.

A hematúria, correspondente ao aumento do número de eritrócitos na urina, permite estudar a morfologia dos eritrócitos, de grande interesse no diagnóstico e avaliação de muitas enfermidades.

Os cilindros que podem aparecer na urina são precipitados proteicos moldados na luz do túbulo renal e podem englobar células, bactérias, hematina e outros elementos e, dessa forma, dão informações sobre o que ocorre nos néfrons.

A presença de leucócitos é um indicador de inflamação ou infecção no trajeto da urina.

Se a urocultura, que normalmente é solicitada a seguir, der resultado negativo, a presença de leucócitos pode ser manifestação de infecção por clamídia, tuberculose do trato urinário, cálculo urinário, nefrite túbulo-intersticial, processos inflamatórios pélvicos, etc.

A presença de um grande número de bactérias, se não for devido à contaminação, indica a possibilidade de infecção. Se as células epiteliais estiverem presentes em grande número na urina, deve-se proceder à análise citológica do sedimento urinário, em amostra especificamente colhida para este fim.

O exame de EAS apresenta muitos falsos positivos e falsos negativos e, por isso, não dá para se fechar qualquer diagnóstico apenas com os resultados desse exame. Outros exames confirmatórios mais complexos devem ser empreendidos.

Os valores de referência, considerados normais, são:

•Densidade da urina: os valores normais variam de 1005 a 1035, considerando-se a densidade da água pura igual a 1000. Quanto mais próxima de 1005, mais clara é a aparência da urina e quanto mais próxima de 1035, mais amarelada e com odor mais forte. Uma densidade baixa ocorre quando há uso excessivo de líquidos por via intravenosa, insuficiência renal crônica, hipotermia, aumento da pressão intracraniana e hipertensão arterial. Uma densidade alta sugere desidratação, diarreia, vômitos, febre, diabetes mellitus, glomerulonefrite, insuficiência cardíaca congestiva, etc.

•pH da urina: o pH normal da urina varia entre 5,5 e 7,0; sendo a urina mais ácida quanto menor o valor do seu pH e mais alcalina quanto maior for esse valor. A acidez da urina pode ser útil no tratamento das infecções do trato urinário, pois os micro-organismos geralmente não se multiplicam em meio ácido. O pH da urina revela a capacidade ou incapacidade dos rins de secretar ou reabsorver ácidos ou bases. Valores altos podem indicar presença de cálculos renais e infecção das vias urinárias. Valores baixos indicam perda de potássio, dieta rica em proteínas, infecção das vias urinárias, diarreias severas ou o uso de anestésicos.

•Glicose na urina: normalmente a urina não mostra presença de glicose e a ocorrência dela pode significar que os níveis sanguíneos também estão altos, seja pela presença de diabetes, seja por uma doença dos túbulos renais.

•Proteínas na urina: em situações normais, as proteínas só estão presentes em muito pequenas quantidades, que nem costumam ser detectadas. Ela ocorre em diversas doenças renais e no diabetes mellitus.

•Hemácias na urina (sangue na urina): em condições normais a quantidade de hemácias na urina é desprezível. Os valores normais da presença de hemácias são menores que 3 a 5 hemácias por campo do microscópico, ou menos que 10.000 células por mililitro. Uma quantidade maior de hemácias está presente nas hemorragias urinárias (infecções, cálculo renal, tumores, etc.). A mulher menstruada pode apresentar hemácias na urina por contaminação durante a coleta.

•Leucócitos na urina (pus na urina): a presença de leucócitos na urina costuma indicar que há alguma inflamação nas vias urinárias, mas eles podem estar presentes em várias outras situações.

•Corpos cetônicos na urina: normalmente a produção de cetonas é muito baixa e estas não estão presentes na urina. Corpos cetônicos estão presentes em pacientes diabéticos ou em casos de jejum prolongado.

•Urobilinogênio e bilirrubina na urina: também normalmente ausentes na urina. Valores altos de bilirrubina sugerem doenças hepáticas, biliares ou neoplasias. Os recém-nascidos podem apresentar uma alta fisiológica de bilirrubina. Um urobilinogênio alto indica doenças no fígado, distúrbios hemolíticos ou porfirinúria.

•Nitritos na urina: a presença de certas bactérias na urina pode ser constatada pela transformação de nitratos em nitritos.

•Cristais na urina: a presença de cristais na urina, principalmente de oxalato de cálcio, fosfato de cálcio ou uratos amorfos, não tem nenhuma importância clínica. Outros, como cristais de cristina, magnésio, tirosina, bilirrubina, colesterol e ácido úrico costumam ter relevância clínica.

•Células epiteliais e cilindros na urina: qualquer presença de células epiteliais na urina é anormal, mas elas só têm significado clínico quando se agrupam em forma de cilindros.

•Muco na urina: a constatação da presença de muco na urina tem pouquíssima utilidade clínica.

•Ácido ascórbico (vitamina C) na urina: a presença de ácido ascórbico na urina pode alterar os resultados de detecção de hemoglobina, glicose, nitritos, bilirrubina e cetonas.

A cor da urina normalmente é amarela clara, límpida.

A turvação da urina pode indicar infecção. A presença de sangue na urina dá a ela uma cor laranja avermelhada.

É um sinal de doença dos rins e do trato urinário que pode ser grave. Alguns medicamentos podem conferir à urina coloração verde, azul ou laranja escura.