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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Paralisia Facial



A paralisia facial acontece unilateralmente nos músculos da face de forma súbita, parcial ou completamente, acometendo cerca de 25 em cada grupo de 100.000 pessoas. Esse comprometimento pode ocorrer no trajeto do nervo facial ainda dentro do cérebro, por um acidente vascular cerebral, por exemplo, ou fora dele.

Quando ocorre fora, a paralisia é chamada de paralisia facial de Bell.

O nervo facial é um nervo misto, motor e sensitivo, que parte do tronco cerebral e segue em direção ao osso temporal, passando por um canal ósseo próximo à orelha interna, de onde emerge junto à glândula parótida.

Ele tem as funções de mobilidade dos músculos do rosto, de recolher a sensibilidade do canal do ouvido e de controlar as lágrimas e a saliva, além de ser responsável pelo sabor na parte dianteira da língua.

A paralisia facial é dita central ou periférica, conforme se origine respectivamente em doenças do sistema nervoso central ou em doenças do próprio nervo facial.

A paralisia facial pode ser causada por vários fatores, como mudanças bruscas de temperatura; estresse; traumatismos ou acidente vascular cerebral (AVC); cirurgias da glândula parótida (glândula da salivação); otites; infecções; alterações circulatórias ou tumores próximos ao nervo facial ou no próprio nervo, entre outras causas.

Na paralisia de Bell, assim chamada quando uma causa não é conhecida, acredita-se que haja um mecanismo inflamatório no nervo facial como resposta a uma infecção viral, uma compressão ou uma ausência de irrigação sanguínea. Este é o tipo mais comum de paralisia facial.

Os diabéticos têm uma probabilidade aumentada de desenvolver uma paralisia facial quando comparados à população geral, o que também ocorre com gestantes no último trimestre da gravidez ou em pacientes imunodeprimidos. Infecções virais ou bacterianas e doenças autoimunes também aumentam o risco de paralisia facial.

A paralisia facial, embora de surgimento geralmente súbito, pode desenvolver-se progressivamente. Antes do desenvolvimento da paralisia costuma aparecer uma dor no pescoço, ouvido ou região retroauricular, mas essas queixas não são reconhecidas como uma prévia da paralisia facial.

A paralisia de Bell afeta os músculos faciais, especialmente os inervados pelo oitavo par craniano, mas os doentes devem igualmente efetuar uma avaliação dos outros nervos cranianos.

Ela pode ser máxima desde o início ou instalar-se aos poucos, durante alguns dias. Alguns doentes queixam-se de uma sensação de “adormecimento” da face e outros de vertigens e otalgia (dor nos ouvidos).

Outros, ainda, queixam-se de um lacrimejamento aumentado (lágrimas de crocodilo, não acompanhadas de emoção) ou, inversamente, de diminuição do lacrimejamento.

Na paralisia estabelecida os sintomas mais comuns são:

•Boca torta, repuxada para o lado não paralisado.

•Boca seca.

•Falta de expressividade em um dos lados da face.

•Impossibilidade de fechar completamente um dos olhos e de franzir a testa.

•Dor de cabeça ou na região cervical.

•Dor na mandíbula.

•Ausência de sabor na ponta da língua.

•Hiperacusia (aumento da sensibilidade ao som) em um dos ouvidos.

•Dificuldades para assoviar ou para reter a saliva dentro da boca.

A paralisia facial central geralmente compromete somente a parte inferior da face, com preservação do olho e da fronte do lado acometido, mas também ocasionando desvio da boca para o lado contrário.

O diagnóstico da paralisia facial é essencialmente clínico, feito através da observação do paciente.

Contudo, para certificar-se de que não há nenhuma outra patologia subjacente, pode-se recorrer a exames de imagens neurológicas como, por exemplo, à ressonância magnética e a análises do líquor ou a outros exames laboratoriais.

A eletroneuromiografia pode dar uma ideia da afetação dos músculos e das fibras nervosas, ajudando no estabelecimento de uma estimativa prognóstica.

A não ser que haja outra patologia subjacente, caso em que ela deve ser tratada pelos meios adequados, o tratamento da paralisia facial é sintomático e deve ser feito com corticoides, uso de colírios, medicamentos antivirais e fisioterapia.

O uso de colírios é essencial para manter hidratado o olho afetado e diminuir o risco de lesões na córnea.

Massagens nos músculos da face e outros recursos fisioterápicos são essenciais para prevenir hipotrofias musculares.

Ao dormir, pode-se usar uma venda e/ou aplicar uma pomada de maior duração.

Recomento, também, o tratamento com ACUPUNTURA E HOMEOPATIA!

A recuperação de uma paralisia facial depende da sua causa, mas a maioria (mais da metade) dos pacientes se recupera integralmente.

Outros se recuperam apenas parcialmente, ficando com sequelas residuais e há aqueles que não têm nenhuma recuperação.

A recuperação completa parece ocorrer mais frequentemente nas paralisias parciais e numa idade inferior a 40 anos.

Quando há restabelecimento da função, o tempo para isso é variável, de duas semanas a alguns meses. Normalmente, as crianças tendem a se recuperar bem.

Um comentário:

Carlos Alberto Rey disse...

Muitos médicos(fisiatras e neurologistas, especialmente) indicam pessoas com paralisias faciais para um fonoaudiólogo devido ao trabalho deste profissional com as funções neurovegetativas e movimentos faciais.