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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Hiperparatireoidismo



O hiperparatireoidismo primário é caracterizado pelo funcionamento exagerado de uma ou mais glândulas paratireoides, levando a um aumento da produção do hormônio paratireoideano (paratormônio) na circulação.

O hiperparatireoidismo secundário é causado por alguma doença sistêmica (geralmente renal) que ative essas glândulas.

As glândulas paratireoides normalmente são em número de quatro (dois pares), do tamanho de uma ervilha, localizadas atrás ou mesmo dentro da tireoide, mas algumas pessoas têm seis ou até mesmo oito dessas glândulas.

Suas relações com a tireoide não vão além da sua localização; as funções de ambas são inteiramente diferentes.

As paratireoides fabricam o hormônio paratireoideano, responsável principal pela regulação da concentração de cálcio e fósforo no sangue. Se as glândulas paratireoides secretam muito hormônio, o nível de cálcio sanguíneo se eleva, condição que recebe o nome de hipercalcemia.

Na quase totalidade dos casos a hiperfunção da glândula deve-se a um adenoma (tumor benigno) nas paratireoides ou a uma hiperplasia (inchaço) da glândula. E em casos raros pode ser causada por tumores malignos.

Os sinais e sintomas do hiperparatireoidismo são devidos ao aumento de cálcio no sangue e na urina e à extração biológica de cálcio dos ossos. Sempre que ocorrem níveis elevados de paratormônio podem surgir sintomas como fraqueza muscular, perda de apetite, fadiga, emagrecimento, prurido, constipação intestinal, dores abdominais, náuseas, vômitos, aumento do volume urinário, sonolência, dificuldade de concentração, confusão mental, depressão, delírios e dores ósseas.

Se o hiperparatireoidismo perdura por maior tempo, podem ocorrer sintomas digestivos como úlcera duodenal, pancreatite, cólica e/ou insuficiência renal, atrofia muscular, alterações visuais, hipertensão arterial e alterações do eletrocardiograma.

O diagnóstico de hiperparatireoidismo pode ser muito difícil porque cerca da metade dos casos é assintomática.

Quando há sintomas, eles são inespecíficos e os mais comuns são: frequentes pedras no rins, problemas ósseos graves, síndrome neuropsiquiátrica com depressão, confusão mental e hiperreflexia generalizada.

Mesmo assintomático, o hiperparatireoidismo ocasiona um aumento de risco para doenças cardiovasculares e fraturas ósseas por osteoporose.

Radiografias das mãos, ossos longos, coluna, crânio e arcada dentária ajudam a detectar as alterações. As alterações renais, por sua vez, podem ser avaliadas através da ultrassonografia.

Pode-se ainda medir o nível de cálcio no sangue, a elevação do hormônio da paratireoide e da vitamina D. Há outras causas de elevação do cálcio sanguíneo, mas apenas no hiperparatireoidismo o paratormônio também está elevado ao mesmo tempo.

Podem ser feitos ainda exames de imagem da região do pescoço (ultrassonografia, cintilografia, tomografia e ressonância magnética) e dosagens de marcadores do metabolismo ósseo.

Alguns pacientes com hiperparatireoidismo leve nem chegam a necessitar de tratamento.

Quando é necessário, o tratamento do hiperparatireoidismo é cirúrgico, seja com a retirada das glândulas paratireoides hiperplásicas ou do tumor, quando for o caso.

A hipercalcemia, quando severa, deve ser tratada por meio de hidratação oral ou venosa, com ingestão de pelo menos dois litros de água por dia ou administração de soro fisiológico venoso.

Existem medicamentos capazes de diminuir o cálcio no sangue (raloxifeno) e melhorar a densidade mineral óssea (alendronato).

Não há como prevenir o hiperparatireoidismo, mas há como minorar seus efeitos através de um exame regular dos níveis de cálcio em todos os familiares em primeiro grau, a partir da puberdade, e do tratamento o mais precoce que for possível.

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