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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Febre Amarela



A febre amarela é uma doença infecciosa viral transmitida por mosquitos contaminados e cujos reservatórios naturais não humanos são certos tipos de primatas que vivem nas florestas tropicais.

A enfermidade não se transmite diretamente de uma pessoa para outra. Para tal, é preciso que o mosquito transmissor pique primeiro uma pessoa ou animal contaminado (usualmente um macaco) e, depois do vírus ter-se multiplicado no seu interior, pique a pessoa sadia.

A febre amarela apresenta dois ciclos distintos, um silvestre e outro urbano, que diferem, respectivamente, apenas quanto ao vetor, hospedeiro, área de ocorrência dos casos (cerrado ou florestas e zonas urbanas) e, sobretudo, potencial de disseminação da doença, sendo o quadro clínico idêntico.

A forma silvestre é transmitida pela picada do mosquito Haemagogus e a forma urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti ou Aedes albopictus.

No Brasil a forma urbana encontra-se erradicada desde 1942.

Ela é transmitida em áreas silvestres e rurais por um mosquito contaminado por um vírus da família flavivirus, o qual tenha sido contaminado pela picada em um ser já portador como, por exemplo, certos tipos de macacos.

Nas cidades, o vetor da febre amarela (organismo transmissor) é o Aedes aegypti (o mesmo mosquito transmissor da dengue).

Normalmente, a infecção humana ocorre quando uma pessoa não imunizada entra em áreas de cerrado ou de florestas. Ao retornar ela serve como fonte de infecção para o Aedes aegypti (principalmente) e o Aedes albopictus e pode fazer iniciar a transmissão urbana.

O mosquito contaminado pela picada em uma pessoa ou animal contaminado pica a pessoa que ainda não tenha as defesas vacinais para combater o vírus da febre amarela. Por ser virótica, pode ser transmitida também por outros tipos de insetos que se alimentam de sangue.

Embora não seja comum, pode ocorrer transmissão durante a gestação, através da placenta, da mãe para o feto.

A maior parte dos casos de febre amarela no Brasil ocorre em regiões de cerrado, porém em todas as regiões (zonas rurais, regiões de cerrado, florestas) existem áreas endêmicas de transmissão da infecção.

A maioria dos casos de febre amarela são assintomáticos, mas a doença pode se tornar grave e mesmo fatal. O período de incubação da febre amarela é de 3 a 7 dias após a picada.

A viremia (quando o vírus "se espalha pelo organismo") é a disseminação do vírus pelo sangue.

Os sintomas iniciais são inespecíficos: febre (moderadamente elevada), cansaço, mal-estar, dores de cabeça e dores musculares. A doença estabelecida compreende dor abdominal; náuseas; vômitos e diarreia com sangue; prostração e diminuição do ritmo cardíaco.

Posteriormente podem surgir sintomas mais graves, como diarreia de mau cheiro; convulsões e delírio; hemorragias internas e coagulação intravascular disseminada, com enfartes em vários órgãos. Pode haver hemorragias nasais; nas gengivas ou em orgãos internos e equimoses.

As hemorragias podem ser tão intensas que chegam a causar choque hipovolêmico, por vezes mortal. Também pode ocorrer hepatite com degeneração aguda do fígado e com icterícia (cor amarelada da pele, da conjuntiva e da parte branca dos olhos, donde, talvez, venha o nome da doença).

A insuficiência renal, embora possível, é rara, mas pode levar ao coma e à morte.

Como os primeiros sintomas são inespecíficos, o relato de viagens a lugares endêmicos é muito importante.

A confirmação do diagnóstico pode ser feita através de exames sorológicos, PCR (polymerase chain reaction) ou do isolamento do vírus em cultura.

Nos casos em que se suspeite ou se confirme o diagnóstico de febre amarela, é importante que se investigue também a possibilidade de malária, uma vez que as áreas de transmissão de ambas em geral são as mesmas e a existência de uma não exclui a da outra.

Um diagnóstico diferencial deve ser feito com a leptospirose, a dengue e a meningite meningocócica.

A febre amarela não tem tratamento específico.

Em vista da gravidade do quadro, as pessoas doentes devem ser internadas para tratamento sintomático, de suporte e das eventuais complicações (diálise, transfusões de sangue, etc.).

O ácido acetil salicílico nunca deve ser utilizado, pela possibilidade de agravar os sangramentos.

A principal maneira de prevenir a febre amarela é a vacinação, que deve ser reforçada a cada dez anos. Em áreas de risco, ela pode ser aplicada a partir dos seis meses de vida.

Além da vacina, o viajante deve usar calças, camisas de mangas compridas e repelentes contra insetos à base de DEET (benzamida) nas roupas e no corpo.

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