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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Abscessos



Um abscesso é uma coleção de pus que pode se formar em qualquer órgão do corpo, interna ou externamente, acumulando bactérias e leucócitos vivos ou mortos, tecido necrosado (“morto”) e outras substâncias estranhas.

Ele tanto pode ser superficial e drenar-se espontaneamente através da pele ou afetar órgãos ou tecidos internos causando dificuldade para ser drenado ou complicações sérias quando drenado espontaneamente.

Muito raramente os abscessos são reabsorvidos, em geral precisam ser drenados ou abrem-se ao exterior, num processo chamado fistulização (formação de uma fístula).

O abscesso pode ser causado por vários micro-organismos, como bactérias piogênicas, fungos, parasitas e outros agentes biológicos ou certas substâncias químicas.

Mais frequentemente, os abscessos são causados por estreptococos. Geralmente ocorre quando um tecido orgânico é infectado e o sistema imunológico do corpo reage contra a infecção.

Num certo sentido, o abscesso testemunha uma luta entre os agentes invasores e os de defesa e é o resultado dessa batalha. Durante esse processo, forma-se o pus.

Um caso especial é o dos abscessos causados pela infestação por amebas, uma importante e frequente causa de abscessos no fígado.

Os principais sinais e sintomas de um abscesso dependem do órgão que ele afeta, da sua intensidade e extensão e das repercussões e complicações que acarreta.

No entanto, classicamente temos as manifestações gerais de todo processo inflamatório infeccioso: hiperemia (vermelhidão), dor, edema, calor, rubor e tumefação local.

Esses sintomas tendem a piorar à medida que o abscesso progride e aumenta a pressão sobre as estruturas adjacentes (sobretudo terminações nervosas) e se aliviam agudamente se o abscesso é drenado.

Nos abscessos mais "maduros" temos flutuação à palpação e a pele sobre eles torna-se mais fina. Como processos inflamatórios, os abscessos podem causar febre, calafrios, suores e mal-estar.

Uma exceção a isso são os abscessos tuberculosos, chamados de “abscessos frios”.

O diagnóstico de abscesso depende de uma detida história clínica e da observação visual do mesmo, quando possível.

Os abscessos externos podem ser facilmente observados através da pele, mas os internos podem ser de difícil diagnóstico.

Os exames de imagem (RX, ultrassom)podem dar uma ajuda indireta.

Os abscessos, sobretudo quando grandes, precisam ser drenados cirurgicamente porque os antibióticos normalmente não chegam ao seu centro necrótico, em virtude dele estar encapsulado, não ser vascularizado e ter condições químicas adversas aos antibióticos.

Depois de drenados os abscessos, os antibióticos devem ser administrados para eliminar as bactérias restantes e impedir a expansão da infecção ou a recidiva do abscesso.

Aqueles muito volumosos, depois de esvaziados, deixam no local uma grande cavidade, a qual será preenchida por uma cicatrização por segunda intenção (não se pode suturar o local) e podem demandar a colocação temporária de um dreno no local, procedimento que deve ser realizado por um médico.

Os abscessos de pequeno tamanho podem ser absorvidos ou drenarem para o exterior do organismo (“vir a furo”), mediante a aplicação, várias vezes por dia, de compressas quentes.

Alguns abscessos podem ter resolução espontânea, seja sendo reabsorvidos (sobretudo se pequenos), formando fístulas (comunicação) para o meio externo a eles ou formando um cisto.

Os abscessos que fazem fístulas para cavidades naturais do corpo podem dar origem a um empiema (coleção de pus dentro de uma cavidade natural do corpo) ou complicar-se causando uma septicemia.

Todo abscesso deve ser avaliado por um médico. Ele nunca deve ser manipulado com objetos contaminados, como agulhas, lâminas, etc.

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