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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Inalação de fumaça e de toxinas




A fumaça é uma mistura de partículas sólidas, vapores e gases, formada a partir da decomposição de algum material combustível. A composição química da fumaça depende do material queimado, mas sempre contém monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre, dentre outras substâncias geralmente tóxicas. São vários os efeitos da fumaça sobre as pessoas:

• Diminuição da visibilidade.

• Lacrimejamento e irritações dos olhos.

• Aceleração da respiração e das batidas do coração.

• Intoxicação e asfixia.

• Vômitos e tosse.

• Morte.

A propagação da fumaça se dá a uma velocidade muito grande, maior às vezes que a capacidade de fuga das pessoas. Ao impedir a visibilidade, ela ocasiona medo e desorientação, dificultando ainda mais a retirada de pessoas de um ambiente enfumaçado. Em um incêndio, em geral, morrem mais pessoas pelo efeito da fumaça que do fogo, diretamente.

A inalação continuada de pequenas quantidades de fumaça, como acontece nos fumantes, por exemplo, leva a um processo inflamatório crônico dos alvéolos pulmonares e mau funcionamento, dilatação e destruição dos mesmos. A inalação massiva, por sua vez, pode causar danos sérios imediatos e até letais ao aparelho respiratório. Mesmo dias depois da inalação as pessoas podem desenvolver sintomas e doenças respiratórias graves (falta de ar, chiado no peito, febre, tontura ou enjoo, bronquite, pneumonia química) ou ficar com sequelas permanentes. Como a fumaça geralmente está aquecida (às vezes a temperaturas muito altas), a combinação do calor com a fumaça causa danos ainda maiores ao sistema respiratório. Nos alvéolos deteriorados, as trocas gasosas que ocorrem normalmente (absorção de oxigênio, eliminação de gás carbônico) não podem acontecer, parcial ou totalmente. Sem oxigenação, os tecidos morrem em 5 a 7 minutos e o tecido nervoso ainda mais rapidamente.

Os sintomas da intoxicação pela fumaça são decorrentes de diferentes efeitos:

• Ação térmica direta: eritema (vermelhidão), edema (inchaço) e ulcerações (feridas) de mucosa das vias aéreas superiores. Estes sintomas são causados pela inalação de fumaça quente, o que leva a queimaduras internas, fechamento dos brônquios e a consequente obstrução da passagem do ar.

• Inalação de gases tóxicos: falta de ar, tontura, confusão mental, torpor, coma e até mesmo óbito.

• Inalação de toxinas: alterações de permeabilidade capilar, de fluxo linfático e de clareamento mucociliar, aparecimento da síndrome de desconforto respiratório agudo e de infecções secundárias.

Das toxinas sistêmicas a mais deletéria é o monóxido de carbono. Sua afinidade pela hemoglobina é 200 a 250 vezes maior que a do oxigênio e assim ele ocupa o lugar deste, impedindo o transporte normal de oxigênio e sua liberação aos tecidos.

As partículas veiculadas pela fumaça podem ficar depositadas na árvore respiratória, obstruido-a ou causando broncoespasmos.

Quando se depositam nas cavidades nasais, podem causar sinusites. Os gases, por sua vez, podem ser divididos em irritantes e asfixiantes. Os gases irritantes podem causar broncoespasmo, traqueobronquite química ou edema pulmonar. Os gases asfixiantes são definidos como aqueles que retiram oxigênio do ambiente. Os sintomas provocados pelos gases em geral são: sensação dolorosa na boca, nariz, faringe e olhos.

O diagnóstico das consequências da inalação de fumaça pode ser feito por exames de imagens, broncoscopia, análise de gases arteriais, pesquisas com radioisótopos e testes de função pulmonar.

O tratamento envolve a manutenção da permeabilidade das vias respiratórias, a administração de oxigênio, suporte ventilatório (respiração por máscara ou entubação, conforme o caso), administração preventiva ou curativa de antibióticos e medidas médicas específicas conforme tenham sido as consequências da inalação. Como é comum que as pessoas que inalaram fumaça tenham também sofrido queimaduras, essas devem ser adequadamente tratadas, quando for o caso.

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