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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Esquistossomose




A esquistossomose é a doença que resulta da infestação humana por um platelminto do gênero schistosoma, contraída através da pele, a partir da água.

O homem é o hospedeiro definitivo desse verme e o caramujo seu hospedeiro intermediário, sendo ambos necessários para o cumprimento integral do seu ciclo evolutivo.

A esquistossomose é uma doença crônica, sendo a mais grave forma de parasitose humana por um organismo multicelular e podendo, em alguns casos, levar à morte. É mais comum em pessoas que se expõem frequentemente às águas contaminadas, em rios, córregos e lagos (ou outros reservatórios de água doce).

A maioria das mortes ocorre por comprometimento hepático (do fígado) e por complicações de hipertensão no interior do sistema porta (veia que drena o sangue dos intestinos para o fígado).

O homem contaminado libera ovos de schistosoma na água pelas fezes e urina. Na água, os ovos liberam as larvas (miracídios), que penetram nos tecidos dos caracois. Em várias gerações de caracois os esporocistos se multiplicam.

As cercárias (larvas maduras) abandonam os caracois e nadam livres na água. Sob essa forma podem penetrar na pele do homem, a partir da água contaminada.

No corpo do homem, transformam-se em schistosumulas e se disseminam pelo sangue. No fígado, sofrem maturação até a forma adulta.

O homem elimina os ovos pelas fezes e urina e então o ciclo se repete.

Várias espécies de schistosomas podem causar a doença no homem, mas no Brasil a esquistossomose é causada através da infestação pelo Schistosoma mansoni, que penetra pela pele a partir da água contaminada.

A doença é endêmica em certas regiões e nelas o contato com as águas de rios, riachos, córregos e lagos, mesmo considerados não contaminados, é muito perigoso, porque as larvas se disseminam de uns para outros pela enxurrada.

A fase de penetração da cercária na pele geralmente é assintomática. Em indivíduos que já tenham se infectado antes pode aparecer inflamação, eritema e prurido. Na fase inicial ou aguda, a doença se manifesta por meio de vermelhidão e coceira cutâneas, febre, fraqueza, náuseas e vômitos e crescimento de gânglios linfáticos.

O indivíduo pode ter diarreias, alternadas ou não por constipações intestinais. Na fase crônica ainda pode ocorrer diarreia ou obstipação intestinal, bem como hepatomegalia (aumento do fígado) e esplenomegalia (crescimento do baço).

Podem ocorrer também hemorragias, em consequência da hipertensão porta, com liberação de sangue pelos vômitos e pelas fezes e haver uma coleção líquida intra-abdominal (“barriga-d’água”) devido à exsudação de plasma, em decorrência da hipertensão do sistema porta (sistema venoso que passa pelo fígado).

O exame parasitológico de fezes pode encontrar ovos do parasita, entretanto, muitas vezes ele tem que ser potencializado tecnicamente, pois em condições normais apresenta baixa sensibilidade. Por isso, devem ser colhidas pelo menos três amostras de fezes.

O hemograma pode mostrar anemia, leucopenia e plaquetopenia. As provas de função hepática geralmente estarão alteradas, com aumento da TGO, TGP e fosfatase alcalina.

Ocorrem ainda os sintomas próprios da hipertensão do sistema porta, mas classicamente a esquistossomose preserva a função hepática.

A ultrassonografia pode ajudar no diagnóstico, por meio dos sinais típicos da fibrose e espessamento periportal, hipertrofia do lobo hepático esquerdo e aumento do calibre da veia mesentérica superior.

A biópsia retal também pode ser utilizada, mas a sua sensibilidade (de cerca de 80%), não é total. O exame de sangue pode detectar anticorpos específicos.

O tratamento deve ser feito com antiparasitários (praziquantel ou oxamniquina, por exemplo), conforme esquemas estabelecidos pelo médico. Paralelamente, devem ser tratadas as complicações por ventura já estabelecidas.

Como prevenir a esquistossomose?

• Do ponto de vista social é essencial tratar as águas e os esgotos.

• Erradicação dos caramujos que são hospedeiros intermediários da doença.

• Proteção dos pés e pernas com botas de borracha quando a pessoa tiver que entrar na água.

• Evitar entrar em rios ou lagos que possam estar contaminados.

• Tratar as pessoas infectadas.

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