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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Hipobulia e Abulia




Por Hipobulia e Abulia entende-se, respectivamente, a diminuição e a total incapacidade do potencial volitivo. Esse enfraquecimento da vontade pode ocorrer, fugazmente em indivíduos normais, em estados de fadiga ou em conseqüência de trauma emocional intenso. Nessa situação há lentidão concomitante das ações e dos movimentos (bradibulia e bradicinesia).

A debilidade da vontade é observada em todos os estados de depressão e de inibição. A Hipobulia pode ser permanente nas esquizofrenias e em oligofrênicos apáticos. O tipo mais característico de debilidade volitiva é encontrado na depressão, na qual a vontade está inibida em todo o período de duração do acesso. Em estados depressivos a Hipobulia é duradoura, onde surge junto com a baixa volição as típicas dificuldade de decisão.

Na esquizofrenia, a aparente debilidade volitiva (relativo à vontade) decorre mais de apatia do que de uma alteração volitiva. Em geral, nesses casos, existe indiferença afetiva e ausência de interesse pelo mundo exterior. Nas toxicomanias, particularmente no alcoolismo e nos traumatismos cranianos, observa-se certo grau de enfraquecimento da vontade.

Alguns autores tratam da Hipobulia sob o rótulo de Estupor. O Estupor já foi estudado como alteração quantitativa da consciência. Evidentemente, pode ser estudado também como alteração da atividade consciente, surgindo como um períodos em que as manifestações da atividade estão reduzidas ao grau mínimo ou mesmo abolidas. Neste quadro de Estupor há um prejuízo severo na capacidade de iniciativa e da reação diante dos estímulos externos. Nos estados estuporosos, o enfermo não reage ou reage pobremente aos estímulos do meio exterior, verificando-se habitualmente que ele não faz o menor movimento no sentido de atender às solicitações.

A pobreza de movimentos e a imobilidade podem ser observadas em diversos quadros clínicos:

1. Estupor depressivo - Verifica-se inibição global da atividade mental. Os movimentos são lentos e de pequena amplitude, falta a capacidade de decisão e de estímulos normais da vontade e a fala é bastante lentificada. Nos graus mais intensos de estupor, os pacientes se mantêm completamente imóveis e rígidos, necessitando de cuidados intensivos.

2. Estupor histérico - Manifesta-se, habitualmente, de modo súbito como reação intencional (embora involuntária) à vivências causadoras e psicodinamicamente compreensíveis. O paciente apresenta pobreza de ideação, desorientação, ausência de iniciativa e de espontaneidade, grande prejuízo mnêmico e de contacto. Entretanto, o Estupor histriônico ou psicogênico não impede que o paciente mantenha boas condições de higiene pessoal, mude com freqüência de posição e aceite alimentos.

3. Estupor catatônico - Nesses casos, há imobilidade psicomotora, falta de reação aos estímulos intensos e desinteresse total em executar movimentos de defesa. O fechamento contraído das pálpebras ou o desvio da cabeça é, na maioria das vezes, a única resposta a estímulos dolorosos. O paciente catatônico se mantém rígido mesmo que a posição seja incômoda. O contacto com o meio encontra-se abolido no Estupor Catatônico.

4. Em casos de Psicoses Orgânicas Notadamente em pacientes epilépticos e em lesões cerebrais infecciosas ou tóxicas é possível observar uma forma de bloqueio psicomotor estuporoso, acompanhado de obnubilação acentuada da consciência e desorientação. Também na hipertensão intracraniana por hidrocefalia interna podemos encontrar casos de Estupor.

O estado estuporoso com rigidez da mímica, acompanhada alguma vezes de rigidez muscular geral e grande pobreza de movimentos, pode ser observado na síndrome estriada, sobretudo em certas lesões cerebrais exógenas, encefalite infecciosa, intoxicação pelo monóxido de carbono.

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