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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Gravidez e Medicamentos Psicoativos




É comum o médico, parente ou amigo bem intencionado aconselhar a grávida que sofre emocionalmente a tomar um calmante natural ou a fazer alguma terapia. Mas, cuidado, pois está bastante comprovado que "calmantes naturais" têm muitos efeitos colaterais, além de acanhados efeito terapêutico, se tiver.

Em muitos casos, a depressão na gravidez pode ser muito mais prejudicial à mãe e ao feto do que a medicação psiquiátrica em si. A liberação por um longo período de cortisol, o hormônio do estresse, pode causar descolamento de placenta, hemorragia, hipertensão gravídica e outros males à mãe e ao feto.

Há suspeitas, hoje em dia, que os bebês de mães que tiveram depressão na gestação podem apresentar déficit de atenção mais tarde. O uso de antidepressivos durante a gestação, quando bem indicados, proporciona muito menos males que a própria depressão.

Embora na década de 80 a depressão fosse diagnosticada em apenas 5% das gestantes, as estatísticas atuais desse problema vêm demonstrando elevação importante do número de casos nas últimas décadas.

Hoje já se fala que a depressão afeta 20% das grávidas no mundo e, conseqüentemente, também é grande o número de mulheres que desenvolvem a depressão pós-parto.

Para esse expressivo grupo e na maioria dos casos os tais "calmantes naturais" não adiantam nada. Quem defende seu uso na gravidez como único possível pode estar cometendo um grave erro por omissão.

Não adoto a postura de que gestantes não podem tomar qualquer medicamento, por conta do risco para a criança em gestação. O conhecimento sobre a ação de medicamentos durante a gravidez é bastante conhecido na atualidade e já se tem segurança quanto aos riscos de teratogênese para o feto.

Acho curioso o fato de que há mamães que se recusam a tomar qualquer medicamento, mas não param de fumar e tampouco de ingerir bebidas alcoólicas! Só acho "curioso"!

Assim, retirar um tratamento de depressão de uma gestante ou literalmente contra indicar no período da gravidez é postura radical preocupante.

Não falo apenas dos medicamentos que têm ação no sistema nervoso central, mas de qualquer medicamento, pois atendo com frequência mulheres grávidas que se recusam a tomar qualquer medicamento e ficam sofrendo de dores, de infecções, por exemplo, por conta do medo de causarem qualquer dano à criança.

Mas o dano maior é permitir que seu próprio organismo cause alguma injúria em níveis desconhecidos para o feto, ou ainda que provoque um abortamento natural por conta de seus problemas de saúde.

Como já citei o exemplo do cortisol, que é liberado em situações de estresse e, em níveis anormais, certamente causará danos para a criança em geração.

A grávida tem infecção urinária? TEM de tratar!

Tem enxaqueca? TEM de tratar!

Tem depressão? TEM de tratar!

Tem epilepsia? NÃO PODE deixar de tratar em hipótese alguma!

2 comentários:

ju disse...

OLÁ DR. ADOREI O POST,TIROU MINHAS DÚVIDAS,EU SOFRO DE TRANSTORNO DO PÂNICO E TÔ GRÁVIDA DE 2 MESES,E DECIDI PARAR DE TOMAR O DIAZEPAN,MAS NÃO CONSIGO DORMIR,RELAXAR,VIVO ESTRESSADA,MAL HUMORADA,EU NÃO SEI O QUE FAÇO,POIS O MÉDICO DISSE QUE EU TENHO QUE AGUENTAR,ESTOU DESESPERADA O QUE POSSO FAZER ?

Carlos Alberto Rey disse...

Procure obter a opinião de mais um obstetra, pois, como você pode ler no meu post, o estresse pode causar sérios problemas para sua gestação.