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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Estudo associa insônia a um menor volume em algumas áreas do cérebro.

Um estudo holandês recentemente publicado na revista científica Biological Psychiatry indica uma associação entre a insônia crônica e um menor volume da massa cinzenta do cérebro. Usando uma técnica especializada chamada morfometria baseada em voxel, os pesquisadores notaram que pacientes com insônia tinham um menor volume de massa cinzenta no córtex orbitofrontal esquerdo – área do cérebro que foi fortemente relacionada com a gravidade da insônia relatada pelo paciente.

Estudos anteriores já haviam mostrado que situações estressantes crônicas, como a depressão e estresse pós-traumático, estavam associadas a menores volumes de áreas do cérebro relacionadas à sensibilidade ao estresse e do hipocampo – área ligada à formação da memória. A nova pesquisa, que comparou pacientes com insônia crônica que eram psicologicamente saudáveis a pessoas saudáveis sem problemas de sono, mostrou que a falta de sono também estaria associada à redução cortical.

"Quanto mais severos os problemas de sono dos insones, menor é a densidade da massa cinzenta na região envolvida com a avaliação da ‘agradabilidade’, que pode também ser importante para o reconhecimento do conforto adequado para cair no sono", destacou a pesquisadora Ellemarije Altena. Segundo a especialista, essas descobertas têm incentivado o desenvolvimento do Registro de Sono Holandês, assim como mais estudos para definir os subtipos de insônia e identificar fatores causais dessa relação.

Editor da publicação onde foram publicados os resultados, o médico John Krystal, destacou que a insônia é uma característica comum a quase todas as condições psiquiátricas associadas com a redução do volume cortical. "Na verdade é um sintoma comum de transtornos psiquiátricos ou de altos níveis de estresse na vida", destacou o especialista. "O estudo sugere que há riscos adicionais de não se tratar a insônia, como efeitos prejudiciais sobre a microestrutura cerebral", concluiu.

Fonte: Biological Psychiatry.

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