Pesquisar este blog

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

É raro, é raro...

Sempre que eu atendo qualquer paciente com queixa que me lembre infecção urinária, eu digo: "vamos tratar primeiro, depois fazemos os exames para verificar se está tudo bem..."

Pode parecer algum exagero da minha parte, mas, enquanto médico e tendo assistido várias situações difíceis com relação às infecções de aparelho urinário, mesmo não tendo sido eu o médico que houvera atendido os pacientes, já desde o início do meu trabalho, há 28 anos, decidi por não facilitar com esta doença.

Pelo que aconteceu agora, com a modelo capixaba Mariana Bridi, vem ilustrar bem meu receio com a infecção de trato urinário.

Ela teve uma evolução totalmente atípica da doença, é verdade. Foi acometida por uma infecção "diferente", por dois germes "fora do padrão" e perdeu sua vida em função disso.

Suas dores, no início, entretanto, não foram, provavelmente, adequadamente valorizadas, particularmente se atentarmos para o detalhe de que ela teve diagnosticada cólica nefrética (renal), que, em verdade, é um quadro clínico comum na clínica médica diária. Mas só quem está com ela, sabe, de verdade, o quanto ela incomoda e o quanto dói.

Talvez, eu disse talvez, se ela tivesse sua dor mais valorizada, no início do quadro, a evolução fosse favorável para ela. Talvez, eu disse talvez, uma avaliação clínico-laboratorial mais aprofundada, desse respaldo para um tratamento vigoroso, logo de início, e ela não tivesse partido desta Vida.

Evidente, são apenas hipóteses. Mas, de qualquer maneira, fica atento, ou atenta, para problemas urinários. Eles são insidiosos, ladinos, traiçoeiros e, por se tratarem de alterações que ocorrrem em ambiente fechado do organismo humano, carecem de maior atenção do que, por exemplo, uma infecção de pele, que você vê, palpa e pode, de certa forma, ter noção mais adequada de sua evolução.

Nenhum comentário: