Pesquisar este blog

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A criança pequena e a criança desnutrida...


Às vezes fico um pouco surpreso com o apavoramento de algumas mães que vêm até meu consultório desesperadas por conta de terem ouvido de algum pediatra de plantão, que seu filho "é muito pequeno" ou "está desnutrido" ou "é muito magrinho".

Infelizmente, tais pediatras parecem estar dispostos a perturbar a mãe, pois não analisam o quadro com profissionalismo real. Esquecem de observar questões básicas como, por exemplo, a genética - pais pequenos têm filhos pequenos, as questões ambientais, as de cunho transitório- quando a criança está se recuperando de alguma doença aguda e até mesmo da questão humanítária, pois a mãe, ouvindo que seu filho está muito magro, entra em desespero e pode perder-se de culpa, mesmo não sendo seu filho assim, tão pequeno, como o gentil pediatra relata.

Parece-me que existe,em alguns momentos, uma certa tendência sádica que poderia ser evitada, caso o médico estivesse investido de compaixão e se dispusesse a servir em seu trabalho. Posso estar equivocado, mas o médico precisa,ao se relacionar com o paciente, em primeiro lugar, de ter equilíbrio, para não ferir a sensibilidade daquele a quem, em primeiro lugar, ele deve tratar.

Esquecem-se os médicos de seu juramento quando de sua formatura? Seria bom lembrar:

Juramento de Hipócrates

"Juro por Apolo Médico, por Esculápio, por Higéia, por Panacéia e por todos os deuses e deusas, tomando-os como testemunhas, obedecer, de acordo com meus conhecimentos e meu critério, este juramento: Considerar meu mestre nesta arte igual aos meus pais, fazê-lo participar dos meios de subsistência que dispuser, e, quando necessitado com ele dividir os meus recursos; considerar seus descendentes iguais aos meus irmãos; ensinar-lhes esta arte se desejarem aprender, sem honorários nem contratos; transmitir preceitos, instruções orais e todos outros ensinamentos aos meus filhos, aos filhos do meu mestre e aos discípulos que se comprometerem e jurarem obedecer a Lei dos Médicos, porém, a mais ninguém. Aplicar os tratamentos para ajudar os doentes conforme minha habilidade e minha capacidade, e jamais usá-los para causar dano ou malefício. Não dar veneno a ninguém, embora solicitado a assim fazer, nem aconselhar tal procedimento. Da mesma maneira não aplicar pessário em mulher para provocar aborto. Em pureza e santidade guardar minha vida e minha arte. Não usar da faca nos doentes com cálculos, mas ceder o lugar aos nisso habilitados. Nas casas em que ingressar apenas socorrer o doente, resguardando-me de fazer qualquer mal intencional, especialmente ato sexual com mulher ou homem, escravo ou livro. Não relatar o que no exercício do meu mister ou fora dele no convívio social eu veja ou ouça e que não deva ser divulgado, mas considerar tais coisas como segredos sagrados. Então, se eu mantiver este juramento e não o quebrar, possa desfrutar honrarias na minha vida e na minha arte, entre todos os homens e por todo o tempo; porém, se transigir e cair em perjúrio, aconteça-me o contrário".

Nenhum comentário: