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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Insônia aparente


Há muitos casos de pacientes que sofrem de um tipo de insônia curiosa, na qual eles relatam passar a noite em claro, mas se dormem acompanhados, os parceiros relatam que o paciente dorme muito bem a noite toda, chegando, inclusive a roncar profundamente.

Como você encararia esta situação? Certamente com certa dose de dúvida, tanto para uma como para outra opinião, afinal, em primeiro lugar, quem sente a “insônia” é o paciente e quem vê não poderia avaliar o que ele sente, mas ao mesmo tempo acredita ser um engano, ou mesmo mentira do paciente, já que, toda vez que olha para ele, está dormindo profundamente.

Mas o parceiro fica a noite toda lá, olhando, para ver se o paciente fica o tempo todo dormindo? Há como fazer isso? Claro que não. Bem, então vamos encaminhar o insone para uma polissonografia, assim teremos uma idéia melhor sobre seu quadro de “insônia”, não é mesmo?

Também não dá para considerar como um resultado absoluto! O exame é apenas mais um dado e não “pega” necessariamente o problema todo, apenas uma “fatia”, um momento da pessoa, uma fotografia de um instante, sem possibilidade de fazer uma auditoria completa do que passa a pessoa em todos os instantes de sua vida.

A insônia, mesmo a aparente, é produtora de problemas, como degradação de memória, irritabilidade, desatenção, torpor durante certos períodos do dia, e outras circunstâncias não agradáveis. Por isso, a necessidade de se instalar um tratamento terapêutico é, sem dúvida, indiscutível.

Em tempo: a polissonografia é aquele exame no qual se fica a noite toda dormindo num laboratório, com um monte de fios ligados ao corpo, em uma cama estranha, sendo vigiado (monitorado?) o tempo todo... enfim, quem é que consegue dormir com naturalidade nessas circunstâncias? Só quem tem o sono muito “pesado”, não é mesmo?

Então, não é um recurso dispensável, pois dá alguma idéia com relação a algumas doenças que pioram a qualidade do sono, mas também não é um recurso com o qual se possa fechar um diagnóstico em uma situação como esta.

Encaramos o paciente que apresenta esta queixa, como alguém realmente insone e pedimos para que ele faça a polissonografia, para que se possa “ter uma idéia” do que está acontecendo. Tratamos deste paciente como alguém insone e damos uma série de instruções para que ele possa adquirir uma qualidade de sono algo melhor para que tenha uma vida de relação (a vida habitual) melhor. Afinal, quem não dorme bem à noite, não vive bem de dia! Dormir bem é condição mínima para que se viva bem.

E nem todos precisam de oito horas de sono por dia: algumas pessoas ficam muito bem com quatro o cinco horas de sono e ficam bem em suas atividades normais, sem qualquer perda de rendimento. Cada um tem sua peculiaridade em todas as coisas da vida e no sono não é diferente.

Medicamentos para tratar a insônia podem variar de medicamentos naturais, que provoquem o relaxamento e sonolência suave até benzodiazepínicos e indutores do sono, os chamados medicamentos “faixa preta”, dos quais muita gente tem verdadeiro pavor, algumas vezes com alguma razão, mas nem sempre, pois os medicamentos existem para que sejam usados com adequação, com moderação e sob o controle médico, não indiscriminado, isto é, há alguma discriminação para o seu uso, o que significa dizer que determinadas doenças têm a indicação adequada de determinados medicamentos e que não se pode sair por aí com auto-medicação ou escutando palpites de experiências positivas ou negativas de outras pessoas que tenham passado por problemas semelhantes.

O uso de medicamentos naturais tem aumentado bastante ultimamente e, apesar de muitos estudos poderem dizer o contrário, trata-se de uma escolha interessante por conta de sua efetividade, que não é relativamente boa e baixo risco de toxicidade e risco zero de gerar dependência química para o paciente.

A utilização de medicamentos indutores do sono tem suas implicações, é verdade, mas quando bem indicada, favorece à libertação do paciente para com sua vida habitual de relação e, apesar dos sabidos riscos, tem todo o potencial de auxiliar o insone em suas dificuldades.

A terapia psicológica poderá ajudar o paciente, em decorrência da tentativa que se faz de obter o auto-conhecimento, e este, de se conseguir o auto-controle: com ele, pode se ter alguma facilidade de ter um melhor controle sobre o sono e sua qualidade.

As práticas de meditação, das mais variadas, são recursos úteis que levam a pessoa a relaxar mais profunda e efetivamente, podendo tirar proveito melhor das horas dedicadas ao repouso.

Há, ainda a possibilidade de se tratar as insônias aparentes com medicação homeopática e eu, muito particularmente, tenho tido resultados bastante satisfatórios com alguns medicamentos da Weleda (farmácia da medicina antroposófica), como o Bryoplhilum e o Ansiodorum. Não tenho queixas, pois não apresentam problemas de efeitos colaterais, não têm o chamado efeito placebo e resolvem um bom número de casos satisfatoriamente.

Alguns profissionais, em funçao de notarem problemas de tensão muscular em seus pacientes, prescrevem medicamentos relaxantes musculares (miorrelaxantes) e conseguem obter bom resultado. É algo para ficar anotado e verificar se realmente é adequado.

Não posso esquecer de citar que muitos casos de insônia aparente estão relacionados com ansiedade e depressão e que estes quadros precisam ser avaliados adequadamente e tratados da mesma maneira, pois não tratamos um sintoma, mas uma pessoa, um conjunto de informações referentes a um ser humano.

Hábitos alimentares incovenientes também atrapalham o sono e causam desconforto durante a noite. Veja bem: como passar bem na hora do repouso se você tem uma refeição abundantes alguns minutos antes de dormir? Difícil, não é mesmo? Café é um exemplo que se pode citar no que diga respeito a isso, também. E nem é preciso tomar muito café, ele é estimulante do sistema nervoso central e atrapalha bastante o sono, pode ter certeza. Mesmo que você diga que não e que já está acostumado, tenhe certeza de que ele irá lhe prejudicar a qualidade do sono. Bebida alcoólica, então, é um problema ainda mais sério, pois é inibidora do sistema nervoso central, mas inibe o que não deveria inibir e causa, no correr do tempo alterações mais profundas no aproveitamento do sono, fazendo cair a qualidade deste.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade


Uma pesquisa com crianças australianas com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) observou que 73% apresentam distúrbios de sono moderados a graves, que afetam tanto as crianças quanto a seus pais. Freqüentemente, as crianças apresentam dificuldade para dormir, resistência em ir para cama e cansaço quando acordam. O estudo foi publicado no volume de abril do Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.

Esse foi o primeiro estudo a demonstrar que, entre as crianças com TDAH, aquelas com problemas de sono apresentam uma pior qualidade de vida e freqüência escolar, e seus cuidadores apresentam pior saúde mental e freqüência ao trabalho. Por isso, os pediatras devem sempre questionar sobre os padrões de sono de toda criança com TDAH durante a avaliação e o tratamento.

O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é o distúrbio mental mais comum em crianças, atingindo 11% das crianças australianas entre 6 e 17 anos. Cinqüenta por cento dos pais de crianças com TDAH relatam que seus filhos têm dificuldades em iniciar e manter o sono.

Os pesquisadores analisaram dados de uma pesquisa com cuidadores responsáveis por 239 crianças com TDAH, matriculadas em escolas. A idade média dos estudantes era de 11,7 anos (de 5 a 18 anos) e 90% eram meninos. O desfecho primário foi o relato dos responsáveis sobre qualquer dificuldade de sono que tivesse ocorrido com as crianças nas quatro semanas prévias.

Os cuidadores relataram que 28,5% das crianças apresentaram problemas de sono moderados e 44,8% apresentaram problemas graves. Comparados com crianças sem problemas de sono, esses apresentaram uma pior qualidade de vida e pior desempenho escolar.

Somente 45% dos cuidadores relataram que seus pediatras perguntaram sobre os distúrbios de sono da criança e, desse total, só 60% receberam alguma orientação. Comparados com os responsáveis de crianças sem problemas, os cuidadores daquelas crianças que possuem dificuldades de sono se mostraram mais propensos a ser clinicamente deprimidos, estressados e ansiosos.

Dificuldades para manter o sono devem ser conciliadas com estratégias comportamentais, limitações sobre a hora de dormir, desenvolvimento de uma rotina para dormir e o uso de recompensas. Se a causa da dificuldade for ansiedade, técnicas de relaxamento devem ser usadas da mesma maneira que são tratadas as crianças sem TDAH. O tratamento dos problemas de sono, comórbidos (doenças ou problemas que co-existem entre si) ao TDAH, podem diminuir a necessidade de medicamentos nesses pacientes.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Aleitamento Materno


Os pais de uma criança que está sendo amamentada ao seio recebem constantemente uma quantidade enorme de informações. Infelizmente, mesmo quando bem intencionadas, nem todas estas informações servem para ajudar aos pais e sua criança.

É muito comum ouvirmos opiniões do tipo:
a mulher que fez plástica nos seios não consegue amamentar.
amamentar ao seio faz a mãe aumentar de peso.
algumas mães têm o leite fraco.
algumas mães têm pouco leite.

Todos estes comentários, e muitos outros que se ouve diariamente, não são, necessariamente, verdadeiros.

O tamanho dos seios não influencia a amamentação pois o tamanho e a forma dos seios são dados pelo tecido gorduroso e o leite é produzido pelo tecido glandular.

A quantidade de tecido glandular é aproximadamente a mesma em todas as mulheres.

Também na cirurgia plástica dos seios este tecido glandular é preservado, não interferindo com a amamentação.

Não existe relação clara entre a amamentação e o ganho de peso das mães. As mudanças de peso da mãe que amamenta são devidas a uma grande variedade de fatores. Algumas mulheres ganham peso enquanto outras perdem, sendo que isso ocorre também com as mães que usam alimentação artificial (mamadeiras).

Um benefício grande da amamentação é que ela estimula a liberação da substância que atua na contração do útero. Isto pode auxiliar na recuperação mais rápida da sua "antiga forma". Outro benefício é que a amamentação ao seio exige um gasto calórico muito grande da mãe, auxiliando na recuperação do seu peso normal.

Não existe leite fraco! Algumas vezes, contudo, você pode achar que o seu bebê está querendo mais leite do que você está produzindo. Existem algumas maneiras fáceis de você aumentar sua produção de leite:

Aumente a freqüência das mamadas. Se você está oferecendo o seio a cada 3 horas durante o dia experimente, por uma semana, oferecer o seio a cada 2 horas. Isto, muitas vezes, é estímulo suficiente para que a produção de leite aumente. Lembre-se de que quanto mais vazios os seios ficarem durante o dia, maior será o estimulo para o aumento da produção.

Permita que bebê mame durante mais tempo. As crianças têm ritmos diferentes de mamar, assim como os adultos comem em velocidades diferentes. Aumentar a duração das mamadas pode permitir que uma criança mais tranqüila para mamar consiga retirar todo o leite do seio, coisa que uma criança mais ávida faz num tempo bem menor.

Muitas vezes estas simples medidas são suficientes para que uma mãe que acredita ter "leite fraco" passe a amamentar o seu filho com satisfação para ambos.

Benefícios do Aleitamento
A amamentação ao seio traz uma grande quantidade de benefícios para a mãe e para sua criança.
O aleitamento materno tem várias vantagens para a mãe, tais como:
Reduz a incidência de câncer de mama.
Reduz a incidência de diabetes.
Protege a mulher contra a osteoporose.
Torna mãe e filho mais íntimos.

Entre as vantagens para o bebê estão:
redução da incidência de doenças alérgicas, como alergias alimentares e asma.
redução da ocorrência de diarréia.
redução no número de internações hospitalares.
redução na ocorrência de otite média.
redução na ocorrência de infecções respiratórias.

Além das vantagens do aleitamento, somente em raríssimas ocasiões - como na mãe portadora do vírus HIV - ele está contra-indicado.

Na imensa maioria das vezes, todas as dificuldades referentes à amamentação ao seio são de fácil solução, desde que consultada a pessoa adequada. Mesmo a mãe que trabalha fora pode continuar oferecendo o seu leite como alimento à sua criança, basta que o esgote e armazene.

Também é verdade que existem outras formas de alimentarmos nossas crianças e a escolha do alimento mais adequado deve levar em consideração toda a estrutura de vida e crenças da família.

Podemos também oferecer alimentação mista (leite materno e fórmula) à criança.

É muito importante, contudo, que a mãe tenha consciência de que a amamentação ao seio é uma das experiências mais gratificantes para a imensa maioria das mulheres e que devemos fazer todas as tentativas para que ela seja mantida durante o máximo de tempo possível.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Demências Senis: uma maneira de avaliar.






A nomeação é uma das habilidades de linguagem mais estudadas, tanto em sujeitos normais quanto naqueles com desenvolvimento atípico de linguagem e doenças neurológicas como afasia, lesões de hemisfério direito, demência e traumatismos craniencefálicos.

Muitos testes para diagnóstico de distúrbios de linguagem incluem tarefas de nomeação por confrontação visual.

Nelas, dois tipos de erros podem ser observados: verbais e visuais. Na tarefa de entrada visual, a qualidade do estímulo e o contexto de apresentação podem induzir falhas de percepção e interpretação.

A freqüência de ocorrência do item lexical (compreensão de linguagem), numa língua, assim como sua categoria gramatical e semântica, além de regularidade, idade de aquisição, imageabilidade, operatividade, extensão e familiaridade do estímulo, têm sido reconhecidos como fatores que podem interferir na realização da tarefa.

Outras variáveis sociodemográficas, como idade, educação e bilingüismo também podem influenciar o desempenho. A educação mesmo considerada isoladamente, influencia o desempenho de sujeitos em testes neuropsicológicos, particularmente os que envolvem linguagem.

Sabe-se que os analfabetos têm dificuldades visuoperceptuais e os estudiosos têm, recentemente, se interessado pelos efeitos da restrição de educação formal na percepção visual.

Além disso, estudos mostraram que o desempenho na nomeação por confrontação visual, não foi influenciado somente pela educação formal (incluindo o acesso e nível alcançado) mas também por hábitos de leitura, concluindo que leitores diferem nas tarefas de nomeação e recuperação de itens, de acordo com os hábitos de direcionar a varredura, em tarefas de leitura.

Em vários testes propostos para avaliar a nomeação de indivíduos com alterações neurológicas, especial atenção tem sido dada à verificação de freqüência do estímulo na língua, assim como de sua representação visual.

A freqüência da palavra tem sido relacionada à experiência, necessidades, ocupação, cultura e inúmeros outros fatores individuais, que determinam a relevância do estímulo para o indivíduo.

Um dos testes mais freqüentemente utilizados para avaliar a capacidade de nomeação por confrontação visual é o Teste de Nomeação Boston (TNB) (Boston Naming Test – BNT).

Foi inicialmente aplicado em 104 indivíduos cuja idade variou entre 18 e 59 anos, e 46 indivíduos com escolaridade maior e menor do que 12 anos (Kaplan et al., 1983).

Em 2001, a amostra estendeu-se a 15 idosos, porém não há menção à faixa etária e à procedência dos participantes (Kaplan et al., 2001). Atualmente, existem numerosas publicações com amostras que variam entre 100 a 300 indivíduos, de diferentes condições demográficas.

O TNB é composto de 60 itens desenhados em preto e branco, graduados segundo critério de dificuldade no inglês. As figuras foram selecionadas evitando-se aquelas que tivessem nomes alternativos aceitáveis.

Na aplicação do TNB em amostra brasileira, em estudo feito em 2000, identificou dez "problemas de ilustração". Atribuiu as dificuldades de nomeação desses itens a fatores culturais e propôs sua substituição.

Um aspecto a ser considerado no Brasil é a disparidade de oportunidades de acesso à instrução formal, com alta proporção de indivíduos que não freqüentaram a escola, senão por 4 anos, e sobre os quais não existem dados disponíveis publicados.

No caso de indivíduos pouco escolarizados com lesões cerebrais, corre-se o risco de considerar déficit o que na realidade é desconhecimento e privação cultural.

A aplicação destes testes moustrou-se relativamente importante para o entendimento e acompanhamento de pacientes com Demências Senis das mais variadas, como, por exemplo, a doença de Alzheimer.

A Terapia anti-TNF-alfa* produz rápida melhora em doença de Alzheimer, que pode ser obervado, na prática, pela aplicação do BNT.

Duas horas após o tratamento, o status do paciente apresentava melhoraras e ele pôde nomear corretamente nove das dez primeiras figuras do Boston Naming Test. Este estudo foi publicado online em 9 de janeiro no Journal of Neuroinflammation.

Embora os investigadores tenham notado uma melhora similar e imediata em vários dos indivíduos que receberam terapia uma vez por semana, o protocolo do estudo permitiu apenas um mês de avaliação, forçando os investigadores a documentarem a resposta rápida ao tratamento no único estudo de caso atual.

“Isto não é uma cura. Não traz os pacientes de volta ao normal, mas todas as indicações nos levam a acreditar que produz um efeito significativo que é claro e importante para os membros da família e mesmo para os pacientes”, cita o Dr. Tobinick, responsável pela pesquisa sobre esta nova terapia.

Bem, ao que se pode notar, as pesquisas para o tratamento e entendimento sobre as Demências Senis estão aceleradas;

segunda-feira, 14 de abril de 2008

ANEMIA: vamos aprender um pouco!

estas são as hemáceas (glóbulos vermelhos) do sangue...


Anemia é uma diminuição de hemoglobina no sangue: a palavra anemia, que deriva do grego, significa an-privação, falta, ehaima-sangue.

Hemoglobina é o pigmento do sangue que tem a função vital de transportar o oxigênio dos pulmões aos tecidos; é a hemoglobina que dá a cor aos glóbulos vermelhos - os eritrócitos.

Científicamente, diz-se que há anemia quando a concentração da hemoglobina sanguínea fica abaixo dos níveis ditos normais, que foram assim definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS):

• para homens-13g/dl,
• para mulheres-12g/dl e
• para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos-11g/dl (sendo g=grama e dl=decilitro).

Apesar de possuir um conjunto de sintomas e de sinais próprios que permitem diagnosticá-la, a anemia não é uma doença, mas uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas), podendo decorrer de uma extensa lista de causas. Anemia é a síndrome crônica de maior freqüência em medicina clínica.

A anemia pode ser crônica ou aguda.

Na anemia aguda (perda súbita de sangue), a diminuição de volume do sangue no sistema circulatório é mais importante do que a própia hemorragia. A perda de até 10%do volume sangüíneo, como o que ocorre numa doação de sangue, é bem tolerada. Perdas de mais de 10% até 20% causam:

• hipotensão postural (queda de pressão do paciente, quando fica em pé),
• tonturas e desmaios.

Nas perdas acima de 20% há:

• taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos),
• extremidades frias (por exemplo, pés e mãos frios),
• palidez externa,
• hipotensão e, depois,
• choque.

Se a perda ultrapassar 30%, sem reposição imediata de líquidos intravenosos (do interior dos vasos), o choque torna-se rapidamente irreversível e mortal.

Na anemia crônica não há baixa de volume sanguíneo, pois esse é compensado pelo aumento do volume plasmático (plasma é conteúdo líquido do sangue). A falta de hemoglobina vem, em geral, acompanhada de diminuição de eritrócitos - as células que a contêm - o que provoca o descoramento do sangue, com palidez do paciente e falta de oxigênio em todos os órgãos, com os sinais clínicos decorrentes (descritos já, aproximadamente, em 400 a.c., por Hipócrates, como palidez e fraqueza devem-se à corrupção de sangue).

O sistema nervoso central (cérebro, cerebelo), o coração e a massa muscular são os órgãos mais afetados, pois são os que mais necessitam oxigênio para suas funções. A sintomatologia (conjunto de sintomas) aumenta com o acréscimo de atividade física, pois essa consome mais oxigênio.

Quando a hemoglobina está entre 9 e 11g/dl há:

• irritabilidade,
• cefaléia (dor de cabeça), e
• astenia (fraqueza) psíquica.

Nos velhos há fadiga, podendo ocorrer dores anginosas (dor cardíaca devido ao baixo fluxo de oxigênio no músculo cardíaco). Com hemoglobina abaixo de 6g/dl, a sintomatologia está presente mesmo em atividades sedentárias e, se abaixo de 3,5g/dl, a insuficiência cardíaca é iminente e toda a atividade é impossível.
As queixas espontâneas dos pacientes, entretanto, são menos exuberantes que a descrição: instintivamente e sem se aperceberem, diminuem progressivamente a atividade física até níveis assintomáticos, e relatando nada sentir.

Já pude atender pacientes que vinham com "diagnóstico" de depressão, mas que na verdade estavam com ANEMIA!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Dermatite Seborréica - um incômodo relativamente comum.


Trata-se inflamação crônica da pele que surge em indivíduos geneticamente predispostos, tratando-se portanto de manifestação constitucional. As erupções cutâneas características da doença ocorrem predominantemente nas áreas de maior produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas.

A causa da dermatite seborréica é desconhecida mas a oleosidade excessiva e um fungo (Pityrosporum ovale) presente na pele afetada estão envolvidos no processo. A maior atividade das glândulas sebáceas ocorre sob a ação dos hormônios androgênicos, por isso, o início dos sintomas ocorre geralmente após a puberdade. Nos recém nascidos também podem ocorrer manifestações da doença, devido ao androgênio materno ainda presente.

A dermatite seborréica tem caráter crônico, com tendência a períodos de melhora e de piora. A doença costuma se agravar no inverno e em situações de fadiga ou estresse emocional.

As manifestações mais frequentes ocorrem no couro cabeludo e são caracterizadas por intensa produção de oleosidade (seborréia), descamação (caspa) e prurido (coceira). A caspa pode variar desde fina descamação até a formação de grandes crostas aderidas ao couro cabeludo. A coceira, que pode ser intensa, é um sintoma frequente nesta região e também pode estar presente com menor intensidade nas outras localizações.

Quando atingem a pele, as lesões da dermatite seborréica são avermelhadas e com descamação gordurosa. As áreas mais atingidas são a face (principalmente o contorno nasal, supercílios e fronte), pavilhões auriculares e região retroauricular e o centro da região torácica anterior e posterior.

Outras manifestações são a blefarite seborréica, que atinge as pálpebras, e a presença de lesões em áreas de dobra de pele, como as axilas e regiões inframamárias. Casos graves de dermatite seborréica podem evoluir para a generalização das lesões, atingindo extensas áreas da pele.

Não existe medicação que acabe definitivamente com a dermatite seborréica porém seus sintomas podem ser controlados. Deve-se evitar a ingestão de alimentos gordurosos e de bebidas alcoólicas e o banho muito quente.

O tratamento geralmente é feito com medicações de uso local na forma de sabonetes, xampus, loções capilares ou cremes, que podem conter anti-fúngicos ou corticoesteróides, entre outros componentes. Em casos muito intensos, medicações via oral podem ser utilizadas. O tratamento adequado vai depender da localização das lesões e da intensidade dos sintomas, e deve ser indicado por um médico. De preferência, dermatologista.

fonte: site dermatologia.net

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Emagreça, pensando as coisas certas!


1. Comer duas fatias de abacaxi depois das refeições ajuda na digestão de gorduras e ainda joga boa parte delas fora!

Mito: Assim como todos os alimentos ácidos, o abacaxi ajuda na digestão, porém, não interfere na absorção das gorduras. ou seja: não emagrece!

2. Dormir depoir de comer engorda!

Mito: Recentemente, ficou comprovado que repousar 20 minutos após as refeições ajuda na absorção de nutrientes. O que engorda não é dormir, é comer em excesso!

3. Azeite de oliva é uma excelente alternativa à manteiga. Mas é calórico e pode engordar!

Verdade: Cada ml de azeite possui 9 calorias como qualquer outra gordura. Mas, o azeite é uma gordura de excelente qualidade que pode e deve ser ingerida como alternativa para a manteiga ou margarina.

4. Tomar cerveja dá barriga!

Verdade: Cerveja em excesso dilata o estômago e facilita o aparecimento da temida barriga.

5. Forrar o estômago com um copo de vinagre antes das refeições impede que a pessoa engorde com aquilo que vai consumir

Mito: Além de ser uma mentira, fazer isso pode causar uma irritação no estômago e, com o tempo, se transformar em uma úlcera, pois o vinagre é muito ácido.

6. Um copo de água gelada em jejum emagrece!

Verdade: Não só em jejum. A água gelada queima calorias, pois, para o controle da termogênese, o corpo precisa elevar a temperatura da água até 36,7 graus e, para isso, ele gasta uma boa quantidade de calorias.

7. Chupar gelo durante duas horas por dia ajuda a perder peso

Verdade: Assim como a água gelada, como falamos no item anterior, ajuda a emagrecer, sim. Mas, não precisam ser duas horas seguidas. Bastam alguns minutos por dia (digamos, de 5 a 10, alternados). Vamos fazer uma brincadeira: enxugar gelo, também emagrece, concorda? Perde calorias e tempo à toa, mas que emagrece, emagrece!

8. Passar três dias tomando uma sopa bem ralinha emagrece!

Mito: A pessoa perderá líquido e peso, porém, não eliminará gordura, o que, de fato, seria o mais importante. Além disso, pode deixar o organismo perigosamente fraco.

9. Café me máquina é mais calórico do que o preparado no coador

Mito: O café é o mesmo em qualquer ocasião. O que pode mudar é a quantidade de açúcar que você coloca nele. E isso, sim, vai fazer com que um ou outro fique mais calórico. No entanto, os cafés expresso ou turco possuem duas substâncias (cafesol e kaheol) que aumentam os níveis de colesterol total e do LDL (mau colesterol). As substâncias surgem no café quando ele tem contato com a água fervida e ficam presas ao filtro de papel ou pano. Como estes tipos de café não são filtrados, contêm vários níveis elevados dessas substâncias. Logo, quem tem colesterol alto, deve tomar a bebida coada

10. Chá verde emagrece!

Verdade: Esse chá auxilia no incremento do metabolismo, facilitando assim a queima de alguns quilinhos

11. Beber água durante as refeições engorda!

Mito: Não engorda, pois água não tem calorias.

fonte: uol

terça-feira, 1 de abril de 2008

Recomendações para os pais de crianças portadoras de Hiperatividade e/ou Déficit de Atenção


Reforçar o que há de melhor para a criança

Não estabelecer comparações entre os filhos: cada criança apresenta comportamento diante da mesma situação

Procurar conversar sempre com a criança sobre como está se sentindo

Dar instruções diretas e claras, uma de cada vez, em um nível que a criança possa corresponder

Ensinar a criança a não interromper as suas atividades, tentar finalizar tudo aquilo que começa

Advertir, construtivamente, o comportamento inadequado, esclarecendo com a criança o que seria mais apropriado e esperado dela naquela cisrcunstância

Usar um sistema de reforço imediato para todo o bom comportamento da criança

Estabelecer uma rotina diária clara e consistente - horário de almoço, jantar e dever de casa, por exemplo

Priorizar e focalizar o que é mais importante em determinadas situações

Manter limites claros e consistentes, relembrando-os freqüentemente

Organizar e arrumar o ambiente como meio de otimizar as chancer para sucesso e evitar conflitos

Preparar a criança para qualquer mudança que altere a sua rotina, como festas, mudanças escolar ou de residência, etc.

Escolher cuidadosamente a escola e a professora para que a criança possa obter sucesso no processo ensino-aprendizagem

Manter ambiente doméstico o mais harmônico e o mais organizado quanto possível

Reservar um espaço arejado e bem ilumindado para realizar as lições de casa

Aprender a controlar a própria impaciência (dos pais!)

Não sobrecarregar a criança com excesso de atividades extracurriculares

Não exigir mais do que a criança possa dar; deve-se levar em conta sempre a idade dela

Ensinar a criança meios de lidar com situações de conflito (pensar, raciocinar, chamar um adulto para intervir, esperar a sua vez)

Não esperar da criança a perfeição

Ter sempre um tempo disponível para interagir com a criança

Incentivar a criança a exercer uma atividade física regular

Estimular a independência e a autonomia da criança, considerando sua idade

Estimular a criança a fazer e manter amigos

Incentivar as brincadeiras com jogos de regras, pois, além de ajudar a desenvolver a atenção, permitem que a criança se organize por meio de regras e limites e aprenda a participar, ganhando ou perdendo.
(republicação)