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sábado, 12 de maio de 2007

Dia das Mães

A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias.

A incidência de gravidez na adolescência está crescendo e, nos EUA, onde existem boas estatísticas, vê-se que de 1975 a 1989 a porcentagem dos nascimentos de adolescentes grávidas e solteiras aumentou 74,4%. Em 1990, os partos de mães adolescentes representaram 12,5% de todos os nascimentos no país. Lidando com esses números, estima-se que aos 20 anos, 40% das mulheres brancas e 64% de mulheres negras terão experimentado ao menos 1 gravidez nos EUA .

No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, número que representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70, engravidam hoje em dia. A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e, por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos.

A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante: 14% das adolescentes já tinham pelo menos um filho e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Entre as garotas grávidas atendidas pelo SUS no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10 e 14 anos. Nesses cinco anos, 50 mil adolescentes foram parar nos hospitais públicos devido a complicações de abortos clandestinos. Quase três mil na faixa dos 10 a 14 anos.

Se considerarmos essas informações, precisaremos refletir profundamente sobre vários aspectos. Para começar, as questões da sexualidade do jovem, sobre o “ficar” e onde estão as perspectivas da estrutura da família na conceituação da mocidade atual.

Nas últimas décadas, depois da vinda da revolução jovem (sexual), a liberalidade feminina dos anos setenta do século passado, foi conduzindo para mudanças comportamentais progressivas e profundas, permitindo à sociedade que convivesse, de forma mais explícita, com a realidade da “amizade colorida”, que aproximava as pessoas sem que assumissem qualquer compromisso nem levemente mais sério, simplesmente para “ficarem” juntos em encontros que envolviam não só carícias, mas, muitas vezes, a atividade sexual completa, na frenética busca da felicidade que parecia estar estampada na figura do “outro” e não no próprio interior da pessoa.

A expressão “ficar” deve ter nascido por essa época e vem se firmando entre as pessoas, particularmente entre a juventude, como um comportamento que veio para ficar (perdão pelo trocadilho) e, ao mesmo tempo, desestruturar a sociedade, por gerar certo grau de promiscuidade e, com ela, a desestruturação da família mais doenças e males sociais dos mais variados, como a maternidade precoce, citada acima.

O “ficar” acontece, segundo pesquisas sociais, por vários fatores, além do que já citei, mas acredito que as questões ligadas simplesmente ao prazer devem ser as mais importantes, embora alguns autores em sociologia e áreas humanistas possam afirmar que há outras buscas que justifiquem o gesto já tão difundido em todas as faixas sociais, não apenas na sociedade brasileira, mas difundida por grande parte da sociedade ocidental.

A maternidade cada vez mais precoce está criando uma geração de mães-crianças, que absolutamente não está preparada para absorver as responsabilidades do ato em sim – “ser mãe” e que, na maioria dos casos, certamente, promoverá alterações sociais com repercussões mais amplas, não cabíveis em um texto como este, mas imagináveis, se pararmos para refletir um pouco que seja.

Há limites para a maternidade precoce? É agradável ver a juventude enterrando-se na inconsciência sexual com conseqüências desta ordem? Quais as propostas “do governo”, em termos de Saúde Pública para resolver esse problema em particular?

O abortamento? – Só rindo! Ingenuidade de quem pensa que autorizando a morte estaremos resolvendo um problema desses, que só se resolve verdadeiramente se a Educação do Povo acontecer.

Precisamos muito de Educação e Saúde, na acepção das palavras.

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