Pesquisar este blog

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Nomofobia: sabe o que é?


A nomofobia é a síndrome psicológica que ocorre quando uma pessoa sente medo de ficar sem o seu telefone celular, incluindo o medo da ausência de sinal e da falta de bateria.

O termo foi cunhado em 2008, a partir de uma expressão em inglês “no-mobile-phone-phobia”, no escopo de um estudo britânico para descobrir as reações psicológicas e o nível de estresse causados pelo uso do celular.

A nomofobia reflete o medo de ficar sem esse instrumento de comunicação. Um estudo da Scientific American, de 2015, definiu a nomofobia como "o grau em que as pessoas dependem dos telefones celulares". Pesquisadores húngaros descobriram, em 2016, que os participantes de uma pesquisa exibiram níveis significativos de ansiedade apenas alguns minutos depois que seus telefones foram retirados deles.

Embora a nomofobia ainda não tenha sido reconhecida como um diagnóstico psiquiátrico, seu uso é bastante generalizado em artigos populares. Como tal, o termo assumiu uma conotação negativa com autores de saúde. A dependência dos telefones celulares é possivelmente o maior vício do século 21.

Desde 2005, sabe-se que fatores psicológicos estão envolvidos como desencadeantes do uso excessivo do telefone celular. Eles podem incluir baixa auto-estima, quando as pessoas procuram reafirmação por intermédio do telefone celular, e personalidade extrovertida, quando as pessoas usam o telefone móvel em excesso.

Também é altamente possível que os sintomas nomofóbicos possam ser causados por outros transtornos mentais subjacentes e pré-existentes, incluindo fobia social, ansiedade social e transtorno de pânico. Outros preditores psicológicos para que uma pessoa possa sofrer essa fobia são idade baixa (uso precoce de aparelhos celulares), alta extroversão ou introversão, impulsividade, senso de urgência e busca de sensações.

Entre alunos, o uso frequente de telefones celulares tem sido correlacionado à diminuição do rendimento escolar e ao aumento da ansiedade que afeta negativamente o bem-estar e a felicidade. A "síndrome de conexão excessiva" ocorre quando o uso do celular reduz a quantidade de interações face a face entre as pessoas, interferindo significativamente com as relações sociais e familiares.

A nomofobia também pode levar a problemas físicos, devido ao teclar excessivo, como dor nos cotovelos, mãos e pescoço, além de lesionar as pequenas articulações da mão. A ansiedade das pessoas que sofrem da síndrome aumentam em situações ou locais onde o uso do telefone celular é restrito, como em aeroportos, instituições acadêmicas, igrejas, hospitais, shows e ambiente de trabalho.

Apesar da reconhecida participação dos celulares nos acidentes de trânsito, muitas pessos não conseguem ficar sem eles quando estão dirigindo, mesmo que por curto período de tempo. Artigo publicado pela revista JAMA Pediatrics diz que as mensagens de texto em celulares são particularmente perigosas para jovens ao volante, pois afetam negativamente a performance de condução.

Digitar uma mensagem de texto no celular é um comportamento que tem potencial para criar distração visual, olhando para a tela para ler o texto, distração manual, usando as mãos para digitar o texto e distração cognitiva para o motorista se concentrar no conteúdo da mensagem. Neste estudo, os adolescentes que digitavam durante a condução em um simulador apresentaram alterações na velocidade, bem como na posição do veículo na via. Os pesquisadores descobriram que mensagens de texto podem triplicar o risco de conduzir o carro para fora de uma pista, o que já mostra os graves riscos dessa dependência.

Muitas pessoas sentem-se desprotegidas, como que “desnudadas”, quando não estão conectadas com celulares. Essas pessoas insistem em manter seus celulares sempre em mãos, fazendo grandes esforços para recuperá-los se eventualmente os esquecem ou perdem. Tem sido usada a expressão "tecno-estresse" para referir-se aos indivíduos que evitam as interações face a face, sendo vítimas do isolamento social e de alguns distúrbios do humor, tais como a depressão.

Juntamente com o aumento da pesquisa em nomofobia, surgiram artigos que discutem como superá-la. A primeira advertência é: “Se você sofre de nomofobia, você não está sozinho”. A nomofobia está em alta. Quanto mais poderosos são os telefones celulares, mais eles são usados, maior a dependência deles e tanto mais compulsivas e nomofóbicas as pessoas se tornam. Há quatro anos, uma pesquisa revelou que 53% das pessoas sofriam de nomofobia. Hoje em dia, são 66%.

Os tratamentos para a nomofobia são novos e limitados. Entretanto, a psicoterapia cognitivo-comportamental combinada à intervenção farmacológica, quando necessária, tem mostrado resultados promissores.

Melhor do que qualquer tratamento é fazer, desde o início, um uso equilibrado e racional do celular, prevenindo a dependência com atividades simples no dia a dia:

•Pergunte-se e fique atento a uma resposta sincera para modificar hábitos: “O meu celular está me controlando de alguma forma?”
•Evite o uso de celulares durante as refeições.
•Acorde, lave o rosto e tome um bom café da manhã antes de checar as suas mensagens no celular.
•Quando for a um bar conversar com seus amigos, dirija a sua atenção aos amigos e não às mensagens e ligações que chegam no celular.
•Converse olhando nos olhos das pessoas e ouvindo o que elas têm a dizer, sem ser interrompido por apitos e alertas de dispositivos móveis.
•Procure estabelecer um período do dia “livre de eletrônicos”.
•Não use celular durante o seu expediente de trabalho, a não ser que você trabalhe diretamente com ele.
•Ao chegar em casa, fique um pouco com seus familiares sem pegar no celular, dê atenção às pessoas que você ama.
•Pais devem ter maturidade suficiente para avaliar se seus filhos estão prontos para usar dispositivos móveis com acesso à internet; devem avaliar se as crianças realmente precisam de um celular e se saberão fazer um uso produtivo dele. Crianças não precisam de celular só porque os amiguinhos da escola também têm um.
•Caso você note que você ou alguém da sua família está “passando dos limites” com o uso de celulares, procure ajuda médica ou psicológica. Pode estar na hora dessa pessoa receber apoio profissional.

Nenhum comentário: