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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Cocaína


O uso da cocaína causa intensa e rápida euforia, seguida por uma igualmente intensa depressão e um estado de grande tensão e avidez por mais cocaína. Ela produz um efeito estimulante e de prazer muito mais potente que o das anfetaminas.

Quando a droga acaba no organismo, o que acontece rapidamente, o prazer cessa e o indivíduo é tentado a repetir a experiência. Daí a forte tendência a consumi-la reiteradamente. Nisso consiste a dependência à cocaína, que pode ser tomada por via oral, inalada sob forma de pó ou injetada diretamente na veia. Sob a forma de crack também pode ser fumada.

O prazer é a maior força motriz de muitos de nossos comportamentos e consumir cocaína é uma das formas fáceis de obtê-lo. Daí a tendência a consumi-la. Conforme a tolerância à droga vai aumentando, torna-se necessário usar cada vez quantidades maiores dela para conseguir a mesma resposta eufórica.

Suprimir ou reduzir a droga causa uma depressão tão severa que a pessoa é capaz de quase tudo (inclusive ilícito ou criminal) para obter a droga, podendo até mesmo cometer suicídio, se isso não for possível, em razão da depressão avassaladora que sobrevém.

O sistema de recompensa do cérebro, um enorme número de feixe de fibras e conexões nervosas que produz uma enorme sensação de prazer, é ativado pela cocaína. É por esta razão que o indivíduo é tentado a voltar a consumi-la, tornando-se, assim, dependente da cocaína.

As pessoas dependentes de cocaína geralmente têm problemas de sono e de apetite; têm uma elevação da frequência cardíaca e respiratória, da pressão arterial e da temperatura corporal; espasmos musculares; vasoconstrição periférica; euforia; depressão e ânsia intensa pela droga. Tomada por um longo prazo, o vício da cocaína pode causar, entre outros, danos irreversíveis aos vasos sanguíneos coronarianos e cerebrais; danos no fígado, rins e pulmões; destruição dos tecidos nasais e às vezes, perfuração do septo nasal, se inalada; doenças infecciosas e abscessos, se injetada; alucinações auditivas e táteis; disfunções sexuais e infertilidade.

As grávidas dependentes estão mais sujeitas a sofrer aborto do que as não dependentes e o feto pode ser prejudicado, porque a cocaína passa do organismo da mãe para o do filho. De um modo geral, as pessoas que se tornam viciadas em cocaína perdem o interesse nas outras áreas da vida.

O diagnóstico da dependência à cocaína geralmente é feito a partir da história de consumo da droga e pela detecção de alguns sinais e sintomas, dentre os quais sobrelevam em importância a hiperatividade, as pupilas dilatadas, aumento da frequência cardíaca, ansiedade, comportamento errático, grandioso e hipersexual.

A cocaína pode ser dosada no sangue e detectada nas vísceras.

O tempo de ação da cocaína é muito curto, pelo que seus efeitos são passageiros, mas dado ao perigo de morte, pode ser necessário administrar-se medicamentos para baixar a pressão arterial, diminuir a frequência cardíaca, evitar as convulsões e tratar a febre alta que costuma acompanhar o quadro clínico. A abstinência da cocaína requer supervisão médica porque a pessoa pode tornar-se depressiva e mesmo suicida.

Para conseguir um real afastamento da droga pode ser necessária a internação num hospital ou num centro de tratamento de toxicómanos, onde os sintomas devem ser tratados sintomática ou mesmo preventivamente. O acompanhamento posterior deve ser feito com psicoterapia ou participação em grupo de autoajuda.

A cocaína aumenta o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, convulsões ou falha respiratória, podendo qualquer um destes eventos causar morte súbita.

Doses elevadas de cocaína, acima de 1.200 gramas, mesmo que tomadas uma única vez, podem causar convulsões, derrames vasculares cerebrais e morte repentina.

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