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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Paratireóides



O termo paratireoides – literalmente, “junto à tireoide” – é uma denominação adequada, mas leva a confusões. O indivíduo menos avisado pode confundir a tireoide, a grande glândula localizada no pescoço e encarregada da manutenção do ritmo de trabalho de todas as células do organismo (controla o metabolismo), com as paratireoides, órgãos endócrinos que têm uma função completamente diferente.

Foi somente nos últimos anos do século XIX que se conseguiu diferenciar as funções das paratireoides da atividade da glândula tireoide. Do ponto de vista anatômico a denominação é absolutamente correta, pois as paratireoides são realmente vizinhas da tireoide A rigor, essa localização peculiar teve grande importância na identificação dessas glândulas.

Como esporadicamente chega a ocorrer ainda hoje, verificou-se que as paratireoides eram, às vezes, removidas inadvertidamente durante uma intervenção cirúrgica na glândula tireoide. A extração dessas pequenas glândulas era seguida do aparecimento de graves alterações orgânicas, como a ocorrência de contrações musculares tetânicas.


Localização

Localizadas atrás da tireoide. De maneira diversa das demais glândulas endócrinas, no entanto, o número de paratireoides é bastante variável. Cerca de 25% dos indivíduos têm um maior número de paratireoides, pois apresentam três pares.

Em alguns casos, mais raros, o indivíduo possui apenas um par de paratireoides. Esta última característica impõe um cuidado fundamental na cirurgia da tireoide: identificá-las cuidadosamente, para evitar sua remoção involuntária.

A identificação exige certa prática, porque a localização, de maneira semelhante à quantidade, também é variável. Assim, em lugar de estarem localizadas na região mediana do pescoço, atrás da tireoide, as paratireoides podem até mesmo localizar-se em pleno tórax, no mediastino, espaço central entre os pulmões, onde se aloja o coração.

Tamanho e cor das paratireoides

As paratireoides podem ser comparadas a pequenos tremoços (6 mm x 4 mm x 2 mm, em média) de cor mais escura (castanho. amarelado); cada uma delas pesa somente 30 miligramas. (Para se poder fazer uma comparação: um comprimido de aspirina pesa 500 miligramas.)

Os dois pares paratireoideanos, portanto, têm um peso global pouco superior a um décimo de grama. Apesar de terem sido realizados exaustivos estudos com o microscópio eletrônico, paralelamente a estudos com modernos testes bioquímicos ultra-sensíveis, ainda não se sabe com certeza quais as células paratireoidianas que segregam hormônio. Foram identificados três tipos celulares diferentes; e as que aparecem em maior quantidade foram denominadas células principais.

Secreção das paratireoides

Admite-se que são as células principais as secretoras do hormônio paratireoideano, apesar de não terem sido encontrados grânulos secretários em seu interior. Por outro lado, também não foi possível estabelecer a função das células oxifilicas.

Já quanto às características químicas do hormônio paratireoideano, foram obtidos progressos consideráveis nos últimos anos. Até recentemente, sabia-se apenas que o hormônio era um polipeptídio, ou seja, um composto semelhante-às-proteínas, mas de molécula muito menor.

Hoje, o hormônio é obtido em forma pura; porém, até há pouco, era disponível somente na Forma de extratos glandulares purificados. Verificou-se também que a cadeia de aminoácidos que forma a molécula de hormônio paratireoideano (cadela polipeptidica) é retilínea.

Por outro lado, a identificação química do hormônio paratireoideano solucionou dúvida antiga. Como já se sabia há muito tempo, o paratormônio tem duas atividades: mobiliza o cálcio dos ossos e força a eliminação de fosfato através da urina. Chegou-se até a admitir que as paratireoides produziam dois hormônios, cada um encarregado-de uma dessas funções. Atualmente sabe-se que o hormônio segregado pelas paratireoides exerce ambas as funções, conforme atue sobre o esqueleto ou sobre os rins.

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