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terça-feira, 18 de julho de 2017

Crises histéricas


A histeria é uma forma de neurose caracterizada por exagero teatral das reações emocionais e pela conversão de conflitos psíquicos em sintomas físicos. Muitas vezes a histeria dá a impressão (sem ser) de simulação. 

Os sintomas da histeria são polifacéticos e podem imitar praticamente qualquer enfermidade. 

Eles são de dois tipos: sintomas conversivos, constituídos por expressões físicas de conflitos emocionais (paralisias, parestesias, contraturas, anestesias, perda da fala ou da visão, etc.) e sintomas dissociativos, em que ocorre uma cisão da consciência, originando bizarrias psicológicas como automatismos, estados crepusculares, amnésias, desmaios, etc.

Os histéricos reagem às pessoas e situações com grandes arroubos emocionais caricatos e procuram chamar a atenção sobre si exibindo o que consideram ser características atraentes (beleza física, superioridade moral, bons modos, vestir-se bem, etc.) ou buscando causar compaixão ou ciúmes. 

Eles geralmente adornam suas falas com termos superlativos e suas performances logo se mostram pouco autênticas e sem genuinidade. 

São interiormente anárquicos, não sabem bem o que querem; são impontuais e despreocupados com detalhes. Guiam-se mais por intuições e impressões repentinas que por juízos serenos e bem fundamentados. 

Sentem-se aborrecidos com as tarefas rotineiras, mas só se envolvem em empreendimentos novos se eles prometem atrair atenção.

Outros traços psicológicos são:

Emocionalidade: Os histéricos habitualmente reagem aos acontecimentos com uma exuberância emocional inadequada, chegando, por vezes, a serem espalhafatosos. No relacionamento pessoal parecem efusivos e cordiais, e decepcionam-se com o que lhes parece ser a frieza das demais pessoas. A sua linguagem, além de superlativa, é recheada de frases de efeito e eles podem tornar-se pouco fieis à verdade se algum adorno que a falseia parece conferir a ela um aspecto mais bombástico.

Dramatização: Ao invés de apenas falar, os histéricos dramatizam sua expressividade e fazem isso principalmente em relação às doenças. Ao invés de apenas falar que a perna lhes dói, os histéricos a arrastam. Quando tristes, irrompem em choros convulsivos e se estão alegres explodem em gargalhadas altissonantes. Suas manifestações e suas vestes, por exemplo, são planejadas para chamar atenção. Nas mulheres há um exagero caricatural da feminilidade e nos homens uma certa afetação.

Sedutividade: Os histéricos procuram ter um comportamento sedutor. Muitas vezes a sedutividade dos histéricos é dissimulada sob a forma de galanteios ou elogios, mas às vezes é claramente erotizada. Para tal, as mulheres histéricas podem até tornarem-se sexualmente promíscuas. As pessoas que também se utilizam dessas mesmas táticas são vistas por elas como rivais.

Sugestionabilidade: Os histéricos são também muito sugestionáveis e podem ser influenciados tanto por pessoas quanto por situações. Se, por exemplo, acompanhar algum doente, é possível que tempos depois o histérico venha a sentir os mesmos sintomas da pessoa a quem assistiu. Quando admiram determinada pessoa, dentro em pouco estão se comportando como ela. Se passarem a conviver num meio social novo, adotam rapidamente os costumes dele.

 As crises histéricas são episódios em que os sintomas histéricos sobrevêm de maneira repentina, em geral à raiz de uma situação emocional desagradável. Um caso especial delas é o representado pelos desmaios histéricos, que imitam os desmaios epilépticos. 

Os fatores desencadeantes dessas crises em geral são ligados à vida amorosa (o namorado que foi flagrado com outra, o amante que partiu, o marido que brigou com a paciente, dentre outros). 

Esses fatos dificilmente são tomados na sua expressão real e o histérico acrescenta a eles uma boa dose de fantasia, de modo a torná-los ainda mais drásticos.



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