Pesquisar este blog

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Riscos e benefícios da retirada dos ovários


Ooforectomia (do grego: ōophóros = ovo-rolamento + ektomḗ = corte) ou ovariotomia é o termo utilizado para a remoção cirúrgica de um ou de ambos os ovários. A remoção dos ovários nas mulheres é o equivalente biológico da castração nos homens. No entanto, o termo castração normalmente não é utilizado para se referir à ooforectomia em seres humanos, sendo reservado às ciências veterinárias para os demais animais, nos quais ela é uma forma de esterilização.

Chama-se ooforectomia parcial a uma intervenção cirúrgica que remove parte dos ovários como ocorre, por exemplo, nos casos de cistos dos ovários. Este tipo de cirurgia preserva a fertilidade, apesar de a falência ovariana ser relativamente frequente. Já a ooforectomia bilateral consiste no ato operatório que retira ambos os ovários e não preserva a fertilidade.

Nos seres humanos, quase sempre a ooforectomia é executada por causa de cistos ovarianos, câncer do ovário ou como profilaxia para o câncer de ovário ou de mama, em pessoas com alto risco para tais patologias. Indicações especiais incluem vários grupos de mulheres com risco substancial de câncer de ovário e mulheres com endometriose que sofrem de cistos ovarianos frequentes. Contudo, tem se tornado claro que a ooforectomia profilática diminui as taxas de sobrevivência em longo prazo e tem efeitos deletérios sobre a saúde e o bem-estar.

Muitas vezes as cirurgias de ooforectomia são feitas em conjunto com a histerectomia (remoção do útero). Quando a trompa de Falópio é removida em conjunto com o ovário, a cirurgia é chamada salpingooforectomia. Se ambos os ovários e as duas trompas são removidos, fala-se em salpingooforectomia bilateral. Quando a ooforectomia é feita por causas benignas, geralmente é realizada por laparoscopia abdominal. A laparotomia abdominal ou cirurgia robótica é utilizada em casos complicados ou quando se suspeita de um tumor maligno. A ooforectomia pode ter graves consequências ao longo do tempo, decorrentes principalmente dos desequilíbrios hormonais causados pela cirurgia, os quais se estendem para além da menopausa. Os riscos relatados e os efeitos adversos incluem doenças cardiovasculares, comprometimento cognitivo, demência, parkinsonismo, osteoporose, fraturas ósseas, declínio no bem-estar psicológico e declínio da função sexual.

A remoção dos ovários provoca alterações hormonais e sintomas semelhantes à menopausa, porém eles podem ser mais graves. As mulheres que se submeteram à ooforectomia devem tomar medicamentos de reposição hormonal para prevenir complicações e transtornos semelhantes aos da menopausa. A terapia de reposição hormonal é um tanto controversa devido às propriedades cancerígenas e trombogênicas do estrogênio. No entanto, muitos médicos e pacientes acham que os benefícios superam os riscos em mulheres que podem enfrentar graves problemas de saúde e uma baixa qualidade de vida como consequência da menopausa precoce.

Os efeitos colaterais da ooforectomia também podem ser atenuados por meio de medicamentos não hormonais, como os que aumentam a resistência óssea e os que aliviam os sintomas vasomotores da menopausa.

A maioria dos riscos das ooforectomias totais está presente também nas ooforectomias parciais. As mulheres que fizeram uma ooforectomia antes dos 45 anos têm um risco de mortalidade bem maior do que aquelas que mantiveram seus ovários, mas a terapia hormonal melhora as taxas de mortalidade.

Para as mulheres com risco, a ooforectomia profilática realizada por volta dos 40 a 45 anos reduz o risco de câncer de ovário e de mama e, caso eles ocorram, aumenta significativamente a sobrevivência. Em casos raros, a ooforectomia pode ser usada para tratar a endometriose, eliminando o ciclo menstrual, eliminando a propagação da endometriose e reduzindo a dor. Nesses casos, a ooforectomia é frequentemente feita em conjunto com a histerectomia.

As cirurgias de ooforectomia geralmente não ocasionam complicações graves. Quando feitas por via laparoscópica podem levar a obstruções do intestino delgado em decorrência das aderências formadas. A lesão do ureter no nível do ligamento suspensor do ovário é uma complicação pouco frequente.

Nenhum comentário: