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terça-feira, 14 de junho de 2016

Comer gordura para emagrecer?


Protocolos atuais de combate à obesidade podem estar errados, segundo relatório divulgado na Inglaterra...

Uma grande revisão das diretrizes oficiais sobre alimentação atualmente recomendadas, realizada pelo National Obesity Forum (NOF) e pela Public Health Collaboration, diz que a mensagem de consumo com baixo teor de gordura nas dietas, que tem sido a política oficial de recomendações dietéticas no Reino Unido desde 1983, foi baseada em "ciência imperfeita" e resultou em um aumento do consumo de junk foods e de carboidratos.

A ciência precisa repensar as orientações do The Eatwell Guide, segundo o que orientam os autores do relatório do NOF. Faz-se necessário um retorno aos “alimentos naturais”, tais como carnes, peixes e produtos lácteos integrais, bem como alimentos saudáveis com alto teor de gordura como abacates, por exemplo. É importante mudar a mensagem ao público para reverter a obesidade e o diabetes tipo 2, a nova mensagem deve ser voltada a “não termos medo de comer gordura.”

O relatório, que provocou uma ampla reação entre a comunidade científica, também argumenta que a gordura saturada não causa doença cardíaca, enquanto produtos lácteos integrais como leite, iogurte e queijo podem realmente proteger o coração.

Segundo os autores, a prova das falhas das atuais recomendações está nos alarmantes níveis de obesidade e diabetes mellitus nunca antes vistos. Alimentos processados rotulados como "baixo teor de gordura", "light", "baixo colesterol" devem ser evitados a todo o custo e as pessoas com diabetes tipo 2 devem comer uma dieta rica em gordura, ao invés de uma dieta baseada em hidratos de carbono, segundo o relatório.

Outros pontos relatados no relatório do NOF são que os lanches entre as refeições são uma das principais causas de obesidade atualmente e que a adição de açúcar deve ser evitada por não ter nenhum valor nutritivo. A contagem de calorias também é prejudicial quando se trata de controlar a obesidade, pois as calorias provenientes de diferentes alimentos têm "efeitos metabólicos completamente diferentes sobre o corpo humano, tornando essa definição inútil". Da mesma forma, os autores afirmam ser "incorreto" pensar que a solução para a obesidade é queimar mais calorias do que as que são consumidas. Eles alegam que a obesidade é um distúrbio hormonal que leva à compartimentalização anormal de energia e que não pode ser resolvida apenas aumentando-se a quantidade de exercício realizada.

No entanto, cientistas de diversas áreas têm criticado o relatório e questionam a sua base probatória. Estes falam que as descobertas do NOF estão "cheias de ideias e opiniões”, que não podem ser consideradas uma revisão abrangente das evidências atuais e que não conhecemos totalmente as causas da epidemia de obesidade mundial, então simplesmente dizer às pessoas que comam mais gordura é uma recomendação altamente controversa e que pode ter consequências adversas para a saúde pública.

Principais conclusões do relatório do National Obesity Forum:

•Comer gordura não torna você gordo.
•Evidências de vários ensaios revelam que uma dieta com maior teor de gordura e baixo teor de carboidrato é superior a uma dieta com poucas gorduras para a perda de peso e redução do risco cardiovascular.
•Pare de contar calorias. Calorias de alimentos diferentes têm diferentes efeitos metabólicos no corpo, por isso, a contagem de calorias não faz sentido.
•Você não pode neutralizar os efeitos de uma má alimentação.
•A obesidade é um distúrbio hormonal que leva a compartimentalização de energia anormal, que não pode ser apenas resolvida aumentando a quantidade de exercícios realizada.
•As gorduras saturadas não causam doenças cardíacas e produtos lácteos em suas versões integrais podem até mesmo proteger o coração.
•Evite a todo o custo alimentos processados rotulados como de "baixo teor de gordura", "light", "baixo colesterol" ou "redutores de colesterol".
•Nenhuma evidência atual demonstra que a redução de gordura saturada na dieta reduz também eventos cardiovasculares e morte.
•Lanches entre as refeições fazem você engordar.
•O aumento da frequência das refeições desempenha igual, se não maior, papel na obesidade e isso tem sido largamente ignorado.



Fonte: National Obesity Forum (NOF)

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