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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Espasticidade muscular


Espasticidade é uma alteração dos músculos esqueléticos que envolve uma combinação de paralisia, aumento da atividade reflexa dos tendões musculares e hipertonia muscular. Também é coloquialmente referida como "aperto", “rigidez” ou "repuxão" de músculos. Na espasticidade, ocorre sempre um aumento do tônus muscular.

A causa da espasticidade não é muito conhecida, mas existem várias teorias a respeito. Ela se desenvolve quando há um desequilíbrio excitatório dos neurônios motores causado por danos na medula espinhal e/ou no sistema nervoso central. Esse dano provoca uma alteração no equilíbrio de estímulos elétricos entre o sistema nervoso e os músculos, conduzindo a um aumento da excitabilidade muscular.

A espasticidade ocorre principalmente em desordens do sistema nervoso central que afeta os neurônios motores superiores sob a forma de uma lesão, tal como na diplegia espástica ou na síndrome do neurônio motor superior, por exemplo, e também pode estar presente em vários tipos de esclerose múltipla, sendo um sintoma dos ataques progressivos.

Os reflexos nervosos são de importância na coordenação de movimentos normais em que os músculos têm de contrair e relaxar, alternadamente. Embora o resultado final da espasticidade leve a problemas com os músculos, ela é causada por um dano a uma parte do sistema nervoso central, que controla os movimentos voluntários. Esse dano provoca uma alteração no equilíbrio de estímulos que vão do sistema nervoso para os músculos e vice-versa. Este desequilíbrio conduz ao aumento da excitabilidade dos músculos.

Receptores musculares recebem mensagens do sistema nervoso que comandam o grau de estiramento que o músculo deve ter e envia de volta sinais reguladores para o cérebro. O cérebro, por sua vez, responde enviando uma mensagem para regular o estiramento ou o encurtamento muscular. No geral, a espasticidade depende do aumento de velocidade do estímulo que regula o tônus muscular. Assim, ela ocorre em condições em que o cérebro e/ou a medula espinhal não conseguem manter seu desempenho normal, como na paralisia cerebral, esclerose múltipla, lesão medular e lesão cerebral adquirida. Os músculos afetados desta forma sofrem, além da espasticidade, fraqueza e diminuição do controle dos movimentos.

A espasticidade é um dos distúrbios motores mais frequentes e incapacitantes que ocorre em pacientes com lesões no sistema nervoso. Clinicamente, os resultados são consequência da perda de inibição dos neurônios motores, causando a contração muscular excessiva e a hiperreflexia dos tendões musculares. Os músculos espásticos são mais resistentes à extensão e tendem à contração, porém, quando realizado o movimento passivo, tendem a oferecer certa resistência e, mantendo a força constante, do movimento passivo, os músculos espásticos tendem a ceder.

Frequentemente ocorrem clônus (uma série de contrações musculares involuntárias rápidas) e exagero dos reflexos profundos. O indivíduo afetado pode ter qualquer grau de comprometimento, que vai desde um leve distúrbio do movimento até uma desordem grave. As desordens mais leves podem afetar movimentos como correr ou subir escadas, por exemplo, e as mais graves resultam em perda mais completa das funções musculares.

A espasticidade pode ser avaliada por sentir a resistência do músculo ao alongamento passivo. Um músculo espástico mostrará um aumento muitas vezes bastante forte da resistência ao estiramento passivo, em comparação com os músculos não-espásticos da mesma pessoa. Pode haver também várias outras alterações na musculatura e ossos circundantes, tais como desalinhamentos progressivos da estrutura óssea em torno dos músculos espásticos, levando, por exemplo, à marcha em tesoura.

Pode haver também vários músculos afetados em diferentes graus. Existem várias escalas utilizadas para medir a espasticidade. Uma avaliação completa deve incluir a análise da postura, movimento ativo, força muscular, controle e coordenação de movimentos e resistência, bem como a constatação da espasticidade.

O tratamento da espasticidade deve ser baseado na avaliação médica do paciente. Para espasticidades ligeiras são úteis os exercícios, os quais devem ser prescritos por um profissional de saúde especializado em reabilitação neurológica. Nas mais severas, o paciente pode precisar de ajuda para fazer isso e pode exigir intervenções adicionais. Para os músculos que não possuem qualquer controle, como ocorre após uma lesão medular completa, o exercício pode ser feito de forma passiva, por meio de instrumentos.

As intervenções médicas podem incluir alguns medicamentos para tentar atenuar os estímulos entre nervos e músculos. A espasticidade é frequentemente tratada com medicamentos que atuam como inibidores da estimulação neuronal, os receptores de GABA. A eficácia desses medicamentos varia entre indivíduos e, embora sejam eficazes na diminuição da espasticidade, não têm sido acompanhados por benefícios funcionais. A cirurgia pode ser necessária para a liberação do tendão muscular, no caso de um desequilíbrio muscular levando à contratura. A hidroterapia pode ajudar no programa de tratamento.

Quando não adequadamente tratada, a espasticidade pode levar a complicações como o desenvolvimento de contraturas, deformidades ósseas e musculares, atrofias e assimetrias posturais.

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