Pesquisar este blog

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Andropausa


O termo "andropausa" não corresponde exatamente aos fenômenos ocorridos no homem maduro, mas já ganhou popularidade e, em função disso, utilizarei tal denominação neste texto.

A andropausa é o conjunto de alterações hormonais, fisiológicas e químicas que ocorre com os homens por volta dos 40 aos 55 anos de idade. Alguns homens podem apresentar sintomas, mas a andropausa não tem um sintoma típico como ocorre com o fim das menstruações nas mulheres na menopausa.

Ela é ocasionada pela diminuição natural e progressiva do hormônio testosterona.

A testosterona é responsável pelo vigor sexual masculino, mas tem outras importantes funções no organismo, entre as quais estimular a produção de glóbulos vermelhos do sangue. A produção da testosterona apresenta um declínio gradual e progressivo com o envelhecimento. No entanto, nem todos os homens com deficiência de testosterona apresentam sinais e sintomas evidentes; o quadro de baixa produção de testosterona atua sutilmente, de forma lenta e progressiva. A produção desse e dos outros hormônios depende da integridade do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas, sistema que integra o hipotálamo e a glândula hipófise no cérebro, e as gônadas.

A queda do hormônio masculino no envelhecimento não é um processo generalizado e só afeta 33% dos homens acima dos 60 anos. Por isso, a diminuição desse hormônio é pouco abordada entre o público leigo.

Os sintomas da andropausa não são os mesmos em todos os homens, mas aqueles que apresentam uma significativa queda hormonal de testosterona revelam algum dos principais sintomas. A andropausa se instala lenta e progressivamente e consta, em geral, de mudanças de atitude e humor, fadiga, perda de energia, diminuição da libido e da agilidade física. Esse período, no homem, pode se estender por décadas.

O declínio da testosterona pode acarretar riscos de doenças cardíacas ou maior fragilidade dos ossos. Além dos sintomas sexuais, a deficiência de testosterona também ocasiona queda do desempenho físico e mental, depressão, ansiedade, irritabilidade e dificuldade de concentração, entre outros. Muitas vezes esses sintomas não são reconhecidos como devidos à baixa de testosterona e são atribuídos ao estresse ou a outras causas fortuitas.

Eventualmente, alguns homens podem sentir ondas de calor, suores, sensação de frio e palpitações. Entre os sinais e sintomas da andropausa, um dos maiores é a ausência de ereções espontâneas pela manhã. Pode haver também mudanças do padrão masculino de distribuição de pelos, perda de massa muscular e aumento do acúmulo de gordura no abdômen. Com a redução da produção da testosterona há a diminuição na produção de espermatozoides e, consequentemente, a possibilidade de infertilidade.

O diagnóstico laboratorial da andropausa depende de um exame de sangue, no qual os níveis de testosterona estejam baixos. Outros exames também são feitos para excluir outras razões para a queda de testosterona, como dosagem da prolactina e das gonadotrofinas e teste de função tireoidiana.

A reposição hormonal da testosterona é uma opção, no entanto, ela não deve ser vista como o resgate da juventude do paciente. Essa reposição deve ser monitorada pela avaliação dos sintomas e em exames de sangue. Fatores como apneia do sono e câncer de próstata devem ser levados seriamente em consideração. A eficácia do tratamento de reposição hormonal exige um controle rigoroso por parte do médico urologista.

Com a idade, os níveis de testosterona decrescem em praticamente todos os homens, mas não há maneira de predizer quem vai ter sintomas e que intensidade eles terão e nem mesmo se será ou não preciso procurar ajuda médica. Se os sinais e sintomas da andropausa não forem adequadamente tratados, podem evoluir para osteopenia e mesmo osteoporose, levando a um aumento do risco de fraturas.

Não há como prevenir a andropausa, pois ela é uma condição natural e irreversível. É possível evitar maiores disfunções e repercussões patológicas por meio de um monitoramento médico adequado.

Nenhum comentário: