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terça-feira, 29 de março de 2016

Insuficiência respiratória


A insuficiência respiratória resulta de uma falha de troca gasosa pelo sistema respiratório, o que significa que o oxigênio ou o dióxido de carbono arterial, ou ambos, não podem ser mantidos em seus níveis normais. Um decréscimo de oxigênio transportado no sangue é conhecido como hipoxemia e um aumento nos níveis de dióxido de carbono é chamado de hipercapnia.

A insuficiência respiratória pode ser classificada como do tipo I ou do tipo II. O tipo I é aquele em que há hipoxemia sem hipercapnia. No tipo II ocorre hipoxemia com hipercapnia.

A insuficiência respiratória é causada por doenças ou condições que dificultam a respiração. Esses distúrbios podem afetar diretamente os pulmões ou os músculos, nervos, ossos ou tecidos envolvidos na respiração. Nessas condições, os pulmões não podem mover-se facilmente e/ou os tecidos orgânicos pertinentes não estão aptos para angariar a dose normal de oxigênio e remover o dióxido de carbono do sangue. Isto pode ocorrer por danos aos tecidos e costelas em torno dos pulmões, problemas com a coluna, drogas ou overdose de álcool, doenças e condições agudas ou crônicas do pulmão.

Assim, normalmente a insuficiência respiratória é causada por um desequilíbrio entre a ventilação e a perfusão. Ou seja, o volume de ar que entra e sai dos pulmões não é combinado com o fluxo de sangue para os pulmões.

A deficiência de oxigênio pode acontecer porque:

(1) O oxigênio ambiente esteja baixo como, por exemplo, em grandes altitudes.
(2) Porque haja um desequilíbrio ventilação-perfusão, em que partes do pulmão recebem o oxigênio normal, mas não a quantidade de sangue suficiente para absorvê-lo como, por exemplo, na embolia pulmonar.
(3) Porque haja hipoventilação alveolar como, por exemplo, na doença neuromuscular aguda.
(4) Se houver problema de difusão, em que o oxigênio não pode entrar nos capilares devido à doença do parênquima, por exemplo, na pneumonia.
(5) Por haver um shunt arteriovenoso, em que o sangue oxigenado se mistura com sangue não-oxigenado.

O tipo II da insuficiência respiratória é causado por ventilação alveolar inadequada, em que o oxigênio e o dióxido de carbono são afetados. As causas subjacentes incluem:

(1) O aumento da resistência das vias respiratórias como na doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, asfixia, etc.
(2) Menor esforço respiratório, por efeito de drogas, lesão do tronco cerebral, obesidade extrema.
(3) Diminuição na área do pulmão disponível para a troca de gases, tal como na bronquite crônica.
(4) Problemas neuromusculares como, por exemplo, síndrome de Guillain-Barré e doença do neurônio motor.
(5) Deformações da coluna como cifoescoliose, espondilite anquilosante ou tórax instável.

Os principais sinais e sintomas da insuficiência respiratória dependem da causa subjacente e dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue. Um baixo nível de oxigênio no sangue pode causar falta de ar. Se o nível de oxigênio é muito baixo, também pode causar uma cor azulada na pele, lábios e unhas (cianose). Um nível elevado de dióxido de carbono pode causar respiração rápida e confusão mental. Algumas pessoas com esse problema podem tornar-se sonolentas ou mesmo perder a consciência. Também podem desenvolver arritmias ou batimentos cardíacos irregulares.

O diagnóstico de insuficiência respiratória e da sua causa é feito com base no histórico médico, exame físico e resultados de exames complementares. Quanto ao histórico, o médico deve apurar as condições que possam levar à insuficiência respiratória. Durante o exame físico, procurará por sinais de insuficiência respiratória e de sua causa subjacente.

A insuficiência respiratória pode causar falta de ar, respiração rápida e uma cor azulada na pele, lábios e unhas. Usando um estetoscópio, o médico pode ouvir seus pulmões e coração, para detectar eventuais sons anormais. Para verificar os níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue, pode ser feita uma oximetria de pulso e exame de gases no sangue arterial (gasometria arterial). O médico pode ainda recomendar outros exames, inclusive de imagens, para ajudar a esclarecer a causa subjacente da insuficiência respiratória.

É necessário o tratamento da causa subjacente. Sintomaticamente, pode precisar ser feita entubação endotraqueal e ventilação mecânica. A estimulação respiratória com o doxapram raramente é utilizada. Se a falha respiratória resultar de uma overdose de drogas sedativas, tais como opioides ou benzodiazepínicos, o antídoto apropriado deve ser usado. A pressão positiva contínua nas vias aéreas deve ser utilizada mesmo antes de transportar o paciente para um hospital.

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