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sábado, 5 de março de 2016

Condromalácia


Condromalácia, também conhecida como condromalácia da patela ou "joelho de corredor", é uma condição em que a cartilagem na superfície inferior da patela (também chamada de rótula) se deteriora e afina. Esta condição é comum entre atletas, mas também pode ocorrer em adultos mais velhos que têm artrite ou outras condições anormais do joelho.

A condromalácia patelar é uma espécie de “amolecimento” da cartilagem de causa ainda não inteiramente conhecida, cuja etiologia pode estar relacionada com fatores anatômicos, histológicos e/ou fisiológicos. O fator que mais comumente desencadeia a condromalácia é o traumatismo crônico causado por fricções entre a patela e o sulco correspondente do fêmur. Ela também pode ser o resultado de uma lesão aguda da cartilagem femoropatelar.

Vários fatores de risco favorecem o aparecimento da condromalácia. Em adolescentes e jovens, o alto risco para essa condição deve-se a que durante o crescimento os músculos e os ossos se desenvolvem rapidamente, o que pode causar um desequilíbrio muscular. As mulheres são mais propensas do que os homens para desenvolver o “joelho de corredor”, porque normalmente elas possuem uma massa muscular menor que a dos homens e isso pode fazer com que o joelho se posicione de modo anormal. As pessoas com pé chato podem colocar maior pressão nos joelhos e assim favorecer a condromalácia.

Se houve uma lesão anterior da rótula, como uma luxação, por exemplo, isso também pode aumentar o risco de desenvolver joelho do corredor. Também se encontram em maiores riscos as pessoas com alto nível de atividade, como os atletas, por exemplo, e as que sofrem de artrite.

A rótula normalmente situa-se anteriormente sobre a articulação do joelho. Quando se dobra o joelho, ela desliza sobre o mesmo, especificamente sobre a extremidade distal do fêmur (osso da coxa). Tendões e ligamentos ligam a rótula com a tíbia e o músculo da coxa ao joelho. Quando qualquer um desses componentes do movimento não está muito correto, a patela pode atritar-se contra o osso do joelho e esta fricção pode levar à sua deterioração e ao “joelho de corredor”.

Um movimento inadequado da rótula pode ser o resultado de mau alinhamento devido a uma condição congênita, a músculos isquiotibiais e quadríceps fracos (músculos da parte de trás e da frente das coxas), desequilíbrio muscular entre os adutores e abdutores (músculos na parte externa e no interior das coxas), estresse repetido das articulações do joelho, como nas corridas, no esqui ou no saltar ou um golpe direto ou trauma da rótula.

Os sintomas do joelho de corredor são dor no joelho e sensações de movimentos em catraca de moagem. Os principais sinais e sintomas da patologia são inchaço por baixo da rótula, dor constante no meio do joelho, dor em “pontada” durante uma corrida ou ao descer ou subir escadas e ao ficar muito tempo sentado.

O médico se baseará na história clínica e nos achados físicos constituídos, sobretudo, por áreas de inchaço ou em sintomas como dor no joelho, por exemplo. Ele também pode ver como a rótula se alinha com o osso da coxa. Um desalinhamento ósseo pode ser um indicador de condromalácia. Depois disso, o médico pode solicitar qualquer um dos seguintes testes para ajudar no diagnóstico: radiografia, ressonância magnética e artroscopia. A condromalácia pode ser classificada em quatro graus, de um a quatro, conforme a gravidade do problema, sendo o grau 4 o mais severo.

O tratamento deve visar reduzir a pressão sobre a rótula. A condromalácia muitas vezes é consequência de uma lesão de esforço no esporte e, às vezes, alguns dias de repouso podem produzir bons resultados. Em outros casos, a causa é o alinhamento não correto do joelho e, nesse caso, simplesmente descansar não proporciona alívio.

O médico pode prescrever medicação anti-inflamatória, como o ibuprofeno, por exemplo, para reduzir a inflamação ao redor da articulação. O médico pode indicar fisioterapia, com foco no fortalecimento dos músculos quadríceps, isquiotibiais, adutores e abdutores ou recomendar exercícios como nadar. Além disso, exercícios isométricos que envolvam apertos e liberações dos músculos podem ajudar a manter a massa muscular.

A cirurgia artroscópica pode ser necessária para examinar o conjunto, determinar se há ou não desalinhamento do joelho e para tratar o problema. Outras opções cirúrgicas podem ainda serem utilizadas conforme as peculiaridades de cada caso.

Para evitar o estresse repetido dos joelhos, a pessoa deve usar joelheiras durante a prática de esportes, criar um adequado equilíbrio muscular, usar palmilhas que corrijam pés chatos e perder peso, porque isso pode diminuir a pressão exercida sobre os joelhos e realinhar a rótula.

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