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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Roendo unhas


O hábito de roer unhas, ou onicofagia, é o costume de morder compulsivamente as unhas dos dedos das mãos ou dos pés, aparando-as com os dentes incisivos.

Isso não constitui propriamente uma doença, no sentido tradicional do termo, mas um transtorno comportamental que pode ter graves consequências.

Não se conhece com precisão as causas do hábito de roer as unhas, mas pensa-se que ele seja sinal de desordens emocionais, que se exacerbam durante períodos de nervosismo, ansiedade, estresse, fome ou tédio.

Existem teorias sobre a influência de fatores físicos, mas não comprovadas.

As nossas unhas são placas formadas por uma proteína chamada queratina, encontradas nas pontas dos dedos dos pés e das mãos.

Essas placas crescem gradualmente a partir de uma matriz e devem ser periodicamente aparadas, sem o quê elas podem atingir tamanhos descomunais.

As unhas das mãos crescem cerca de três milímetros por mês e a dos pés, mais lentamente, cerca de um a um milímetro e meio por mês.

As pessoas que desenvolvem o hábito de roer as unhas as mantêm excessivamente curtas à custa de apará-las com os dentes incisivos.

As medicações utilizadas para tratar o hábito de roer unhas geralmente são medicações psicotrópicas.

Alguns antidepressivos têm se mostrado eficazes para a solução do problema, além de que pequenas doses de antipsicóticos são também utilizadas no tratamento o que, no entanto, não quer dizer que o paciente sofra de psicose.

A vitamina B é outra opção, porque ela reduz a vontade de roer as unhas, ao aumentar a atividade de serotonina no cérebro.

Esses tratamentos medicamentosos, no entanto, devem sempre ser combinados com uma psicoterapia. Delas, a terapia comportamental tem se mostrado a mais benéfica, com suas técnicas de Reversão de Hábito e Controle de Estímulo. A terapia de hipnose também pode ajudar algumas pessoas.

Algumas práticas pessoais devem ser ajuntadas a esses tratamentos, como coadjuvantes: técnicas de aversão tais como cobrir as unhas com substâncias de gosto ruim (esmaltes especiais, pimenta, etc.).

Isoladamente, entretanto, essas táticas são pouco eficazes.

Se o hábito de roer unhas for um sintoma de problemas emocionais, resolver esse problema, se possível, pode ajudar a diminuir ou eliminar o hábito.

Tal hábito em geral se inicia muito cedo na infância e pode persistir até a idade adulta.

As crianças começam a roer as unhas por volta dos quatro ou cinco anos de idade e, habitualmente, a onicofagia se torna clinicamente crônica.

Esse hábito assume maior relevância na adolescência, período em que a formação da autoimagem está em seu grau máximo.

Por outro lado, durante a adolescência o indivíduo se depara com inúmeras situações novas, o que acarreta momentos de tensão, estresse e ansiedade que podem favorecer o aparecimento do hábito de roer as unhas.

Após a adolescência, esse hábito pode ser substituído por outros, como mordiscar a ponta do lápis, morder os lábios, etc.

O roedor de unhas frequentemente não limita seu hábito a roer as unhas, mas ataca também a pele e a cutícula ao seu redor, ferindo a extremidade dos dedos, tornando-as susceptíveis a infecções oportunistas, as quais podem se espalhar pela boca.

Além disso, roer unhas pode ocasionar um transporte de germes que vivem embaixo da superfície das unhas até a boca.

Como muitos germes patogênicos vivem debaixo da unha, o hábito de roer unhas pode potencializar as chances de danos à saúde.

Em casos mais sérios, o hábito de roer unhas pode restringir o uso das mãos, limitando a capacidade de escrever, digitar, desenhar, tocar instrumentos de corda, dirigir, etc. por causa dos estragos feitos às unhas ou à pele em volta.

Uma complicação secundária pode afetar os dentes, porque um hábito prolongado e de longa duração pode ocasionar desgaste do esmalte dos incisivos, favorecendo o aparecimento de cáries.

Outra complicação possível é devida ao fato de que os fragmentos de unhas ingeridos e não digeridos possam ferir, em algum ponto, a mucosa do trato digestivo.

Ademais, existe o problema estético.

O hábito de roer unhas deixa as mãos com uma aparência feia, além de revelar um descontrole emocional.

Isso leva o roedor de unhas a sentir-se constrangido e a procurar esconder as mãos, o que acaba não passando despercebido e complicando ainda mais as relações sociais da pessoa afetada.

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