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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Hepatite: anotações


A hepatite é uma inflamação do fígado por qualquer causa.

Em geral, é resultado da ação de um vírus, particularmente um dos cinco vírus da hepatite A, B, C, D ou E. Menos frequentemente, a hepatite pode dever-se a outras infecções virais, tais como a mononucleose infecciosa, febre amarela e infecção por citomegalovírus. As principais causas da hepatite não viral são o álcool e os medicamentos. A hepatite pode ser aguda (dura menos de 6 meses) ou crônica; esta doença apresenta-se habitualmente em todo o mundo.

O vírus da hepatite A propaga-se fundamentalmente das fezes de uma pessoa para a boca de outra. Essa transmissão é, em geral, consequência de uma higiene deficiente. As epidemias que se propagam através da água e dos alimentos são frequentes, especialmente nos países em desenvolvimento. Por vezes a causa é a ingestão de mariscos crus contaminados. Também são frequentes os casos isolados, em geral originados pelo contacto de pessoa a pessoa. A maioria das infecções por hepatite A não causa sintomas e passam despercebidas.

A transmissão da hepatite B é mais difícil que a do vírus da hepatite A. Um dos meios de transmissão é o sangue ou os produtos sanguíneos contaminados. Contudo, graças às precauções adotadas, as transfusões raramente são as responsáveis da transmissão deste vírus. Em geral, a transmissão produz-se entre consumidores de drogas injetáveis que partilham as seringas e também entre casais heterossexuais ou homossexuais masculinos. Uma mulher grávida, se estiver infectada com hepatite B, pode transmitir o vírus ao seu bebé ao nascer.

O risco de exposição ao vírus da hepatite B é maior nos pacientes submetidos a diálise renal ou nos tratados em unidades de cancro e para o pessoal hospitalar em contacto com sangue. Também estão em risco as pessoas que vivem em meios fechados (tais como as prisões e os institutos para deficientes mentais), onde existe um estreito contacto pessoal.

As pessoas sãs, portadoras crônicas do vírus, podem transmitir a hepatite B. Não está comprovado que as picadas de insectos possam transmiti-la. Muitos casos de hepatite B provêm de fontes desconhecidas. Em algumas partes do mundo, como o Extremo Oriente e algumas regiões de África, este vírus é responsável de muitos casos de hepatite crônica, cirrose e cancro hepático.

O vírus da hepatite C é a causa de, pelo menos, 80 % dos casos de hepatite originados por transfusões de sangue, além de muitos casos isolados de hepatite aguda. A doença transmite-se habitualmente entre consumidores de drogas que partilham as seringas, enquanto, neste caso, a transmissão sexual não é frequente. Este vírus é responsável por muitos casos de hepatite crônica e alguns casos de cirrose e de cancro hepático. Por razões desconhecidas, as pessoas com doenças hepáticas causadas pelo álcool apresentam frequentemente hepatite C. A combinação de ambas as doenças conduz, por vezes, a uma maior perda da função hepática que a que poderia ser causada por cada uma destas, em separado. Parece que existe um reduzido número de pessoas sãs que são portadoras crônicas do vírus da hepatite C.

O vírus da hepatite D manifesta-se unicamente como uma coinfecção com o vírus da hepatite B; esta co-infecção agrava a infecção da hepatite B. O risco entre os consumidores de drogas é relativamente alto.

O vírus da hepatite E causa epidemias ocasionais, semelhantes às causadas pelo vírus da hepatite A. Até agora, estas epidemias foram desencadeadas apenas em alguns países em desenvolvimento.

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