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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Fratura Óssea


Uma fratura óssea é a perda da continuidade de um osso, que o divide em dois ou mais fragmentos. As fraturas ósseas são acontecimentos muito frequentes.

Embora existam várias causas acidentais de fraturas, cerca de 40% das fraturas acontecem no ambiente doméstico.

Algumas fraturas são tão simples que nem chegam a ser percebidas ou resolvem-se espontaneamente, mas outras podem ser tão graves que acarretam risco de morte.

Fraturas podem ocorrer aleatoriamente a todas as pessoas, mas há uma maior incidência em certos grupos específicos, tal como em mulheres após a menopausa, devido à osteoporose (diminuição da densidade do osso pela menor produção de hormônios estrogênicos) e em idosos, devido ao maior número de quedas e à fragilidade óssea e muscular.

Os traumatismos que incidem sobre os ossos com forças superiores a sua capacidade de deformação são as causas mais frequentes de fraturas. Isso acontece, sobretudo, em quedas, pancadas e acidentes, mas há também fraturas que ocorrem devido a impactos mínimos ou até espontaneamente, chamadas fraturas patológicas, as quais se devem a um anormal enfraquecimento dos ossos, devido à osteoporose ou a tumores ósseos.

As queixas mais comuns são dores, inchaço, incapacidade total ou parcial de movimentos, deformidades e posturas anormais, sinais do traumatismo, como hematomas, lesões cutâneas, etc. Nas fraturas expostas ou complicadas podem aparecer outros sinas e sintomas além desses, dependendo do tipo de evento.

Há uma grande variedade de fraturas. Elas podem ser múltiplas ou únicas, por encurtamento muscular violento ou por torção, completas ou incompletas, oblíquas, epifisárias, fechadas ou abertas, etc. Podem ainda ser classificadas segundo outros critérios:

Segundo as suas causas:

Fraturas traumáticas: representam a maioria das fraturas e são causadas pela aplicação sobre o osso de uma força maior que sua resistência. Podem ocorrer no local do impacto (por exemplo, uma fratura de úmero por uma pancada) ou à distância (por exemplo, uma fratura da clavícula quando se apoia com a mão, após uma queda). Podem ocorrer também por uma contração muscular violenta ou serem devidas à aplicação repetida e frequente de pequenas forças sobre um osso, enfraquecendo-o progressivamente.

Fraturas patológicas: muitas vezes ocorrem espontaneamente ou em razão de traumatismos mínimos sobre um osso previamente fragilizado por osteoporose ou por um tumor ósseo.

Segundo a lesão envolvida:

Fraturas simples: apenas o osso é atingido e não há perfuração da pele ou lesão de outras estruturas adjacentes.

Fraturas expostas: a pele é rompida e o osso fica exposto ao exterior. Nesse tipo de fratura com frequência ocorre infecção bacteriana e mesmo que ela ainda não esteja presente, justifica-se o uso preventivo de antibióticos.

Fraturas complicadas: quando são atingidas outras estruturas além dos ossos, como vasos sanguíneos, nervos, músculos, etc.

Usa-se chamar de politraumatizado ao paciente que tenha sofrido ao mesmo tempo várias fraturas num mesmo ou em diversos ossos. Fraturas cominutivas são aquelas em que o osso se parte em vários pequenos fragmentos

Em geral um exame radiográfico é suficiente para confirmar uma fratura e para classificar o seu tipo. Conforme as circunstâncias do caso e se for necessária cirurgia, outros exames laboratoriais podem estar indicados para avaliar o estado geral do paciente.

Em alguns casos, exames de imagens mais precisos, como a ressonância magnética, por exemplo, podem ser necessários para diagnóstico e/ou acompanhamento do caso.

O tratamento das fraturas ósseas depende do tipo e das características delas, mas a cirurgia deve ser considerada como a última opção, reservada para casos especiais como fraturas expostas ou complicadas. O tratamento conservador procura favorecer condições para que ocorra o processo natural de reparação do osso e é variável conforme o osso que tenha sido atingido e o tipo de lesão em causa.

Nas fraturas em que tenha havido desvio ósseo é necessário fazer-se a redução da fratura, exercendo tração sobre o membro afetado e fazendo com que as extremidades ósseas voltem a ficar alinhadas e na sua posição anatômica natural.

Depois desse alinhamento, o membro afetado deve ser imobilizado, para que não haja dor e possa ocorrer uma reparação da fratura, o que pode ser feito por vários meios.

O mais frequente é que seja usada uma tala gessada ou o suporte com ligaduras elásticas. Conforme o osso atingido ou o tipo de fratura, essa imobilização pode variar de três a oito semanas, ou ainda mais. Concomitantemente, podem ser usados analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor e da inflamação local. Alimentos que contenham cálcio favorecem a consolidação óssea.

O tratamento cirúrgico fica reservado para aqueles casos em que não possa ser feito um tratamento conservador e ele também procura restabelecer o alinhamento normal do osso e manter esse alinhamento até a reparação da fratura.

Adicionalmente, permite também corrigir algumas lesões de partes moles, como vasos sanguíneos rompidos, por exemplo. O restabelecimento da continuidade óssea por meio cirúrgico pode ser feito com a utilização de placas, parafusos, varetas endomedulares ou fios metálicos.

A imobilização de um membro fraturado motiva uma perda mineral do osso e, se for nos membros inferiores, há uma tendência à formação de trombos.

Uma das sequelas mais frequentes das fraturas é a consolidação viciosa, em que o osso cicatriza numa posição anatômica incorreta.

Fraturas expostas podem levar a uma infecção óssea especialmente grave devido à baixa irrigação sanguínea e escassez de células vivas nos ossos.

Na pseudoartrose os topos da fratura não se juntam após um determinado período de tempo. O tratamento da pseudoartrose exige correção cirúrgica.

Algum tempo depois de uma fratura pode ocorrer necrose (morte de parte do osso), se ocorrer interrupção dos vasos sanguíneos que levam sangue a essa parte do osso.

Como evoluem as fraturas ósseas?

•Após a redução habitualmente há uma diminuição da dor.
•Na maioria das vezes as fraturas são curadas sem deixar sequelas.
•Uma possível consequência de uma imobilização deficiente ou de removê-la antes da hora é a formação de uma pseudoartrose.
•A imobilização às vezes longa de um membro ou segmento corporal pode levar a uma atrofia muscular e posterior dificuldade de executar a função correspondente, pelo que uma fisioterapia deve ser iniciada de imediato.

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