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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Cuidador de idosos


O progressivo envelhecimento da população e os recentes progressos da medicina têm feito surgir um contingente populacional de idosos cada vez mais frágeis e dependentes da ajuda de outras pessoas.

Há indivíduos que envelhecem com certa independência, mas mesmo eles podem precisar de auxílio para executar as atividades cotidianas de que não sejam mais capazes de realizar por si mesmos ou para executarem o seu processo de reabilitação, quando for o caso.

Outros tornam-se totalmente dependentes como, por exemplo, os portadores da doença de Alzheimer e de Parkinson em estágios avançados, certos tipos de sequelados de acidentes vasculares cerebrais e acamados em geral, e precisam de ajuda permanente.

A vida social atual raramente permite que um familiar possa estar disponível para a tarefa de assistir o idoso.

Assim, vai surgindo aos poucos a nova profissão de “cuidador de idosos”.

Baseada de início em princípios intuitivos, a profissão requer hoje o estabelecimento de algumas regras e conhecimentos a serem seguidos por todos os “cuidadores”, de modo que ele se torne um profissional cada vez mais habilitado para seu mister.

Como grande número de idosos são também doentes ou portadores de sequelas, o cuidador ideal deve reunir algumas habilidades de enfermagem com outras de acompanhante diligente.

O requisito principal é gostar da função de ajudar e não estar apenas cumprindo uma tarefa que, em si, pode ser desinteressante e às vezes difícil.

Ou seja, cuidar com amor e atenção. Por outro lado, esta função requer paciência, tolerância e compreensão, qualidades que o cuidador ou tem ou não tem de maneira espontânea e que dificilmente podem ser treinadas ou adquiridas.

O cuidador não deve ser simplesmente uma pessoa que “faz pelo outro”, mas que seja capaz de estimular aquilo que o outro sabe fazer e fazer por ele apenas o que ele mesmo não consegue mais realizar.

Antes de tudo, a pessoa que deseja ser cuidador deve considerar se o seu perfil pessoal é adequado às tarefas que vai desempenhar e então buscar os conhecimentos e informações que vai necessitar.

Cada idoso apresenta características muito diferentes uns dos outros, especialmente se está sadio ou doente.

Uma das peculiaridades mais comum aos idosos é a de não tolerar mudanças ou novidades.

Eles se apegam a uma rotina costumeira em seus hábitos e ambiente e desejam que ela seja cumprida sem variações.

Assim, reagem negativamente às mudanças de seus horários, à disposição de seus afazeres e mesmo a uma simples mudança da posição de seus móveis.

Terem de se adaptar a uma ligeira modificação nos seus horários ou a uma nova disposição de seus móveis constitui para eles uma grande dificuldade.

Isso lhes impõe novas tarefas, para as quais não estão dispostos, nem preparados.

Em geral, eles têm um entendimento das coisas e uma reação a elas diferente das demais pessoas e muitas coisas que parecem óbvias para todos não parecem assim para o idoso.

Outro comportamento muito comum aos idosos é o esquecimento, principalmente de fatos recentes, e a repetição dos casos que conta.

Ele pode querer que se explique e reexplique várias vezes uma mesma coisa simples, explicação da qual se esquecerá em seguida.

Com a progressão da perda de memória também os fatos antigos serão esquecidos, mas muitos idosos guardam excelentes recordações do passado quando já não conseguem mais lembrar-se de acontecimentos recentes.

Do ponto de vista afetivo, alguns idosos são bem humorados, alegres ou mesmo divertidos, enquanto outros apresentam-se mal humorados, carrancudos, tristes e até agressivos.

Algumas outras características embora não sejam comuns a todos, são frequentes em muitos deles.

Alguns idosos costumam alimentar a suspeita injustificada de que as pessoas estão lhe subtraindo objetos ou valores; outros se tornam avarentos e não concordam em fazer gastos, mesmo dentro de suas possibilidades e em proveito próprio.

Muitas vezes o idoso usa próteses, órteses ou tem de valer-se de acessórios como bengalas, muletas, andadores, cadeiras de rodas, tubos de aeração, sondas, etc., que o cuidador deve saber como manejar adequadamente.

Obviamente nem todo idoso precisa dos mesmos cuidados e uma das primeiras tarefas do cuidador deve ser a de reconhecer o que é necessário para cada indivíduo.

O cuidador deve:

•Conseguir que o idoso mantenha uma orientação tempo-espacial da melhor forma possível.
•Ter cuidados com a alimentação, tanto em termos de higiene quanto de qualidade.
•Zelar pela boa hidratação da pele, pois a maioria dos idosos apresenta pele bastante frágil e que necessita de uma hidratação especial.
•Manter cuidados com o vestuário.
•Cuidar da higiene pessoal, observando a escovação dos dentes, os banhos diários, os cabelos penteados, as unhas limpas e cortadas, etc.
•Estimular atividades que enriqueçam o lazer e tragam prazer de viver, tais como passear, tomar sol, ler, ir ao teatro e ao cinema, por exemplo.
•Administrar os medicamentos de forma correta e nos horários prescritos pelo médico do idoso.
•Ser vigilante com a prevenção de escaras (úlceras por pressão). Principalmente no caso de idosos acamados, que devem ser mudados frequentemente de posição, para que não tenham escaras.
•Comunicar à família qualquer observação relevante na rotina dos idosos.

O idoso deve estar informado de onde se encontra, bem como de qual é o atual período do dia (manhã, tarde ou noite). Em pacientes demenciados a desorientação é uma das causas de confusão e agitação. Se possível, um calendário e um relógio devem ser mantidos ao alcance deles.

Por outro lado, os idosos devem manter certas rotinas que demarquem o tempo como, por exemplo, assistir programas periódicos de televisão, trocar a roupa de cama em um dia certo da semana, comparecer à missa aos domingos, etc.

Com relação ao vestuário, deve-se ficar atento às variações da temperatura ambiente, evitar chinelos, pois eles facilitam quedas, dando preferência a calçados antiderrapantes e livres de cadarços.

Devem ser retirados do chão os tapetes, sapatos e fios, as três coisas que mais causam tombos nos idosos dentro de casa. Além de brinquedos no chão, caso o idoso viva na mesma casa em que se encontrem crianças.

O cuidador deve acompanhar o idoso nas consultas médicas, para que possa prestar atenção às recomendações médicas.

O cuidador deve ser também capaz de prestar pequenos serviços de enfermagem, como tomar a temperatura ou a pressão arterial, fazer pequenos curativos, auxiliar o idoso em suas necessidades fisiológicas, dar banhos, etc.

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