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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Aparelho urinário e alguns de seus problemas


Anatomicamente, o sistema urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra.

A urina é formada no interior dos néfrons, nos rins, daí flui para dentro dos ureteres e por meio deles chega à bexiga, de onde ganha o exterior pela uretra.

Os dois rins filtram 1.000 a 1.500 ml de urina por dia, mas cada um deles é capaz de executar a função renal necessária à vida, se o outro é lesionado e se torna inoperante. A bexiga, por sua vez, pode conter cerca de 300 a 500 ml de urina.

A excreção da urina regula a água presente no organismo, elimina os produtos de degradação e tóxicos, controla os eletrólitos e a pressão arterial.

Os rins funcionam como o principal órgão excretor, embora cerca de 400 a 500 ml de líquidos sejam perdidos através da pele, dos pulmões e das fezes.

O principal produto excretado pela urina é a ureia (25 a 30 gramas por dia), embora a creatinina e o ácido úrico também sejam normalmente excretados.

A densidade específica da urina é de 1.015 a 1.025, quando a ingesta hídrica é normal.

Chama-se distúrbio urinário a qualquer alteração do ato de produzir e/ou excretar a urina, seja na quantidade, na frequência do ato de urinar, na densidade da urina, na retenção ou incontinência dela, na presença de dor ou ardência ao urinar ou na presença de substâncias estranhas em qualidade ou quantidade, como células, bactérias, sangue, proteínas, glicose, ureia, creatinina, ácido úrico, etc.

Os principais distúrbios urinários são:

• Anúria: é a ausência da produção de urina, geralmente por uma parada de filtração renal. Muitas vezes esta ausência não é completa, mas se a quantidade de urina é muito pequena a condição é chamada pelo mesmo nome. Diz-se que existe uma anúria verdadeira quando a drenagem de urina é inferior a 100 mililitros por dia. Este nível de excreção prolongado é incompatível com a vida.

• Oligúria: diminuição da produção de urina, geralmente abaixo de 800 ml ao dia, podendo ser muito menos. Em nível pré-renal a oligúria se dá em resposta à má irrigação renal, em situações como desidratação, diarreia, choque hipovolêmico ou grande hemorragia. Em nível renal ela se deve, por exemplo, a uma deficiente irrigação renal, medicações ou glomerulonefrite, entre outras causas. A oligúria pós-renal é consequência de obstrução do fluxo urinário, que pode acontecer por hiperplasia prostática benigna, cálculos renais, tumores, etc.

• Disúria: etimologicamente disúria seria qualquer dificuldade para urinar, mas o termo é mais usado quando há uma sensação de dor, ardor ou desconforto ao urinar. Ocorre mais comumente em mulheres, na maioria das vezes causada por uma infecção urinária, embora possa acontecer também em homens e tem uma grande variedade de causas.

• Poliúria: refere-se a um excesso de urina (acima de 2,5 litros por dia), frequentemente acompanhada de aumento da frequência urinária. Pode ter causas endócrinas, como a diabetes ou o hiperparatireoidismo, por exemplo, ou dever-se a doenças renais ou outras.

• Polaciúria ou polaciúria: aumento do número de micções em relação ao normal, com diminuição do volume da urina, a cada vez. Este é um sintoma característico da cistite ou de doenças da próstata, mas também ocorre fisiologicamente na gravidez.

• Incontinência urinária: a pessoa perde urina involuntariamente, de forma contínua ou intermitente, espontânea ou por um esforço físico como rir, tossir, espirrar, etc. Em alguns casos a urgência em urinar é tão súbita e forte que não dá tempo de chegar ao banheiro. Ela pode dever-se a doenças que afetem o sistema urinário, mas sua probabilidade aumenta com o envelhecimento e é pelo menos duas vezes mais comum em mulheres que em homens. Também a obesidade, doenças neurológicas ou diabetes podem aumentar o risco de incontinência.

• Retenção urinária: é o acúmulo de urina na bexiga resultante da incapacidade real de eliminá-la. Pode dever-se a um aumento exagerado da próstata, devido à hiperplasia prostática benigna ou ao câncer da próstata, a infecções, medicações anestésicas, pedras na bexiga, cistocele, estreitamento uretral, etc.

• Infecções urinárias: é decorrente da presença de agentes infecciosos em alguma parte do sistema urinário. As infecções urinárias principais do trato urinário inferior são as cistites, as prostatites e as uretrites e do trato urinário superior são a pielonefrite, o abscesso renal e a nefrite intersticial.

• Presença de substâncias estranhas na urina: presença na urina de substâncias habitualmente não encontradas nela ou encontradas em quantidades diferentes das detectadas, tais como sangue, bactérias, proteínas, glicose, ureia, creatinina, ácido úrico, etc.

De forma geral, os distúrbios urinários podem ser causados por malformações anatômicas, hereditárias ou congênitas, por infecções diversas, por tumores benignos ou malignos e por cálculos das vias urinárias.

Além desses fatores, diretamente ligados ao sistema urinário, os distúrbios urinários podem também ser consequência de alterações nas estruturas anatômicas vizinhas, que repercutam sobre ele. Assim, várias condições ou doenças sistêmicas podem repercutir sobre os rins ou no sistema urinário restante, ocasionando distúrbios urinários.

Entre eles, por exemplo, a desidratação, a hipertensão arterial, a diabetes e algumas doenças autoimunes.

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