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segunda-feira, 30 de março de 2015

Orelhas de abano


Chama-se orelhas em abano a uma conformação cosmética em que as orelhas são mais projetadas para frente que o normal, conferindo à face e à cabeça aparência especial. Estima-se que essa condição atinja cerca de 2% a 5% da população. Como pode haver uma gradação nesse defeito, é impossível dizer com exatidão a partir de que ponto ele se torna anormal. Assim, a sua correção depende mais da vontade da pessoa que da avaliação médica, porque se trata somente de um problema estético, sem nenhum prejuízo funcional. No entanto, pode ter um efeito psicológico e social severo, sobretudo em crianças e adolescentes.

Chama-se otoplastia à cirurgia que visa dar à orelha uma aparência mais natural e anatômica.

As orelhas em abano não são malformações, mas uma condição que afeta 5% dos indivíduos de raça branca. Orelhas em abano, no entanto, parecem ter uma incidência familiar, embora não se tenha identificado nenhum gene que as cause e nem todos os irmãos, por exemplo, vão necessariamente ter o problema. Cerca de 60% das pessoas afetadas tem uma história familiar do problema.

As orelhas em abano podem apresentar várias outras deformidades, tanto das próprias orelhas quanto de outros órgãos, especialmente do trato genitourinário. Muitos pacientes procuram camuflar as deformações cobrindo as orelhas com o cabelo comprido.

Do ponto de vista médico, a otoplastia é indicada para corrigir orelhas que formam um ângulo maior de 30-35° em relação à cabeça. Isto se dá graças ao aumento e lateralização da concha da orelha e à falta de dobradura adequada da anti-hélix, podendo esses problemas estarem ou não associados entre si ou acompanhados ou não da lateralização do lóbulo da orelha.

Uma cirurgia chamada otoplastia visa corrigir a posição e outras anomalias das orelhas, deixando-as com aparência natural e harmoniosa. É um procedimento muito simples, com duração de uma hora e risco muito baixo. Ambas as orelhas podem ser operadas no mesmo ato. Antes da cirurgia, várias fotografias das orelhas devem ser tomadas. A manipulação adequada das imagens de computador permite prever o resultado final, mesmo antes da cirurgia. Esta cirurgia procura dar equilíbrio e proporção às orelhas e à face.

A posição das orelhas pode ser corrigida ainda quando criança, na adolescência ou na fase adulta: os pais ou o próprio paciente devem fazer a escolha do momento de operar. A cirurgia deve, no entanto, esperar até os cinco a sete anos de idade, porque até aí a orelha ainda está crescendo, chegando ao seu formato e tamanho definitivos. A anestesia dessa cirurgia pode ser local ou geral, dependendo da colaboração do paciente. O paciente deverá usar uma faixa elástica cobrindo a orelha durante aproximadamente trinta dias para a cicatrização ocorrer adequadamente. Deve também evitar dormir sobre a orelha operada, por 45 dias, em média.

Os pontos podem ser retirados de modo indolor e rápido após duas semanas. A cicatriz é muito pequena e com o tempo fica quase imperceptível. Além disso, fica na dobra detrás da orelha, local normalmente invisível. A otoplastia deve ser contraindicada em todo paciente que tenha uma expectativa irrealística da cirurgia e também naqueles incapazes de cooperar com os cuidados pós-operatórios. Nessa fase, podem acontecer ligeiros sangramentos e hematomas e o paciente será orientado a tomar anti-inflamatórios e analgésicos, se necessário.

Um pequeno inchaço pode durar por três semanas, período no qual deve haver também algum desconforto, facilmente controlado com analgésicos e anti-inflamatórios comuns. Durante dez dias, deve-se evitar sol, frio, vento e traumatismos locais. Às vezes, ocorre uma diminuição da sensibilidade local por alguns meses. Os pacientes que antes da cirurgia escondiam suas orelhas com o cabelo comprido passam a se sentir mais confortáveis depois da cirurgia para usar cabelo curto ou preso para trás, melhorando sua autoestima.

As complicações são raras, podendo ocorrer: infecção, abertura de pontos e queloide (determinado geneticamente).

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