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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Demência


A demência (do latim: de = falta, diminuição; mens = mente) não é uma doença específica, mas um termo que se refere a sintomas que interferem negativamente no raciocínio, na linguagem e na memória, em virtude de desordens que afetam o cérebro.

Ela implica na perda ou redução progressiva das capacidades cognitivas de forma parcial ou completa, permanente ou momentânea e esporádica, suficientemente importante a ponto de provocar uma perda de autonomia do indivíduo.

As demências mais típicas e importantes, contudo, são aquelas degenerativas, próprias de pessoas idosas. Grosseiramente falando, elas equivalem àquilo que popularmente é chamado de “caduquice”.

Embora a demência seja mais comum nas pessoas idosas, ela não é uma parte normal do processo de envelhecimento. Algumas pessoas podem chegar a idades muito avançadas sem apresentar sinais de demência.

Entre as diversas situações que podem causar demência estão as doenças que causam degeneração das células nervosas do cérebro, doenças que afetam os vasos sanguíneos, o uso de substâncias tóxicas como o álcool ou drogas, deficiências nutricionais, infecções, certos tipos de hidrocefalia, traumas cerebrais, agudos ou crônicos, etc.

São fatores de risco para a demência: idade avançada, normalmente acima dos 65 anos, embora a demência possa ocorrer em pessoas mais novas, histórico familiar de demências, embora muitas pessoas com relatos familiares positivos para demência não desenvolvam a doença, enquanto outras, sem nenhum histórico podem desenvolvê-la e pessoas com síndrome de Down podem desenvolvê-la mais cedo que as demais.

São fatores favorecedores das demências, entre outros, a aterosclerose, a hipertensão arterial, o colesterol elevado, a depressão, a diabetes mellitus e o tabagismo.

Há mais de cinquenta causas conhecidas de demências, mas todas elas se desenvolvem quando partes do cérebro que são responsáveis pelo aprendizado, memória ou linguagem são afetadas por alguma doença.

Os principais sinais e sintomas da demência são déficits significativos do funcionamento intelectual.

As pessoas têm perdas de memória e da sua habilidade de resolver os problemas que se antepõem, não conseguem manter controle sobre as emoções e podem também ter mudanças em sua personalidade, comportamento ou humor, tais como agitação, depressão, ilusões e alucinações.

Na demência há sempre, além dos problemas de memória, dificuldades de se comunicar e de realizar tarefas mais complexas, dificuldades de coordenação motora, problemas para se orientar no tempo e no espaço, comportamentos inadequados, paranoia, etc.

Embora o sintoma mais típico de todas as demências seja a perda da memória, em alguns poucos casos ela pode não ser o sintoma inicialmente dominante.

Por outro lado, a perda da memória pode também acontecer fora da demência e por isso a doença deve então ser diagnosticada pelo conjunto dos sintomas que a constitui. Tudo isso ocorre sem perda da lucidez da consciência.

Algumas formas de demência são, por exemplo, a doença de Alzheimer, a demência vascular, a demência frontotemporal, a doença de Huntington e a doença de Creutzfeldt-Jakob.

O diagnóstico da demência depende do histórico médico do paciente e de exames complementares, na dependência do tipo de demência suspeitado, tais como hemograma, dosagem de eletrólitos, ureia e creatinina, exames de função hepática e tireoidiana, dosagem de vitamina B12 e ácido fólico no sangue, sorologia para sífilis, glicemia de jejum e exame de imagens como tomografia computadorizada de crânio ou ressonância magnética de encéfalo.

A análise do líquido cefalorraquidiano, a sorologia para HIV e o eletroencefalograma só devem ser solicitados em casos com evolução atípica.

Em casos em que as causas sejam tratáveis, a demência chamada de pseudo demência pode ser curada e revertida, como as demências devidas ao abuso de drogas ou álcool, infecções ou tumores cerebrais, por exemplo. Outras demências, contudo, chamadas de demências verdadeiras ou degenerativas, têm um curso inexoravelmente progressivo.

Medicamentos diversos podem ser usados, na dependência do tipo das pseudo demências.

Nenhuma droga paralisa ou faz regredir a demência verdadeira, mas pode fazê-la evoluir mais lentamente ou aliviar seus sintomas.

Muitas pessoas com demência em suas fases iniciais podem ser ajudadas por tarefas que exercitem e ativem seu funcionamento cognitivo.

As pessoas podem também ser aconselhadas a usarem algo que ajude sua memória como, por exemplo, método mnemônico, tomar notas, adotar avisos eletrônicos, etc.

As pessoas com demências moderadas ou avançadas geralmente necessitam acompanhamento em tempo integral para evitar que se acidentem, bem como podem precisar ser assistidas em suas atividades diárias, como tomar banhos, se alimentarem ou se vestirem, por exemplo.

Uma grande parte das causas de demência não tem como ser prevenidas, mas é possível reduzir os fatores de risco de algumas delas, prevenindo as doenças que podem causá-la.

Muitas demências levam a uma perda progressiva das funções mentais, mas é possível paralisar ou mesmo reverter os sintomas de algumas delas com o tratamento apropriado.

Deve-se ter em mente, contudo, que pessoas com demência degenerativa estarão piores a cada vez e necessitando de maior ajuda.

Como a demência diminui muito a capacidade de defesas tanto físicas como psicológicas dos acometidos, as pessoas ficam mais sujeitas a um aumento das infecções, perda da capacidade de cuidar da própria higiene, além de serem mais sujeitas aos efeitos colaterais das medicações.

Tudo isso contribui para tornar mais reduzida a expectativa de vida dessas pessoas.

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