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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Membros fantasmas


Quando as pessoas que tenham sofrido amputação de um membro continuam a experimentar sensações como se ainda o tivessem, denomina-se a essa situação de membro fantasma.

Mas uma situação equivalente ao membro fantasma pode se manifestar também em pessoas não amputadas, mas com lesões no plexo braquial, tetraplegia, retirada da mama ou outros apêndices corporais.

A expressão foi criada em 1871, pelo médico americano Weir Mitchel, para descrever sintomas de soldados mutilados durante a guerra civil americana.

Não se conhece com precisão as causas do membro fantasma.

Ele ocorre em intensidades variáveis, em diferentes pessoas que tenham sofrido amputações e deixa de ocorrer em muitas delas.

Conclui-se apenas que a síndrome do membro fantasma é baseada em fatores fisiológicos e psíquicos indeterminados.

Há inúmeras controvérsias a respeito dos mecanismos neurofisiológicos que induzem ao fenômeno do membro fantasma.

Ele é um curioso evento neurológico que parece ter a ver com o Homúnculo e Penfield, uma espécie de mapa neural que o cérebro tem do corpo e que, nesse caso, desconhece a inexistência do membro.

As pessoas tanto podem experimentar sensações normais como outras anormais, inclusive dores intensas e “reais”.

Deve-se levar em conta que o cérebro é recheado de memórias persistentes, prévias à amputação e a pessoa pode até mesmo sonhar com o membro íntegro.

Isso, aliás, acontece não só nas amputações, mas também em todos os casos de mutilações ou paralisias.

“O membro sai do corpo, mas não sai do cérebro”, dizem os neurologistas.

O esquema corporal é muito fixo e histórico e depende muito mais de sensações endógenas que do espelho, por exemplo, ou da visão direta.

As impressões experimentadas pelo membro fantasma podem durar meses, anos ou mesmo a vida inteira.

Alguns pacientes sentem continuamente como se o membro estivesse lá e outros referem essa experiência apenas de vez em quando.

Um membro fantasma pode a princípio reproduzir as sensações de um membro normal ou pode assumir um caráter patológico, tornando-se intruso, ”paralisado”, deformado ou torturantemente doloroso.

Outros descrevem sensações de movimentos e sensações estranhas peculiares como “gelado”, “apertado”, “ardido”, etc.

Podem ocorrer reflexos como os de retirar o membro inexistente de situações “perigosas” ou mudar de posição.

O sintoma mais temido do membro fantasma é a dor crônica, por vezes intensa e que deve ser diferenciada da dor eventualmente existente no coto cirúrgico.

Algumas pesquisas apontam que a ocorrência do membro fantasma é mais comum nas amputações traumáticas que nas cirúrgicas, mas há também demonstrações em contrário.

Estudos recentes mostram que crianças nascidas sem pernas ou braços podem sofrer com sensações fantasmas originadas nas partes de seu corpo que jamais existiram.

Na medida em que não se conhece a causa real do fenômeno, não há nenhum tratamento específico para ele, embora muitas e várias técnicas têm sido empiricamente utilizadas, mas com resultados precários.

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