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terça-feira, 3 de junho de 2014

Transplante de Córnea


O que é a córnea?

A córnea é uma membrana transparente localizada na parte anterior do olho dos vertebrados, circular no seu contorno e de espessura regular e uniforme. Ela deve permitir que as imagens oriundas do meio externo penetrem no olho e sejam focalizadas pelo cristalino na retina.

Para tal, é necessário que ela tenha transparência satisfatória e curvatura adequada. Sua curvatura normal não é uniforme, mas é mais acentuada na região central e mais plana na região periférica. Ela é continuamente mantida úmida pela secreção lacrimal.

Através da córnea pode-se visualizar a íris, a parte colorida dos olhos.

O transplante de córnea é uma cirurgia que consiste em substituir parcial ou totalmente a córnea doente do paciente por uma córnea saudável de um doador, ou seja, uma pessoa que tenha falecido e que tenha manifestado em vida desejo de doar suas córneas para transplante. Mesmo assim, é de praxe que seus parentes sejam ouvidos sobre se concordam ou não com a doação.

Indica-se o transplante de córnea quando é afetada uma de suas características normais: a transparência ou a curvatura. O transplante de córnea também é indicado nos casos de perfurações oculares, o que pode ocorrer por traumas, infecções, edema de córnea, queimaduras químicas ou térmicas, alguns casos de ceratocone ou distrofias.

Há duas técnicas para o transplante de córnea: penetrante, com a qual se substitui toda espessura da córnea e lamelar, que remove apenas as camadas anteriores da córnea. Essa técnica tem sobre a outra a vantagem de ser mais simples e levar a menos complicações.

A cirurgia clássica de transplante de córnea dura em média uma hora e consiste em remover um disco central da córnea danificada e substituí-lo por outro, de uma córnea humana saudável. Em geral, o transplante é realizado numa sala cirúrgica, com a ajuda de um microscópio e de um finíssimo bisturi.

A anestesia para realizar a cirurgia pode ser tópica, local ou geral, conforme o caso. Após a cirurgia o paciente deve fazer uso de antibióticos (sistêmicos e tópicos), corticoide ou outros anti-inflamatórios. Em alguns casos pode ser necessário também usar um anti-hipertensivo ocular. Devem ser evitados esforços físicos e o uso de piscinas no período de recuperação e deve-se dormir do lado contralateral ao olho operado.

A retirada dos pontos, feita por meio de um microscópio, pode ser realizada no consultório, com anestesia tópica e deve ser feita de forma gradual, iniciada após três a seis meses, dependendo da técnica de sutura utilizada. A recuperação visual é lenta e progressiva e pode demorar seis meses ou mais. As córneas doadas precisam passar por um controle rigoroso dos hospitais captadores e transplantadores, a fim de evitar a transmissão de doenças e para assegurar a boa qualidade do tecido.

Os resultados dos transplantes de córnea dependem da causa que os motivou, mas costumam ser muito satisfatórios. Após um transplante, pode levar meses para a visão atingir seu melhor potencial, porém após algumas semanas o paciente já pode experimentar algumas melhoras.

Durante o período de recuperação devem ser evitadas atividades físicas ou esportivas como futebol, tênis, natação, levantar peso, etc.

O transplantado de córnea pode sofrer rejeição e essa possibilidade diminui ou aumenta, dependendo da causa que motivou o transplante. Nos casos de rejeição a córnea pode apresentar inicialmente um bom funcionamento e só posteriormente apresentar diminuição da visão e vermelhidão ocular. Grande parte das rejeições pode ser tratada com sucesso se forem diagnosticadas no início com a possibilidade de se realizar um segundo transplante. A maior parte das rejeições acontece no primeiro ano após o transplante, mas pode acontecer enquanto o paciente viver.

A complicação principal do transplante de córnea é a possibilidade de ocorrer um astigmatismo residual. Outras complicações, de ordem geral, podem ser: infecções, rejeição, glaucoma, distorção pupilar e defeitos de cicatrização.

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