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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dieta de Atkins


A dieta de Atkins tem como meta mudar o metabolismo do corpo, limitando o consumo de carboidratos e mudando-o da queima de glicose para queima de gordura como fonte de energia.

O cardiologista norte-americano, Dr. Robert Atkins, criou essa dieta nos anos 60, a partir da observação dos hábitos alimentares dos esquimós.

Eles quase não consomem carboidratos e tem sua alimentação baseada na ingestão de proteína e gordura animal e quase não têm doenças coronárias e vasculares, apresentando alta expectativa de vida.

Ao pesquisar as doenças coronarianas, ele descobriu que o aumento das doenças cardiovasculares coincidiu historicamente com a introdução do açúcar nas bebidas e com o aumento do seu consumo no século XX.

Teve então a ideia de criar uma dieta que consiste basicamente em reduzir a ingestão de carboidratos na alimentação e tirar 98% da ingestão de calorias diárias de proteínas e gorduras animais.

A sua dieta ficou conhecida como a dieta da proteína. Sua principal meta é restringir severamente a ingestão do carboidrato em todas as refeições e priorizar o consumo de proteínas, para que o organismo, sem carboidratos, passe a utilizar as gorduras como fonte de energia.

A dieta de Atkins compreende quatro fases:

•Fase de indução: a ingesta de carboidratos é limitada a um mínimo. Esta fase toma no mínimo quinze dias e coloca rapidamente o indivíduo no estado de cetose, devido à metabolização massiva das gorduras, gerando corpos cetônicos. A pessoa deve consumir apenas vinte gramas de carboidratos por dia e ingerir pelo menos oito copos/dia de água.

•Fase de perda de peso: nesta fase os carboidratos são reintroduzidos aos poucos. A cada semana podendo ser adicionados cinco gramas deles. A meta é que a pessoa continue a perder peso enquanto é encontrado o equilíbrio entre a perda de peso e a ingestão de alimentos.

•Fase de pré-manutenção: nesta etapa os carboidratos podem ser aumentados em dez gramas a cada semana, até o ponto em que a pessoa para de perder peso, mas também não ganha peso.

•Fase de manutenção: o objetivo é manter os hábitos aprendidos nas fases anteriores e manter o peso.

Privado de carboidratos, o corpo inicia um processo de modificação do metabolismo e começa a usar a gordura corporal como energia, poupando um pouco de glicose para o cérebro, que é o seu principal dependente. Nesse processo o indivíduo é induzido a não sentir fome, já que não há limite para o consumo de alimentos.

A restrição quantitativa de alimentos ajuda a explicar o alto índice de fracasso de outras dietas, porque elas não conseguem deter a compulsão a se alimentar. As pessoas acabam abandonando-as e engordam ainda mais depois, e têm de voltar às dietas, num verdadeiro “efeito sanfona”.

Entre as pessoas que fazem a dieta de Atkins, mesmo comendo gordura animal em alta quantidade, não há registros de aumento de doenças coronarianas entre seus usuários.

Como dito, ela gera um estado metabólico conhecido como cetose, um estágio do metabolismo em que o fígado, na falta de carboidratos, converte gorduras em corpos cetônicos, que podem ser usados pelo corpo como fonte de energia.

Quando o organismo está em "cetose", ele não sente fome e tem tendência a se alimentar menos, o que leva a uma perda de peso mais rápida.

Nos primeiros quinze dias (fase de indução) a alimentação deve ficar restrita a vinte gramas de carboidratos por dia e se compor principalmente de proteínas animais (ovos, peixes, frutos do mar, bacons, embutidos, etc.). Se a pessoa optar por vegetais, deve dar preferência ao salsão, pepino, pimentão, cogumelos e alface americana, que contêm menos carboidratos. Esta é a fase mais restritiva da dieta, mas o seu tempo é curto.

Na etapa de perda de peso, Atkins aconselha fazer um perfil lipídico para saber como está o colesterol. Caso haja aumento de colesterol total e do LDL, o autor sugere a substituição de gordura saturada por insaturada. Nesta fase, podem ser introduzidos com moderação, queijos amarelos, creme de leite, alguns tipos de nozes, alguma ingestão de sucos de vegetais e legumes, evitar a cafeína e o aspartame (café, coca-cola zero, etc.). Sucralose e estévia são os adoçantes permitidos na dieta de Atkins. Quando o peso desejado for atingido, o limite de carboidratos pode subir para 100 gramas e o indivíduo pode comer pequenas doses de pães e leguminosas.

A fase de pré-manutenção é uma etapa de teste da tolerância do seu corpo aos carboidratos. Durante esta fase, você vai descobrir o nível crítico de ingestão de carboidratos para o seu organismo, ou seja, é a hora de encontrar o ponto em que você não ganha e nem perde peso.

No período de manutenção, cada pessoa deve saber o quanto pode ingerir de carboidratos, geralmente um valor que varia entre 200 e 500 gramas. Se o peso se mantém, mais carboidratos poderão ser ingeridos, com a prática de exercícios físicos regulares.

Assim, a pessoa deve retirar das refeições os alimentos ricos em carboidratos. No café da manhã ficam liberados queijos, presuntos e ovos e uma xícara de café com leite ou de chá. No almoço e no jantar podem ser consumidos carnes, ovos, embutidos, bacon, aves, peixe e verduras. A ingestão de multivitamínicos e selênio deve ser sempre observada, de modo a evitar as carências decorrentes da dieta.

De início, a dieta foi duramente criticada pelas instituições médicas e elas chegaram a recomendar que as pessoas não a fizessem, mas um estudo controlado posterior comprovou a sua validade.

Um dos efeitos colaterais mais comuns da dieta de Atkins, nos estágios iniciais, é a fadiga. Afinal, a mudança do metabolismo para utilizar as gorduras como fonte de energia leva certo tempo para se processar. Nesse tempo, o organismo pode ficar desprovido de energias. É importante prestar atenção à quantidade de sal ingerido, pode ser necessário aumentar a ingestão de sal. Outro ponto que deve ser observado é a ingestão de pelo menos oito copos de água ao dia.

As mudanças em seu metabolismo podem causar mau hálito e constipação intestinal, coisas que podem ser aliviadas com o uso de enxaguatório bucal e laxantes.

Ao longo do tempo a dieta de Atkins pode levar ao aumento do colesterol e a tonteiras, sonolências, alterações de humor, tremores e até desmaios.

Como a dieta leva a uma baixa ingestão de fibras, pode ocasionar prisão de ventre e outras doenças intestinais.

A dieta não é indicada para gestantes nem para pessoas com problemas renais, já que a primeira fase dela significa um esforço a mais para os rins, que eliminam corpos cetônicos pela urina.

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