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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Síndrome de abstnência da cocaína


Chama-se síndrome de abstinência da cocaína ao conjunto de reações físicas e psíquicas que acometem o indivíduo em razão da suspensão brusca do consumo dessa droga. Essas reações também acontecem se o indivíduo de repente diminuir significativamente o seu consumo.

A cocaína bloqueia o efeito de recaptação dos neurotransmissores nas sinapses e, desta maneira, cria um excesso de neurotransmissores à disposição dos receptores pós-sinápticos.

A consequência disso é uma sensação de magnificência, euforia, prazer e excitação sexual.

Uma vez realizado esse bloqueio os neurotransmissores não são recaptados e ficam, portanto, livres no cérebro até que a cocaína deixe de estar circulante.

A presença mais prolongada da dopamina no cérebro parece ser a causa dos sentimentos de prazer associados com o uso da cocaína.

O uso prolongado da cocaína faz com que o cérebro se adapte a ela.

Se o indivíduo interromper o uso da cocaína, a dopamina existente não será suficiente para manter esses efeitos e ele experimentará sentimentos opostos ao prazer.

Quando se pensa que ocorrem cerca de trilhões de trocas neuroquímicas por minuto pode-se imaginar a dificuldade de abstinência da droga.

As principais manifestações clínicas da síndrome de abstinência da cocaína são: cansaço, aumento do apetite, irritabilidade, ansiedade, depressão, perda da capacidade de sentir prazer, distúrbios do sono para mais ou para menos, retardamento psicomotor e, às vezes, ideação suicida e “fissura” pela droga, manifestações que desaparecem em algumas semanas.

Os sintomas físicos ocasionados pela abstinência de cocaína são menos intensos do que os devidos à abstinência do álcool e da heroína, mas mesmo assim são bastante significativos. As reações psicológicas, por outro lado, podem ser mais devastadoras do que aquelas associadas a outras drogas e são importantes como causa de recaídas.

Não há nenhum exame específico para diagnosticar a síndrome de abstinência da cocaína. O diagnóstico deve levar em conta a história prévia de uso da cocaína, os sinais e sintomas relatados pelo paciente ou percebidos diretamente.

O tratamento implica numa equipe multidisciplinar, compreendendo, pelo menos, psiquiatra, clínico geral, psicólogo e enfermeiro. A internação deve ser evitada e só se torna necessária se o dependente de cocaína ficar perigoso para si ou para os outros, se apresentar problemas clínicos ou psiquiátricos graves ou se for incapaz de interromper a droga.

O tratamento ambulatorial ou hospitalar da síndrome de abstinência da cocaína consiste em ajudar o paciente a atravessar o período em que os sintomas sejam agudamente incômodos com a administração de medicações que possam minorá-los, tais como tranquilizantes e antidepressivos.

Ao mesmo tempo, é necessário um decisivo apoio dos familiares e demais pessoas íntimas do dependente, seja fornecendo dados, ajudando-o a afastar-se da droga ou ajudando-o a suportar os incômodos da abstinência.

A abstinência exige um completo e definitivo afastamento da droga, uma vez que uma única dose pode levar a pessoa a recair no vício.

Para tudo isso, pode também ser útil a participação em uma psicoterapia de grupo ou em um grupo de autoajuda.

Devem ser observadas e tratadas sintomaticamente as eventuais complicações causadas pelo uso da droga como, por exemplo, as convulsões, alucinações, distúrbios do sono, etc.

Os cuidados com a abstinência devem durar a vida inteira e devem compreender também nunca usar maconha, álcool ou qualquer outras drogas, sob pena de recaídas.

Idealmente, o indivíduo deve fazer uma mudança em seu estilo de vida que passe a não contar mais com a droga.

Muitas pessoas que tentam passar por uma retirada da cocaína sem supervisão médica, raramente têm sucesso por muito tempo, devido à intensidade e ao incômodo dos sintomas da abstinência que se aliviam com o retorno à droga. Essas pessoas precisam de apoio familiar e profissional.

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