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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Pirose


Pirose é a provavelmente a mais clássica manifestação do chamado Distúrbio de Refluxo Gastro-Esofágico e é uma denominação nem sempre compreendida, embora o próprio nome dê a entender seu real significado.

Existem muitos sinônimos, como, por exemplo, indigestão, azia e regurgitação ácida e é muito comum confundir a pirose com a azia, mas para deixar claro, a azia é a queimação localizada no epigástrio, logo abaixo do esterno e na região do estômago, algo que dá a entender que se trata de um problema gástrico ou duodenal enquanto que a pirose representa uma queimação localizada atrás do esterno (retroesternal), uma dor em queimação, de caráter ascendente (subindo!), de duração variável, culminando algumas vezes com a chegada na boca de um material de sabor ácido ou amargo (regurgitação).

Ela é provavelmente a queixa gastrointestinal mais comum na população em geral, não sendo surpresa, portanto, que muitas vezes não seja considerada como um problema da esfera médica, o que leva a consequências como a automedicação, por exemplo.

Assim, o uso de antiácidos em grande frequência ocorre em decorrência de uma "normalização" do quadro clínico, algo efetivamente perigoso, pois ignorar o quadro em si pode levar a problemas da saúde do estômago e do esôfago de graus mais acentuados.

Estatísticas comprovam que mais da metade das pessoas com estas queixas apresentam evidências de esofagite erosiva quando submetidas à endoscopia digestiva alta.

A pirose ocorre com frequência após as refeições, particularmente aquelas abundantes e ricas em gorduras e bebidas alcoólicas.

O uso de leite e antiácidos pode aliviar os casos de pirose leve, ao neutralizar o ácido refluído a partir do estômago para o esôfago, mas não resolve o problema quando se trata de um quadro de proporções maiores, podendo até mesmo agravá-lo.

Há muitas causas para o surgimento da pirose retroesternal, mas as mais comuns são o relaxamento do esfíncter inferior do esôfago, presença de alimentos ou medicamentos irritantes direto da mucosa (suco de tomate, alimentos ácidos, temperos fortes, café e medicamentos), aumento da pressão intra-abdominal (exercícios, roupa apertada, obesidade, inclinar o corpo para a frente), emoções fortes (psicossomático), diabetes, gravidez e outras enfermidades menos comuns.

Em cada caso é necessário SEMPRE o apoio médico e muitas vezes de um(a) nutricionista para reorientar a alimentação em forma e conteúdo, fazendo ajustes para que o tratamento seja efetivo, já que não adianta somente o uso de medicamentos na maioria dos casos.

Aliás, algumas vezes o medicamento nem mesmo é necessário...

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