Pesquisar este blog

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Peritonite




O que é peritonite?

Peritonite é uma inflamação do peritônio, membrana serosa que reveste parte da cavidade e das vísceras abdominais.

Pode ser localizada ou generalizada, e resulta, mais frequentemente de uma infecção ou, mais raramente, de um processo inflamatório não-infeccioso.

Quase sempre a peritonite é uma complicação grave de outra enfermidade abdominal.

As causas possíveis da peritonite são tão variadas que quase se poderia incluir entre elas todas as doenças das estruturas anatômicas contidas na cavidade abdominal.

A inflamação da membrana peritoneal costuma ser consequência de uma infecção, mas mesmo quando por outras causas, a elas geralmente se sobrepõe uma infecção secundária. Mais comumente, a peritonite pode ser desencadeada por:

•Extensão de uma infecção localizada numa víscera abdominal.

•Perfuração ou ruptura de uma víscera abdominal.

•Traumatismo da parede abdominal.

São, pois, vários os distúrbios que podem dar lugar a uma peritonite: apendicite, úlcera gastroduodenal, pancreatite aguda, distúrbios inflamatórios intestinais, inflamação da vesícula biliar, processos infecciosos dos órgãos genitais, doenças cancerosas, alterações vasculares que perturbem a irrigação do intestino e do peritônio, hérnias estranguladas, etc.

Os principais sinais e sintomas da peritonite são dor abdominal aguda e hipersensibilidade abdominal intensa, as quais são exacerbadas por quaisquer movimentações do peritônio, como acontece ao tossir, na flexão dos quadris e no pressionar e liberar a mão sobre o abdome, por exemplo.

A princípio a dor pode ser localizada na área em que o problema se inicia, mas logo depois se generaliza por todo o abdome.

Além disso, ocorre também distensão abdominal, rigidez abdominal difusa, chamado “abdome em tábua”, febre e calafrios, acúmulo de líquido no abdome, taquicardia, paralisia intestinal, dificuldades de respirar, náuseas e vômitos.

Embora em geral a peritonite seja decorrente de uma condição mórbida abdominal, algumas vezes é a primeira manifestação dela a aparecer.

O exame físico revela dados bastante típicos. Em geral há alguns sinais semiológicos característicos, como o sinal de Blumberg (dor aguda ao pressionar e liberar a mão sobre o abdome), por exemplo, mas muitos pacientes sequer deixam o médico tocar-lhes a barriga, tal a exacerbação da dor.

Testes sanguíneos, radiografias e tomografias computadorizadas podem ser realizadas. O líquido removido do abdome por meio de uma punção pode ser enviado ao laboratório para exame.

Em alguns casos só durante a cirurgia é possível determinar-se com precisão a causa da peritonite.

A peritonite representa uma emergência médica.

O paciente deve estar ou ser internado; em muitos casos, inclusive, numa Unidade de Terapia Intensiva. Identificada a causa da peritonite, ela deve ser tratada adequada e rapidamente.

Certos cuidados gerais são importantes, tais como:

•Rehidratação do paciente, para compensar a perda de líquidos feita pelo sequestro abdominal e pelos vômitos.

•Colocação de uma sonda nasogástrica para aliviar a distensão abdominal.

•Administração de oxigênio.

•Devem ser realizadas as possíveis transfusões de sangue, quando necessárias.

•A inflação do peritônio em si será tratada com doses elevadas de antibióticos, por via venosa. Analgésicos podem ser administrados para aliviar a dor. Durante a intervenção cirúrgica deve-se fazer uma profusa lavagem do peritônio com soro fisiológico.

•Se houver muito fluido o médico deve remover um pouco desse líquido. A maioria dos casos exigirá uma cirurgia para tratar a causa imediata, como, por exemplo, uma úlcera péptica ou uma diverticulite perfurada, uma apendicite etc. Se tratados adequadamente, os casos típicos são corrigíveis.

A peritonite é sempre uma situação grave. Sua taxa de mortalidade é de cerca de 10% em pacientes jovens e saudáveis e sobe para cerca de 40% em pacientes idosos ou com doença subjacente significativa.

Se não for pronta e adequadamente tratada, a peritonite generalizada é quase sempre fatal.

O único meio de prevenir a peritonite é tratar adequadamente e a tempo as enfermidades que podem causá-la.

Algumas das complicações possíveis da peritonite são:

•Sequestro de fluidos e eletrólitos, devido ao extravasamento de líquido para o abdome e suas consequências.

•Se a infecção não for rapidamente debelada, a evolução do processo infeccioso se disseminará por todo o organismo, causando uma septicemia (infecção generalizada).

•Abscesso peritoneal e sepse podem se desenvolver, por isso as culturas de sangue devem ser obtidas.

•O líquido acumulado no abdome pode comprimir o diafragma, causando dificuldades respiratórias.

Nenhum comentário: